O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 20
Décimo nono capitulo: Dia em família


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O noivo de natal.
Espero que todos estejam se divertindo e se emocionando, com essa narrativa natalina que estou amando escrever.
Desde já quero agradecer a todos que adicionaram a minha história nos favoritos e acompanhamentos, a todos que comentaram e aqueles leitores fantasmas também, os quais estou ansiosa para saber o que estão achando da reta final de O noivo de natal.

Sem mais delongas, boa leitura.



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O domingo, no dia seguinte as bodas dos meus pais, havia amanhecido quente e abafado ideal para um dia na piscina acompanhado de um belo churrasco, algo que sempre fazíamos quando estávamos juntos e principalmente após o aniversário de casamento dos meus pais.

Era nossa forma de comemorar, uma data tão importante para a família de forma mais intima, onde poderíamos jogar conversa fora, comer, brincar e nos divertir na companhia do outro, já que as responsabilidades do mundo adulto, o tempo corrido e diversificado de todos, acabava nos mantendo longe fisicamente.

—Tio, sabia que o Liberdade fez um monte de amigos na praia? Que incluem humanos e cachorros. - ouvi uma voz de criança dizer assim que sai do banheiro já devidamente arrumada, para o meu dia na piscina ao lado da minha família.

—Não me diga, Davi?! E ele se comportou na presença de outras pessoas e cachorros? - Daniel questionou para a tela do telefone sentado na poltrona que havia perto da janela, enquanto conversava por vídeo chamada com seu sobrinho mais novo, que estava com a família na casa de praia que pertencia ao meu noivo.

—Sim, tio, Liberdade se comportou como cavalo. - ouvi Davi dizer seguro e Daniel sorriu, enquanto tentava entender o que seu sobrinho estava dizendo.

—É cavaleiro, Davi. E a mamãe está te chamando para recolher seus brinquedos da sala, antes que ela doe tudo. - outra voz levemente grave disse ao telefone, enquanto observava a conversa de Daniel sem fazer barulho, temendo atrapalhar seu momento em família.

—Tudo bem, já tô indo. Beijo tio Dani, espero que o papai noel ache o senhor aí, para lhe entregar o seu presente. -ouvi Davi dizer inocente do outro lado da linha, fazendo Daniel sorrir carinhoso para o sobrinho.

—Beijo, meu amor. E não se preocupe, tenho certeza que o papai noel vai me achar. Agora passe o telefone para o seu irmão, querido, e vá recolher os seus brinquedos antes que sua mãe os doe. - Daniel disse amoroso para a tela do celular, me fazendo perceber o quanto ele amava seus sobrinhos e sentia falta deles.

—Tudo bem, titio, já tô indo. Vou dizer pra mamãe que ela não pode doar os meus brinquedos, porque já doei os que não brinco mais, como todo ano esse é o nosso acordo. Beijo de novo, tio Dani.

—Beijo, Davi. - Daniel disse suave dando tau para o seu sobrinho mais novo.

—Quando o senhor volta, tio? -a outra voz levemente grave questionou esperançosa e Daniel respirou fundo, antes de voltar a falar.

—Só depois do dia primeiro, Bê. Lembra que expliquei tudo para vocês, quando tivemos nosso final de semana em família, no final de semana passado?

—Lembro tio Dani, mas achei que o senhor estaria aqui para a nossa ultima partida de futebol do ano, como sempre fazemos. O senhor jamais perdeu uma, nem mesmo depois de trabalhar o dia todo na delegacia. - a voz disse chateada do outro lado da linha e Daniel respirou fundo, provavelmente procurando uma forma de explicar a situação para o sobrinho mais velho.

—Bê, você sabe que te amo, não sabe? Sabe que se pudesse, estaria aí para a nossa última partida de futebol do ano, mas dessa vez preciso estar ao lado da Amanda aqui. Prometo, meu querido, que assim que voltar teremos a nossa partida de futebol. Quem sabe, não podemos fazer uma tradição nova?! Jogando a nossa primeira partida de futebol do ano?!- Daniel sugeriu tentando animar o sobrinho.

—Quem sabe...Essa sua noiva mal chegou e já está roubando o senhor de nós...Destruindo as nossas tradições de fim de ano. -o sobrinho de Daniel disse com raiva e me senti realmente culpada, por estar afastando-o da família em um momento em que todos queriam ficar perto um dos outros.

—Bernardo, isso não é jeito de falar da Amanda. Ela não está me roubando de vocês e muito menos destruindo nossas tradições de fim de ano, a escolha de vir foi minha e peço que respeite isso. -meu noivo disse sério olhando para o telefone, esperando pela resposta de seu sobrinho.

—Tudo bem, o senhor é quem sabe. Preciso desligar, porque vou ajudar a tia Sarah com as luzes de natal. - Bernardo disse indiferente e Daniel abriu a boca para dizer algo, mas a fechou rapidamente como se tivesse pensado melhor e desistido do que iria falar.

—Tudo bem, mande um beijo para todos por mim. Diga a seus avôs, que mais tarde ligo para eles. E Bernardo, posso estar longe mais ainda continuo te amando assim como a todos da nossa família, lembre-se sempre disso. -meu noivo disse amoroso para o sobrinho que nada disse, antes de desligar a ligação.

Daniel ficou olhando para o celular em silêncio, como se esperasse que o mesmo começasse a tocar novamente e fosse Bernardo, mas nada aconteceu.

—Ótimo, agora meu sobrinho está me odiando. - meu noivo sussurrou suave para o telefone, antes de fechar os olhos e respirar fundo.

—Me desculpe, Daniel. - disse baixo ainda em pé perto da porta do banheiro, culpada pelo desentendimento que ele teve com sobrinho, logo meu noivo abriu os olhos e virou para me ver.

Com cuidado, Daniel deixou o celular em cima da poltrona em que estava sentado e veio até mim, segurando minhas mãos nas suas enquanto me olhava nos olhos.

—Não precisa me pedir desculpas por nada, pequena. Você não fez nada de errado. - Daniel assegurou e balancei a cabeça negando, pois estava tão feliz e realizada por estar em um relacionamento com um homem incrível, que queria apresentá-lo para toda a família no natal, não pensando em como seria para a família do meu noivo, não tê-lo por perto nessa época do ano.

—Preciso sim, seu sobrinho tem razão. Não devia tê-lo roubado da sua família, muito menos destruir suas tradições. - disse culpada e Daniel negou com a cabeça, antes de enxugar minhas lágrimas com carinho.

—Você não está me roubando da minha família, Amanda, muito menos destruindo nossas tradições. Todos sabem o quanto a amo e o quanto desejei estar aqui agora, eles me apoiaram desde o primeiro instante, quando disse que estava apaixonado por você e que iria passar as festas de fim de ano com ao seu lado. Não ligue para o que Bernardo disse, ele não quis te ofender e muito menos magoá-la, meu sobrinho está no início da adolescência, a fase que os adultos odeiam, porque começam a surgir os questionamentos a autoridade e a rebeldia.

—Daniel, odeio admitir mais seu sobrinho tem razão. Você devia estar com a sua família, cercado pelas pessoas que ama...- comecei a dizer e ele soltou minhas mãos, para segurar meu rosto com carinho, olhando no fundo dos meus olhos.

—E quem disse que não estou com alguém que amo?! Sou completamente apaixonado por você, pequena. Se estivesse com a minha família agora, não conseguiria ficar por inteiro com eles, porque passaria o tempo todo pensando em você. Pra mim, não existe outro lugar que queira estar agora que não seja aqui com você. -Daniel disse sincero e sorri emocionada para ele, abraçando-o com força e fechando os olhos, para sentir o cheiro do seu perfume incomum que tanto amava.

—Eu te amo, Daniel....Meu abominável homem das neves. - sussurrei em seu peito de olhos fechados e ele me abraçou mais forte, antes de beijar o alto da minha cabeça.

—Eu te amo, Amanda...Minha pequena. - ele sussurrou carinhoso em meus cabelos enquanto permanecíamos ali abraçados, envolvidos no cheiro e no calor do outro desfrutando de um mundo só nosso, onde nosso amor só crescia e se fortalecia com o passar dos dias.

❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

—Até que fim, os pombinhos resolveram sair do quarto. - meu irmão Neto disse alto assim que apareci de mãos dadas com Daniel na área da piscina, onde todos já desfrutavam da companhia dos nossos familiares.

—Deixa de ser implicante, Neto, e vai ajudar o seu irmão e o seu pai com o churrasco, porque seu avô precisa almoçar no horário. - mamãe disse séria colocando uma jarra de suco de acerola gelada em uma mesa devidamente posta, com várias travessas contendo acompanhamentos variados para o churrasco.

—Porque a senhora sempre me manda fazer as coisas mais chatas, mãe?! - Neto reclamou suave para a nossa mãe que colocou as mãos na cintura, olhando séria para ele.

—Porque você é um chato reclamão, agora vá fazer o que mandei. - mamãe disse e meu irmão revirou os olhos, caminhando resignando em direção a churrasqueira onde nosso pai e irmão mais velho estavam, arrumando tudo para ascender o fogo.

Sem cerimônia, mamãe virou para nós com um sorriso divertido nos lábios, um que conhecia muito bem e que temia, pois ela tinha o dom de constranger as pessoas quando queria só espero que esse não fosse um desses momentos.

—E então, Daniel, o que achou da festa de ontem? Tenho quase certeza que deve ter adorado, pois pelo que vi em alguns momentos, você estava bem à vontade com todos, especialmente com a minha filha. Vi várias vezes os dois trocando carinhos e beijos muito apaixonados, diga-se de passagem. -mamãe disse maliciosa olhando para meu noivo que corou de leve, fazendo-a rir suave. - Não precisa ficar com vergonha, meu filho, demonstrar que amamos alguém é o ato mais lindo que existe no mundo. E pelo que vocês demonstraram ontem, estão mais do que apaixonados e comprometidos com o outro...Agora, só me resta aguardar ansiosa, a chegada dos meus netos.

—Mamãe. - disse repreendendo-a, enquanto ela dava de ombros saindo da nossa frente, deixando meu noivo muito mais corado do que ele já estava com o seu comentário inicial. - Me desculpe pela minha mãe, ela tem o dom de deixar as pessoas sem graça, Daniel.

—Tudo bem, não é como se não estivesse me acostumando com isso, afinal, a filha dela é igualzinha. - Daniel segredou e fiquei surpresa diante da sua piada, fazendo-o rir da minha reação. - Pode admitir, pequena, foi uma boa piada, não foi?

—É... Pode-se dizer que não foi ruim, posso te dar um sete e meio pela tentativa.

—Sete e meio?! Essa piada foi incrível, pequena. - Daniel brincou sorrindo e neguei com a cabeça sorrindo.

—Não mesmo. Você pode ter múltiplos talentos, mas contar piada não é o seu forte, Daniel Souza. -segredei brincando fazendo-o revirar os olhos me fazendo rir.

—Só está dizendo isso pequena, porque tem medo que roube o seu lugar de piadista.

—Você?! Não mesmo. -disse rindo implicando com ele, antes do meu avô se aproximar e nos olhares de forma curiosa.

—Vocês dois ficam muito bem juntos, meus parabéns, mas qual é o motivo de tanto riso? - meu avô questionou suave nos olhando de forma curiosa.

—Obrigada, vovô e não é nada demais, só uma piada interna nossa. - expliquei suave e ele balançou a cabeça concordando.

—Entendo, é bom que um casal tenha piadas internas, isso só fortalece ainda mais o companheirismo entre você. Só vim incomodá-los, porque gostaria de saber se a minha neta poderia me “emprestar” seu o noivo por alguns instantes?! Para jogarmos a nossa tão sonhada partida de xadrez. Isso se Daniel, concordar é claro. - meu avô pediu suave olhando para nós e concordamos.

—Claro João, seria um prazer jogar com você, mas peço que tenha paciência comigo, porque faz um bom tempo que não jogo.

—Que isso meu rapaz, o que aprendemos jamais esquecemos. Não se preocupe, porque não vou fazê-lo passar muita vergonha na frente da sua noiva. - meu avô brincou suave nos fazendo rir.

—Muito bom, saber disso, João. -Daniel segredou sorrindo para meu avô, antes de voltar sua atenção a mim. -Tudo bem, se for jogar um pouco com o seu avô? Prometo que depois disso, serei todo seu.

—Tudo bem, pode ir. Vou ficar com as minhas primas, tomando sol na beira da piscina. Boa sorte, abominável homem das neves, porque irá precisar de for jogar com o vovô. -segredei para o meu noivo que sorriu, antes de me dá um beijo e se afastar ao lado do meu avô, ambos começando uma conversa animada sobre jogadas de xadrez.

Assim que os dois se afastaram, caminhei em direção as minhas primas, Carolina e Laura, que estavam deitadas em espreguiçadeiras dispostas na beira da piscina, tomando sol e sorrindo sobre algo que não conseguia ouvir de longe.

—Será que posso me juntar a vocês? - questionei indicando com a cabeça a espreguiçadeira vazia ao lado de Laura.

—Claro que pode, prima. Estávamos aqui comentando sobre a festa de ontem...Principalmente, sobre o fora de classe, que seu noivo deu no idiota do nosso vizinho. -Carolina segredou sorrindo e Laura concordou.

—Sim, Hugo e eu vimos isso tudo de camarote, pois estávamos perto da mesa de você. Jurava que Daniel ou até mesmo você, iriam acabar tirando aquela posse da cara do Tadeu com um soco. Até hoje, não consigo entender o que viu naquele cara pra ficar com ele, todas as vezes que víamos para cá e ainda perder sua virgindade com ele. - Laura disse sem entender e concordei.

—Sinceramente, nem eu sei como pude ficar com aquele idiota. Se arrependimento matasse, estaria morta agora. - disse sincera olhando para as minhas primas e Laura se levantou da espreguiçadeira em que estava vindo se sentar ao meu lado e segurar minhas mãos me olhando nos olhos.

—Não seja tão dura consigo mesma, você era tão jovem na época. Todos nós temos a nossa parcela de erros para nos arrepender, mas é a forma que utilizamos tais erros que conta. Utilize seus erros, como aprendizados para não repeti-los. Apenas esqueça suas falhas no passado, aproveitei o presente que a vida te deu agora, que é um relacionamento legal com um cara incrível. - minha prima me aconselhou e concordei sorrindo agradecida a ela.

—Vou aproveitar, prima, obrigada pelo conselho.

—De nada. - Laura disse suave e olhei para onde Daniel estava, sentado a sombra de árvore em frente ao meu avô, encarando um tabuleiro de xadrez de forma concentrada, antes de mover uma peça. -Agora, vamos deixar os concelhos de lado e vamos para algo mais sério. Agora que você e Daniel estão noivos, quero saber se realizaram os cinco passos para a felicidade matrimonial da vovó Cecília?

—Como é que é Laura?! Nunca ouvi falar disso. - disse confusa virando para ver minhas primas que me olharam chocadas, como se tivesse cometido um erro imperdoável sem ter ideia do que era.

—Como assim você nunca ouviu falar nisso, Amanda?!-Carolina questionou chocada com a minha revelação. -Esse ritual está a gerações na família da nossa avó, todos os casais que fizeram, sem exceção, foram felizes e se amaram até o ultimo dia de suas vidas.

—Isso é apenas crendice, Carol.

—Claro que não é, Amanda. Fiz os cinco passos para a felicidade matrimonial da vovó Cecília, antes de me casar com o Hugo e somos felizes até agora. Nossos avôs o fizeram e foram feliz até o ultimo dia de vida da nossa avó, seus pais fizeram e estão juntos até hoje. A única exceção foram os meus pais, e o casamento deles acabou em um mar de traições e disputas no tribunal. É esse o destino que deseja para a sua relação com o Daniel? - Laura questionou séria e a olhei sem acreditar nenhum pouco naquela história.

—Até eu que estou de casamento marcado com o Eduardo para daqui a três meses, fiz os cinco passos para a felicidade matrimonial da vovó Cecília, porque nunca é demais ter toda boa sorte do mundo em uma nova fase da sua vida. - Carolina explicou suave e fiquei balançada sobre esse ritual familiar, porque parecia que todas as mulheres da minha família ou que iam entrar nela o realizava, e tinha que concordar com a minha prima que não custava nada apelar para um pouquinho de boa sorte, numa nova fase da sua vida.

—Tudo bem, se vocês dizem que é tradição de família, vou conversar com o Daniel para saber se ele concorda em fazer esse ritual comigo. -disse vencida deixando as duas felizes por ouvi-las.

—Que bom que reconsiderou prima, tenho certeza que Daniel aceita fazer a nossa tradição familiar. Afinal, ele te ama e quando estamos apaixonados, fazemos de tudo por quem amamos. - Laura disse sorrindo e Carolina concordou, enquanto respirava resignada.

—É o que espero, Carol esqueci de perguntar antes, porque seu noivo não veio ficar conosco no fim de ano? - questionei e minha prima suspirou saudosa, provavelmente pensando em seu noivo Eduardo.

—O Dado não conseguiu mudar a escala de trabalho no aeroporto com os outros pilotos, por isso teve que ficar na cidade trabalhando esse fim de ano, mas o importante é que poderemos ter uma lua de mel de dois meses, por causa das férias e licenças vencidas do meu noivo.- minha prima Carol, disse feliz em saber que teria o noivo por um bom tempo depois do casamento.

—Fico feliz por você, prima, sei o quanto desejava ter uma lua de mel mais longa. E sobre os cinco passos para a felicidade matrimonial da vovó Cecília...O que seria realmente isso? - questionei curiosa para as minhas primas, que se entreolharam antes de me explicarem tudo que envolvia esse ritual familiar.

❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

Depois de um dia agradável e agitado com a minha família, no qual meu avô literalmente roubou meu noivo de mim para jogar xadrez, pode finalmente ficar no meu lugar preferido recém-descoberto. Que era estar deitada na cama aconchegada nos braços de Daniel, recebendo carinho em meus cachos sem parar, enquanto sentia o perfume que tanto amava do meu noivo.

—Achei que meu avô nunca mais fosse devolvê-lo pra mim. Sabia que senti muito a sua falta, a tarde toda? - questionei carente no peito de Daniel, antes dele me abraçar mais a si e beijar meus cabelos com carinho.

—Não sabia que minha noiva, ficava tão carente quando não estou por perto.

—Fico, amo sua companhia. Além do mais, com quem iria implicar e recomeçar um novo jogo?! Ninguém na minha família entendi meu senso de humor, só você, abominável homem das neves.

—Sorte a minha. Sabe o que me lembrei amor, de que fiquei de ensiná-la a dar um soco decente. Então, estaria disposta a aprender agora?

—Mais é claro. - disse animada me sentado na cama fazendo Daniel sorrir surpreso da minha animação, antes de se sentar também.

—Tudo bem, vou lhe explicar passo a passo, antes de irmos para a prática, pequena. De acordo?

—Claro. - disse séria e logo Daniel começou a me explicar e demonstrar o passo a passo do que deveria fazer, para dá um soco decente utilizando meu punho para me defender de um ataque frontal, sem me machucar no final.

Após alguns minutos de explicação, meu noivo pegou um dos travesseiros que havia na cama segurando-o na frente do seu corpo, me pedindo para executar os movimentos que havia me ensinado.

—Tem certeza disso Daniel? Porque não quero te machucar. - disse preocupada sentada na cama olhando para ele.

—Claro que tenho, pequena, você não irá me machucar. São golpes simples, que aprendi quando era cadete na academia. Não é a primeira vez que os ensino a alguém, os repassei dessa mesma forma para as mulheres da minha família e nenhuma delas se machucou enquanto treinávamos. Marina, ficou tão empolgada de saber que podia bater em alguém que começou a fazer boxe, ela já está a quatro anos nessa atividade. Só um aviso, amor, não puxe uma briga com a minha irmã, se quiser continuar respirando, porque ela tem um excelente gancho de direita.

—A Mariana?! Quem diria...Nunca ia pensar isso da sua irmã.

—Isso porque a pessoas, na maioria os homens, subestimam a capacidade das mulheres achando que são fracas, mas é contrário, vocês são incrivelmente fortes. Só de passarem todo mês por uma dor infernal, da qual nem tenho ideia, ainda gerarem um criança dentro de si por nove meses e suportarem um trabalho de parto para ter um filho...Jamais conseguiria dizer que são vulneráveis, pra mim vocês são praticamente a mulher maravilha.- Daniel disse empolgado na sua explicação e sorri surpresa com o seu pensamento.

—Você pensa assim, porque pra você as pessoas são iguais, Daniel, o que devia ser o mesmo pensamento de todos, mas existem indivíduos fora desse quarto que não compactuam dessa mesma ideia.

—Eu sei, Amanda, por isso tento sempre fazer o que é certo no meu trabalho, pois será a minha contribuição para um futuro melhor, não só para os meus sobrinhos, mas para os meus filhos também. -meu noivo disse sincero e sorri amorosa para ele, tirando a almofada dos seus braços e sentando em seu colo, passando meus braços em volta do seu pescoço beijando seus lábios com carinho, antes de me afastar dele para que pudesse ver seus olhos.

—É por essas e outras coisas, Daniel Souza, que te amo cada vez mais. E sei que não teria mais ninguém nesse mundo, que me faria tão feliz como você me faz.

—A mim também não, Amanda. - ele disse sincero e nos beijamos uma última vez, antes de sair do seu colo e voltarmos para a nossa aula. - Pronta?

—Acho que sim. - disse insegura e ele me pediu para respirar fundo por alguns instantes, enquanto Daniel colocava a almofada na frente do seu rosto, me pedindo para executar a manobrar que havia acabado explicar.

Sem pensar muito no que iria fazer a seguir, respirei fundo uma última vez e fiz do jeito que ele havia me explicado, mandando a almofada para longe do seu rosto fazendo-o rir orgulhoso por meu feito.

—Você viu o que acabei de fazer, amor?! Já posso sai por aí quebrando narizes sem me machucar. - declarei empolgada com meu feito e Daniel balançou a cabeça negando, me deixando confusa.

—Estou lhe ensinando esses golpes apenas para defesa, Amanda Cristina, não para que se envolva em brigas. Deus queira, que nunca precise usar o que estou lhe ensinando, para se defender. Me prometa, que não sairá por aí quebrando narizes a não ser que seja para se defender. - meu noivo pediu sério e concordei, pois Daniel tinha toda razão.

—Me desculpe, você tem toda razão. Não sei de onde surgiu essa ideia maluca de que posso sair por aí quebrando narizes. - admiti envergonhada por minha atitude e Daniel suspirou, passando a mão nos cabelos escuros.

—Tudo bem, foi apenas empolgação de momento. Pronta para a próxima lição? - ele questionou mudando de assunto e concordei, antes de Daniel começar a me explicar como poderia me defender de um ataque realizado por trás.

Daniel deixou claro que esse último golpe seria o ideal pra mim, pois como era pequena poderia utilizar a força do meu corpo para realizar cada passo da defesa, me dando assim oportunidade de fugir e pedir ajuda.

Depois que se certificou que havia aprendido tudo, o delegado deu a aula de defesa pessoal por encerrada alegando que já havia feito um excelente trabalho na minha primeira lição, me deixando orgulhosa do meu feito enquanto íamos deitar na cama. Foi quando me lembrei da conversa que tive com minhas primas, sobre os cinco passos para a felicidade matrimonial da vovó Cecília, e a necessidade de realiza-lo se quisesse ter um casamento duradouro e feliz, seguindo assim a tradição da minha família.

E naquele momento, percebi que jamais havíamos conversado sobre como queríamos o nosso casamento ou quando o mesmo seria realizado, me fazendo ficar preocupada de que a maré de infelicidade prevista por minha família, para quem não praticasse o nosso ritual, tivesse começado sem que percebesse.

—Vem deitar, pequena, já está tarde e com certeza deve estar cansada, depois do dia agitado que tivemos...Que foi? Porque está tão séria, Amanda? Aconteceu alguma coisa? Não me diga, que se machucou durante o treinamento? - meu noivo questionou preocupado começando a me olhar de cima a baixo de forma minuciosa, como se estivesse em busca de um possível machucado fruto das lições de defesa pessoal que tive minutos atrás, e respirei fundo, antes de voltar a falar.

—Não, Daniel, estou bem...Mas precisamos ter uma conversa séria sobre o nosso noivado. - disse sem rodeios olhando em seus olhos escuros que ficaram confusos de repente, como se não esperasse por meu pedido.


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Notas finais do capítulo

Qual será o teor da conversa, que a nossa pequena pretende ter com o abominável homem das neves?

Não percam os últimos capítulos de O noivo de natal.
Beijos e até amanhã.
❤️❤️❤️❤️ ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️



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