Na manhã seguinte, sábado, às 09 horas...

P.O.V Da Jade

Acordei com uma bela ereção matinal, a única coisa que dá jeito nisso é uma ducha bem gelada. É estranho acordar e me deparar com a barraca armada do Oliver. Não gosto de tocar na 'coisa', me dá logo agonia. Sentir isso pendurado em mim junto com as bolas que coçam e incham, o pior é que as malditas começam a coçar/pinicar em lugares e horas inapropriadas.

É nojento... E lá vou eu dar aquela coçadinha discreta para poder aliviar sendo que minha vontade é de arrancar seu saco e jogar fora.

Tomei meu banho, olhei para o meu novo "amiguinho" mole, o saco encolheu com a água fria. Ri porque fica tudo muito engraçado.

Separei um roupa legal para vestir, até que o Oliver tem estilo. Ele pode ser tudo, menos esculachado... Tem cada coturno irado e jaquelas bacanas. As bandanas, então... Bad-boy, motoqueiro, roqueirinho... Gosto disto.

Claro que limpei sua casa, fiz uma santa faxina na sua zona de guerra... Ensaquei umas tralhas para jogar fora... Por quê os homens acumulam coisas velhas na garagem?

Fiz uma limpeza em sua geladeira, tinha leite azedo e pizza velha. Joguei fora todos os alimentos que não são saudáveis e que estavam fora da validade.

Oliver estava precisando fazer compras.

Sua despensa estava praticamente vazia, cheia de poeira e teia de aranha quando fui dar uma olhada.

Deixei tudo devidamente limpinho e organizado, não sou a maluca da limpeza, mas também não sou preguiçosa à ponto de ser tão desleixada. Gosto das minhas coisas arrumadas.

Levei os sacos grandes de lixo para fora.

— Beck! - Um trio de garotas apareceram, cada uma empurrando uma bicicleta.

Estavam com a parte de cima do biquíni e usando shortinhos minúsculos.

— Faz um favor para nós, poderia encher o pneu das nossas bicicletas? - Uma loirinha oxigenada mascando chiclete, perguntou.

— Tô ocupado agora! - Fiz mais um nó nos sacos de lixo.

Os cachorros da vizinhança costumavam rasgar e espalhar tudo.

— Por favor, Beck, a gente tá indo para a praia. Então, nos dê uma carona! - Era muita cara-de-pau mesmo.

Uma delas era a filha dos Rivera, tinha apenas 16 anos.

— Tá legal. Vou pegar a bomba de encher. - Fui para a garagem.

Elas ficaram me esperando na calçada.

Retornei trazendo a bomba, quanto mais rápido eu enchesse os pneus, mais rápido eu me livraria delas.

— Você é tão lindo, aposto que fica uma gracinha de sunga. - Uma delas falou.

Aposto que ainda nem tinha 18 anos. Ainda cheirava à leite.

— Não toque no meu cabelo. - Resmunguei.

— Olhem como os músculos dos braços dele saltam... - Ouvi cochichos.

— Ele parece um modelo... - Suspiros.

— Queria que ele fosse meu namorado... - Risadinhas.

Revirei os olhos.

O Oliver tinha pau doce por acaso?

— Prontinho! - Entreguei as bicicletas.

— Ain, obrigada! Quanto devemos a você? - A loira quase esfregou os peitos em mim.

— Nada não. - Recusei qualquer coisa vindo delas.

Elas me abraçaram, montaram nas bicicletas e foram pedalando felizes da vida.

— Tchau, meninas! - Acenei fingindo ser simpática. - Tomara que as ondas carreguem vocês, bando de assanhadas... - Falei baixinho.

Onde já se viu tanto fogo no rabo? As meninas de hoje em dia são um perigo... Chave de cadeia.

[...]

P.O.V Do Beck

Pó de café, pó de café, pó de café... Mais pó de café? Será que ela só toma café nesta casa? Cadê os refrigerantes? As comidas? Não tem nada além de pó de café, açúcar, barrinhas energéticas e Noodles. Depois a maluca diz que tem uma boa alimentação.

Jade precisa fazer compras.

Pensa numa casa organizada... É a dela.

Até as gavetas das roupas íntimas são impecáveis.

Claro que baguncei tudo quando fui procurar uma calcinha que não tivesse renda e nem lacinhos.

Morri de rir quando achei suas calçolas de vovó... Coisa interessante.

Por quê mulheres tem isso? Servem para espantar os homens? Empatar foda?

Achei suas boxers femininas. Leves e super confortáveis.

Era bom colocar uma camiseta leve, uma blusa de moletom e ficar em casa usando uma de suas boxers.

Zapeei pelos canais de TV por assinatura.

Eu sempre roubei internet do seu Wi-Fi.

Foi fácil descobrir a senha.

Dolfinho miou pedindo colo. Era minha vez de cuidar dele. Peguei o bichano.

Acabei pegando no sono largado no sofá com o gato em cima de mim e a TV ligada.

Acordei com o Dolfinho chorando em cima do meu peito.

O bichinho miava desesperado.

— Vou preparar seu leite. - Levantei com ele.

[...]

Coloquei uma calça jeans, eu iria ao supermercado.

Eu não sabia o que fazer com o cabelo de Jade, estavam volumosos e bem armados. Tentei abaixar a juba da fera com umas escovadas... Borrifei um pouco de perfume e pronto.

Bem cheiroso.

Olhei para a camiseta clarinha através do espelho, dava para ver o contorno dos seios grandes e os bicos.

Que inferno... Eu teria que colocar sutiã.

Sempre fui especialista em tirar...

Achei um top de ginástica e vesti. Problema resolvido.

Eu saí com o cartão dela, meus 50 pratas e uns trocados.

Ela tinha a senha do cartão anotada num papelzinho enfiado na carteira.

— Já volto, não vou demorar. - Falei para o Dolfinho que estava deitado na caminha dele.

Tinha água e leite para ele.

Saí de casa indo fazer compras.

Meia-hora depois...

Coloquei mais caixas de cereal dentro do carrinho.

Estava distraído quando trombei com algo. Meu carrinho bateu em outro carrinho.

— Seu idiota! - Ouvi minha própria voz.

— Jade? - Me espantei. - O que faz aqui? - Pergunta boba.

— Tô visitando o zoológico, não tá vendo? - Me deu uma resposta atravessada.

— Ai, sua grossa! - Olhei para dentro do carrinho dela.

— Você deixou o Dolfinho sozinho? - Me passou um sermão.

Ouvi tudo calado. Olhei para o seu carrinho de compras.

Estava cheio com sacos de frutas, legumes e vegetais... Verduras e legumes não são a mesma coisa?

Sei que tomate é fruta...

— Meu Deus... Você vai comer isso tudo? - Apontou para as minhas guloseimas.

— O que não mata, engorda, e o que não engorda...

— Eu vou matar você! - Esbravejou.

— Calma, mulher... Só tinha pó de café no armário. - Tentei passar por ela.

— Não ando na rua desse jeito... Toda desleixada! - Reclamou.

Revirei os olhos.

— Peraí, por quê diabos você penteou o meu cabelo para trás? - Estranhei meu visual.

Ela ia acabar com o meu charme.

— Pelo menos eu penteei o cabelo... - Sorriu.

— Não tenho culpa se o seu cabelo é indomável. - Rebati.

— Finja que não me conhece! - Foi embora apressada.

[...]

Fiquei bem atrás dela, esperando ela passar as compras.

O carrinho estava lotado.

A maluca pagou tudo com o meu cartão... Quase tive um troço.

Finalmente pude passar as minhas compras.

— 155 dólares e 87 centavos. - A atendende do caixa disse o valor.

Tirei o cartão dela da carteira, mas antes enchi as mãos de chocolates, doces e etc... Tudo para aumentar o valor.

20 pratas em guloseimas.

Saí carregando as quatro sacolas cheias.

Jade estava ali fora, rodeada de sacolas, sem saber como carregar tudo na moto.

— Quer ajuda? - Me aproximei.

— Poderia levar no porta-mala? - Forçou um sorriso.

— Claro, vizinha... - Concordei.

Coloquei suas compras no porta-mala.

A West subiu na moto e colocou o capacete.

— Aceitarei um jantar como agradecimento. - Avisei.

Sem dizer nada, ela foi embora...

Horas depois recebi uma mensagem.

"Venha jantar aqui."