O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 19
Décimo oitavo capitulo: Embate velado


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O noivo de natal, espero que estejam gostado do rumo da história e não percam os próximos capítulos, pois estamos na reta final da narrativa.

Sem mais delongas, boa leitura.



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—Verdade, Tadeu? Sabia que nem me lembrava disso. - disse séria fazendo-o desviar sua atenção das minhas curvas, para ver meus olhos.

—Duvido, Amanda. O que tivemos não pode ser esquecido assim, mesmo com a distância. -Tadeu disse confiante e sorri sem humor, deixando-o confuso com a minha reação.

—E o que realmente tivemos? Porque parando para lembrar, não foi nada memorável já que só lembrávamos um do outro quando estávamos passando férias aqui. A propósito, você já conheceu meu noivo? Daniel, esse é o Tadeu, filho do seu Nelson que você conheceu ontem, ele é um conhecido nosso da chácara. Tadeu, esse é o meu noivo, Daniel. - disse apresentando os dois destacando bem a palavra noivo, para que Tadeu percebesse que não estava mais disposta a ser apenas seu passatempo de férias.

Educado, Daniel ofereceu sua mão para cumprimentar Tadeu que o ignorou completamente, fazendo meu noivo estreitar os olhos de forma séria como se analise de forma minuciosa o homem na sua frente, buscando algo em particular que não conseguia decifrar o que era.

—Então, Amanda, vamos dançar? - Tadeu questionou como se não tivesse acabado de ignorar meu noivo.

—Claro que não, Tadeu, se não percebeu estou acompanhada e não vou deixar meu noivo para dançar com você. - disse categórica e ele sorriu suave, como se não tivesse acabado de dispensá-lo.

—Tenho certeza que Daniel não se importaria da noiva dançar comigo, não é verdade? Ou você tem medo que possa roubá-la? Afinal, tivemos um passado juntos...Sabia que fui o primeiro homem na vida da Amanda? - Tadeu questionou olhando de forma superior para Daniel, como se quisesse deixar claro que meu relacionamento com o delegado, não era nada perto da importância que meu colega de infância teve no passado.

—Sabia, minha noiva nunca me escondeu nada sobre nenhum dos seus relacionamentos anteriores. Não me incomodo que tenha sido o primeiro homem na vida da Amanda, pois ser o primeiro não lhe garantiu ser o único, esse título ficou pra mim no fim das contas. E não me importo que ela dance com você ou outro homem, Amanda é livre para fazer o que quiser sem precisar pedir minha permissão pra nada. -Daniel explicou sério olhando nos olhos de Tadeu que sorriu surpreso pelas palavras do meu noivo, enquanto acompanhava em silêncio o embate velado dos dois.

—Você é muito confiante, não acha? Afinal, Amanda é uma mulher linda e envolvente, pode ter o homem que quiser. - Tadeu destacou e Daniel sorriu concordando.

—Verdade. Amanda é uma mulher incrível, divertida, inteligente e vivaz, que pode ter o homem que quiser, mas ela escolheu ficar comigo. Ela está ao meu lado porque deseja isso, não porque manipulo seus sentimentos fazendo-a sentir que precisa estar ao meu lado para ser alguém. - Daniel disse severo para Tadeu que ficou sem fala diante do seu comentário, como se meu noivo tivesse acertado seu ponto fraco.

—Quem é você para me dizer esse tipo de coisa?! Nem me conhece direito e está me acusando de manipulador, sabia que posso te processar por calunia e difamação? Se não sabe, sou muito influente no meio judiciário, tenho amigos importantes aqui e na Inglaterra. - Tadeu disse sério tentando intimidar Daniel que sorriu sem humor, tomando um gole do seu champanhe com calma, antes de voltar sua atenção para Tadeu.

—Graças a Deus, não tive o desprazer de conhecê-lo, mas fui treinando para ser observador e traçar o perfil de alguém apenas olhando. E você é o típico manipulador, que se aproveita das pessoas para fazerem com que se sintam incapazes, dependo assim da sua aprovação e orientação para tudo, algo muito baixo se me permiti dizer, Tadeu. E em relação a processar alguém, sabia que minha mulher pode processá-lo por assédio sexual?! Afinal, desde que se aproximou da nossa mesa você não para de olhá-la de forma maliciosa o que está lhe deixando extremamente constrangida e a mim como muita raiva. Não sabe o quanto estou me segurando, para não lhe bater pois não quero estragar a festa dos meus sogros, mas se for necessário vou ter o maior prazer em te deixar de olho roxo. -Daniel disse frio e seguro, deixando claro que Tadeu não era o único ali que entendia de leis e naquele momento quis muito beijar meu noivo, mas me contive apenas assistindo ao desenrolar daquela conversa.

— E então, Tadeu, o que me diz? Preferi encarar um processo? Um soco muito bem dado ou se retirar da nossa presença, como se não tivesse vindo nos importunar? Estou lhe dando três opções, o que na maioria das vezes é muito mais do que dou para alguns, mas sabe secretamente, estou torcendo para que escolha o soco.- meu noivo segredou olhando de forma intimidadora para Tadeu que ficou em silêncio alguns instantes absorvendo a ameaça de Daniel, antes de sorrir e levantar as mãos em sinal de rendição.

— Calma Daniel, só estava brincando, não precisamos recorrer a violência. Vocês deixaram bem claro, que não querem a minha presença e sei respeitar uma escolha. Pela forma que conhece as brechas da lei, Amanda continua tendo uma queda por advogados.

—Pois é Tadeu, velhos hábitos nunca mudam. Graças a Deus, dessa vez escolhi o advogado certo para estar e não um babaca narcisista como você. -disse séria olhando em seus olhos e ele me olhou com raiva por alguns instantes.

 Nos encaramos até que ouvi um pigarrear, interrompendo assim o nosso contato visual enquanto viramos para a origem do som.

—Acho que já passou da hora de você se retirar, Tadeu, ou preferi que eu mesmo faça isso? -meu noivo questionou severo, indicando que estava a um passo de perder a paciência com Tadeu.

—Não se preocupe, Daniel, vocês já deixaram claro que não querem minha presença. Se me dão, licença, preciso cumprimentar outros conhecidos. - Tadeu disse sério tentando não parecer que havia sido enxotado da nossa mesa por Daniel, sem que meu noivo precisasse mover um músculo para isso.

—Como você pode ficar com um idiota desses, Amanda Cristina? Você merece alguém bem melhor, que aquele manipulador narcisista. -Daniel me questionou sério assim que Tadeu se afastou da nossa mesa, acompanhando-o com o olhar como se ele fosse uma presa prestes a ser abatida.

Com cuidado, segurei o rosto de Daniel nas minhas mãos fazendo com que desviasse seu olhar de Tadeu para me ver, permitindo assim que dissipasse um pouco da raiva que estava aparente nos seus olhos escuros.

—Você tem toda razão, Daniel. Mereço alguém bem melhor que o Tadeu e sabe de uma coisa? Demorou um pouco, mas encontrei alguém muito melhor que ele...Alguém que me valoriza, ri das minhas piadas, embarca de cabeça nos meus joguinhos internos, me protege de tudo até com a própria vida se for necessário...Que não fica furioso, por sempre estar envolvida em uma nova confusão, que se preocupa comigo até nos mínimos detalhes, que me vê como uma parceira para todas as horas, até mesmo para ir a cozinha de madrugada no escuro, porque ouviu um barulho e suspeita que seja um ladrão. Eu tive a sorte de conhecer um homem incrível, generoso e com o coração maior do que o mundo, que aceitou ser meu noivo de mentira apenas para me ajudar...Alguém por quem me apaixonei perdidamente...E esse alguém é você, Daniel Souza.- disse sincera olhando nos seus olhos e vi os olhos escuros de Daniel se encherem de lágrimas, diante das minhas palavras.

—Não sou tão incrível assim, pequena, só tento fazer o que é certo.

—Pode ser, mas pra mim, você é o melhor homem desse mundo. O homem com quem quero casar, brigar, amar, construir uma família e envelhecer junto, porque não existe ninguém pra mim, além de você. Eu te amo, Daniel Adalberto, hoje e sempre. -me declarei sincera sem desviar os olhos de Daniel, vendo as lágrimas rolarem dos seus olhos e me inclinei para secá-las com beijos, antes de seus lábios se unirem aos meus em um beijo apaixonado e nada educado para ser dado em público.

—Eu também te amo, Amanda Cristina, hoje e sempre. - Daniel disse apaixonado entre um beijo e outro me fazendo rir, enquanto correspondia cada um dos seus beijos. -Se continuar me beijado assim, seremos presos por atentado ao pudor, pequena.

—Ainda bem que você entende de leis, amor, porque assim podemos sair de lá rapidinho. - segredei assim que nos separamos, mas mantive meus braços em volta do seu pescoço, acariciando sua nunca e sorrindo ao perceber o quanto meu noivo gostava desse tipo de carinho. -  Obrigada, Daniel, por sempre me proteger, especialmente agora quando Tadeu estava sendo inconveniente.

—Não precisa agradecer, pequena, seria incapaz de deixar alguém fazer algo que a ofendesse e muito menos a constrangesse. Você não sabe o quanto tive que me controlar, para não bater naquele idiota arrogante. -Daniel disse sério e concordei, acariciando seus cabelos tentando acalmá-lo um pouco, porque perder a razão não era uma qualidade do meu noivo, isso era uma especialidade minha.

—Eu sei, meu amor, agradeço por não ter feito isso, não só para evitar estragar a festa dos meus pais como também por mim, porque iria me tirar a chance de bater naquele idiota do Tadeu. Na verdade, só não bati porque sabia que você iria ficar furioso, se me machucasse por causa dele.

—Ainda bem que me conhecesse bem, pequena. Quando tivermos um tempo, vou lhe ensinar a dar um soco decente sem se machucar.

—Combinado. - disse sorrindo e me inclinei para sussurrar algo no ouvido de Daniel. - Que tal, você me tirar para dançar agora?

Me afastei de Daniel a tempo de vê-lo sorrindo, oferecer sua mão pra mim a qual aceitei, sendo conduzida para a pista de dança onde repousei minha mão esquerda nas costas do meu noivo, antes de unirmos nossas mãos direitas e começamos a dançar de forma suave.

—Então, além de lindo, carinhoso e bom com as palavras, meu noivo ainda é um tremendo pé de valsa. - segredei sorrindo para Daniel que para confirmar minhas palavras, me girou com cuidados antes de me trazer de volta para os seus braços, me deixando surpresa com a sua desenvoltura na dança.

—Quem você acha que foi o par da Sarah na sua festa de quinze anos?! Fizemos dois anos de aulas de dança de salão para que tudo saísse perfeito, já que era o sonho da nossa avó paterna ver as netas terem um baile igual ao que ela teve, não sabe o quanto meus pés sofreram nessa época. Posso amar minha prima do fundo do coração, mas ela não tem nenhuma coordenação pra dança. - Daniel segredou suave e sorri surpresa, pois não sabia que minha amiga havia tido um baile de debutante como manda o figurino.

—Não acredito, Sarah fez uma festa de quinze anos?! Porque ela nunca me contou isso?

—Não sei, talvez porque ela não queria uma festa. Pelo que me lembro, minha prima queria uma viagem pela Espanha, mas meus tios não aceitaram e decidiram realizar o sonho da minha avó, mesmo ela não estando mais presente entre nós. - Daniel disse sincero me rodado mais uma vez, antes de me puxar de volta para os seus braços. - E você, pequena, teve um baile de debutante?

—Mais é claro que tive, Daniel. Sou a única filha dos meus pais, mamãe fez questão de que passasse por esse ritual tão importante na vida de uma garota. Só que no quesito baile, tive mais sorte que a Sarah, porque pude trocar alguns beijos escondidos com meu par que era um dos meus colegas de sala de aula, ele era um gatinho, ao contrário da minha amiga que teve que dançar como o primo, sem ofensas, meu amor.- segredei para meu noivo que concordou sorrindo.

—Isso é porque você não sabe do resto da história. Quando chegou a hora de cantar os parabéns, Sarah sumiu e todo mundo começou a procurar por ela, menos a minha irmã o que me deixou desconfiado e questionei a Mari se ela sabia o paradeiro da nossa prima, foi quando nossa família e a festa toda, flagrou minha prima na maior pegação com um dos convidados. Acabando assim com a festa e resultando em um mês de castigo pra Sarah.

—Coitada da minha amiga, pelo menos tive a sorte de não ter sido pega em flagrante. Porque fui mais esperta, para esperar meus pais estarem distraídos no final da festa, para dar uns beijos no meu acompanhante. - segredei fazendo Daniel rir da minha pequena travessura.

❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

Agradeci a Deus quando o ultimo convidado da festa foi embora, permitindo que pudéssemos voltar para casa e descansar um pouco. Estava desesperada para tirar meu vestido e os sapatos dos meus pés, tomar um bom banho relaxante e cair na cama dormindo até o dia seguinte.

Como bom cavaleiro que era, Daniel me deixou tomar banho primeiro me fazendo ser eternamente grata a ele por esse privilégio. Assim que estava de banho tomado, coloquei um pijama confortável e me joguei na cama, colocando meus pés em cima das almofadas tentando fazê-los parar de latejar, enquanto meu noivo tomava banho. Durante a espera, devo ter cochilado por que me espantei com o movimento de Daniel sentando na cama ao meu lado, me olhando envergonhado por ter me acordado.

—Me desculpe, não quis te acordar, amor. - ele pediu suave me olhando com carinho.

—Tudo bem, não precisa se preocupar. - assegurei a ele que olhou para os meus pés em cima das almofadas, antes de voltar sua atenção pra mim.

—Está doendo muito, pequena? Se quiser, posso fazer uma massagem que irá aliviar a dor. - Daniel se ofereceu e concordei, antes dele se levantar e caminhar em direção ao banheiro voltando com meu frasco de óleos de amêndoas que deixei em cima do balcão da pia.

Com cuidado, Daniel se sentou na cama colocou meus pés doloridos em seu colo, derramou uma pequena quantidade de óleo em suas mãos, esfregando-as com cuidado e começando a massagear meu pé direito com calma, provavelmente temendo me machucar durante a massagem que me fazia gemer de contentamento, enquanto meu corpo relaxava em suas mãos.

—Isso é muito bom...Suas mãos são tão leves, parecem mãos de uma fada. - segredei de olhos fechados para Daniel, aproveitando melhor a massagem que meu noivo fazia, fazendo-o sorrir do meu elogio.

—Obrigado, que bom que esteja gostando, pequena. Agora talvez doa um pouco, porque preciso desfazer um nó aqui, tudo bem? Respire fundo quando pedir, isso irá ajudar com o desconforto. - Daniel pediu e concordei, sentindo-o pressionar um lugar especifico na planta do meu pé que me fez gemer de dor, antes dele me pedir para respirar fundo aliviando assim o desconforto, como se fosse magica a dor que sentia nas costas havia desaparecido, me fazendo abrir os olhos para olhá-lo.- De nada, amor.

—Como você...Como sabia da minha dor nas costas? E onde aprendeu isso?

—Ouvi você reclamando que estava com dor hoje, depois que adormeceu no sofá após o almoço. E aprendi isso em uma aula iniciante de pontos de pressão, Rodrigo, meu cunhado, me arrastou para acompanha-lo nessas aulas porque não queria ir sozinho. Ele decidiu fazê-la, porque minha irmã sentia muita dor nos pés durante a primeira gravidez, então meu cunhado pesquisou algo que poderia ajuda-la durante esse período e achou um curso sobre pontos de pressão. Admito que no começo, não queria assistir as aulas, mas fui arrastado por ele que me implorou para não deixa-lo sozinho nessa, recorrendo a irmandade masculina. No fim, acabei gostando do curso e até ganhei um certificado de melhor aluno.

—Isso é tão a sua cara, Daniel Souza. - disse fazendo-o rir, antes dele começar a massagem no meu pé esquerdo, com o mesmo cuidado do outro.

Depois que terminou a massagem, Daniel levou o frasco para o banheiro enquanto me deitava na cama de forma confortável, logo senti meu noivo deitando ao meu lado e me abraçando por trás, me permitindo fechar os olhos e descansar aconchegada em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Quem ai gostou da atitude do Daniel e da Amanda, colocando o Tadeu no lugar dele?!
E galera da área de direito, me desculpe se cometi algum erro em relação as leis citadas neste capitulo, mas não sou da área e tentei ao máximo explicar da forma que todos entendam.

Beijos e até o próximo capitulo.
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️



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