Amethyst no Hana - A Flor de Ametista Reimaginada escrita por YuukiHisashi
— Yuuki-kun… quem são essas?
Akane o encarava com um olhar desconfiado, torto.
— Elas são minhas colegas de classe. A mais alta se chama--
— Nakajima Shizue. É um prazer conhecê-la. Essa daqui se chama Ikehara Emiko.
Emiko estava tensa. Quando a morena decidiu lhe pôr os olhos então, não poderia ter dado outro resultado: a garota desviou o olhar. Era óbvio que aquilo a faria estranhar seu comportamento, e voltar o seu olhar ao garoto, nada satisfeita.
— Que bom hein. Começar o ano com 3 meninas ao redor. Só espero que saiba lidar com aquilo.
— Aquilo?
Hisashi corou pois o que ela havia dito tinha ficado muito vago, o permitindo pensar em coisas pervertidas entre os três. Mas tudo isso fora cortado quando ela decidiu retrucar.
— Não ‘aquilo’. Mas aquilo.
E apontando para a parte mais adentro do colégio, próximo das escadas, se ajuntava um pequeno mas considerável bando de rapazes; em seus olhares, a inveja tomava conta de seus seres, uma aura negra aparentava os rodear, amedrontando o garoto.
— Yuuki… mal você chegou na escola e já tem três garotas…
— Qual é… ao menos deixa uma pra gente…
— Vamos negociar, o que acha, hein?
Elas já haviam se separado dele, sabendo das consequências que sobrevinham a Yuuki, que tentou a todo custo apaziguá-los, mas de nada adiantou: caíram em cima dele.
— Você não vai fazer nada?
— E eles me escutariam?
Após muito apanhar, conseguiu escapar, quase desmontado. E tendo visto o estado do rapaz, pensaram melhor em questão ao pedido feito antes.
— Acho melhor deixar o convite para outra hora, não acha, Emi-chi?
— Ah… é. É melhor… Então… até amanhã, Yuuki...kun…
— Até amanhã, Emiko...san.
Tanto Shizue quanto Ikehara então tomaram seu rumo, e Yuuki começou a tomar o seu. Miyagi, por também estar matriculada no dormitório, o seguiu.
— Também te jogaram para o dormitório?
— Como você sabe?
— Só um palpite.
— Você com certeza soube isso de alguém. Quem foi? A Okaa-san te contou?
— Ela só me contou que você viria para o colégio…
— Bom, isso serviria do mesmo, já que eu teria de pagar caro para poder vir pra cá de casa… Além do mais… você estava bem íntimo daquela tal Emiko, hein…
— Nem tanto, só somos conhecidos recentes.
— Do jeito que falaram, pareciam estar se dando muito bem.
— Você mal chegou e já chegou com ciúmes?
— Você fez uma promessa comigo, e não com ela, lembra?
Pouco tempo conversando e caminhando juntos, eles enfim chegaram a Nozomi. A garota de cabelos morenos não sabia o que esperar do local, e ao entrar, se deparou com um corredor bem tradicional de entrada.
— Sensei. Uma moradora nova chegou…
A mulher, que estava na sala, se levantou do sofá e foi até os dois, e ao vê-los, imediatamente seu semblante mudou.
— Eh… Quem é essa? Sua namorada?
Ambos então coraram, ficando totalmente sem jeito.
— Ela é uma amiga de infância, Sensei…
— Entendi… Miyagi Akane, não é?
— Você já sabia?
— Fui informada pela diretoria da escola. Vamos, eu mostro o seu quarto.
A mulher então subiu com ela as escadas e então a apresentou seu quarto. Enquanto isso, Yuuki estava no banheiro, aproveitando o chuveiro morno por conta do calor. A água, em temperatura ambiente, corria seu corpo, o ajudando a dissipar o calor daquele dia. Não demorava muito e Akane descia para poder também se banhar. Ao abrir a área de serviço, ao mínimo passo dado a frente, escutou o leve som do chuveiro aberto do outro lado. Imaginou que havia alguém do outro lado, e saiu dali, esperando sua vez chegar. Yuuki saíra do lugar, somente acenando para ela e indo para seu quarto, já devidamente vestido. Ela também tomou seu banho e vestiu-se com a roupa que havia deixado na área de serviço.
…
O garoto, depois de um tempo, sentiu algo estranho por perto, e instruído por essa sensação misteriosa, saiu dormitório afora na noite.
“Por que estou aqui fora… mas esse sentimento…”
Era o que pensava enquanto se dirigia ao desconhecido, em passos que ao mesmo tempo que hesitavam, a cada um deles a certeza se punha diante do rapaz. Algo parecia lhe dizer para seguir por ali, ainda que houvesse qualquer perigo. O caminho que tomou aparentava ir para o colégio, porém, em um momento, houve um desvio. Sem ele saber o que esperar, ele continuou caminhando, até que parou de frente a um parque, que era rodeado de algumas árvores e flores de cerejeira. Lá, vislumbrou a menina que estava assentada no balanço, e que o fitou enquanto este se aproximava.
— O que está fazendo aqui?
— Só aproveitando e passando o tempo…
— Não acha que estar aqui tarde da noite poderia ser perigoso?
— Sim, mas eu senti vontade de vir para cá…
O rapaz então sentou ao seu lado e de forma discreta, a observou olhar o céu estrelado. Novamente, a beleza da jovem que ali estava era estonteante para si, fazendo seu coração bater mais forte.
— ...Dez anos… não é?
— Hã? Ah… pois é…
— Depois de todo esse tempo… como esperava que eu estivesse?
— O que quer dizer com isso?
— O que você esperava de mim, Yuuki-kun? O que esperava ao me reencontrar?
— Ah… Bom, pra ser sincero… eu… eu estava esperando me decepcionar…
— Se decepcionar? Por quê?
— E-Eu preciso mesmo dizer o motivo?
A garota então se levantou em um golpe e sorriu, lhe respondendo que não. Caminhou em sua frente e o contornou. Miyagi o abraçou por trás, de forma a aproximar seus rostos lado a lado, o fazendo não somente sentir o calor de seus braços, mas também sua respiração e seu busto a tocar suas costas. Tudo aquilo o deixou imensamente ruborizado, tamanha era sua ousadia para com ele.
— Sabe, Yuuki-kun… preciso admitir que também tinha esse medo… mas algo aqui dentro me dizia o contrário.
— V-Você também--
— Eu também fiquei preocupada, imaginando que pudesse já ter uma namorada… não nego, até esse presente momento, tenho esse temor. Mas tenho mantido uma mentalidade positiva quanto a isso.
— A-Akane… seu--
— Então, se caso você tiver, quero que chegue até mim e me conte.
— E-Eu n-não tenho…
— Está falando a verdade?
— Sim...
— A verdade verdadeira?
— Sim…
— Entendo… E não tem o porquê de você se decepcionar comigo… até porque… eu não tenho um namorado…
E sua ousadia parecia não conhecer limites, a qual ela, em um singelo momento de carinho, o surpreendeu com um beijo em sua bochecha, fazendo Yuuki arrepiar dos pés a cabeça, e deixando seu rosto completamente avermelhado.
— ...ainda…
A garota então o largou e correu, parando pouco a frente dele, com um sorriso um pouco travesso em seu rosto.
— Yuuki-kun, vamos? Vão estranhar de a gente não estar lá a essa hora.
O rapaz concordou, ainda que levemente atordoado pelo que houvera acontecido. Caminhou um pouco lentamente, o que a fez fazer beicinho, imediatamente o puxando pela mão e correndo com ele pelo caminho até o dormitório com um sorriso em seu rosto.
— Se nós fossemos andando moles dessa maneira, só chegaríamos lá amanhã!
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