Doce Criada escrita por BlackCat69


Capítulo 2
Capítulo: sobremesa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/804906/chapter/2

~NH~

Três dias depois

Quarta feira

~NH~

 

Exceto os que trabalhavam nas plantações de batata, Hinata conheceu a criadagem da propriedade Uzumaki.

O senhor Teuchi Seitz era o cozinheiro chefe e de assistente dispunha de Karashi Banks, um rapaz de dezesseis anos, bastante esforçado.

O estribeiro Iruka Flynn, de vinte e sete anos, dividia um cômodo com Sai Diskin, situado acima do estábulo.

O mordomo era Kakashi Wittenberg, chegava aos quarenta anos e jazia sendo um homem muito belo.

Além da beleza, dono de extrema elegância, ele facilmente enganaria alguém, caso se disfarçasse de um conde ou duque.

Assim que Hinata soube que ele era casado, tratou de não apreciar tanto a beleza dele.

A esposa de Kakashi Wittenberg era a empregada doméstica, Ayame, vinte anos mais jovem que ele.  

Ela era filha de Teuchi.

Dona de uma beleza comum: pele branca, cabelos longos e lisos, de cor castanha escura, da mesma cor que seus olhos.

Gestante de três meses.

Inclusive, Hinata descobriu que a última criada despachada, substituía, temporariamente, algumas funções de Ayame.

Quando Ayame se encontrasse disponível para reassumir todas as suas funções, Hinata trabalharia unicamente de babá da Sra. Miina.

A perolada se recordava do diálogo com a esposa de Kakashi:

— Como babá, depois de mim, a Sra. Miina só teve a última criada que foi despachada. Quando eu não estiver trabalhando, darei atenção ao meu bebê, então a Sra. Miina precisa de uma babá que esteja disposta a sacrificar o desejo de se casar e ser mãe. Por favor, não engane a família Uzumaki, Sra. Hyuuga.

— Não engano ninguém, Sra. Wittenberg. Confessando, eu queria mesmo uma família, mas a própria Sra. Hollingshead presenciou que meu pai me ordenou aqui, e eu não vou desobedecê-lo, se ele acha que o melhor para mim é ocupar a função de babá, na propriedade Uzumaki, eu ocuparei.

Hinata não estranhava a desconfiança de Ayame, eram raros os patrões que aceitavam criados que estivessem prestes a serem pais ou que tivessem filhos pequenos.

Mulheres grávidas? Não eram sequer entrevistadas.

Tornava-se comum que criados desesperados para uma vaga em uma propriedade rica, mentissem sobre não terem família, e aí aproveitavam para visitar os parentes quando fosse possível, sem elevar suspeitas.

A família Uzumaki já fazia muito, não se podia abusar da boa vontade dela.

— A propósito, Sra. Wittenberg, por que a outra criada foi despachada? Eu não quero cometer o mesmo erro que ela.

— Eu não fiquei sabendo dos detalhes, deves conversar sobre isto, com a Sra. Hollingshead. Dê-me licença, Sra. Hyuuga.

Ayame Wittenberg finalizou o diálogo, afastando-se, apressadamente, da confusa perolada.

Hinata então aguardou a noite cair e quando teve mais um momento com Shizune, abordou-a sobre a criada despachada.

— Um dos aposentos que você limpará, Sra. Hyuuga, será o quarto do Sr. Uzumaki. Mas essa atividade é realizada a cada duas semanas, eu a avisarei quando chegar o dia. A criada deveria apenas retirar a poeira, mas ela acabou mexendo em alguns objetos pessoais do Sr. Uzumaki.

Shizune assumiu um timbre mais grave:

— Sabe, Sra. Hyuuga, se tem experiência, deve saber que a única coisa que os criados de limpeza devem fazer, é remover temporariamente os objetos, para tirar a poeira, e depois devolvê-los ao local, e apenas isso.

— Corretamente, Sra. Hollingshead.  

— Perfeito. Conversei com o Sr. Kawaki esta tarde, e ele me explicou. Ele próprio flagrou a situação, a porta do quarto estava meio aberta, confirmou-me que ela não movia para limpar, mexia nos objetos para bisbilhotar. E eu nem preciso comentar o quanto o Sr. Uzumaki se irritou quando soube. Mas a criada teve sorte, esta família evita escândalo o máximo possível. Ela foi despachada para uma hospedagem, fora de Bielog. Em nome da família Uzumaki, foi garantido um emprego pra ela. Mas não estamos dispostos a manter benevolência, pois muita bondade acaba prejudicando. Se você errar, Sra. Hyuuga, nem emprego lhe será garantido fora daqui, faremos questão de manchar seu nome em Bielog.

— Não cometerei nenhum erro, prometo, Sra. Hollingshead.  

Naquele momento, Hinata se sentiu imensamente grata à escolha do pai, em não enviar Hanabi àquele trabalho.

Era capaz de a caçula cometer um erro, por pura inocência e ficar com a reputação manchada em Bielog.

 

~NH~

 

Ainda no terceiro dia, na propriedade, e na noite de quarta, Hinata saía do quarto de Miina, depois de ter lido uma história para a menina.

Abraçava um pequeno livrinho contra o busto.

Caminhou para o quarto vizinho, onde dormiria, mas ao abrir a porta, escutou uma voz, de alguém que se aproximava:

— Onde conseguistes este livro?

Era o filho Uzumaki mais velho, de calça curta e camisa de mangas longas, ambas as peças, de cor branca. E os pés e canelas cobertos de meia.

— Eu trouxe de casa, Sr. Kawaki. É um livro de contos. Achei ser uma boa distração para a Sra. Miina.

— Sabes ler? — as sobrancelhas dele arquearam.

— Sim, Sr. Kawaki. Minha mãe, que descanse em paz, me ensinou.  

— A família Hyuuga estimula as mulheres a lerem?

— Bem, Sr. Kawaki... minha mãe viveu na época que a família Hyuuga era rica. E meu pai adorava escutá-la ler para ele. Mesmo quando nossa família passou a falir, meu pai não viu problema em minha mãe ensinar-me a ler.

— A família Hyuuga foi rica, interessante. — Kawaki dissera, anotando em sua mente que procuraria saber mais a respeito da família da babá. — Há uma biblioteca em casa, quando terminar de ler este livro, avise-me. Entregarei um para você. 

Os olhos perolados cintilaram, sorrindo um pouco. Assentiu-o repetidamente, agradecida.

Ela imaginava uma sala imensa repleta de estantes entupidas de livros.

— Boa noite, Sr. Kawaki, agradecida.

— Boa noite, Sra. Hyuuga. — Ele girou nos calcanhares, e avançou dois passos, escutou-a abrir a porta. Antes que ela sumisse, ele elogiou: — Esqueci de dizê-la, adorei os biscoitos.

Hinata já dentro do quarto se maravilhou, segurando a porta, agradeceu-o em um leve assentir.

Assistiu-o prosseguir pelo corredor até entrar no quarto e fechar a porta.

Na primeira noite de jantar, na propriedade Uzumaki, a Hyuuga pedira permissão ao chefe de cozinha para usar um pouco de queijo.

Quisera acrescentar o ingrediente aos biscoitos que cozinharia a base de farinha e açúcar.

O resultado foi esplêndido.

Menma III e Miina amaram.

Desde então, Hinata seguiu preparando biscoitos de sobremesa.

Felicitou-se pelos seus biscoitos arrancarem o primeiro elogio do Sr. Kawaki.

Ele adorou mesmo, mas teve que impor limite, pois os mais novos queriam uma nova leva de biscoitos. Não os acostumaria a comerem muito, dois biscoitos depois do jantar já estava de bom tamanho.

 

~NH~

 

Preparando-se para dormir, sentada na borda da cama estreita, penteando os cabelos longos e azulados; Hinata refletia sobre os filhos do senhor Uzumaki.

Era quase impossível acreditar que Miina sofresse de algum problema de saúde, percebia o quanto ela era sadia.

Mas manteria a boca fechada, afinal, o médico não era ela.

Encontrava-se com Menma III somente nos momentos das refeições.

Ele se mantinha emudecido e logo ia embora, seja para explorar fora de casa, seja para ir atrás do irmão.

No momento do jantar, ele mudava um pouco, os azuis dos olhos brilhavam imensamente quando ele saboreava os biscoitos, e a babá se satisfazia em encantá-lo, por meio da sobremesa.

Pena que no último jantar, alguns biscoitos queimaram, mas ela conseguiu salvar alguns para as crianças.

De cabelos bem penteados, Hinata se embrulhou na cama, e mais uma vez, encontrava-se lamentando pelo senhor Uzumaki não participar da vida dos filhos.

E infelizmente, percebeu que mesmo Kawaki fazendo o melhor para seus irmãos, ele não demonstrava carinho aos mesmos.

— “Se eu fosse mãe, mesmo que eu sofresse um acidente que me deformasse, eu faria de tudo para aproveitar a infância e juventude de meus filhos.

 

~NH~

 

Quando o exterior se aprofundou em silêncio, o senhor Uzumaki se retirou de seus aposentos, em sua lentidão, com sua bengala.

Encaminhou-se à sala de jantar, onde avistou seu prato posto, esperando-o.

Apenas seu mordomo, parado ao lado da porta.

Ao se sentar, o Sr. Uzumaki novamente percebeu o cheiro adocicado espargido no ar, fazia-se presente desde a chegada da nova babá.

Daquela vez estava mais forte, meio queimado.

Pendurando a bengala na mesa, o patrão chamou:

— Kakashi.

— O que desejas, meu amo?

O mordomo em um instante apareceu ao lado de seu Senhor.

— Que cheiro é esse?

— Pertence aos biscoitos que a Sra. Hyuuga preparou. Hoje, alguns deles passaram do ponto. — Pressupondo que o Senhor se incomodava, Kakashi sugeriu: — Se quiser, repasso a ordem para que ela não retorne mais a prepará-los.

O Uzumaki nada falou, e após terminar sua janta, levantou-se.

Em vez de regressar aos seus aposentos, pegou sua bengala e seguiu um pouco mais rápido à fonte do cheiro.

Chegando à cozinha, avistara os biscoitos queimados sobre uma bandeja.

Kakashi seguindo seu Senhor, ao vê-lo segurar a bandeja, estendeu os braços para pegá-la, falando-o:

— Não se incomode, meu amo. Jogá-los-ei fora.

— Não será necessário.

O Uzumaki pegou um, colocou a bandeja de volta ao lugar, e retirou a região preta da massa do biscoito.

Mordeu o recheio de queijo ralado.

Após engolir, ficou um momento calado, e então quis tirar a dúvida:

— Meus filhos andam comendo isso?

Kakashi entreabriu os lábios, suas íris se agitaram um pouco.

Não conseguia identificar se seu Senhor estava irritado ou não.

Respondeu-o:

— Sim, meu amo.

Na mente do loiro, perpassaram-se cenas imaginativas de seus filhos reagindo àquele delicioso sabor.

— Peça para ela preparar uma porção extra e deixar na cozinha.

— Para o senhor? — surpreso, o mordomo perguntou.

— Não, para o papai Noel.

— Descul... desculpe-me, meu amo.

Kakashi se curvou, enquanto o loiro pegava novamente a bengala para se locomover cozinha afora.

 

~NH~

Quinta feira

~NH~

 

Kawaki se retirava do quarto, quando avistou sua irmã, apressadamente, sair do quarto e se pôr na frente do quarto da babá.

Miina sentou no chão, de costas contra a porta, e dobrou as pernas, abraçando-as.  

Ela bocejou e ficou com os olhinhos lacrimejantes, meio fechados.

Aguardava quietinha e sonolenta, que sua babá abrisse a porta.

Estranhando, Kawaki caminhou até a menina, parando na frente dela, perguntou-a:

— Não está muito cedo para estar fora da cama?

Miina levantou a face, as pequeninas mãos se puseram nos joelhos, ela fitou a figura do irmão, sem saber decifrar se ele estava bravo ou não.

Kawaki trajava culotte negro, também de mesma cor, a casaca comprida de pontas afastadas.

O colarinho de corte reto e as mangas abotoadas, finalizando o visual, os sapatos pretos, dentro dos quais sua meia calça branca se introduzia.

Miina se perguntava se seu irmão não seria um príncipe, ele era muito bonito e possuía postura de um herói.

— Retorne para seu quarto.      

Kawaki ordenou, cansando do silêncio da menina.

Miina abaixou a cabeça, fechando os olhos com força.

Seus dedinhos espremeram sua chemise branca de linho.

A porta do quarto da babá foi aberta.

Tendo escutado a voz do filho do proprietário da casa, a Hyuuga se apressou em aparecer, já vestida.

Apresentava-se com o mesmo visual do primeiro dia na propriedade, não tinha uma grande variedade de vestimentas.

— Estou acordada, Sr. Kawaki. A Sra. Miina vem me buscar para eu levá-la de volta ao quarto, em breve, ela dorme de novo.

A perolada se justificou, sorrindo à menina que se colocou de pé.

Miina se agarrou na saia do vestido da babá que se curvou, agradando os cabelos curtinhos e vermelhinhos da pequena.

— Fala isso com propriedade. — Ele observou.

— Tornou-se um hábito de nós duas, Sr. Kawaki.

Miina puxava a saia da babá com mais força, insistindo pelo colo.

Hinata a carregou nos braços, e logo a menina descansou o rosto em seu ombro, abraçando seu pescoço com uma mão.

A babá dobrou os joelhos um momento, educadamente, dizendo-o:

— Peço licença, Sr. Kawaki.

Ele assentiu, arredando-se, saindo do caminho da Hyuuga e a assistiu levar sua irmã.

Sozinho no corredor, o filho do Uzumaki esfregou o queixo por um momento, e depois seguiu para o quarto de Menma III, indo verificar se ele já havia acordado, pois era dia de o menino acompanhá-lo durante a caça na floresta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu descreverei a aparência de Naruto quando Hinata se deparar com ele. Até lá, vamos aguardar ansiosos por esse momento. Boa noite, meu querido público.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doce Criada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.