Time Reversal/Reversão do Tempo escrita por LadyIce


Capítulo 6
Capítulo 6 - Quando os Leões se Encontram




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/804212/chapter/6

Julho,  Ano 796 do Calendário Universal

— Um concerto? - perguntou Reinhard.

— Sim, a Srta von Braun deu dois convites para nós dois.

— Você está interessado nela?

Siegfried se enrolou para explicar.

— Está bem, nós iremos.- respondeu Reinhard. Siegfried nunca lhe pediu para acompanhar em algum lugar, exceto a casa dos pais dele, era sempre ao contrário, Reinhard que sempre solicitava a Kircheis o acompanhar. Era justo agora satisfazer a vontade do amigo.

Elizabeth estava se olhando no espelho do Hotel que ficava alocado em Odin. Em breve ela teria um encontro com Siegfried e Reinhard, iria iniciar os trabalhos de aproximação com Reinhard. Ela resolveu colocar um vestido azul royal que combinava com seus olhos. Colocou um colar e brincos prata, sendo que o colar tinha uma pedra de safira. Para completar ela usava também luvas brancas e prendeu os cabelos. Estava parecendo mesmo uma Kaiserina. Quando estava prestes a sair, Nathan não pôde deixar de olhá-la,

— Está linda Liz.

— Obrigada Nathan.

— Tem certeza que não precisa que eu seja sua sombra? Vai ficar tudo bem?

— Não se preocupe, Siegfried está do nosso lado. Ele poderá nos ajudar qualquer coisa.

— Se cuide. Minha missão é te proteger.

Ela sorriu e desceu para o saguão do hotel onde estavam os dois a aguardando. Ambos estavam super elegantes em seus uniformes de gala imperiais.  Siegfried abriu um sorriso ao vê-la

— Está muito bonita Srta. von Braun.

— Sim com certeza - respondeu Reinhard esboçando um sorriso

— Vamos - Siegfried deu a mão e a conduziu até o carro.  Todos eles entraram, ela se sentou ao lado de Reinhard e Siegfired a sua frente. Chegando ao local, Siegfried estendeu a mão para ajudá-la a descer, ela ficou deslumbrada com a beleza  do teatro.

“É tudo tão lindo e vívido.” - ela se sentara ao lado de Siegfried nas poltronas do teatro. Em vários momentos ela se pegou olhando para o jovem ruivo. “Ele é tão lindo. Apenas olhe Elizabeth, só isso que pode fazer” - ao mesmo tempo ela estendeu o olhar para Reinhard,  o sentia tão frio, ele não permitia a aproximação das pessoas. Ela compreendia agora Hilda melhor.

O concerto havia sido lindo, ela raramente fazia isso desde que entrou na acadêmia militar. Na primeira oportunidade após o fim do concerto Elizabeth murmurou para Nathan pelos fones discretamente.

— Tudo certo até aqui, irei entregar a carta na frente de Reinhard sobre a batalha de Amritsar.

Quando estavam saindo todavia, Elizabeth percebeu algo estranho. Um zumbido, ela olhou para o céu, não havia nada. Na sequência ela segurou a mão de Siegfried o alertando. Imediatamente Kircheis encostou Reinhard numa das paredes da saída do teatro.

— O que está acontecendo? - Reinhard questionou.

Não houve tempo de responder, algo começou a atirar do céu.

— Um drone camuflado Siegfried - ela olhou pra ele. - Droga, droga. Nathan emergência, alguém está usando nossos drones.  Vamos pelos fundos.- ela ordenou aos dois.

Eles correram feitos loucos por dentro do teatro, ela na frente parecendo indicar o caminho, antes de sair tinha feito a lição de casa de estudar a planta do local para alguma emergência. Conseguiram chegar ao pátio onde haviam vários carros estacionados, viram um bem próximo, o carro era esportivo e aberto, os três pularam dentro. Ela pegou o volante e Siegfried ficou com Reinhard no banco de trás para protegê-lo.

— O que tá acontecendo Kircheis? Quem é ela?

— Se abaixe Reinhard você entenderá, todos estamos aqui para lhe proteger.

Elizabeth tomou os controles do carro, pegou um aparelho da bolsa e grudou onde seria a ligação do carro.

— Vai. vai, vai... - ela em desespero gritou, finalmente o dispositivo acionou o código de acesso. Ela arrancou com o carro no modo manual e olhou pra cima e sentiu algo vindo.

— Ele nos achou - ela avisou, pisando mais no acelerador e começou a fazer um zig zag pelas ruas, o drone atacando sem cessar. Reinhard e Siegfried pegaram suas armas e tentaram atirar em vão. Elizabeth visualizou um túnel logo a frente.

— Siegfried quando eu entrar no túnel pegue o volante - ela ordenou e ao adentrar no túnel desacelerou um pouco.  O jovem ruivo pulou para o banco da frente e ela foi para o banco de trás com Reinhard.

— Droga destes vestidos - ela resmungou e levantou o vestido, junto a cinta liga tinha uma arma que ela sacou, Reinhard observou espantado. -  Vou acabar com este drone.  Fique agachado aconteça o que acontecer Almirante - ela olhou para ele, Reinhard ia protestar. - Por favor me escute sua vida é importante.

Elizabeth aproveitou a escuridão do túnel para prestar atenção nas luzes difratadas pelo drone, mais evidentes a noite. Era uma falha de projeto que Richard não tivera tempo de arrumar, a camuflagem funcionava bem, mas na hora do drone mirar ele usava um laser que acabava não sendo totalmente escondido.

—Te peguei - ela se levantou e apontou a arma pra cima num ângulo de 45 graus mais ou menos e atirou no local onde havia um espalhamento de luz. O drone perdeu a camuflagem, Reinhard ficou boquiaberto.  Ela sem pestanejar atirou várias vezes até incapacitá-lo totalmente.

— Siegfried diminua e pare - ela pediu e ele obedeceu. Assim que parou, Elizabeth pulou do carro e foi até o drone, chutando o com a sandália de salto.  Ela pegou e o colocou dentro do porta-malas - Tecnologia como esta não pode ficar a mostra - ela disse a Siegfried. - Vamos eles vão vir atrás de nós.

— Quem? - questionou Reinhard - exijo uma explicação.

— E você a terá, mas agora precisamos salvá-lo a qualquer custo -ela olhou para Siegfried. - Não sei o que aconteceu ainda, mas precisamos ir, não temos tempo.

Eles entraram no carro. Elizabeth preferiu deixar o volante nas mãos de Siegfried e ficou no banco de trás para cobri-los.

— Nathan estou no túnel da via lateral do teatro, consegui abater o drone, mas acredito que vão vir terminar o serviço, venha logo. Iremos para o atracadouro das naves, setor K9 Sul. Traga minha nave. É uma ordem. Mande Richard dar um jeito.

Siegfried pensou "Brunhild do futuro, como Reinhard irá reagir?" ele acelerou o carro sabia para onde devia ir.

Enquanto isso Reinhard pensou na localização dada. Era um dos pontos em construção de atracadouros. Tinham poucos guardas imperiais.

Siegfried acelerou e como ela tinha previsto alguém estava chegando em duas motos. Um homem e uma mulher com capacetes cobrindo os rostos e roupas pretas.  Rapidamente estavam chegando bem próximos, um deles emparelhou e segurou uma arma na mão. Siegfried tentou jogar o carro contra ele para desequilibrar, o mesmo apenas desacelerou para não cair. Enquanto isso a outra moto estava a alguns metros de distância da parte traseira do carro. Elizabeth e Reinhard atiraram, a mulher na moto faz um zig zag para sair da linha dos tiros.

Ela pegou a bolsa e retirou algo que parecia ser uma bola de gude, tinham três em suas mãos. Ela apertou as três juntas e jogou em direção as motos. Uma enorme explosão fez, desta vez as motos perderem o equilíbrio e seus ocupantes caírem.

— Isso não vai ser suficiente para pará-los, mas ganharemos um tempo - Elizabeth disse.

Siegfried conseguiu acelerar bem e manter uma certa distância, ele já estava vendo o local indicado. Havia uma única entrada com um dos guardas imperiais na frente.  Siegfried começou a parar o carro.

— Alto lá aqui é área proibida, retornem - disse o guarda.

Reinhard se virou para o guarda e falou em tom firme

— Soldado sou o Almirante Reinhard von Lohengramm, estamos em situação de perigo avise imediatamente o comando.  Nos dê passagem imediatamente.

O guarda abriu os olhos assustado e imediatamente pediu ao companheiro que estava dentro abrir a cancela.

— Sim senhor - ele prestou continência - mas foi a última coisa que aconteceu, ele tombou vítima de um tiro, as motos estavam de volta e atirando.

— Vamos Siegfried - gritou Elizabeth. - Richard cadê você? Qual a situação da nave?

— Estamos chegando Liz, aguente, mais uns 10 minutos - respondeu Richard

 - Estaremos mortos até lá, rápido - disse Elizabeth.

Reinhard a olhou e questionou:

— Você é louca falando sozinha?

— Não eu estou me comunicando com meu irmão que está na minha nave. - Ela apontou para o ouvido. Reinhard desistiu de entender por hora, precisava focar em sobreviver em meio aquela loucura toda.

Eles chegaram no limite da construção. Siegfried parou o carro e eles correram em direção a uma construção ainda sem teto e inacabada.  Ficaram atrás de uma das paredes observando a chegada dos inimigos. Estava com noite de lua cheia, assim como a Terra, Odin tinha apenas um satélite natural. Dava para visualizar bem as coisas mesmo sem energia naquela área.

As motos chegaram e pararam, os ocupantes desceram dela com as armas em punho. Resolveram tirar o capacete e se posicionam atrás do carro estacionado para se protegerem. Quando Elizabeth viu finalmente os rostos, não pode deixar de ficar surpresa. Eram seus oficiais, Alana e Elias. O sangue lhe subia e só conseguia pensar:

"Traidores malditos".

A mulher começou a atirar várias vezes, Siegfried, Reinhard e Elizabeth se protegeram e tentaram revidar. A situação permaneceu a mesma, até que na retaguarda deles Elias apareceu:

— Larguem as armas agora.

— Droga, seu traidor cretino - ela gritou. Com grande desgosto eles soltaram as armas no chão.  Alana se aproximou e se juntou a Elias. - Traidores, como podem? - Alana lhe respondeu:

— Nos infiltramos com sucesso na sua nave e conseguimos fazer o salto temporal junto com vocês. - Reinhard escutou aquilo atônito, pensando sobre aquelas palavras- Nossa missão era acabar com as defesas restantes em Heinessen, mas achamos melhor permanecer com nossos disfarces. Aproveitaríamos esta oportunidade e acabaríamos com Reinhard antes dele conquistar tudo e iríamos gerar o caos nesta era. Assim quando nossos companheiros chegassem, já teríamos cumprido a missão deles, finalmente iríamos triunfar no passado e consequentemente no futuro. A humanidade é sórdida, sem moral, vive como animais.  Iremos acabar com Odin, Phezzan e desta vez com Heinessen - ela riu - bilhões e bilhões morrerão. E Reinhard será o Kaiser dos mortos - ela riu novamente, Reinhard ficou irritado com aquilo, por mais loucura que fosse tudo aquilo era incompreensível. - Vamos acabar com a dinastia Lohengramm aqui, não é mesmo Elizabeth? Você já contou tudo a ele?

Ela olhou com raiva e já estava na frente de Reinhard para protegê-lo

— Não adianta Elizabeth, não faz diferença quem será o primeiro.

Um zunido e de repente Elias caiu atingido na cabeça, e outro zunido e Alana também caiu com um tiro no lado direito do peito. Elizabeth olhou e viu Nathan.

— Graças a Odin Nathan.

— Vocês estão bem? - ele perguntou- desculpe a demora Liz.

Ela sorriu pra responder e olhou para trás, alarmada viu Alana com a arma nas mãos apontando para Reinhard num último esforço, sem pensar duas vezes se colocou a frente de Reinhard, virando as costas e sentiu o tiro lhe atingir.  Siegfried pegou a arma do chão e atirou em Alana. Elizabeth olhou para Reinhard que tinha o semblante de surpresa. Ela se apoiou nele que a segurou pela cintura.

— Por quê? -Reinhard perguntou. 

Ela riu e respondeu balbuciando:

— Meu avô dizia aos homens de suas frotas que seus herdeiros deveriam estar na linha de qualquer batalha para terem...mérito...- ela desmaiou e Reinhard a manteve segura para não cair, atordoado com aquelas palavras. Nathan se aproximou desesperado e indicou a Reinhard para colocá-la no chão, ele mediu seu pulso, pegou uma espécie de pistola de dentro da jaqueta e injetou no pescoço dela.

— Emergência, Elizabeth foi baleada, acionar equipe médica para a entrada da nave.

— Como? - gritou Richard - vou providenciar imediatamente, estarei aguardando, estamos descendo em 2 minutos se preparem.

Nathan olhou para Siegfried e explicou:

— Vamos causar grandes turbulências nesta área devido ao pouso da nave, não tivemos saída, viemos descamuflados. Richard resolveu o problema junto a central de comando da área.

Siegfried entendeu, foi necessário Richard se passar por Reinhard para conseguir autorização.

— Temos que ir, estão pousando. - Nathan carregou Elizabeth nos braços.

Reinhard começou a caminhar com Siegfried e seus olhos se dirigiram ao céu. Uma nave reluzente ao luar desceu sobre as águas.  A rampa de descida abriu e alcançou a terra.

— Brunhild - balbuciou Reinhard- Mas como....- ele prestou um pouco mais de atenção - é idêntica, mas tem algumas pequenas diferenças. - Onde eles conseguiram..?

—  Reinhard tudo será explicado.

— Você sabia de tudo Kircheis? E me escondeu? - ele mirou com um olhar de ira para Siegfried.

—Por favor aguarde todas as respostas, precisamos salvar a vida de Elizabeth.

Reinhard não teve escolha, os seguiria, queria respostas. Alguém estava entre a vida e a morte por ele e precisava saber o porquê e quem eram aqueles inimigos.  Nathan olhou para Siegfried e pediu:

— Por favor atire no tanque do carro, temos que destruir qualquer evidência da nossa época. Já retirei armas e apetrechos dos corpos deles.

Siegfried pegou a arma e deu uns 3 tiros no tanque do carro que estavam e o mesmo explodiu. Eles rapidamente adentraram na nave. Na entrada estava toda uma equipe médica preparada. Nathan colocou Elizabeth com cuidado na maca e olhou para o médico.

— Salve-a de qualquer forma.

Richard estava tão desesperado que nem se tocou da presença de Reinhard, ele pegou as mãos de Elizabeth.

— Liz não me deixe, só tenho você minha irmã. - ele saiu atrás dos médicos e da maca.

Reinhard ficou petrificado, era como ver a si mesmo num espelho. O desespero daquele rapaz era o mesmo que ele teve por Annerose quando foi levada pelo imperador.

— Kircheis, ele é minha cópia, um impostor?

— Não Reinhard. Ambos são da linhagem Lohengramm. São seus netos, Elizabeth e Richard, eles vieram do futuro para salvar você e o universo e certificar que a história não seja alterada. Os inimigos no futuro tiveram acesso à tecnologia de viagem temporal e retornaram a esta era para alterar a história e gerar um genocídio de bilhões de vidas humanas no futuro.

Reinhard arregalou os olhos surpreso, por um momento sua mente não conseguiu conceber aquilo. Mas ele era inteligente demais para compreender que tudo parecia agora se encaixar, a tecnologia diferente do drone, as conversas de Elizabeth, as últimas palavras dela para ele, era algo que com certeza diria aos homens de suas frotas, os olhos dela, sim eram seus olhos. E o rapaz era idêntico a ele.  A genética estava ali, não tinha como negar por mais que quisesse.

Nathan estava próximo para escutar o que Siegfried dissera. Ele se aproximou e falou a Reinhard.

— Excelência, bem-vindo a bordo da sua nave originalmente, esta é Brunhild do futuro. A nave foi deixada para Elizabeth.  Venham vou levá-los para um local adequado para descansarem e conversarem melhor.

— Qual seu nome? - questionou Reinhard.

— Nathan...Nathan Mittermeyer - outra surpresa para Reinhard- sou neto de Wolfgang Mittermeyer a seu dispor. Servimos a gerações a dinastia Lohengramm.

"Será que tudo isso é um sonho e vou acordar a qualquer instante?" pensou Reinhard.

Um dos oficiais ia a frente avisando a tripulação para não confundir com Richard e fazerem a devida saudação. A cada local que passavam todos prestavam continência, sabiam que estavam diante de uma lenda. Reinhard conseguiu sentir o profundo respeito para com ele.

Eles foram conduzidos a instalações que Reinhard reconheceu na hora, era sua a cabine pessoal.

— E como ela .... - o Almirante não conseguiu terminar a frase.

— Assim que tivermos notícias do estado de Elizabeth lhe informaremos excelência.  Vou agora assumir o comando da nave e ir saber mais dela. O Sr. Kircheis vai explicar a situação e breve iremos estar juntos para sanar todas as questões. Peço desculpas por Richard, mas...perdemos toda nossa família e para Richard a única pessoa que restou foi Elizabeth.  Esta cabine é dela, mas certamente ela gostaria que ficassem aqui, é a mais bem equipada e confortável para oferecer aos senhores.

— Entendo. - Reinhard respondeu.

— Pedirei para trazerem roupas limpas, o senhor deve querer tirar estas ensanguentadas. Preciso ir agora, com licença- ele inclinou a cabeça levemente em sinal de respeito e saiu do recinto.

Reinhard olhou ao redor e viu as mudanças no ambiente que era seu, ele se aproximou de um porta-retratos e o pegou nas mãos e viu uma senhora idosa, que apesar da idade mostrava a beleza que ela possuía, ao seu lado estava um homem loiro que lembrava ele, porém bem mais velho e dois adolescentes que reconheceu serem Elizabeth e Richard.

"Meus descendentes....ah que loucura! Custo acreditar nesta fantasia toda" - pensou Reinhard.

Uma batida na porta e um jovem entregou roupas a eles, incluindo uniformes do império e então se retirou do recinto.  Aquela cabina era dividida em dois espaços com camas e interconectados por uma porta. A saleta era comum as duas, bem como o banheiro.

— Vou na frente tomar um banho Kircheis. Vamos relembrar os velhos tempos quando começamos nossa jornada e dividimos o mesmo quarto. - Siegfried deu um leve sorriso.

Após um tempo os dois já trocados e limpos se sentaram nas poltronas um defronte ao outro.

— Hora de me contar tudo em detalhes Kircheis. Acho que não dormiremos esta noite.

O jovem ruivo começou a contar todos os detalhes omitindo as partes que Reinhard ainda não poderia saber. Foram apenas interrompidos pela vinda de Nathan junto com uma jovem que trazia um carrinho com bebidas e comida.

— Achei que gostariam de comer algo. Elizabeth saiu da sala de cirurgia, está em terapia intensiva, se passar as próximas horas ela irá sobreviver.

A notícia foi um alívio para os dois.

— Excelência nós iremos orbitar em torno de Odin para não causar confusão com duas Brunhilds em terra. Descansem e faremos uma reunião assim que acordarem. O que precisarem podem pedir para Olivia. Com licença. - assim que Nathan saiu, eles se serviram.

Reinhard estava perplexo com tanta informação, desconfiava que nem tudo havia sido revelado, a única coisa que podia deduzir era que ele conquistaria o universo, mudaria o império e isso seria importante no futuro da humanidade.  Ele colocou o indicador na boca e pensou:

“O universo será nosso.”

— Kircheis o que você acha de tudo isso?

— Reinhard parecia uma história fantasiosa, mas foram provas e provas uma atrás da outra. Estudamos que em teoria muita coisa é possível, então no futuro podem sim conseguirem. Basta olhar estes dispositivos. Esta nave ela fica totalmente invisível, não há nada existente em nossa época. Se houvesse e estivesse com a Aliança estaríamos em apuros. E Phezzan certamente se tivesse posse de algo assim já teria vendido a um dos lados.

Reinhard concordou com a linha de raciocínio de Siegfried.

— Além disso, Reinhard, Elizabeth disse que tinha um trunfo para acreditarmos e ela tinha razão, seu DNA. Não há como negar o parentesco de vocês, principalmente Richard. Poderia pensar em seu pai ter criado outra família, mas...

— Ele era um imprestável que nem de mim e Annerose cuidou quanto mais formar outra família. Mas enfim não deixa de ser fantástica toda esta história. Temos que manter a existência deles totalmente secreta dentro do Império Kircheis.

— Sim. Eles vão precisar transitar pelo Império, mas parece que estão se virando bem.

Reinhard dá uma leve risada, lembrando o encontro com Reuenthal e ele questionando sobre estarem juntos bebendo. Na verdade, não era ele e sim Richard.

— O garoto se passou bem por mim, enganou todos inclusive Reuenthal.  Acho que podemos descansar um pouco. Acredito que não precisarão de mim no fim das contas. –  Reinhard ficou com a cama de Elizabeth e Siegfried no outro recinto.

 

Em algumas horas estavam Reinhard e Siegfried novamente de pé e na ponte de comando.

— Bom dia senhores – disse Nathan – teremos uma breve reunião para conversarmos todos juntos, mas antes duas coisas: a primeira Elizabeth está se recuperando bem, ela é uma leoa e a segunda coisa gostaria que vissem nossas duas outras naves. Estamos numa área mais privada próxima a Odin, todavia segura - Nathan ordenou pelo comunicador – Descamuflar.

Neste momento surgiram Barbarossa e Beowolf na frente deles.

— Barbarossa! – disse Siegfied

— Sim ela foi deixada também para nós no futuro e meu avô claro deixou Beowolf.

“Eles trouxeram Barbarossa pra mim no fim das contas, já que ficarei com eles. Reinhard nem sabe disso ainda.”

— Nosso poder de fogo é 10 vezes superior as atuais naves de vocês, bem como velocidades superiores, cerca de 2 vezes. – Reinhard ficou maravilhado com as explicações – Temos uma arma especial que tem o mesmo poder dos canhões de Iserlohn, foi batizada de ISL em homenagem a fortaleza.

— Todas as naves possuem esta arma? – perguntou Reinhard.

— Apenas nossas 3 naves.

— E qual o tempo de recarga?

— Cerca de 3 minutos.

— Wow. Impressionante

— Vamos senhores a sala de reuniões.

Lá dentro encontravam-se Richard e Zimmermann. Ambos se levantaram imediatamente e prestaram continência a Reinhard.

— Excelência.

Reinhard acenou com a cabeça. Zimmermann se apresentou como almirante de frota do futuro a serviço da Kaiserina Elizabeth.  Richard se aproximou, ele tinha os cabelos mais revoltos, era bem mais descolado e era apenas um pouco mais alto que Reinhard. Richard olhou e se lembrou do momento que estava frente a frente à estátua em Iserlohn, agora era real. Ele se sentiu emocionado, queria poder abraçá-lo, mas não podia. Tudo era estranho para ambos. Ele estendeu a mão e recebeu o cumprimento de Reinhard.

— Quero me desculpar senhor, fiquei desesperado por Elizabeth.

— Não tem problema rapaz, eu faria o mesmo.

— É uma honra conhecê-lo senhor.

— Tenho que admitir que você fez um grande feito. Poder construir uma máquina temporal.

— Ele é um gênio da ciência excelência em nossa época – disse Zimmermann – um dos cientistas mais jovem e promissores.

— Mas infelizmente não sou tão bom na área militar- respondeu meio frustrado Richard.

— Isso não importa. O desenvolvimento da ciência é vital, sem ela não seríamos nem capazes de levantar uma nave pelo espaço – respondeu Reinhard- cada um tem suas capacidades e méritos em sua própria área de atuação.

— Obrigado senhor.

— Vamos senhores sentar – disse Nathan, todos se acomodaram. – Acredito que o Sr. Kircheis deva ter explicado a vossa excelência o motivo e como viemos parar aqui. Mas gostaria que visse as mesmas imagens que mostramos também ao Sr. Kircheis  – imediatamente ele colocou na tela Phezzan e Odin destruídas e imagens dos refugiados. As imagens eram chocantes para Reinhard.

— Não há como nos preparamos agora e impedir eles antes que eles ajam no futuro?

— Infelizmente não, as pessoas envolvidas são anônimas – Nathan achou melhor omitir sobre Erwin Josef II. – Principalmente as que vieram ao passado e não temos nenhuma informação.  A única coisa a ser feita é aparelhar e deixar tudo pronto em condições para lutarmos no futuro e permitir a volta temporal.  Tudo isso foi feito e deixado em Iserlohn- Reinhard se virou para Siegfried e disse com sarcasmo:

— Pelo jeito iremos expulsar Yang Wen-Li de Iserlohn.

— Excelência isso é algo delicado que não podemos dar detalhes - disse Nathan

— Sim sim- Reinhard mexeu com as mãos. - Bom vocês disseram que fizeram vários loopings e o que tem este de diferente em relação aos outros?

— Em todos os outros loopings aparentemente nós não alteramos absolutamente nada na linha temporal e viemos cerca de 3 a 4 anos além. Desta vez, viemos antes e vamos arriscar alterar a linha temporal, mas de forma que apenas um número bem restrito de pessoas saiba. Para o mundo a história deverá permanecer inalterada - disse Richard

— E o que vocês desejam de mim?

— Ajuda excelência na hora certa. E principalmente que confie em nós. Temos a vantagem de saber exatamente o que acontecerá. Apesar do poderio de armas das nossas naves, não temos pessoal efetivo, tivemos que deixar boa parte para trás para proteger o que ainda restou. Teremos que varrer de Odin a Heinessen em pouco tempo e destruir o inimigo - respondeu Nathan que explicou o problema dos reboots no tempo.

— Vocês pedem uma frota?

— Vamos precisar de mais, segundo informações serão 15.000 naves com capacidade 5 vezes superior a uma nave imperial desta era.

Reinhard novamente ficou surpreso e preocupado.

— E como vão fazer na região da Aliança?

— Daremos um jeito por lá. Heinessen foi o único planeta não destruído, significa que tivemos sucesso em impedir a implantação das bombas por lá.

Reinhard suspirou, pensou um pouco com os olhos fechados, não podia ignorar o genocídio no futuro nem todo o esforço que seus descendentes fizeram para chegar até ali. E se ele realmente vai conquistar tudo, não fazia sentido que tudo se perdesse daquela forma. Aqueles inimigos eram uma ameaça, fato.

— Ajudarei. Mas quero que me mantenham informados.

— Obrigado Excelência - disse Nathan - Richard?

— Liz não está aqui, mas em nome dela eu tenho algo a avisar, breve o Império deve começar uma nova campanha contra a Aliança - ele fez uma pausa e continuou:- O império precisa ganhar esta batalha a qualquer custo, senão tudo vai desmoronar.

Reinhard de maneira um tanto arrogante respondeu:

— Não tenha dúvidas de que trarei a vitória.

— Tenho certeza que sim - falou Richard - eu não duvido, apenas não deixe que tudo que aconteceu aqui interfira em qualquer decisão sua. A linha do tempo deve permanecer inalterada, entende isso?

— Sim eu compreendo.

— Está disposto a sacrificar o que for necessário para isso?

“Ele quer dizer se estou disposto a sacrificar o que for preciso para conquistar o universo. Não há ganhos sem perdas” - pensou Reinhard.

Siegfried também compreendeu bem aquela pergunta, Reinhard terá de sacrificar ele e Annerose no processo, só que ele ainda não sabia disso.

Outro suspiro e o Almirante respondeu com certeza absoluta

— Sim. - Richard pareceu satisfeito com a resposta.

— Ok então, iremos entrar em contato após o seu retorno da campanha contra a Aliança.

Richard levantou-se e entregou a Reinhard um pequeno comunicador, bem fino e discreto, era metade da palma da mão.

— Caso precise se comunique conosco usando isso, o código é leão. Todavia não iremos intervir em nenhuma situação que tenha realmente que passar. Se tiver em uma situação de risco causada por fatos desta própria era não iremos ajudar. Os senhores devem sair das situações como se não existíssemos. E não deixe este aparelho cair nas mãos de ninguém, caso isso venha a ocorrer destrua.

— Compreendo.

— Acho que terminamos por hora, alguma colocação mais excelência?

— Não, só gostaríamos de voltar.

— Claro excelência, iremos providenciar o transporte.  Novamente agradecemos.

— Diga a Srta....- Reinhard perdeu as palavras, Srta Lohengramm soava estranho pra ele.

— Elizabeth, a chame de Elizabeth não há problemas com isso. Todavia quando em público ela é Elizabeth von Braun.- disse Nathan.

— Diga-lhe que desejo boa recuperação.

— Direi senhor, obrigado. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Time Reversal/Reversão do Tempo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.