Amethyst no Hana - A Flor de Ametista Reimaginada escrita por YuukiHisashi


Capítulo 9
Capítulo 8 - Primeiro Contato




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— Premiação... de calcinha?

Ai não… falei alto demais…

 

Ela então caminhou a passos pesados pelo corredor, e ao vê-lo na fila da lanchonete, não hesitou em agarrá-lo por trás pela gola de sua camisa e puxar ele para longe dali. O garoto ainda exclamava “Mas o meu lanche” e “Está sufocando”, mas nada a impedia. Até que ali mesmo, na frente da porta da lanchonete, ela o largou de mão, deixando ele caido, enquanto o encarava de pé.

 

— Yuuki-kun… o que realmente aconteceu ontem, hein?

— O-O que, Akane?

— Não me venha com “O que”, estou falando da tal premiação de calcinha sua, é claro!

 

Bastou ela falar aquilo e as pessoas que estavam ao redor começavam a olhar. O garoto, que estava apavorado, começou a ficar envergonhado pois estava virando o centro de atenções.

 

— E-Eu não fiz por querer, eu juro! Foi um acidente!

— Um acidente?!

— Eu juro pra você! O vento bateu, levantou a saia das duas e--

— E você olhou, não foi, seu sem vergonha!

— Eu tentei evitar--

— Qual é, não me vem com essa desculpa, você sabia muito bem aonde seus olhos estavam observando!

— Tudo bem, tudo bem! Eu olhei! Mas eu te prometo, não foi por minha vontade. Você deve ter visto que naquele dia estava ventando--

— Eu estava no quarto, como é que eu vi alguma co-- ah, espera aí, estava mesmo ventando lá fora...

— Não estava? Eu estou te dizendo, não era pra isso ter acontecido!

— Ainda assim, você fez questão de olhar pra calcinha das duas!

— Elas estavam na minha frente, não teve muito o que eu fazer--

— Que você ficasse a frente então, ao invés de ficar atrás! Ah, chega. Pra mim, já basta dessa discussão. E não fale mais comigo por hora!

 

Ela então se virou e caminhou rumo de volta ao colégio. Todavia, acabou por não prestar atenção por onde andava, e tropeçou em um desnível do chão, provocando sua queda. É claro, sua calcinha rosada também ficou a vista por um breve momento antes de ela se recompor, o fazendo se avermelhar intensamente. Se levantou, foi até ele novamente e lhe aplicou um tapa, o chamando de tarado, desta vez retornando para o prédio, sem cair em tropeço desta próxima vez.

Chegou em sua sala, e sentando em sua carteira, lanchou. Seu semblante ainda estava fechado, para poucos amigos. Shiori somente bateu o olho nela por um breve instante, antes de retornar seu olhar para sua mesa.

 

— Você não parece bem. Aconteceu algo?

— Ah, Shiori-chan… não se preocupe, está tudo bem. Foi só um pequeno contratempo…

— Certeza?

— Sim. Certeza absoluta.

— Se você diz… mas se precisar, estou toda a ouvidos.

 

Akane se duvidou um pouco a respeito daquilo, por conta dos fones de ouvido da garota. Izumi a questionou se esta não gostaria de juntar as carteiras para que pudessem lanchar juntas, e a moça concordou, arrastando sua mesa e cadeira para junto da menina de cabelo lavanda.

 

 

No final dos períodos de aula, quando Hisashi avistou Akane, ele tentou chamar sua atenção. Ela, porém, fechou-se para o moço, ignorando-o completamente. Shiori, um pouco de longe, observava a cena, então parando seus olhos no menino de semblante decepcionado, que estava também acompanhado das outras duas. Vendo ele se despedir das duas, deu certo espaço e o seguiu. Não chegou a estranhar a similaridade dos caminhos percorridos, pois já sabia que este era um dos moradores do Nozomi.

O garoto, do contrário, enquanto retornava para o dormitório, sentiu como se estivesse sendo seguido. Olhando de canto de olho, percebia a menina a segui-lo, e inseguramente, seguiu seu caminho, apertando um pouco o passo. A garota percebeu que ele começava a se afastar lentamente, e deixou ele dar um mínimo espaço a mais, antes de retornar sua perseguição, também aumentando a velocidade de seu pisar de forma discreta. Estando ele já em frente aos muros do dormitório, parou e se virou, confirmando sua suspeita de estar sendo perseguido, enquanto ela se aproximava devagar, parando a alguns metros dele, que a encarava. Tudo que ela fez, como uma forma de resposta, fora inclinar um pouco sua cabeça para o lado, parecendo confusa.

 

— Por que está me seguindo?

 

Ela nada disse, ficando quieta e retornando sua cabeça a posição original, frustrando a tentativa de primeiro contato.

 

— Quem é você?

— Izumi Shiori.

— Certo… e por que está me seguindo?

— Porque achei interessante?

— Como assim? Acha que ficar seguindo as pessoas é interessante?

 

Novamente, ela permaneceu calada, para o infortúnio do menino.

 

— Olha… Shiori-san… eu não sei quem você é, mas por favor, não fique seguindo mais as pessoas. Isso é inconveniente para elas. Agora se me der licença…

 

E tendo dito isto, ele então adentrou o dormitório. Não demorou nem dois segundos, e ele escutou o som da porta a abrir atrás de si. Ao olhar, percebeu a menina ali, fechando a porta logo em seguida. Ele, obviamente, suspirou de insatisfação.

 

— Céus… você escutou uma palavra sequer do que eu disse?

 

Izumi silenciosamente concordou com um aceno positivo com a cabeça.

 

— E o que eu disse, então?

— Para não seguir as pessoas.

— E por que eu disse isso?

— Porque era inconveniente a elas.

— Então por que continua me seguindo, mesmo eu tendo dito isso?

— Eu moro aqui.

— Antes dissesse isso… eu poderia ter chamado a polícia sem saber sobre isso, e você poderia ter causado um grande mal-entendido, sabia?

 

De novo, ela não falou nada. Somente retirou os sapatos e pôs as sandálias, subindo as escadas.

 

— Ei! Você não vai falar nada mesmo?

 

Já era tarde: a menina já estava no segundo lance de degraus. Achou inacreditável o nível de esquisitice daquela menina, e tendo se banhado, retornou para seu quarto.

 

As horas passaram e após o jantar, quando Akane entrou em seu quarto, viu que a garota de cabelos lavanda estava portando seus fones ao ouvido enquanto olhava o celular. Como se ela adivinhasse, redirecionou seu olhar do celular para Akane, e retirou seus fones de ouvido.

 

— Você sempre anda com esses, não é? O que está escutando?

— ...você não gostaria… talvez nem mesmo entenderia…

— Nós não vamos saber até que eu escute, não é?

— ...então…

 

Izumi os entregou a ela, e ao botar sobre sua cabeça aos ouvidos, se surpreendeu. A música a qual estava tocando se chamava Yokoku, de Kiyosumi. Com seu ritmo levemente rápido, e notas que faziam sentido ao mesmo tempo que não faziam, aquela música a fazia viajar de uma forma a qual não conseguia explicar direito, antes de então retirar os fones e os devolver a menina.

 

— É… bem caótico, né…

— Eu disse que não iria gostar…

— Não, não! Não quer dizer que eu não gostei, eu achei interessante até…

 

Por um momento, um constrangedor silêncio permeou ambas as meninas dentro daquele quarto. Em um singelo gesto, Izumi pôs os fones na cabeceira da cama, e abriu sua boca.

 

— ...Aquele garoto…


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