Time Reversal/Reversão do Tempo escrita por LadyIce


Capítulo 5
Capítulo 5 - A Revelação




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ODIN

Elizabeth e Nathan estavam em uma vídeo conferência com Richard e Zimmermann num quarto de hotel em Odin.

— Bom conseguimos até agora ter sucesso. Precisamos agora traçar o próximo passo - disse Nathan.

— Sim, é a hora de se aproximar de Reinhard, mas acho melhor após o incidente de Castrop - falou Elizabeth.

— Eu diria além, deve ser após a tomada de Iserlohn - disse Zimmermann.- Não sabemos o que as revelações podem ocasionar e Yang Wen-Li deve conquistar a fortaleza como sabemos. A batalha posterior, em Amritsar, o Império deve vencer e acredito que nossa interferência não irá mudar o resultado. A partir daí começa a desenhar a guerra civil dentro do império e é onde nossa ação deverá ser mais efetiva.

Todos concordaram com as afirmações de Zimmermann.

— Irei preparar o terreno na festa de cerimônia quando Reinhard se tornar Almirante das frotas imperiais. Falarei com Siegfried - disse Liz. -  Ele vai nos ajudar.

— Esperemos que sim, senão é melhor esperar pelo próximo looping temporal - falou Nathan. - Como você entrará Liz na cerimônia?

— Eu não irei, quem vai será você Nathan e deixe um recado para Siegfried me encontrar.

Nathan ficou surpreso, será que seria chegada a hora de finalmente encontrar seus antepassados, era o que questionava em sua mente.

 

19 de Março, Ano 796 Calendário Universal

DIA DA CERIMÔNIA NO IMPÉRIO- NEUE SANSSOUCI

A Batalha de Astarte aconteceu e o Império teve vitória, o que levou Reinhard a ser promovido a Almirante de Frota, isso seria realizado numa cerimônia no palácio Imperial logo mais a noite. Naquela mesma manhã, Siegfried acordou e estava quase saindo de seu quarto para tomar café, quando se lembrou da carta. Ele foi até uma maleta e após colocar o polegar para leitura a abriu, em meio a alguns papéis ele encontrou a carta, tirou o lacre e ao abrir a folha tomou um choque ao ver o nome ali escrito: Yang Wen-Li.

"Exatamente como ela disse, haveria um nome em destaque. Porque ele foi o destaque daquela batalha em Astarte, só não tivemos a vitória total por causa de Yang."

Ele começou a ler, a riqueza de detalhes era inquestionável e quando chegou ao fim, suspirou. Pegou carta para destruí-la.

"Parece que acertou mais uma Srta. Von Braun. A Batalha de Astarte descrita em detalhes e com a formação de anel das naves do império e aliança, algo nunca visto antes. Parece que terei que lhe dar certo crédito em toda sua história."

Siegfried saiu do quarto intrigado sobre onde tudo aquilo o levaria.

 

NOITE DA CERIMÔNIA

Nathan estava com o uniforme do império, assumira a identidade de um soldado morto em batalha, alterando apenas o primeiro nome. Lena conseguira nos sistemas do império mudar tudo. Ele agora era o tenente Nathan Jäger das forças imperiais. Fazia parte da frota de Cornelius Lutz. Lena também deu um jeito de colocá-lo como convidado na cerimônia. Nathan ao adentrar o salão grandioso sentiu uma certa euforia.

— É lindo - murmurou - o que está montado aqui não se compara em nada ao da nossa época - ele disse aos que estavam escutando seu fone.

— Não esqueça de posicionar a câmera para assistirmos também - falou Elizabeth - você é nossos olhos.

Nathan sabia a importância para os irmãos presenciar tal momento. Ele começou a se posicionar melhor para ter um melhor ângulo de visão. Foi então que seu coração parou, ali a alguns poucos metros estavam os dois, as estrelas gêmeas do império, Mittermeyer e Reuenthal. Seu corpo tremia de emoção e muita saudade. Ele gostava desde criança de ficar com os avós e fora criado com eles.  Ver seu avô jovem e cheio de vida era indescritível. Nathan sorriu, seu amor não mudara. Nathan olhou para os lados e resolveu ficar por ali, daria pra assistir bem.

Cerca de trinta minutos depois todos já tomavam seus lugares estavam prontos, apenas aguardando o grande destaque da noite. O imperador Frederic IV entrou e todos imediatamente se levantaram para saudá-lo. Os portões do salão se abriram e por ele se encontrava Reinhard caminhando em toda sua imponência.

Elizabeth estava no carro ali por perto olhando as imagens enviadas por Nathan para o notebook. Não tinha como não sentir a emoção.

— Aqui é o inicio da conquista do universo - ela disse - o nascimento da dinastia Lohengramm.

Após a cerimônia acabar, Nathan foi ao salão onde estava ocorrendo a festa. Ele não podia deixar de ouvir os diversos comentários absurdos no caminho sobre Reinhard. Ele pegou uma taça de champagne que os garçons estavam servindo e começou sua procura a Siegfried.  Em algum momento o achou, mas este trocava palavras com outra pessoa que ele desconhecia, devia ser algum dos oficiais. Ficou ali olhando e aguardando o melhor momento. Finalmente Siegfried se despediu e encaminhou para perto da janela. Rapidamente ele chegou e o abordou:

— Comodoro Kircheis - ele prestou continência - peço licença para passar um recado.

Siegfried assentiu com a cabeça, Nathan se aproximou para murmurar para que mais ninguém ouvisse.

— Não parta hoje com o Almirante Reinhard, invente uma desculpa, a Srta von Braun aguardará com um carro neste local - ele passou o pequeno pedaço de papel com a placa e Siegfried o pegou.

— Quem é você?

— Nathan Jäeger - ele sorriu - é um imenso prazer conhecê-lo senhor. Preciso ir. Iremos nos encontrar novamente.

Ele se virou e deixou Siegfried, este guardou o papel e pensou que teria muito a conversar com aquela mulher, mas agora estava focado em Reinhard, sua subida meteórica, e ele subindo junto.

De longe Nathan viu uma figura que lhe causava arrepios, mas tão importante quanto Siegfried, Paul von Oberstein.  Este se aproximou do jovem ruivo para conversar.

Nathan estava tão absorto vendo aquela cena que ao se mexer com mão derrubou o líquido numa pessoa que estava vindo, era Reuenthal, imediatamente ele prestou continência.

— Perdão senhor.

— Sem problemas isso acontece - ele sorriu, Nathan o olhou e viu aqueles olhos heterocromaticos, eram impressionantes. Logo em seguida chegou Mittermeyer com um copo na mão e um guardanapo entregando a Reuenthal se enxugar.

— Precisa aprender a relaxar meu rapaz, já chega nossas batalhas lá - ele apontou para o ceu - qual seu nome?

— Sou Nathan Jäeger.

— Prazer rapaz - quando ele ia completando Nathan se adiantou de forma automática:

— Contra Almirantes Wolfgang Mittermeyer e Oskar von Reuenthal.

— Pelo jeito estamos famosos Mittermeyer - riu Reuenthal.

— Perdão- ele pensou "burro, como foi falar isso?" - eu escuto muito os feitos dos senhores.

— É mesmo? A qual frota você pertence? - perguntou Mittermeyer.

— Estou sob o comando do Contra Almirante Cornelius Lutz.

— Ah sim Lutz, está em excelentes mãos - sorriu Mittermeyer, ele olhou para Reuenthal - foi um prazer conhecê-lo rapaz, espero que um dia possa servir numa das minhas naves. Infelizmente precisamos ir.  Reuenthal, Sua Excelência Reinhard quer dar uma palavra conosco, vamos lá.

Reuenthal assentiu com a cabeça e se despediu de Nathan, este ficou com uma cara sem acreditar vendo os dois andando a sua frente.

"Eu preciso de uma bebida definitivamente antes de ir" - Todavia ele estava observando os movimentos de Siegfried e quando ele estava saindo informou pelos fones:

—Elizabeth ele está indo - Nathan murmurou, seguindo os passos do jovem ruivo.

Parecia que tudo estava em ordem. Ele ao longe percebeu que Siegfried entrou no veículo. Sua missão ali acabara, retornaria para o Hotel, era com ela agora.

Elizabeth fechou o notebook e colocou na parte detrás do carro. Pelo espelho viu a figura de Siegfried chegando. Ele abriu a porta do carro e se sentou no banco de passageiros, e então ela ligou o carro e começou a andar.

— Boa noite Sr. Kircheis.

— Boa noite Srta. von Braun.

— Leu a carta?

— Sim, acertou novamente em tudo.

— Começa a acreditar em mim?

— Não consigo descartar os fatos.

— Mas ainda não acredita totalmente. Bom hoje irá acreditar definitivamente. Richard prepare a nave para o local indicado. Esteja a bordo, estarei levando ele.

Siegfried não entendia aquela fala.

— Estou falando com meu irmão pelos fones que usamos - ela mexeu nos cabelos mostrando dentro da orelha, mas era tão imperceptível que não era possível notar - é um microfone e fone embutidos com alta tecnologia. Sr Kircheis tentarei ser o mais breve possível, amanhã sei que tem um encontro com a Condessa Grunewald, junto com Reinhard.

— Você continua a saber tudo.

Eles caminharam para uma campina aberta, ela estava com o carro na estrada e subitamente saiu da estrada.

— Aperte os cintos Sr. Kircheis.

Ela entrou com o carro pela grama e lama rumo ao nada, então subitamente parou e falou:

— Descamuflar e abrir acesso Richard.

Siegfried não acreditou no que seus olhos viram, a frente deles não havia nada e de repente a paisagem começou a mudar, algo tomava forma em meio ao nada. Uma imensa nave branca que ele conhecia bem, ela tinha algumas pequenas alterações, mas era ela, Brunhild.

— Sim é Brunhild do futuro. A tecnologia que usamos é a desenvolvida em nossa época, a camuflagem.

— Mas...mas Brunhild só deve pertencer a uma única pessoa, esta é uma cópia.

— Não Sr. Kircheis - as portas da nave se mexeram neste momento e uma rampa foi aberta, ela começou a dar partida no carro para entrar - É a original, ela foi guardada para mim para ser usada no momento certo.  Minha avó e meu pai fizeram tudo.

— Mas...- ele começou a raciocinar - a menos que Reinhard tenha morrido em combate, mas você me disse ... Não compreendo.

— Sr. Kircheis, você estava certo sobre eu ter parentesco com a família de Reinhard. Minha avó era a esposa de Reinhard von Lohegramm - aquela revelação caiu como um raio em Siegfried.

— Então, então você é neta de Reinhard?

— Exatamente, e a prova está ali - ela apontou na direção de Richard, parando o carro. Os dois desceram e Siegfried andou até o irmão de Elizabeth e não conseguiu acreditar no que viu. Ele observou o rapaz loiro prestar continência.

— Prazer em recebê-lo a bordo da Brunhild. Richard von Lohengramm.

Siegfried não tinha palavras, estava completamente chocado. 

— Você é idêntico a ele.

— Sim, a prova final - falou Elizabeth - nossa genética. Venha vou mostrar a ponte de comando. - Ela o puxou pelas mãos.

Kircheis se deixou conduzir pelos caminhos que ele pensava conhecer, até chegar a ponte de comando. Por dentro era bem diferente, diversas tecnologias que ele não soube compreender. Ao entrar na ponte de comando todos prestaram continência, não a ela e sim a ele.  Siegfried atrapalhado olhou sem saber muito o que fazer.

— Não se preocupe, sei que está sendo difícil. Tripulação retornem aos seus afazeres.

A abóbada transparente ainda existia, ele olhou para cima, enquanto escutou Elizabeth falando:

— Camuflar, não quero que ninguém nos veja. Venha a minha sala para conversarmos melhor.

Richard estava logo atrás deles e os acompanhou. Na sala de reuniões, Elizabeth explicou em detalhes tudo o que aconteceu no futuro e mostrou imagens da destruição de Phezzan e Odin.

— Precisamos deter o inimigo e impedir estes cataclismas. Entende agora quando disse que nunca poderia fazer qualquer mal a Reinhard, ele é nosso sangue, sem ele não existimos.

Siegfried parecia ter se rendido, tudo estava ali, não tinha como refutar, era tudo verdade. O jovem ruivo observou que mesmo Richard sendo igual a Reinhard ele tinha uma leveza e alegria que Reinhard não tinha. As personalidades eram bem distintas.

— Vai nos ajudar Sr. Kircheis?

— Sendo desta forma, eu vou sim. Mas entenda que estou ao lado de Reinhard praticamente todo o tempo, não sei como colaborar, Srta von Braun?

— Pode me chamar apenas de Elizabeth - ela sorriu- para os outros será von Braun.

— Sendo assim pode me chamar de Siegfried - ele sorriu, de alguma forma que não sabia explicar se sentia a vontade com ela.

— Siegfried, preste atenção, estamos neste atual looping fazendo muito provavelmente o que não fizemos nos outros: interferir na história, mas sem alterá-la significativamente. Você entende que tudo vai acontecer como se deve para termos a paz e prosperidade no futuro não?

— Sim.

Ela respirou e em seguida começou:

— Farei uma revelação importante, quero que ouça com atenção. Haverá um incidente, com uma tentativa de assassinato a Reinhard. Neste momento pela história você intervém, salva Reinhard, mas... - a voz dela sumiu.

— Eu morro não é isso?

Ela concordou com a cabeça. Ele se sentiu desconfortável de saber esta informação. Por outro seria exatamente o que faria.

— Nós viemos pra salvá-lo, mas sua morte terá que ser verdadeira para todos os outros, exceto Reinhard que saberá de tudo. Neste momento, você ficará conosco e nos ajudará.  Será necessário abandonar Reinhard, Siegfried. Sei de sua promessa, mas não há alternativa, você não pode estar ou influenciar nos fatos futuros, caso contrário Reinhard pode não ter sucesso em conquistar o universo.

— Mas isso você não tem certeza.

— Tenho certeza de uma coisa, se você estiver lá outra pessoa muito importante poderá morrer e também será o fim de tudo. Não é apenas Reinhard que unificará tudo, ele querendo ou não precisa de outra pessoa.

— E quem seria?

— Não posso dizer ainda, mas é uma pessoa tão importante quanto Reinhard.

Ele refletiu, no fundo gostaria que a guerra acabasse.

— Siegfried, Reinhard precisa amadurecer e ele só fará isso quando tiver completamente sozinho. Você precisa deixá-lo caminhar com as próprias pernas. Além disso, será uma das poucas oportunidades que minha avó poderá se aproximar dele. Ela tomou o seu lugar de certa forma e zelou por ele até o fim. Mas digo que sua saída será temporária, após toda a unificação você poderá retornar.

— E quanto tempo isso vai demorar?

— Entre 3 a 4 anos. Reinhard terá de aceitar. Você terá que nos ajudar a convencê-lo. O futuro da humanidade está em jogo. - ela olhou com o mesmo olhar resoluto de Reinhard- eu juro pela minha vida que vou protegê-lo até tudo terminar. Entenda que ele é minha inspiração, meu herói, ele é meu sangue. - Siegfried a olhou e não viu mentiras, ele conhecia bem aquele olhar.

— Quanto tempo até minha "morte"?

— Cerca de 1 ano e 6 meses. Este é o tempo para prepararmos Reinhard.

— Vai ser complicado ele aceitar.

— Vai ser necessário. Você é o único que ele escutará.

— E se ele não escutar?

— Usaremos Richard até sumirmos com você - ela sorriu- ele já conseguiu enganar Reuenthal.

Siegfried arqueou as sombracelhas e ela contou o episódio, ele por fim acabou rindo.

— Vá Siegfried amanhã terá um encontro.  Eu irei te procurar para acertar os detalhes depois de retornar de sua próxima missão.

— Que certamente sabe qual será.

— Sim, mas desta vez não direi - ela sorriu.

"Parece que estou destinado a servir esta família" - ele pensou.

— Tome isto Siegfried, não deixe em hipótese nenhuma ninguém perceber nem Reinhard. Destrua se for necessário. - ela entregou um quadrado negro e fino, do tamanho de uma moeda. - Se precisar de emergência nos contatar use isso. O código de segurança será leão.

Ele pegou e guardou cuidadosamente dentro de seu uniforme.

— Vamos vou te dar uma carona - ela riu.


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