O noivo de natal escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 11
Décimo capitulo: Quem sabe isso quer dizer


Notas iniciais do capítulo

Sejam bem vindos a mais um capitulo de O noivo de natal, e espero que todos estejam com o coração em dia, pois teremos muitas emoções.
Sem mais delongas, aproveitei o capitulo de hoje.


Música do capitulo:
https://www.youtube.com/watch?v=1edwebkYvYQ



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/804647/chapter/11

 

—Pronto, me desculpe a demora, mas agora posso ser finalmente seu. Pedi para a Púrpura dizer a todos que estou em reunião e que não quero ser incomodado. - Daniel explicou entrando em sua sala, fechando a porta em seguida fazendo meu coração bater descontrolado, só de ouvir a forma como ele havia acabado de falar. -Tudo bem pra você?

—Sim, parece perfeito pra mim, pois será uma longa conversa. Pelo menos é o que espero que seja, antes de começarmos a implicar um com outro e perder o foco do porque estamos aqui. - disse sincera tentando controlar meu nervosismo e Daniel sorriu suave, caminhando em minha direção e se sentando ao meu lado no sofá que havia em sua sala.

—Que pena... As implicâncias são o ponto alto do nosso estranho relacionamento...Na verdade, é a parte que mais gosto dele. Quanto está mesmo o nosso placar de disputa? - ele questionou olhando em meus olhos e sorri suave concordando, porque também adorava as nossas implicâncias e disputas, era como se aquilo fosse uma coisa especial só nossa.

—Bom, na ultima vez em que jogamos, estava dois a um pra mim, mas como o coloquei em uma tremenda roubada que podia ter acabado em uma tragédia, abro mão do meu ponto e agora estamos empatados. O que me diz, de acordo? -questionei me lembrando de alguns dias atrás, quando por minha causa Daniel quase foi preso sendo acusado injustamente de ter me agredido, algo que jamais aconteceu.

—Muito justo da sua parte, Amanda, estou de acordo com a sua proposta.

—Ótimo...E pare de me chamar de Amanda, isso está começando a me irritar. - disse sincera e ele sorriu, olhando para o teto antes de voltar sua atenção pra mim.

—Você é uma tremenda contradição, pequena. - ele disse resignando e sorri feliz, ao ouvi-lo me chamar novamente pelo apelido que odiava no começo.

—Agora sim estamos nos entendendo, abominável homem das neves. - segredei para ele que revirou os olhos, antes de sorrimos.

—Olha só, você está livre da tala, meus parabéns. O que Mariana disse? - ele questionou interessado, assim que percebeu que estava sem o acessório médico.

—Que me recuperei da microfratura, mas se voltar a sentir dor devo tomar os anti-inflamatórios novamente e entrar em contato com ela, mas tenho fé que não vou precisar de nada disso estou novinha e folha, literalmente pronta pra outra. - disse abrindo e fechando minha mão direita, para que Daniel pudesse ver que estava recuperada e sem dor.

—Que bom, saber disso me deixa muito feliz, mas antes que a senhorita pense em sair por aí batendo em alguém de novo, vou ensiná-la a dar um soco decente.

—Sério?!- questionei animada e Daniel riu da minha empolgação.

—É o mínimo que posso fazer, depois de ter se machucado por minha causa.

—Na verdade a culpa foi minha, mas isso não vem ao caso. - disse dando de ombros e respirando fundo, tomando coragem para deixar de enrolar e ir direto ao ponto que havia me levado até ali. - Sabe, Daniel, senti muito a sua falta...O que é estranho, porque nunca havia sentindo essa necessidade vital de estar ao lado de alguém, mas também não queria trazê-lo para minhas confusões, principalmente depois do mal-entendido do Bistrô. Depois de tudo aquilo e mais o que aconteceu com o Rui, percebi que sou literalmente um imã pra confusões e não era justo com você trazê-lo para o meio delas por isso tomei a decisão de afastá-lo de mim, porque queria que ficasse em segurança.

—Entendo, mas não acha que sou grandinho o suficiente pra decidir se quero ou não estar nas suas confusões?

—Sim, principalmente depois do que a Mariana me disse quando fui em seu consultório hoje, consigo perceber isso. - expliquei e Daniel ficou pálido de repente, como se temesse o que sua irmã havia me falado e comecei a rir da sua reação, o que lhe deixou ainda mais assustado. -Meu Deus, abominável homem das neves, pode ficar tranquilo sua irmã não me contou nada do que disse a ela, bem que tentei arrancar algo da Mariana, mas sua irmã é dura na queda delegado.

—Graças a Deus. - Daniel disse aliviado me fazendo rir da sua reação, antes de olhar de forma curiosa para ele.

—Então, pelo jeito que reagiu quando disse que conversei com sua irmã, o que contou a ela foi algo muito pessoal e que deseja manter em segredo, não é verdade?

—Acho que não é tão secreto assim, pelo menos pra quem está de fora. Só posso dizer que, depois que conversei com minha irmã e com o meu pai, consegui ver tudo com mais clareza, mas sei que ainda não é o momento de dizer nada até que alguém perceba por si mesma. - Daniel disse misterioso e balancei a cabeça concordando, pois não iria força-lo a me dizer nada porque não queria afastá-lo novamente.

— Daniel, me desculpe por ter dito tudo aquilo pra você, jamais quis magoá-lo só estava tentando protegê-lo das minhas confusões...Sabe, gosto muito de estar com você...Gosto das nossas implicâncias, do nosso companheirismo, do nosso acordo/relacionamento estranho, o qual nem sei como nomear assim como a necessidade que sinto de sempre estar na sua companhia, o que me assustou  no começo. Afinal, só nos conhecemos a poucos dias e já nos odiamos de primeira, mas depois convivendo com você e vendo todas as particularidades que possuiu, tirando uma bonequinha russa de cada vez, percebi que não quero tê-lo longe de mim. Sei que pedir para ficar ao meu lado seria egoísmo da minha parte, quando nem sei nomear o que sinto por você, mas de uma coisa tenho certeza. Não quero mais ficar longe de você, não de livre e espontânea vontade, mas se desejar isso...Bem, acho que posso aprender a conviver com sua ausência, por mais que não queira que isso aconteça.- disse o mais sincera possível olhando nos olhos escuros de Daniel que balançou a cabeça concordando, antes de respirar fundo.

—Entendo como se senti, Amanda, porque me sinto da mesma forma.

—Verdade? -questionei feliz e ele sorriu concordando, antes de colocar um dos meus cachos indomáveis atrás da minha orelha.

—Verdade. No começo também não sabia nomear o que sentia até que me afastasse, mas foi só quando passei o final de semana com minha família, já que iria estar fora nas festas de fim, e conversei com o meu pai e com minha irmã, foi que consegui entender o que estava acontecesse. E devo admitir, que foi libertador saber a verdade, me fez ficar mais tranquilo e entender tudo que acontecia conosco.

—Que bom, pelo menos um de nós entende o que está acontecendo. Então, se você tem ideia do que está se passando entre a gente, porque não me conta? Talvez, isso possa me ajudar a ver tudo com mais clareza. - pedi e Daniel abriu a boca para me contar algo, mas ele balançou a cabeça negando e respirando fundo, me deixando confusa com a sua reação.

—Você não faz ideia, não é pequena? Nem olhando nos meus olhos agora, consegue perceber o que está acontecendo conosco? Ou melhor, o que está se passando dentro de mim? - Daniel questionou aflito sem desviar os olhos dos meus e suspirei negando, envergonhada por não perceber algo que parecia tão importante para ele.

—Não, me desculpe. - disse triste por isso e ele balançou a cabeça concordando, me deixando ainda mais confusa com a sua atitude.

—Tudo bem, não precisa ter pressa. Talvez, só precise de um pouco mais de tempo pra entender tudo, assim que compreender o que está acontecendo, nós dois vamos sentar e teremos outra conversa.

—Então, isso quer dizer que não vamos mais nos ver? - questionei nervosa com a possibilidade, sentindo meu coração se apertar com a simples menção dessa ideia.

—É o que deseja, pequena? - Daniel questionou sério e respirei fundo, tentando controlar meu coração para responder sua pergunta da forma mais sincera possível.

—Não. Eu quero tê-lo perto de mim, mesmo que não tenha a menor ideia do porquê, isso se você também se sentir confortável porque não quero...- disse nervosa tentando explicar como me sentia e Daniel sorriu carinhoso pra mim, chegando mais perto passando seu braço esquerdo por meu ombro e me puxando para mais perto dele, enquanto acomodava minha cabeça em seu peito ouvindo seu coração bater mais forte, então me permiti fechar os olhos e sentir seu cheiro que tanto me fez falta, trazendo assim a sensação inexplicável de estar em casa depois de um longo tempo à deriva.

—Estou perto o suficiente, pequena? - ele questionou baixo me aconchegando em seus braços com carinho, apoiando sua cabeça na confusão dos meus cachos.

—Sim. E pra você?

—Pra mim está perfeito, minha pequena.

—Que bom. - sussurrei baixo, me perdendo no som das batidas do coração de Daniel e no seu cheiro singular.

Ficamos ali quietos abraçados, perdidos um no outro sem dizer uma palavra apenas aproveitando a presença que tanto nos fez falta, saciando a necessidade que tínhamos de ficar perto e foi a primeira vez na vida que me senti completa. Como se houvesse achado algo que buscava durante toda a minha vida, mesmo sem ter ideia do que era e não sabendo nomear esse sentimento ou o que era me deixava frustrada, principalmente por que Daniel parecia tão em paz e feliz por ter entendido o que acontecia conosco, fazendo desejar me sentir da mesma forma e poder retribuir ao delegado com a mesma intensidade.

Foi quando me lembrei de algo que Daniel havia falado, um fato que me deixou preocupada, fazendo com que me afastasse dos seus braços relutante deixando-o confuso e com uma expressão que parecia remeter a dor, quase me fazendo voltar novamente para os seus braços apenas para apagar aquela angustia que via em seus olhos agora.

—Que foi, pequena? Fiz algo errado? - ele questionou me olhando com preocupação e respirei fundo, antes de negar lhe deixando confuso.

—Não, é que me lembrei de algo que disse e queria lhe fazer uma pergunta. Posso?

—Claro que pode.

—Você disse que foi passar o fim de semana com a sua família, porque estaria fora durante as festas de fim de ano. Então, eu queria saber onde você vai estar nesse período? - questionei apreensiva com sua resposta e ele sorriu carinhoso pra mim, antes de acariciar minha bochecha com o seu polegar.

—Bom, recebi um convite muito inusitado pra ser o noivo de mulher incrível, dona de olhos verdes selvagens e cachos indomáveis, sei que nos separamos algumas semanas atrás, mas jamais quebraria uma promessa que fiz a ela. - Daniel disse sincero ainda acariciando minha bochecha sem desviar os olhos dos meus.

—Você ia continuar fingindo ser o meu noivo, mesmo depois de tê-lo afastado de mim?!- questionei emocionada com o seu gesto.

—Claro que sim, faria qualquer coisa por você, pequena. Se me pedisse a lua, daria um jeito de consegui-la, não importasse como, ela seria sua.  - Daniel disse sincero e foi naquele momento que consegui perceber toda a verdade que estava bem na nossa cara, mas que nunca prestei a atenção e muito menos Sarah.

 Compreendi quem era o tal amigo dos pais de Sarah, que jamais revelaram seu nome para ninguém, que os ajudaram a inocentar a minha amiga. Nem mesmo Sarah sabia o nome dessa pessoa, por mais que implorasse aos pais que lhe contasse, pois gostaria muito de lhe agradecer por tudo que tinha feito para ajudá-la e minha amiga jamais teve resposta pra sua pergunta.

—Foi você não foi? - questionei sorrindo emocionada, só de imaginar que estava diante do homem que evitou que minha melhor amiga respondesse por algo que não fez.

—Depende do que acha que fiz, pequena. Se for algo bom, posso dizer que fui eu, mas se foi algo ruim, digo que foi a Sarah, porque ela tem a maior cara de encrenqueira desde que nasceu. - Daniel segredou pra mim e sorri balançando a cabeça, afinal aquilo era a mais pura verdade.

—Foi você que tirou a Sarah da cadeia, não foi, Daniel? Você foi o “conhecido misterioso” dos pais dela que ajudou a inocentá-la. - disse segura e ele abriu a boca como se quisesse me dizer algo, mas a fechou rapidamente balançando a cabeça de forma afirmativa.

— Porque nunca contou a Sarah, Daniel? Sabia que sua prima implorou para seus tios dizerem quem a ajudo, porque gostaria de agradecer?! E você esse tempo todo convivendo com ela, sem dizer nada. - expliquei e ele suspirou com pesar olhando para o teto, antes de voltar seus olhos escuros pra mim.

—Eu simplesmente não podia, Amanda. Não queria que minha prima se sentisse culpada, pelo que tive que abrir mão para tirá-la da cadeia. Por isso pedi segredo aos meus tios, nem meus pais muito menos minha irmã, sabem o que fiz pra soltar a Sarah. - Daniel confessou e segurei a respiração com medo do que ele estava prestes a me contar.

—O que você fez Daniel? - questionei preocupada temendo que me confessasse algo terrível, pois não saberia como iria reagir se isso acontecesse, porque não conseguia imaginar que ele seria capaz de fazer mal.

—Na época em que Sarah foi presa, estava em Brasília fazendo minhas últimas semanas de treinamento na sede da polícia federal para assumir um cargo de delegado, depois de passar anos me preparado para essa prova. Foi quando meus tios me ligaram desesperados dizendo que minha prima havia sido presa, assim que me contaram sobre a acusação soube que não poderia me envolver porque minha unidade de treinamento estava investigando esse crime, mas não consegui me manter afastado mesmo sendo avisado pelo meu supervisor. Então, abri mão do meu sonho de trabalhar na polícia federal para ajudar minha prima. Movi céus e terras, implorei favores para alguns conhecidos até conseguir provas para inocentá-la, porque sempre soube que Sarah seria incapaz de cometer um crime...E por causa da minha insubordinação, não posso mais me candidatar para a vaga de delegado da polícia federal. - Daniel segredou suave e fiquei sem saber o que lhe dizer.

—Eu sinto muito, Daniel. - disse com pesar por saber que ele havia aberto mão de um sonho pela liberdade da prima.

—Por favor, não sinta. Não me arrependo da decisão que tomei, seria incapaz de deixar minha prima presa pagando por algo que não fez, apenas para assumir um cargo público. Sabe pequena, não sou o tipo de pessoa que gosta que todos saibam o que fez de bom, para que possa ser ovacionado por isso. Só de saber que Sarah está bem e longe daquele bandido, já me sinto agradecido.

—Pode até ser, mas era o cargo público dos seus sonhos, Daniel. Você precisa contar isso a Sarah, ela precisa saber o que fez...- comecei a dizer e ele balançou a cabeça negando, antes de me interromper.

—Não mesmo. Sarah não precisa saber nada disso, não quero que se sinta culpada por ter desistido dos meus sonhos, a escolha foi minha e não dela. E quero que me prometa que não contará nada pra minha prima, Amanda. Promete?

—Daniel, isso não é certo. Sarah precisa saber a verdade.

—Assim como a sua família, não acha?! Quando amamos alguém, queremos protegê-lo a todo custo, você mais do que ninguém deveria me entender. - ele disse sério sem desviar seus olhos dos meus e concordei sem outra alternativa, porque Daniel tinha toda a razão. -Me desculpe, pequena, se fui rude, mas por favor, não quero brigar afinal acabamos de fazer as pazes.

—Então, me prometa que contará a verdade pra a sua prima. - pedi olhando em seus olhos e ele suspirou concordando.

—Vou contar quando sentir que é a hora certa, tudo bem?

—Tudo bem. - disse resignada, pois não queria arriscar força-lo a dizer algo que não queria e perdê-lo.

—Obrigado, por me entender.

—Eu sempre vou tentar te entender e se não conseguir, vou pelo menos respeitar a sua opinião abominável homem das neves. - segredei e ele sorriu feliz ao ouvir a forma como o havia chamado, sem cerimonia voltei a me aconchegar nos braços de Daniel fazendo-o respirar aliviado e sorri enquanto o sentia beijar os meus cabelos.

—Não gosto de tê-la longe dos meus braços por muito tempo.

— Também não gosto de ficar longe dos seus braços por muito tempo.

—É muito bom, ouvir isso, pequena.

—Sei que não quer que sua prima saiba o que fez, mas eu sei e em nome dela, digo muito obrigada, Daniel. Obrigada por abrir mão dos seus sonhos para proteger a Sarah... Obrigada por permitir que minha melhor amiga, possa ter outra chance de encontrar alguém que a respeite, ame e proteja, como sempre fez por ela e agora por mim. - agradeci sincera em seu peito sentindo as lágrimas escaparem dos meus olhos, antes dele acariciar meus cabelos com cuidado.

—Não precisa agradecer, Amanda, tudo que fiz foi por amor. Apesar de viver implicando com minha prima, seria capaz de tudo para protegê-la. Minha mãe vive dizendo, que sou naturalmente protetor desde pequeno.

—Eu sei, Sarah me contou que quando você era pequeno trazia os animaizinhos de rua pra casa, deixando sua irmã louca. - sussurrei em seu peito, aproveitando seu cheiro adocicando e viciante fazendo-o rir.

—Culpado, mas em minha defesa não conseguia e ainda não consigo, ver nenhum animalzinho na rua precisando de ajuda. Tenho certeza que minha mãe deu graças a Deus quando sai de casa, porque só assim ela não precisava mais ficar cruzando com uma infinidade de animais pela casa. - ele segredou brincalhão e afastei meu rosto do seu peito, para ver seus olhos escuros.

—Você deve ter sido uma criança terrível, mas mesmo assim, agradeço. Então, seja um bom menino e diga de nada. - pedi brincando fazendo-o rir surpreso sem desviar os olhos dos meus.

—De nada. - Daniel disse com sinceridade e sorri agradecida, não só por tudo que fez por Sarah, mas também pelo que estava disposto a fazer por mim.

Ficamos na delegacia até o final do plantão de Daniel, que terminou meia hora depois da nossa conversa, como não queria ficar longe dele e ainda tinha que comprar meus presentes de natal, o convidei para me acompanhar e ele sorriu concordando animado, dizendo que iria aproveitar para comprar presentes para todos da minha família, por mais que lhe dissesse que não era preciso o delegado insistiu.

Segundo ele, sua mãe lhe ensinou que chegar sem um presente para as pessoas de uma casa quando a visitava pela primeira vez, era uma tremenda falta de educação e Daniel não queria cometer tal ofensa, o que me fez sorrir emocionada por sua preocupação em querer agradar minha família.

❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆❆

—Que tal, se encerrássemos com chave de ouro a nossa tarde de compras com um sorvete? - Daniel questionou guardando as nossas compras na mala do seu carro enquanto estava em pé ao seu lado, me lembrando de cada momento dessa tarde que passamos junto onde conversarmos sobre tantas coisas, permitindo que nos conhecêssemos ainda mais me deixando cada vez mais encantada com que via do delegado.

Aproveitando meu momento de distração, Daniel segurou minha cintura e me puxou para seus braços assim que fechou a mala do carro, me fazendo rir diante da surpresa e tive que ficar na ponta dos pés para poder estarmos em uma altura razoável, o que não era muita coisa já que ele era uns bons centímetros mais alto que eu.

—E então, pequena, o que me diz? Quer tomar um soverte comigo? -ele questionou ansioso pela minha resposta e sorriu concordando, fazendo-o rir como se tivesse ganhado na mega sena beijando minha testa e me soltando em seguida, entrelaçando sua mão na minha e ativando o alarme do carro, antes de começarmos a andar para uma sorveteria em frente ao local onde Daniel havia estacionado.

Assim que entramos no local, fiquei empolgada ao perceber que era uma sorveteria no estilo self-service, onde poderíamos fazer misturas inusitadas que poderiam nos surpreender de forma boa ou ruim, uma qualidade muito parecida com a vida.

Enquanto escolhia sabores diferentes entre o passas com rum e napolitano, Daniel preferiu ficar com o clássico brigadeiro e menta, o que me fez implicar com ele de brincadeira enquanto andávamos em direção a uma das mesas vazias que haviam ali.

—E então, essa sua combinação ficou comestível? - ele questionou implicando comigo, enquanto desfrutava do meu sorvete singular.

—Está uma delícia, abominável homem das neves. Quer provar um pouquinho? Ou você tem medo do desconhecido e de ser pego no teste do bafômetro? - questionei brincando fazendo-o rir, antes dele negar com a cabeça. Ainda sorrindo, com a minha colher peguei uma generosa porção de sorvete, dando para Daniel que gemeu deliciado assim que conseguiu provar a minha mistura incomum.

—Pode parecer estranho, mas isso é muito bom, pequena.

—Viu, eu disse. E pra você, tem gosto de que? - questionei curiosa, porque não conseguia decifrar o saber daquela mistura incomum.

—Pra mim, tem gosto de Amanda. - ele disse sincero e segurei a respiração, enquanto Daniel se inclinava sobre a mesa para ficar mais perto de mim e me vi desejando ser beijada por ele, algo que jamais senti desde que nos conhecemos, mas para minha frustação o delegado utilizou o polegar para limpar a ponta do meu nariz me deixando envergonhada, enquanto voltava para sua posição inicial.

—Me desculpe, mas uma vez eu pagando mico com essa história de sorvete. Sarah sempre diz que pareço uma criança quando venho a sorveteria, sempre acabo me sujando toda. - expliquei envergonhada deixando meu sorvete de lado, pegando alguns guardanapos na mesa para me limpar.

 -Está tudo bem, pequena, não precisa me pedir desculpas por nada. Gosto de você do jeito que é, espontânea, doce, confusa, sem levar desaforo pra casa e principalmente, um imã ambulante pra confusões em série. Por isso, quero lhe fazer uma pergunta? E espero sinceramente, que não fique com raiva de mim por fazê-la.

—Tudo bem, pode fazer a sua pergunta abominável homem das neves, acho que não consigo ficar com raiva de você, por mais chato e implicante que seja. -admiti sincera e ele suspirou aliviado me fazendo rir.

—Que bom, porque estou pensando em fazer uma loucura e espero sinceramente, que tenha em mente que acabou de dizer que não consegui ficar com raiva de mim. - Daniel pediu e o olhei confusa, sem entender o que queria dizer com aquilo.

 Sem dizer nada, ele se levantou da cadeira em que estava sentado na minha frente, caminhou em minha direção e se ajoelhou diante de mim, atraindo a atenção de todos que estavam na sorveteria que estava bastante movimentada.

—Daniel, levanta desse chão agora, pelo amor de Deus, todo mundo está olhando pra gente. - pedi nervosa olhando para as pessoas curiosas, provavelmente querendo para saber o que estava acontecendo em nossa mesa.

—Só, me deixe fazer isso, pequena, por favor. - ele pediu aflito e concordei, porque não seria capaz de negar nenhum pedido a Daniel.

—Tudo bem, seja o que Deus quiser...E dependo do seu discurso, vou pensar se lhe digo sim ou não, abominável homem das neves, então é melhor caprichar se quiser ouvir um sim.

—Eu vou caprichar, pequena, pode ter certeza. -Daniel segredou para mim e revirei os olhos fazendo-o rir, antes de respirar fundo provavelmente se acalmando para o que iria fazer a seguir.

—Amanda, ou melhor, minha pequena, você chegou na minha vida assim sem avisar bagunçando tudo ao seu redor, como uma ventania fora de hora. Uma mulher linda, dona de olhos verdes selvagens e cachos indomáveis, dos quais amo fazer carinho e sentir o cheiro de jasmim neles. Deus, você é tão mandona, irritante, espaçosa e ainda por cima, conquistou o meu cachorro que te ama mais do que a mim, mesmo com todos os seus defeitos não saberia viver sem tê-la ao meu lado e as duas semanas em que ficamos separados me deu plena certeza disso. - Daniel disse suave olhando em meus olhos e senti as lágrimas molhando minha bochecha, enquanto as pessoas que acompanhavam a cena sorriam do seu discurso.

—Eu também não sei viver sem você. - disse sincera, porque as duas ultimas semanas foram as piores pra mim e Daniel enxugou minhas lágrimas com a ponta de seus dedos, respirando fundo em seguida, antes de continuar sem deixar de me olhar nos olhos.

—Eu sei que não, pequena, assim como é pra mim. Porque em tão pouco tempo, aprendi a amar seu jeito espontâneo, doce, confuso, que não leva desaforo pra casa e principalmente, que tem a capacidade de ser um imã ambulante pra confusões em série, sempre me deixando louco de preocupação pensando na próxima roubada em que irá se meter e se vou estar por perto para te proteger, por isso Amanda Cristina Avelar Nunes, gostaria de lhe perguntar se aceita se casar comigo? Se aceita continuar bagunçando minha vida, me metendo nas confusões mais improváveis, pequena. - Daniel questionou sem desviar os olhos dos meus enquanto abria uma caixa de veludo preto, revelando em seu interior um lindo anel que me deixou sem fôlego.

O anel era um solitário de ouro branco, tendo como pedra central uma safira azul mediana. Já seu aro se retorcia entre si de forma delicada, formando ramos de flores encrustados por pequenos diamantes, surgindo neles delicadas folhas de safira azul, mesma cor da pedra central. Tornando-se assim, um dos anéis mais lindos que já tinha visto na vida, diante da delicadeza da peça.

Desviei minha atenção da peça, para olhar os olhos escuros de Daniel e foi naquele momento que vi a verdade. De forma clara e translucida, como se o véu que me impedia de enxergar tivesse finalmente sido retirado e caramba...Era como se tudo de confuso que sentia pelo homem ajoelhado na minha frente, houvesse finalmente se organizado dentro de mim formando um letreiro em neon nomeando o sentimento que tanto relutei em ver.

Deus, eu amava Daniel Souza.

Amava o seu sarcasmo, seu cinismo, suas implicâncias, seu coração maior do que o mundo, sua bondade, generosidade e instinto protetor.

Havia negando por tanto tempo pra mim mesma, o que estava tão claro que me senti uma tremenda idiota por ter perdido tanto tempo evitando esse sentimento maravilhoso, ao em vez de aproveitá-lo ao lado do homem que amava, mas quem poderia me julgar?! Afinal, nunca tinha me apaixonado na vida, não dessa forma tão forte e pura, me fazendo esquecer qualquer outra paixonite que achei ter sentindo, antes de Daniel.

—Amanda? -Daniel chamou atraindo minha atenção para ele, me trazendo de volta do meu pequeno momento de lucidez e sorri apaixonada para o homem em minha sempre, tendo plena certeza da minha resposta.

—Sim... Mil vezes sim. Eu aceito me casar com você, apesar de ser um chato implicante, não sei viver sem meu abominável homem das neves. -disse sorrindo e Daniel sorriu respirando aliviado fazendo todos da sorveteria rirem, antes de deslizar o lindo solitário incomum de safira no meu dedo anelar da mão direita e logo o envolvi em um abraço apertado, fechando os olhos para sentir seu perfume que tanto amava, dizendo finalmente as palavras que ele tanto merecia ouvir e com certeza deve ter esperado ansioso, desde que descobriu que me amava.-Eu te amo, Daniel.

—O que disse, pequena? - Daniel questionou surpreso se afastando de mim, para que pudesse ver meus olhos.

—Eu disse que te amo Daniel Souza, me desculpe por demorar tanto pra perceber o que estava diante dos meus olhos, mas prometo que vou fazer de tudo para demonstrar todos os dias meu amor por você. Só espero que sinta o mesmo por mim, mas se não sentir tudo bem porquê...-comecei a dizer nervosa diante do seu silêncio, temendo ter entendido errado o que vi nos seus olhos, mas Daniel colocou seu dedo indicar em cima dos meus lábios me impedindo de continuar falando.

—Eu também te amo, minha pequena, e também prometo retribuir todos os dias meu amor por você. - ele jurou sincero segurando meu rosto em suas mãos, acariciando minha bochecha direita e me olhando como se eu fosse o seu mundo.

Sem se importar com as pessoas ao nosso redor, Daniel diminuiu a distância que ainda existia entre nós sussurrando o quanto me amava, antes de tocar seus lábios com os meus da forma mais delicada e carinhosa possível.

 Fazendo meu corpo se sentir leve, como se fosse uma pluma flutuando ao sabor do vento, que tive que envolver seu pescoço com meus braços tentando de alguma forma me segurar aquela realidade, temendo que tudo não passasse de um sonho bom.

Porque ser amada por Daniel e estar nos seus braços, era praticamente isso.

Um sonho bom, do qual tinha medo de acordar e ser obrigada a viver em uma realidade na qual nosso amor não existia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ouvi um até que fim, gente?!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Espero que tenham gostado do capitulo de hoje, onde finalmente nosso casal amado teve coragem para admitir o que está sentindo.

Beijos e até amanhã.
❤️❤️❤️❤️ ❤️❤️❤️❤️



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O noivo de natal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.