Amethyst no Hana - A Flor de Ametista Reimaginada escrita por YuukiHisashi


Capítulo 10
Capítulo 9 - Descobertas




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— ...aquele garoto…

— Hã? Ah, você quer dizer o Yuuki-kun…

— Foi a primeira vez que eu falei com ele…

— De verdade?

— Ele veio comigo da escola…

 

Aquilo despertou o interesse da morena, que rapidamente mudou seu semblante, preocupada. O olhar de Shiori, no entanto, era distante, vagante.

 

— Não me diga que ele também viu sua calcinha?

— Não… ele devia?

— É claro que não.

— Ele me disse que não era para eu seguir pessoas…

— Eh? Por que isso?

— Porque ele veio comigo da escola…

— Você quer dizer que Você veio com ele da escola, e não o contrário.

 

Miyagi então levantou-se e apagou a luz do quarto, deixando somente a luz azul da noite preencher o cômodo enquanto ambas se preparavam para dormir.

 

— Está brava com ele?

— Não.

— Você parece brava.

— Mas não estou.

 

Aquela noite, Akane não conseguiu fechar os olhos por algumas horas. Ficou observando o teto do quarto enquanto refletia a respeito de tudo aquilo. O sono foi tomando conta dela devagarinho, até de uma vez ela fechar os olhos e dormir.

 

Na outra manhã, quem despertou primeiro fora Shiori, com o som do alarme. A outra, pelo contrário, parecia estar em um confortável sono. Shiori iria despertá-la, até que ao olhar para sua cama, viu ali algo estranho. A coberta da garota estava levantando até certo ponto, como se formasse um pequeno monte, o que atiçou um pouco a curiosidade da menina com cabelos cor lavanda. Ela se ajoelhou ao lado da cama de Akane e cutucou a tal montanha misteriosa. Vendo que a mesma se mexia ligeiramente a ir e voltar, continuou a catucar, de curiosidade. Tanto tocou que a menina despertou sonolenta do reino dos sonhos, e se assentou à cama, enquanto Izumi se levantava e afastava um pouco. A visão da morena, junto com seu raciocínio fora lentamente acordando, até a mesma compreender o que aconteceu ao olhar seu cobertor e a garota, de pé. Ela se cobriu, como se escondesse algo, porém, sabia que não havia como não chamar atenção.

 

— V-Você… viu?

— Se eu disser que não, você fica mais tranquila?

— Ei… eu não quero que minta pra mim…

— Então eu vi…

 

A morena suspirou, decepcionada. Havia sido colocada em uma sinuca de bico, sem a menor chance de fuga.

 

— … Você… é um garoto?

— É um pouco complicado de te responder isso…

— … Você… é um garoto?

— Por que perguntou uma segunda vez?

 

Não obstante, se arrepiou dos pés a cabeça, e em um golpe se levantou e foi ao toalete, para satisfazer suas necessidades. Estando ela aliviada, retornou ao quarto para poder pegar o uniforme.

 

— Você ainda não respondeu a minha pergun--

— Tá bom, eu já entendi… Eu sou, tá ok? Mas não totalmente…

— Como assim?

— Quero dizer que de tudo que tenho, apenas o corpo é masculino. O resto, eu sou igual a você. Só não conte isso para a sensei ou para ninguém, tudo bem? Isso pode se tornar um escândalo horrível e eu posso até ser expulsa daqui.

— Tudo bem.

— Você não vai se incomodar comigo, ou vai?

— Eu não ligo pra essas coisas.

— A-Ah… entendi… bom, menos mal…

 

Apesar da preocupação, respirou um pouco aliviada. Fora se banhar e então, tendo trocado o uniforme, foi à escola, na companhia de Yuuki e Kouta; Shiori fez questão de sair depois deles, pois não sabia lidar muito bem com grupos e multidões.

 

 

No horário do intervalo, Yuuki esperava encontrar com Miyagi no refeitório; Todavia, esta, ele não encontrou. A moça havia decidido-se ficar em sua sala e lanchar com Izumi. Ele pensou que lancharia sozinho, até se sentar e mais duas garotas se sentarem junto a ele, uma ao seu lado e outra a sua frente: eram Emiko e Shizue.

 

— Decidimos dar uma visitinha.

— Shizue… Emiko-chan…

 

A garota de cabelos roxos curtos corou levemente por conta de como Hisashi a chamou.

 

Eu havia dito que não precisava dar honorífico…

— Disse algo?

— Eh?! Ah… nada. Não é nada.

— Você diz que não é nada mas olha só pra você…

 

Nesse momento, a mais nova fitou a de pele mais escura, como se a perfurasse com mil adagas somente com o olhar; e ela percebia. Aquele clima descontraído distraiu o garoto de sua preocupação anterior. Shizue mencionava que logo logo os clubes começariam a procurar por membros no inicio daquele semestre, e por curiosidade, questionou ao menino a respeito de sua escolha para clube.

 

— Clube, né… Estou na dúvida se vai haver algum clube de música ou literatura…

— De literatura, tem sim. O de música eu acredito que tinha o de coral…

— Coral… não sei bem se é minha praia…

— Prefere tocar numa banda?

— É, eu gosto mais disso.

— E que instrumento você sabe tocar?

— Bem… nenhum, mas tenho interesse em Teclado ou Bateria.

 

Ao comentar sobre, Ikehara imaginou ele primeiro de forma superdescontraída na bateria, e pensou “eu nunca poderia…” antes de vir a sua mente a outra imagem, de Yuuki a tocar Piano ao invés do Teclado ao qual ele havia mencionado. Em sua mente, tocava de forma elegante e singela, como se quisesse alcançar o coração de seus ouvintes com sua música, e acabou gostando daquilo.

 

— Acho que se tocasse piano nas formaturas da escola seria algo muito bonito de ver.

— Não acho que me deixariam fazer isso…

— Só quando você for Terceiranista. E mesmo assim, ninguém te dá a garantia, Yuuki. Talvez tenha algo mais que você goste?

— Eu posso deixar pra ver isso quando começarem a contratar.

— Verdade, várias surpresas podem acontecer, e você pode descobrir algo novo.

 

Mais uma vez um pequeno silêncio, antes de Kouta pegar todos de surpresa, se sentando ao lado de Emiko. A garota não se incomodava, a não ser por um pequeno motivo: quem estava do lado de Yuuki era Shizue, e não ela; e claro, a morena percebeu de imediato, o abraçando ao lado. Seu rosto não havia para onde ir senão aos peitos da garota, que não se importava, já que fazia aquilo de provocação.

 

— Algo de errado, Emi-chi?

— Não é nada.

 

Incomodada, se levantou e saiu daquele grupo. Nakajima deixara de abraçar o garoto, que começava a entender a respeito da situação.

 

— Shizue-san… seria melhor que você parasse com isso…

— Eh? Ah, mas é tão divertido ver as reações dela… – E de praxe, tornou a puxá-lo para seus seios. – … e as suas também. Você gosta disso não é?

— Vocês dois estão tão animados como sempre…

 

 

No final dos últimos períodos, os três saíram juntos novamente até os armários para trocarem os sapatos. Nakajima, porém, notou que pela proximidade que se mantinha do jovem, se formava um semblante incomodado no rosto dela.

 

— Já entendi, já entendi. Eu vou na frente, tá bom?

 

E assim, ela os deu a oportunidade que ela tanto buscava, ficando a sós, mesmo que pessoas passassem por ali.

 

— Yuuki-kun…

— O que foi, Emiko?

 

Ao pronunciar seu nome, dessa vez, ela explodiu de nervosismo, completamente avermelhada.

 

— A-Acho que vou voltar atrás na decisão de tirar o honorífico…

— Então, como eu devo te chamar? Emiko-chan?

— S-Sim… Emiko-chan está de bom grado… mas não era isso que eu queria falar…

— O que seria então?

— Você… pode me acompanhar em casa? É claro, se não puder, tudo bem, eu vou entender--

— Posso sim.

 

O coração da menina pulou uma batida ao ouvir aquilo. Trocaram seus sapatos devidamente e então seguiram seu caminho. Miyagi conseguiu ver de relance o garoto saindo com a outra, se sentiu incomodada e planejou algo em sua mente.

Durante a caminhada dos dois, em um instante, Hisashi prestou atenção na jovem donzela ao seu lado. Realmente era bonita, mas algo ali faltava. Ao perceber que ela estava sendo observada, desviou o olhar de vergonha.

 

— O-O que foi, Yuuki-kun?

— Ah… é que--

— Tem algo no meu rosto? Não me diz que é algum inseto?!

— Não, não é inseto nenhum, não tem nada no seu rosto…

— Ah… menos mal… então--

— É que… te observando dessa maneira… parece que falta algo…

 

A moça demorou um pouquinho para raciocinar, e acabou atrelando o comentário do rapaz à sua falta de busto, desanimando na primeira oportunidade.

 

— Me desculpa, por não corresponder às suas expectativas…

— Eh?

— Não é nada…

— Bom… é que esse uniforme meio que esconde algo em você…

— ...Enquanto uns faltam, outros sobram, né…

— De qualquer forma… eu estava pensando se em algum dia eu vou te ver em roupas casuais…

— Ah, claro. Vai ficar bem mais… espera aí, roupas casuais?

— Sim.

— Mas por que?

— Bem...


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