O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 3
Segundo capitulo: Se odiando à primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos ao segundo capitulo de O noivo de natal, gostaria de agradecer a todos que colocaram a minha história nos seus acompanhamentos e favoritos, obrigada por darem uma oportunidade para essa narrativa.
E quero agradecer também a todos que lerem, mesmo que tenham comentado, espero que estejam se divertindo com esses personagens que ainda prometem muitas risadas.

Sem mais delongas, fiquei com o capitulo de hoje.



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Finalmente a tão sonhada noite de sexta-feira havia chegado, me fazendo sonhar com um final de semana totalmente preguiço regado a muita pizza e sorvete alternando entre o sofá ou a minha cama, enquanto assistia todos os meus filmes preferidos de natal, mas para que isso se concretizasse precisava passar uma boa parte da minha noite de hoje corrigindo as atividades finais dos meus alunos.

—Seja bem-vindo ao seu segundo lar, Liberdade, se bem que está mais para lar principal, garoto.- ouvi Sarah dizendo assim que abriu a porta da frente tirando a guia dele, permitindo que Liberdade pudesse entrar em nosso apartamento.

—Olha só quem chegou, seja bem-vindo, garoto. - disse sorrindo sentada na mesa de jantar deixando minhas correções de lado para ver o pastor alemão de pelos brilhantes que se alternavam entre o marrom e preto, correr em minha direção ficando em pé nas patas traseiras para que pudesse lamber meu rosto e latir, me fazendo rir diante da sua animação por me ver.

—Também estava morrendo de saudades de você, garoto. Estou pensando seriamente de não devolvê-lo para o seu dono. - segredei brincando para ele acariciando seu pelo, assim que Liberdade parou de lamber meu rosto.

—Acho bom nem cogitar essa ideia sua maluca, porque meu primo é louco pelo Liberdade e tenho certeza que o Dani seria capaz de mandar o BOPE pra resgatar o filhote dele.- Sarah aconselhou e revirei os olhos ignorando minha amiga, recebendo carinho daquele cachorro doce que não tinha a menor noção da força que possuía, chegando ao ponto de nos derrubar se não tomássemos cuidado quando pulava para nos lamber, demonstrando sua felicidade em nos ver.

—Traidor, nem parecia que eu era a sua garota favorita, antes de conhecer a Amanda. - minha amiga disse brincando fechando a porta atrás de si e mostrei a língua a ela que fez o mesmo nos fazendo rir, assim que cansou de demonstrar o quanto sentiu minha falta Liberdade saiu de cima de mim e foi ocupar o seu lugar favorito no sofá.

—Então, já teve alguma ideia para solucionar o problema do seu noivo falso? - minha amiga questionou caminhando em direção a cozinha com uma bolsa de lado azul escura pertencente a Liberdade, apoiando-a no balcão da cozinha tirando os comedouros dele, enchendo um de água fresca e o outro de ração, colocando-os em um canto da cozinha fazendo o cachorro sair correndo do sofá para beber um pouco de água fresca.

—Nenhuma. Minha cabeça está doendo de tanto pensar e não sair nada. E você, teve alguma ideia? - questionei desamparada e minha amiga suspirou com pesar, balançando a cabeça em negativo. - Deus, estou ferrada. Vou acabar tendo que contar toda a verdade e causar outro ataque do coração no meu avô.

—Ei, amiga, não perca a esperança, vou achar uma solução para os nossos problemas, pelo menos esse problema do seu noivo falso, só não perca a fé. - minha amiga jurou séria me segurando pelos ombros e concordei, antes de nos abraçarmos.

Assim que nos separamos, Sarah foi tomar um banho enquanto deixava minhas atividades de lado para começar a preparar o nosso jantar, enquanto Liberdade se deitava na entrada da cozinha acompanhando minha movimentação com o olhar, algo que ele sempre fazia quando estava aqui.

—Acho que o Liberdade só pode ser apaixonado por você. - Sarah brincou assim que parou na entrada da cozinha e olhou para o cachorro de grande porte me fazendo rir da sua brincadeira enquanto cortava um tomate.

—Tenho certeza que não faço o tipo dele, Sa.- brinquei e minha amiga deu de ombros, fazendo um carinho entre as orelhas de Liberdade por alguns instantes, se afastando em seguida dele e lavando as mãos para me ajudar com a comida.

Enquanto fazia o suco, Sarah foi arrumar a mesa e Liberdade a seguiu balançando o rabo animado, como se soubesse que iriamos almoçar seu prato preferido, carne assada, batatas gratinadas e salada.

—Nem adianta fazer essa sua carinha de coitadinho, Liberdade, Dani me proibiu de dar comida para você. E se não sabe, seu dono é bem intimidador quando quer, principalmente quando se trata do filhote. - Sarah explicou para ele que a ignorou, enquanto caminhava em direção a mesa com uma jarra de suco de goiaba gelado.

Nos sentamos a mesa e começamos a nos servir, mas assim que olhei para a carinha triste de Liberdade deitado no chão meu coração doeu, pois sabia o quanto ele gostava da minha carne assada. Mesmo sabendo que não era o certo não podia resistir a carinha dele, por isso aproveitei que Sarah estava concentrada demais na própria comida e dei um pedaço de carne para Liberdade que comeu rapidamente, me fazendo rir por ver sua animação enquanto cometíamos nosso pequeno delito em segredo.

—Esse vai ser o nosso pequeno segredo, garoto. - sussurrei suave para ele que balançou o rabo, como se concordasse em manter nosso segredo, antes de lhe dar mais um pedaço de carne assada escondido.

Assim que terminamos o nosso jantar, Sarah se ofereceu para lavar as louças e concordei aproveitando para continuar a corrigir minhas provas na mesa da cozinha. Estava finalizando a correção da ultima avaliação quando meu celular começou a vibrar em cima da mesa, desviei os olhos do papel em minhas mãos para ver a tela do aparelho gemendo em seguida, ao perceber que se tratava de uma chamada de vídeo da minha mãe.

—Que foi? Não me diga que é cobrança? - Sarah questionou preocupada virada para me ver, enquanto estava sentada no sofá ao lado de Liberdade.

—Pior, é a minha mãe...Tenho certeza que ela vai querer saber se levarei “meu noivo” para a sua renovação de votos, que será daqui a algumas semanas, lembra?

—Lembro, se não tivesse combinado em passar o final de ano com a minha família iria para a renovação dos seus pais, é melhor atender ao telefonema da sua mãe, antes que ela ache que aconteceu algo conosco. - minha amiga sugeriu e concordei respirando fundo, antes de atender ao telefonema da minha mãe.

—Oi mãe, como a senhora está? - questionei sorrindo assim que atendi a sua chamada de vídeo.

—Oi querida, que bom vê-la.  Estou bem e vocês, como estão? - mamãe questionou sorrindo assim que me viu.

Depois que meus pais se casaram decidiram fugir da vida agitada do centro, escolhendo um bairro familiar afastado para começarem a sua vida juntos e foi em um lugar assim cercada de árvores, espaço aberto e amigos que cresci. Me mudei para o centro depois que me formei no curso de pedagogia, pois ficaria melhor para me locomover para o trabalho e assim que Sarah rompeu com Rui, seu ex chave de cadeia literalmente, minha amiga me convidou para morar com ela e aceitei.

Já meu irmão mais velho, Pedro, depois que se casou decidiu comprar uma casa uma rua depois do local em que crescemos, proporcionando as minhas sobrinhas uma infância parecida com a que tivemos.

Enquanto meu irmão do meio Neto, se mudou para outro estado depois que passou em um concurso público, assumindo o cargo de Nutricionista chefe de uma famosa rede de restaurantes populares, voltando nas férias e em datas comemorativas para nos visitar.

—Estamos bem, mamãe, Sarah está mandando um beijo para você. E vocês como estão? E o vovô? Está fazendo tudo o que o médico recomendou? - questionei preocupada, pois sabia que a saúde do meu avô ainda exigia cuidados, por isso ele havia deixado de morar em sua chácara para viver com meus pais.

—Estamos bem, querida, não se preocupe com o seu avô, ele está seguindo à risca todas as recomendações médicas. De manhã, Neto o leva para dar uma volta pelo quarteirão, para se exercitar um pouco, além de estar cuidado pessoalmente da alimentação dele. - mamãe explicou e sorri, porque sabia que meu avô devia estar odiando se alimentar com comidas balanceadas e nutritivas, chamadas carinhosamente por ele de “comida papel”, pois não tinha cor e gosto de nada e seu comentário sempre nos fazia rir.

—E como o vovô está reagindo a tudo isso, mamãe? - questionei curiosa e ela sorriu, enquanto ouvíamos ao fundo meu avô reclamando, por estarem tentando envenená-lo por meio de uma comida balanceada.

—Como você mesma ouviu, filha, seu avô está odiado tudo a cada segundo e exigindo comer um belo pedaço de picanha assada na brasa, com aquela capa de gordura do jeitinho que ele gosta e não pode.- mamãe comentou triste por não poder realizar o desejo do meu avô, mas sabíamos que tudo que fazíamos era para seu bem, mesmo que tivéssemos que dizer não a ele.

—Mãe, não fique assim tenha em mente que tudo que estamos fazendo é para o bem dele, depois que os médicos o liberarem vamos fazer um belo churrasco com muita picanha assada, do jeitinho que o vovô gosta para comemorarmos.

—Tomara, querida, tudo que mais desejo é ver o seu avô bem.

—Eu também, mamãe.

—Eu sei que sim, filha, mas mudando de assunto, Amanda, só faltou você me confirmar se seu noivo virá para a renovação dos nossos votos, até a Sarah explicou que não viria porque estaria viajando com a família para passar as festas de fim de ano. E então, finalmente irei conhecer o meu genro? - mamãe questionou animada e abri a boca para dizer alguma coisa, mas nada vinha em minha mente.

—Mãe, é que ele... O meu noivo...- comecei a dizer enquanto Sarah fazia algumas mimicas malucas do sofá direcionadas a mim, que não estava entendendo nada do que minha amiga queria dizer com aquilo, fazendo-a desistir de me ajudar.

—Amanda, filha, aconteceu alguma coisa entre você e seu noivo? É por isso que sempre dá uma desculpa, para não falar sobre o relacionamento de vocês. -mamãe disse preocupada e respirei fundo, sabendo que aquela era a oportunidade perfeita para contar que não havia noivo algum, mas como a medrosa que era preferi ficar em silêncio para não magoa-la ao saber que havia mentindo e olhei par Sarah que fazia que não com a cabeça, provavelmente ela havia deduzido que estava a um passo de contar tudo.

Enquanto estava presa no meu dilema interno, me culpando pela rede de mentiras que estava criando a cada momento, Liberdade se aproximou de mim se levantando e apoiando suas patas dianteiras em meu colo, olhando curioso para a tela do meu celular onde minha mãe estava e automaticamente fiz carinho em seus pelos.

—Que cachorro lindo, filha. Não sabia que vocês haviam adotado um cão. Como ele se chama, querida? - mamãe questionou curiosa enquanto acariciava o pelo de Liberdade, agradecendo a Deus por ela ter esquecido sobre o meu noivo inexistente, pelo menos por hora.

—Ele se chama Liberdade, mamãe, infelizmente ele não é nosso é do primo da Sarah, só estamos tomando conta dele esse final de semana, porque seu dono está trabalho e esse garoto aqui não fica com todo mundo. - disse carinhosa desviando minha atenção da tela, para olhar Liberdade que lambeu meu rosto me fazendo rir.

—Ele parece gostar muito de você, querida. - mamãe apontou e concordei sorrindo.

—Acho que sim, mãe, também gosto muito dele.- disse sorrindo enquanto acariciava os pelos de Liberdade.

—Querida, sobre seu noivo...Não sei o que está acontecendo entre vocês, mas se me permiti um concelho de alguém que está com o mesmo homem a trinta e oito anos, siga o seu coração sempre, nunca o seu orgulho, porque acabará magoando ou pior, perdendo o homem que ama.

—Obrigada pelo concelho, mamãe.- disse meio incerta a ela que sorriu amorosa para mim.

—De nada, meu amor. - mamãe disse carinhosa e logo começou a me perguntou tudo que podia sobre Liberdade, me fazendo agradecer por ter entendido que não queria falar sobre meu noivo inexistente.

Nos despedimos enquanto prometia que iria para a renovação dos meus pais, antes de desligar o telefone e me odiar por não ter contado logo a verdade, acabando assim com essa tortura toda em manter uma farsa que estava com os dias contados.

Em silêncio, Sarah se levantou do sofá e caminhou em minha direção sentando ao meu lado, colocando sua mão em cima da minha enquanto Liberdade desistia de ficar em pé nas duas patas para se deitar aos meus pés sem deixar de me olhar.

—Não se preocupe, amiga, vamos dá um jeito nessa situação toda. Nem que eu tenha que me disfarçar de homem para fingir ser o seu noivo. - Sarah disse séria e sorri sem acreditar no que ela havia acabado de falar.

—Acho que não daria muito certo, amiga, mas muito obrigada por se oferecer para ser o meu noivo.

—Não precisa agradecer, amigos são para isso. - ela disse dando de ombros e sorri comovida, antes de abraça-la com carinho, dizendo o quanto a amava e ela responder o mesmo.

—Bom, vamos deixar você terminar de trabalhar, vem Liberdade, vamos para a cozinhar fazer um balde de pipoca e depois assistir nossos filmes natalinos preferidos. -Sarah sugeriu se soltando de mim e levantando da cadeira, sendo seguida de perto pelo pastor alemão que parecia bastante feliz em saber que comeria pipoca.

Me fazendo imaginar qual seria a reação de primo de Sarah, quando descobrisse que tiramos o seu cachorro da dieta alimentando-o com porcarias, mas em nossa defesa não havia como resistir aqueles olhinhos tão apelativos e pidões, além do mais o pobre coitado já havia sofrido tanto na vida que merecia alguns prazeres, mesmo que fossem longe dos olhos do seu dono.

Deixei esses pensamentos de lado e continuei a corrigir as minhas provas, assim que havia terminado tudo guardei meus matérias e me levantei da cadeira sentindo meu corpo inteiro protestar por ter ficado tanto tempo sentada, massageei meu ombro direito com a mão livre enquanto caminhava com minhas coisas em direção a sala para chamar minha amiga que estava dormindo profundamente no sofá ao lado de Liberdade.

Assim que estava acordada, pelo menos o suficiente para ir até o seu quarto sozinha, Sarah se levantou e se arrastou para o local onde dormia, enquanto desligava a televisão e levava a vasilha de pipoca para a cozinha, desligando as luzes e sendo seguida de perto por Liberdade até o corredor onde os quartos ficavam,  onde sempre dormia quando estava conosco.

Era como se dessa forma ele pudesse nos vigiar melhor, um gesto que sempre me fazia sorri e acariciar entre suas orelhas, antes de seguir para o meu quarto lhe desejando uma boa noite.

❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

Como havíamos passado o sábado inteiro dedicados a atividades com o Liberdade, que envolviam passeios no parque por locais tranquilos sem muito movimento para não deixá-lo assustado e agressivo, momentos devidamente fotografados ou visto por seu dono quando o mesmo ligava para ver o seu cachorro, decidimos que o domingo seria o dia em que ficaríamos em casa, curtindo a boa e velha preguiça já que no dia seguinte tínhamos que ir para o trabalho.

Estava no mais profundo dos sonhos, nos braços do meu ator preferido que se declarava para mim, quando escuto a campainha da minha casa tocando alucinada me fazendo gemer furiosa e colocar o travesseiro na cabeça, tentando de alguma forma abafar aquela zoada infernal, atrapalhando meu sonho maravilhoso com o gato inglês assim como meu plano de dormir até mais tarde no domingo.

Tentei me manter na cama o máximo que pude ignorando aquela zoada, tentando retornar para o meu sonho, mas se tornou impossível quando Liberdade começou a latir e uivar feito um lunático, enquanto arranhava a porta como se quisesse abri-la a qualquer custo.

Furiosa, me levantei da cama sem me preocupar de que jeito estava e caminhei para fora do meu quarto, no momento exato em que minha amiga seguia em direção a porta da frente amaldiçoando o cidadão que tocava a nossa campainha tão cedo.

—Já vai, Liberdade, só para de latir pelo amor de Deus. Não sei porque o motivo dessa festa todo, só reze para não ser o Dani ou juro que te deixo órfão se for o seu dono. - Sarah disse séria abrindo a porta da frente, antes de Liberdade correr para fora me deixando preocupada de que pudesse ter atacado o nosso visitante indesejado.

Tudo bem que o cidadão havia interrompido meu sonho com meu gato inglês e me acordado antes das oito da manhã de um domingo, mas ele não merecia ser atacado por um pastor alemão de 40 kg que sabia intimidar só pelo olhar quando queria.

Preocupada caminhei em direção a porta, parando assim que vi um homem abraçado a Liberdade na porta enquanto o animal lambia seu rosto, fazendo-o rir sem parar acariciando seus pelos com carinho.

—Oi filhote, sentiu saudades do papai? - o homem perguntou sorrindo e Liberdade latiu alto, lambendo o rosto dele em resposta me fazendo deduzir que nossa visita inesperada, só podia ser o primo da minha melhor amiga, dono do Liberdade. -É melhor entramos meu filhote, antes de acordarmos os vizinhos da Sasa.

Com cuidado, o homem se separou de Liberdade entrando no apartamento e sendo seguido de perto pelo cachorro que balançava o rabo freneticamente, latindo e pulando para chamar a atenção dele que sorria da animação do animal.

—Olha só o que trouxe para você, filhote. - ele disse se ajoelhando novamente no chão abrindo a mochila que trazia nas costas e tirando uma espécie de corda entrelaçada, fazendo Liberdade ir ao seu encontro animado recebendo um carinho do dono, antes de pegar o brinquedo de suas mãos e correr para se deitar no seu lugar preferido no sofá se entretendo com sua nova diversão, pelo menos ele pararia de rasgas as capas das nossas almofadas, pensei comigo mesma.

—Essa bagunça toda tinha que ser você, Dani. Porque não consegui chegar em um horário comum, como qualquer pessoa que não quer acordar as outras de manhã cedo ou pelo menos ligar avisando, que passaria aqui de madrugada. - Sarah disse com as mãos na cintura encarando o primo furiosa, com o rosto amassado e o cabelo em uma desordem total usando suas inconfundíveis pantufas de porquinho cor de rosa, denunciando assim que havia acabado de acordar.

—De madrugada?! São sete e meia da manhã, Sasa, liguei e mandei mensagem avisando que virei pegar meu filhote mais cedo, você que não visualizou porque estava dormindo. Além do mais, estava morrendo de saudades do meu garoto e não suportaria esperar vir em um “horário comum”. - ele se defendeu olhando para a prima se demorando em seus pés, antes de voltar sua atenção para o seu rosto sorrindo.

—Não acredito que ainda usa pantufas de porquinho cor de rosa, Sasa?! Achei que já tivesse passado dessa fase infantil. - ele disse provocando minha amiga que estreitou os olhos furiosa, antes de tirar a pantufa do pé esquerdo arremessando na direção do primo que desviou dela segurando-a nas mãos e caindo na gargalhada, deixando-a ainda mais furiosa.

—Você é um idiota, não sei nem porque ainda faço o favor de ficar com o seu cachorro. - minha amiga disse raivosa e ele sorriu suave, jogando a pantufa para a prima.

—Pelo simples fato de você amar meu cachorro e por ser o seu primo favorito. - ele disse provocando minha amiga e sorrindo de forma presunçosa, como se não tivesse dúvidas da veracidade das suas suposições, me deixando surpresa por perceber que os dois tinham muita coisa em comum, principalmente os comentários sarcásticos.

—Isso é verdade, Daniel, amo o seu cachorro e só não o roubo pra mim porque não quero ser fichada de novo, e só pra constar, você é meu único primo seu chato. Vem, vou fazer um café da manhã pra a gente, já que me acordou cedo o mínimo que posso fazer é lhe oferecer uma xicara de café quente, para queimar a sua língua seu idiota.

—Amorosa como sempre, Sasa. - o primo da minha amiga segredou brincando com ela bagunçando ainda mais o seu cabelo, fazendo Sarah empurrá-lo de leve para longe dela enquanto os dois riam e implicavam um com o outro a caminho da cozinha, até que ele parou no meio do caminho assim que me viu.

—Quem é a pequena estagiária dos sete anos, Sarah? - ele questionou desviando os olhos de mim para ver a sua prima.

E ouvi-lo me chamando de pequena fez o meu sangue ferver, porque odiava quando as pessoas se referiam a mim daquela forma, não tinha culpa se todos haviam crescido demais isso era problema da natureza e não meu.

—Escuta aqui seu abominável homem das neves, pequena e a senhora sua av...- disse furiosa apontando o dedo na cara dele, determinada a dizer umas poucas e boas para ele mas fui interrompida por minha amiga.

—Calma aí amiga, se vai xingar alguém xinga o idiota do meu primo, não a minha avó que deixou esse apartamento incrível pra mim onde moramos.

—Justo. Me desculpe, dona Ana, mas o seu neto é um baita de um cretino. - disse olhando para o teto me desculpando com a falecida avó da minha amiga, enquanto Daniel cruzava os braços me olhando sério.

—Escuta aqui pequena, a gente nem se conhece pra você sair por aí ofendendo a memória da minha falecida avó e ainda por cima me chamando de cretino.

— Graças a Deus que não nos conhecemos, de gente como você quero distância e já pedi desculpas a dona Ana, a coitada não teve culpa de ter um neto tão...- disse furiosa procurando na minha mente um nome bem ofensivo para chamá-lo, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa ele olhou assustado para trás de mim me deixando confusa.

Sem esperar, Daniel segurou minha mão direita e me puxou para trás dele me deixando totalmente confusa com a sua reação inesperada, foi quando vi por trás do seu braço que Liberdade corria a toda velocidade em nossa direção com o brinquedo que havia ganhado do dono, provavelmente querendo me mostrar a sua nova distração.

Ainda sem entender, fiz menção de sair de trás do primo da minha amiga que me impediu, me deixando confusa com seu excesso de proteção, enquanto apontava para o chão olhando com autoridade para seu cachorro, antes de falar.

— Liberdade, deitado agora. Sarah, você ficou maluca de vez?! Sabe que quando o Liberdade está com você, não pode receber visitas porque ele não gosta de pessoas estranhas. - Daniel disse severo para Sarah que revirou os olhos e imitei seu gesto.

— Por Deus, Dani, está tudo bem. Amanda não é uma visita, ela dividi o apartamento comigo a quase dois anos, você saberia se me visitasse mais, não se preocupe porque o Liberdade a adora e jamais a atacaria. - Sarah explicou e seu primo olhou para ela desconfiado, enquanto me afastava dele e chamava por Liberdade que veio em minha direção enquanto me ajoelhava para recebe-lo.

Como o bom garoto que era, ele deixou seu novo brinquedo nos meus pés lambendo meu rosto em seguida, enquanto fazia carinho entre as suas orelhas fazendo-o balançar o rabo de forma frenética me fazendo rir.

—Viu, como disse Liberdade adora a Amanda. Na verdade, acho que secretamente, o seu filhotinho é apaixonado por ela.

—E eu já lhe disse que não faço o tipo dele.- esclareci continuando meu carinho em Liberdade, enquanto minha amiga seguia para a cozinha para começar a preparar o nosso café da manhã.

—Quem é você? - Daniel questionou olhando para mim como se eu fosse um ser de outro planeta, o que me fez revirar os olhos e voltar a minha atenção a Liberdade que queria brincar comigo, usando seu mais novo brinquedo.


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Notas finais do capítulo

O que dizer do Liberdade?! Melhor cachorro do mundo.
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

Lembrando que se tiverem o desejo de ter um animal de estimação, adotem e não comprem, e sejam responsáveis com eles, pois não são objetos ou coisas, eles possuem sentimentos assim como os humanos.

Para título de informação e melhor entendimento da história:
A palavra pequena será utilizada vás vezes na história, sendo assim uma homenagem ao meu estado o Maranhão, onde usamos esse termo para chamarmos as pessoas, não só de baixa estatura, mas também como um apelido carinhoso.
Por isso pessoas pequenas ou baixas, essas autoras aqui amam vocês, não fiquem chateada com a nossa brincadeira.
Beijos e até amanhã.

❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️



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