O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 2
Primeiro capitulo: Desastre eminente


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O noivo de natal.
Espero que tenham gostado do inicio da nossa história, se preparem porque hoje teremos o primeiro capitulo.
Desejo que possam se divertir com essa história a cada capitulo.

Beijos e boa leitura.

Ps: Para quem já leu o prólogo ontem, deem uma nova olhada nele porque inseri um banner nele.



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—Dessa vez realmente você se superou, Amanda Nunes. O que diabos tinha na cabeça para mentir desse jeito para o seu avô moribundo? - Sarah questionou severa me olhando com seus olhos azuis claros, frios como uma pedra de gelo, e me encolhi por reflexo no sofá do apartamento em que dividíamos, enquanto minha amiga estava de pé no meio da sala de braços cruzados iluminada pelas luzes da nossa árvore de natal, o que lhe deixava ainda mais assustadora.

Sarah e eu nos conhecemos no curso de Pedagogia, desde o primeiro dia nos tornamos inseparáveis e passamos por todas as dificuldades juntas, permitindo que nossa amizade durasse mesmo após o termino dos estudos e sabia que continuaríamos assim até o nosso último dia de vida.

—Eu estava desesperada, Sarah...Meu avô estava morrendo e queria de alguma forma deixa-tranquilo, sabendo que iria realizar o seu grande sonho em me ver noiva. - expliquei e minha amiga me olhou sem acreditar.

—Noiva de quem criatura?! Pelo que sei, desde a universidade que você não sai com ninguém. Seu último namorado foi aquele idiota, que nem te deixava falar direito o que queria em um jantar e ainda por cima, segundo você mesma, era péssimo na cama. - minha amiga disse relembrando o pior relacionamento que já tive na vida, o qual fazia questão de esquecer.

—Tá legal, não precisa ficar jogando meus fracassos amorosos na minha cara, já sei disso tudo. Porque acha que decidi focar apenas na mina carreira?! Porque não dou sorte no amor, além do mais, você mais do que ninguém deveria me entender ao em vez de ficar me julgando, se não sabe já estou fazendo isso sozinha. -apontei magoada para minha amiga que suspirou resignada, antes de se sentar ao meu lado me olhando nos olhos.

—Me desculpe, você tem toda a razão. Não posso te julgar por ter recorrido a uma ideia louca, quando tudo que queria era deixar o seu avô em paz, se estivesse no seu lugar teria feito o mesmo. Além do mais, prometemos jamais julgar as ações uma da outra e sempre ficarmos juntas não importasse a situação, pois a sociedade já condena as mulheres e as separa por si mesma. - Sarah disse suave e concordei agradecida por minha amiga ter entendido minhas razões, mesmo sabendo que havia feito algo errado. - Bom, agora que seu avô está bem, seria melhor se dissesse que terminou o noivado, porque percebeu que o tal noivo não era a pessoa certa com quem quer passar o resto da sua vida...Aquela velha desculpa de sempre, para não admitir que foi guiada por uma loucura de momento.

—E acha que não já tentei dizer isso?! Desde que inventei essa história maluca de noivado, tento concertar minha mentirinha do bem, mas sempre que toco nesse assunto meu avô e todos da minha família, falam o quanto estão ansiosos para conhecer meu futuro marido e acabo perdendo a coragem, diante da felicidade deles. Não quero vê-los de coração partido quando souberem que menti, mesmo que tenha sido por uma boa razão. Meu Deus, o que é que vou fazer agora, Sarah?! Como vou resolver essa confusão toda na qual me meti?!- gemi desesperada escondendo meu rosto em minhas mãos, enquanto apoiava meus cotovelos nos joelhos, pois sabia o quanto minha família ficaria desapontada comigo quando soubesse a verdade.

—Espera aí um pouco, amiga, achei que só o seu avô soubesse da mentira? - Sarah questionou confusa e balancei a cabeça negando.

—Eu também achava, mas pelo que parece assim que saiu do hospital, vovô contou pra todo mundo que vou casar. Agora todos querem saber sobre meu noivo e não sei mais como evitar qualquer pergunta sobre ele, mamãe faz questão de deixar claro todas as vezes em que nos falamos que não abrirá mão de conhecer o futuro genro durante as festividades de fim de ano, já que sempre dou uma desculpa quando se trata do meu noivo.

—Espera aí, Amanda. Deixa ver se eu entendi direito essa história, seu avô passou mal no final de outubro e estamos na primeira semana de dezembro...Se compreendi bem, essa sua mentira já tem quase dois meses?! Não acredito que escondeu essa confusão toda de mim?! Achei que fossemos amigas, que confiávamos uma na outra. -Sarah disse ofendida e gemi angustiada, segurando suas mãos nas minhas, não queria que minha amiga ficasse magoada comigo porque precisava dela mais do que nunca agora.

—E eu confio, Sarah, você é a minha melhor amiga, só não queria te trazer ainda mais preocupações, ainda mais depois de todo inferno que passou por causa do bandido do Rui. Só estava tentando protegê-la, no momento em que estava mais frágil...Pode, por favor, me perdoar por ter mentindo. - implorei olhando em seus olhos azuis e Sarah concordou, antes de nos abraçarmos com carinho. - Prometo, nunca mais mentir para você. Eu te amo muito, amiga.

—Eu também te amo, amiga e espero sinceramente que essa seja a última vez que minta pra mim. Agora, temos que pensar em como tirá-la dessa confusão toda. - Sarah disse e concordei antes de nos separarmos, ficamos em silêncio por alguns instantes pesando em como poderíamos resolver a confusão na qual havia me metido.

—Sinto muito amiga, mas não tem outra alternativa, você vai ter que contar a verdade para sua família. - minha amiga decretou e neguei com a cabeça.

— Fora de cogitação, Sarah. Seria decepção demais para o meu avô e para todos da minha família, saberem que menti desse jeito. - disse séria e minha amiga concordou, antes de ficarmos em silêncio novamente, tentando achar outra solução milagrosa para o meu dilema.

Assim que vi o sorri largo no rosto de Sarah, anunciando que havia tido uma grande ideia comecei a temer sobre o que sairia da sua mente criativa. Porque sempre que minha amiga tinha alguma ideia maluca, alguém acabava indo parar no pronto socorro mais próximo.

A sua última “ideia brilhante” da qual me recordava vagamente, foi quando uma Sarah muito beba sugeriu a outra Amanda pra lá de bêbada, que descesse pelas dunas que haviam atrás da casa de praia onde estávamos comemorando seu aniversário e claro que topei, afinal uma pessoa bêbada não tinha noção do perigo.

E foi assim que ganhei uma cicatriz suave no queixo, depois que me desequilibrei da prancha e cortei meu queixo em uma pedra, ganhando três pontos como recompensa para a minha aventura inconsequente.

—Há não, odeio quando você dá esse sorriso...Sempre que isso acontece acabamos no pronto socorro. - declarei e minha amiga revirou os olhos de forma teatral me fazendo rir.

—Aquilo foi só uma vez, além do mais estávamos muito bêbadas para termos noção de algum perigo, mas dessa vez será diferente porque tive uma ideia incrível que acabará com o seu problema. -ela disse eufórica, como se fosse a própria mulher maravilha, enquanto a olhava temerosa.

—Tudo bem, o que tem em mente? - questionei sabendo que não adiantava em nada ignorar que Sarah havia tido outra das suas várias ideias malucas, porque no fim ela acabaria me convencendo de coloca-las em prática, pelo menos dessa vez estávamos em plena consciência de nossas faculdades mentais, sem qualquer tipo de influência de alguma bebida, pelo menos era o que esperava da parte da minha amiga.

—Na verdade a ideia não é minha, apenas me lembrei de um livro que li quando fiquei presa... A melhor amiga da protagonista teve a mesma ideia, então quem sabe não possamos utilizá-la?! Pode funcionar na vida real também.

—Tá legal, que ideia é essa? - questionei olhando desconfiada para a minha amiga, me perguntando se não deveria leva-la para um exame com um neurologista, porque era muita loucura ela me sugerir usar a ideia de um livro.

—Que tal se colocássemos um anúncio no jornal da cidade, dizendo que você quer contratar alguém para fingir ser seu noivo durante as festas natalinas. Recompensado o escolhido para a vaga, com uma bela quantia em dinheiro. - minha amiga disse animada com sua sugestão e pisquei chocada, diante da sua solução maluca.

Dessa vez era oficial, Sarah havia enlouquecido pra valer.

—Você ficou doida, Sarah Souza?! Não posso simplesmente colocar um anúncio contratando um noivo para o natal, por dois motivos. Primeiro, porque isso é uma tremenda loucura e podemos atrair um psicopata, que acabaria nos matando e jogando nossos corpos na primeira vala disponível da cidade, isso se ele não fizer picadinho da gente e colocar no congelador dele por anos. E segundo, com que dinheiro vamos pagar alguém para fingir ser o meu noivo?! Esqueceu que investimos tudo que tínhamos na viagem de férias para o Caribe, estamos literalmente zeradas, amiga.

—Ah, ainda tem isso...- Sarah disse com pesar e a olhei desconfiada, sabendo na hora que minha amiga estava escondendo algo.

—Como assim “Ah, ainda tem isso...”, o que foi que aconteceu com a nossa viagem, Sarah Souza? - questionei séria e minha amiga suspirou se levantando do sofá, ficando em pé na minha frente e respirando fundo, como se estivesse se preparando para me contar algo terrível.- Deus, você está começando a me assustar, mulher, fala logo de uma vez.

—Não fica chateada, comigo amiga, tudo que espero é que mantenha em mente que não te contei nada porque estava te poupando de uma crise de raiva. Afinal, você já estava desesperada por causa do seu avô e não precisava de mais uma dor de cabeça...

—Sarah, deixa de enrolar e me conta logo o que aconteceu. - exigi saber a verdade e minha amiga respirou fundo, voltando a falar.

— Sabe a agência de viagens, na qual compramos aquele pacote incrível de férias para o Caribe...- ela começou devagar e balancei a cabeça concordando. - Pois é amiga, ela era de fachada, estava sendo usada para roubar o dinheiro das pessoas. Só soube disso mês passado quando o Dani, aquele meu primo que é delegado, me ligou contando que meu nome estava na relação dos clientes vítimas da quadrilha que ele havia acabado de prender. Me desculpe amiga, se estamos nessa situação a culpa toda foi minha, afinal, fiquei responsável em achar a agência de turismo para comprarmos o pacote de viagem das nossas férias. -Sarah se desculpou e gemi desolada, cobrindo novamente meu rosto com minhas mãos.

Isso só podia ser castigo divino, por causa da mentira que contei ao meu avô.

Não podia acreditar que havíamos perdido uma pequena soma em dinheiro, fruto de muito trabalho, economia e a venda do nosso carro, para entregar tudo de mão beijada para um bando de picaretas. Como pudemos ser tão cegas, meu Deus?!

Se bem que pensando melhor, o pacote de um mês no Caribe naquela agência estava muito mais em conta do que nas outras, o que por si só já devia ser um motivo para desconfiarmos, mas estávamos empolgas demais diante das promessas de paz e sossego do agente de fala mansa, para percebermos que estamos caindo em um golpe.

—Você deve estar querendo me matar agora, não é? - Sarah questionou preocupada e tirei as mãos do meu rosto para olhar minha amiga, totalmente arrependida por ter nos mentido nessa confusão.

—E do que te matar vai me trazer de bom, Sarah?! Se fizer isso, seu primo delegado vai ser capaz de me caçar até o fim do mundo e além do mais, eu te amo sua louca, sentiria muita falta das suas ideias mirabolantes.

— Eu também te amo, Amanda. Não se preocupe, porque meu primo prometeu que vai prender o chefe da quadrilha e descobrir onde foi parar o nosso dinheiro. Pode confiar no Dani, ele é muito bom no que faz.

—Espero sinceramente, Sarah, que seu primo encontre esse bandido e o nosso dinheiro antes de mim, porque se algum dia esbarrar com o cretino que nos enganou, sou capaz de cometer uma loucura e acabar na cadeia.- disse furiosa para a minha amiga, ainda sem acreditar que havíamos perdido todas as nossas economias, sem falar do outro problema que envolvia meu noivo imaginário.

—Não fica assim, amiga, vamos resolver tudo isso você vai ver. Ainda vamos sorrir muito disso, prometo. - Sarah disse me abraçando de lado e sorri sem humor, porque não conseguia ver uma luz no meio de tanto caos no qual estávamos mergulhadas agora.

—Acho bom, Sa, porque nesse exato momento não consigo rir de nada disso que está acontecendo. - disse desamparada e deitei a minha cabeça no ombro da minha amiga, recebendo um carinho nos meus cabelos cacheados.

Enquanto olhava para a nossa árvore de natal, pedi a Papai Noel que me desse de presente esse ano uma solução milagrosa para os nossos problemas, se bem que nem adiantaria apelar para o bom velhinho já que depois da minha mentira, provavelmente devia estar na lista das crianças que não receberiam presentes esse ano.

 

 ❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

 

—Não vou cuidar do seu cachorro esse final de semana, Dani. Da última vez que o Liberdade ficou na minha casa ele destruiu o pé da minha mesa de centro. - Sarah disse séria ao celular assim que apareci na cozinha para fazer o nosso café no dia seguindo, revirando os olhos por ouvir mais uma vez o mesmo discurso da minha amiga, dizendo que não ficaria com Liberdade, mas no fim, ela sempre tomava conta dele. -Lembro muito bem que me pagou uma mesa nova, mas isso não quer dizer que sempre estarei disponível para ser a sua babá canina, Dani, se não sabe tenho uma vida e gosto de aproveitá-la, ao contrário de você que ama ficar nessa delegacia até nas suas férias.

Assim que a cafeteira sinalizou que havia terminado seu processo, coloquei o café na garrafa térmica fechando-a em seguida, antes de arrumar a mesa enquanto os dois continuavam ao telefone até Sarah concordar em ficar com Liberdade, enquanto o primo provavelmente daria mais um plantão dobrado na delegacia que trabalhava.

Mesmo sendo amiga de Sarah a quase sete anos e já estarmos morando juntas a dois, nunca havia conhecido pessoalmente seu primo mais velho, o famoso dono do Liberdade, pois todas as vezes em que seu cachorro vinha ficar conosco era sempre  minha amiga que o buscava em sua casa ou na porta do nosso prédio, quando seu dono desviava alguns minutos da sua correria habitual para o trabalho, deixando ou buscando seu fiel amigo de quatro patas em nossa casa.

—Tá legal, vou ficar com o Liberdade nesse fim de semana, mas saiba que a conta de favores que está me devendo só aumenta, Dani. Um dia, quando cobrar não poderá dizer que não e ai de você se disser que não, priminho. - minha amiga avisou ao telefone, antes deles combinarem um horário para Liberdade vir ficar conosco desligando o telefone depois que se despediu do delegado.

—Não sei porque toda vez que seu primo pedi para que fique com o Liberdade, você diz o mesmo discurso quando sabe que no fim, acabará cedendo. - disse confusa arrumando a mesa e minha amiga deu de ombros.

—Pro meu primo saber que tenho uma vida e que nem sempre posso estar disponível para cuidar do cachorro dele, por mais que ame o Liberdade. Aceito cuidar dele, porque o coitado já sofreu tanto na vida merece estar cercado de todo amor do mundo, também é complicado para meu primo arrumar uma babá para o Liberdade, são poucas as pessoas em que ele confia. No geral, Liberdade não gosta de pessoas estranhas, fica agressivo e acaba atacando-as, pelo menos era assim até ele te conhecer...- minha amiga explicou me olhando com curiosidade e dei de ombros.

Ainda me lembrava do dia em que cheguei de surpresa no apartamento de Sarah, semanas depois dela ser solta, para lhe pedir um livro emprestado pois precisava escrever um artigo e fui entrado sem cerimônia dando de cara com o pastor alemão, deitado no sofá de forma confortável ao lado da minha amiga.

Assim que perceberam minha presença, Sarah ficou pálida feito uma folha de papel em branco, enquanto o cachorro corria em minha direção fazendo-a despertar de seu transe para gritar um comando a ele que não obedeceu, pulando em cima de mim e lambendo meu rosto todo me fazendo rir, deixando minha amiga  perplexa diante da reação inesperada dele.

Só depois, Sarah me explicou que Liberdade havia sido adotado por seu primo em um abrigo, onde animais que foram vítimas de maus tratos eram atendidos e acompanhados até estarem prontos para serem adotados, dessa vez por pessoas que pudessem lhes proporcionar todo amor e carinho que não tiveram com seus primeiros donos.

—Você me disse isso. Mas o que o seu primo fez pelo Liberdade, não tem preço, Sarah. Não são muitas as pessoas que fariam a mesma coisa, adotar um animal adulto que passou por maus tratos é um ato de amor e coragem.

—Isso é verdade, Dani pode não admitir, mas tem o coração do tamanho do mundo, um verdadeiro doce de pessoa. Ele só banca o durão e intimidador, porque deve fazer parte da posição que ocupa, mas quando você o conhece de verdade vê o quanto é diferente do que tenta aparentar.

—Se você diz...Que tal tomarmos nosso café logo, se não perderemos o ônibus. - sugeri e minha amiga concordou, antes de terminamos de arrumar a mesa e seguirmos para nossos quartos nos arrumando para mais um dia de trabalho.


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Notas finais do capítulo

Com uma amiga como a Sarah, é garantia de pronto socorro na certa.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Espero que tenham gostado do capitulo de hoje.
Leitores fantasmas apareçam, adoraria saber suas impressões sobre a história.

Beijos e até amanhã, gente.
❤️❤️❤️❤️



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