Deku: O Espetacular Homem-Aranha Temporada 1 escrita por Steve 123


Capítulo 27
Capítulo XXVII: O Fundo do Poço




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—Então foi isso que aconteceu? -Tsukauchi fumava um cigarro.

—Segundo as testemunhas, e o que foi falado pelas vítimas... Sim -Um policial explicou- Katsuki Bakugou, também conhecido como o Duende Macabro, invadiu a residência dos Midoriya, iniciou um atentado e no meio de uma luta tentando salvar a si mesmo e sua tia... O garoto conseguiu salvar apenas a si mesmo.

—Deus.... -Tsukauchi tampou os olhos com a palma da mão ao ver o máximo de gravações que conseguiu captar da cidade- E como está a família?

—Izumi Midoriya está se recuperando, não foi ferida gravemente e está com o irmão -O Policial respondeu- Inko está perturbada assim como os filhos.... Completamente sem chão por tudo acontecer e não poder fazer nada enquanto o garoto que teve o desprazer de ver tudo em primeira mão está em estado de choque.

Naquele momento o trio estava na sala onde Izuku estava, desde que Katsuki se foi e os policiais o caçavam como se fosse uma praga, o mesmo foi mandado para o hospital onde foi coberto de curativos devido as feridas que sofreu e o mesmo  de frente para uma janela que mostrava o seu reflexo olhava para o nada completamente em silêncio.

—.... -As duas haviam acabado de entrar, Izuku estava imóvel sem expressão nenhuma.

O mesmo virou-se para sua mãe e irmã, notando suas presenças, ambas estavam ali paradas e quando o mesmo começou a chorar e elas foram correndo para abraçá-lo.

Um dia se passou, ambos os irmãos receberam alta e o funeral foi feito ali com os três juntos do restante dos amigos e famíliares, quando o funeral acabou Izuku ainda estava lá sendo observado de longe por sua mãe e irmã.

—Eu vou lá falar com ele -Inko olhou para sua filha antes de ir.

Izuku olhava para o túmulo de sua tia com os olhos sem ter mais como chorar, com um buquê de flores em mãos e o colocando em cima do mesmo, “Laurie Midoriya”, seu nome era em homenagem à avó materna de Hisashi, que era americana assim como o avô.

—Me perdoe tia... M-Me perdoe... -Izuku trêmulo e de joelhos, encostou sua testa na lápide.

Sua mãe o alcançou e colocou sua mão em seu ombro.

—Vem Izuku... Vamos pra casa meu filho -Inko o olhava de forma triste.

Enquanto Inko ajudou Izuku a levantar-se ambos eram observados ao longe pela garota emo, que sorria levemente lambendo os beiços, já havia passado da hora de executar seu plano...

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Izuku voltou a antiga casa onde morava com sua tia, a mudança já havia sido feita para a mesma uma vez que a casa atacada por Bakugou precisaria de reformas, o próprio estava trêmulo ao entrar lá devido tudo lembrar de sua vida com sua tia a ponto de precisar se apoiar no sofá.

—Izuku! -Izumi foi até seu irmão.

—Merda.... MERDA.... -Ele sussurrava tampando a sua boca em meio a tantas lembranças.

Flashback POV.ON:

—Me ajuda! -Ela gritava em meio à brincadeira fingindo ser a vítima de um acidente.

—Eu estou aqui! -Izuku de 5 anos surgiu fantasiado de herói.

Ambos brincavam, comiam as refeições juntos, assistiam séries e filmes juntos, foi ela que despertou nele a paixão por estudar e pela ciência, mesmo cansada do trabalho era ela quem o ajudava com o dever de casa e o ensinou tudo que ele sabia e despertou nele seu talento para analisar coisas.

—E o quadrado da hipotenusa é igual a... -Laurie perguntou sobre o teorema de pitágoras.

—À soma do quadrado dos catetos -Izuku respondeu- Logo a hipotenusa será igual à raiz quadrada da soma do quadrado dos catetos.

—Muito bem! -Ela colocou um adesivo de estrela na bochecha dele.

—He he...! -Izuku sorriu animado.

Flashback POV.OFF:

—... – Seus olhos lacrimejavam vendo todas aquelas lembranças de uma só vez como se fossem hologramas.

—Izuku, Izuku querido... Eu -Inko tentava achar as palavras certas.

Naquele momento batidas foram ouvidas da porta, Izumi foi levitando para abrir e Tsukauchi junto de alguns agentes eram a visita.

—Peço desculpas, têm um momento? – O detetive perguntou com uma expressão complicada.

Gravações foram mostradas, Katsuki voando em alta velocidade e lutando contra vários heróis e heroínas voadores apenas para dominá-los facilmente, ele escapou.

—Mas o que...? -Izuku estava sem chão.

—Sua velocidade e uso do planador somado ao fato de sua quirk estar mais forte foram muito complicados até para os adultos, até tentaram continuar a perseguição, mas... -Tsukauchi foi interrompido logo em seguida.

—Não... Não... Por favor NÃO... Diz que não é VERDADE.... -Izuku preferindo ter ficado surdo a ouvir aquilo, se aproximou de Tsukauchi.

—Garoto, tente entender -Tsukauchi respondeu- Ele pelo histórico sempre pôde fazer um grande estrago, agora do jeito que está: Forte, treinado, inteligente e com tecnologia que possui, não tem como...

—Adultos que treinaram a vida toda prendê-lo? Com anos de experiência..., Pessoas que já lidaram com atrocidades iguais ou até piores fazerem o mínimo?! -Izuku perguntou indignado.

—Izuku Midoriya!! -Inko chamou sua atenção.

—O que?! Estou errado em me indignar?! -Izuku virou-se para sua mãe com uma expressão de pura dor.

—Izuku, escute... Tente se acalmar -Izumi tentava ajudar- Eu sei que não está com a cabeça boa, mas...

—E TEM COMO?! Não tem como se acalmar Izumi... Você não estava lá...! -Izuku respondeu completamente trêmulo- Você não viu o olhar dela... Não esteve lá para tentar salvá-la, não viu o deboche daquele maldito, aquele traste.... O TRASTE QUE A MATOU E ESTÁ SOLTO POR AÍ...!!!!

Ouvir a expressão da sua dor destruiu todos ao redor, Izuku balançando a cabeça em negação ofegante devido a ansiedade apenas saiu correndo:

—DESCULPA!!

Correndo em direção às ruas, o próprio estava em alta velocidade graças aos seus poderes de aranha.

—Izuku!! -Inko saiu para o lado de fora do apartamento, contudo havia perdido Izuku de vista.

O esverdeado não olhou para trás, ele se negava... Não queria mais ouvir, não queria entender, ele só queria que a justiça fosse feita... Era pedir demais?

Quando cansou de correr e estava bem longe de tudo e todos que estavam junto dele, lembranças de um passado há muito tempo distante vieram à tona.

Flashback POV.ON:

—Inko... Você não pode simplesmente continuar assim!! -Laurie aguentou.

—Como? -Inko se virou.

—Você sabe do que estou falando, não basta só focar em Izumi desde que ela despertou sua quirk, você nem ao menos dedica uma hora por dia pra ele! -Laurie respondeu- Eu converso com ele direto, você deixa o menino sempre comigo... Eu já cheguei a dormir aqui enquanto você estava de missão e quando você chega nem ao menos olha pra ele!

Ambas estavam discutindo, Izuku acompanhava tudo escondido encolhido por trás da porta de seu quarto enquanto sua porta estava com uma pequena abertura que o permitia ver um pouco do que estava rolando.

—E o que quer que eu faça? Que incentive ele a seguir seu sonho? -Inko perguntou.

—Ele não precisa ser incentivado só a ser um herói! -Laurie respondeu- Ele pode ser outra coisa, muito mais!

—E você acha que não tentei? Juro que tentei, mas nada faz efeito! Nada tira da cabeça dele que ele deve ser um herói!! -A mãe tentava se defender.

—Talvez ele só esteja insistindo apenas pra chamar a sua atenção, já pensou nisso?! Já que todo o foco na sua vida gira em torno disso!! -Laurie estava indignada- E essa será a sua solução? Ignorar? Fazer ele ver tudo e se sentir um lixo desprezível até ele desistir do sonho e quem sabe de tudo?

—Essa nunca foi minha intenção -Inko apontou cutucando a sua cunhada- Não coloque palavras na minha boca ou pense coisas que não são verdade!

—Como espera que ele se sinta então Inko? O que acha que qualquer um de fora pensaria?!-Laurie respondeu- Francamente... Para alguém com um forte poder mental você não está sendo muito inteligente!

Ambas ficaram em silêncio.

—Vai mesmo me dizer sobre como devo criar meu próprio filho? -Inko olhava com raiva.

—Não... Você já deveria saber como criar, isso é uma das coisas que se define uma mãe! Estou só mostrando o óbvio -Laurie cruzou os braços a olhando com seriedade.

—.........

—Olha... Eu, eu posso cuidar dele -Laurie quebrou o gelo.

—Hã? -Inko reagiu.

—Você ouviu muito bem -Laurie respondeu- Você não sabe como prosseguir com ele, Izumi é a sua prioridade, certo? Olha, eu posso nunca ter tido o prazer de ter sido uma mãe... Mas creio que ficando comigo ele vai ter alguém que possa dedicar tempo para ajudá-lo em sua formação, alguém que não esteja focado demais em seu próprio trabalho e legado...

—VOCÊ PIROU?! -Inko gritou com pura raiva.

—Porra, o que você queria que eu dissesse?! -Laurie respondeu- Se você está indignada com o que estou dizendo, por quê não faz alguma coisa a respeito?!

Inko naquele momento deu um tapa em sua tia, a esverdeada tinha um olhar de raiva em sua face.

—Me respeite Laurie... -Inko balançou a cabeça em desaprovação- Como ousa? Vir aqui e me dizer isso...?

—..... -Laurie se recompôs- Você sempre quis ter uma menina... Nunca escondeu, veio um menino... A mesma menina que você queria também deveria vir com uma quirk igual à sua... Era seu sonho certo? Mas quem veio primeiro? E as coisas não seriam diferentes se a ordem fosse o contrário, não?

—.... -Inko rangia os dentes em frustração.

—Demorou um ano, mas sua garotinha veio... E enquanto a ele? -Laurie falava com dor devido a tristeza pelo seu sobrinho- Um menino quirkless? O que vai restar para ele nesse lar se ele representa tudo que sua mãe nunca quis?

—BASTA!! -Inko teve seu tapa bloqueado por Laurie naquela vez, que não deixaria ser interrompida daquela vez.

—Você pode até amá-lo.... Pode até “cuidar” dele, digo isso pois você no máximo só daria um teto, água e comida... Está óbvio que você é o tipo de mãe que prefere um filho sobre o outro contanto que o seu favorito tenha tudo que você sempre quis..... ao menos você é assim em seu inconsciente -Laurie concluiu- Pense sobre o que falei, uma vez na vida... PENSA NELE PORRA!! FAÇA ALGUMA COISA POR ELE!!

O pouco tempo que se passou deu a resposta definitiva de Inko....

—Eu não estou te abandonando Izuku -Inko falou a ele no dia em que passou sua guarda para sua tia.

—.... -Izuku estava no carro ao lado de Izumi no banco de trás enquanto sua mãe dirigia.

—..... -Izumi apenas olhava para a janela entediada.

—Mamãe... Quando você vem me buscar? -Izuku estava em negação.

—Izuku... Para essa situação não tem volta para casa, sinto muito -Inko tinha uma expressão complicada em sua face olhando para ele em seu retrovisor.

Apesar da inicial negação, a realidade lhe deu um tapa no rosto, não era preciso dizer que ele ficou depressivo por um bom tempo e até mesmo foi um pouco fechado com sua tia.... Algo compreensível para quem tinha apenas 5 anos, contudo a paciência da mesma junto do seu amor e carinho o fizeram refletir e ver que a partir daquele momento, ambos tinham apenas um ao outro.

Flashback POV.OFF:

Horas haviam se passado e no meio da rua Izuku se perdeu no meio da multidão apenas para sair da aglomeração com diversas lembranças em sua mente.

—Apesar de negar, minha mãe não demorou para ceder... -Ele pensava- Desde então até aquele momento....

Ele riu sem graça e enquanto isso...

“Esse é o último dia... E agora...?"

Izuku passou a andar por um parque observando diversas famílias juntas enquanto era observado de longe por uma figura bem atrás, figura essa que o seguia há um tempo.

 “...Agora é a chance perfeita...”

A jovem seguia seu alvo de forma desajeitada, Izuku por sua vez parou por baixo de uma pequena ponte de pedras para se recompor.

—Minha mãe... “Inko Midoriya”, pode até ter me gerado, mas não foi ela quem me criou... -Izuku concluiu trêmulo sem forças para continuar, ele sabia que ali naquele momento, havia perdido quem de fato era a sua mãe- Ah tia... Eu sinto tanto a sua falta... 

“Apenas vá... Cumpra seu papel...”

A jovem acelerava seu passo segurando o que seria um suposto copo de milkshake sem tampa que havia acabado de ser preparado, em um piscar de olhos a mesma havia chegado em direção ao esverdeado, que estava sem perceber quem estava atrás dele e cuspindo o líquido negro em direção ao copo pronto para jogá-lo quando ambos estavam abaixo de uma ponte.

—....?! -Izuku sentiu a bebida atingir suas costas.

—O-Oooooh...! Desculpa! -A marionete disfarçou.

—N-Não se preocupe... -Izuku se recompôs tirando o seu paletó e vendo todas a sua costa molhada com o líquido- Ah poxa...

—E-Eu sinto muito! -A jovem agora livre.

—Ah... Que isso -Izuku disfarçou a frustração- Olha, eu vou pra casa limpar isso...

—Mesmo? Não quer que eu compre um novo?

—Ah não, relaxe... Olha, eu já devia estar em casa a essa hora.

Izuku foi apressando seus passos e se dirigiu em direção à sua casa, chegando lá ele viu Inko sentada em uma cadeira em frente à sua porta apoiando seus braços nas costas da cadeira com uma expressão séria.

—Ah Mãe... E-Eu...

—Você sabe o quanto me assustou? -Ela o sacudiu desesperada.

—....

—Você sabe?!

—Olha mãe... Eu... -Izuku coçava a cabeça com a única mão livre.

—Escute rapaz, eu sei e entendo que está triste pela morte da Laurie... Ela era da família, sempre foi da família e sempre vai ser! -Inko afirmou- Agora não posso permitir que aja como uma criança, você é por ser um adolescente, porém ao mesmo tempo não é mais uma para agir assim! Entendido?!

—Eu sei...

—... -Ambos ficaram em silêncio.

—Escute.... Eu sei que a situação é complicada... Mas não é assim que se age -Inko ficou calma- Apenas vá para seu quarto dormir, tudo bem? Eu já ressaltei o pedido desculpas para Tsukauchi e cia em seu nome.

—Ok.... -Izuku abaixou a cabeça.

Após tomar um banho Izuku deixou suas roupas no cesto de roupa suja para ser lavado e com seu pijama foi aonde era o seu antigo quarto para se deitar e ir dormir.

“...........................................................”

Havia começado a chover, uma tempestade estava para acontecer e dentro do cesto naquele exato momento...

“A Hora chegou”

Após mover-se para fora do cesto, o ser caiu no chão e rastejando em direção ao quarto do esverdeado, checando onde seria por tentativa e erro.

“.....................”, ele o encontrou na terceira tentativa.

Animado, a estranha criatura foi rastejando a toda velocidade rumo à cama de Izuku enquanto o próprio dormia, ficando acima do esverdeado o mesmo esboçou um sorriso gerando dentes pontiagudos ao criar um “rosto” ao mesmo tempo em que se ouviu o barulho do trovão que fez Izuku por reflexo tirar parte da coberta enquanto dormia.

O mesmo começou a rastejar para fora da coberta e rastejar pela perna de Izuku apenas para se espalhar pelo restante do corpo, o esverdeado sentiu isso e começou a se contorcer.

“...............................”

Quando Izuku acordou após vários espasmos e contorções... Seu corpo foi completamente coberto com a cabeça estando por último ouvindo dentro de sua mente um estrondoso rugido:

"Roooooooooooooooooooooarr!!"

Continua....


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