Time Reversal/Reversão do Tempo escrita por LadyIce


Capítulo 10
Capítulo 10 - Ragnarok




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Novembro, Ano 798 do Calendário Universal

 

A nona Batalha de Iserlohn começou com a frota de Reuenthal atacando a fortaleza. Lena, todavia, sabia que isso era apenas um chamariz para Reinhard invadir e tomar Phezzan. Estava chegando o momento em que abandonariam  Iserlohn.

Lena mantinha seu trabalho de monitoramento, mas evitava contato com os oficiais da Fortaleza, permanecendo o mais discreta possível, exceto por uma pessoa.

— Tenente, tenente - Lena escutou a voz familiar e já começou a revirar os olhos.

“De novo ele, que cara insistente. Mas tenho algo preparado” - ela pensou, e então se virou.

— Senhor Schönkopf.

— Está me devendo uma bebida Tenente, não quer tomar algo? Prometo não arrancar pedaço. - ela riu. Lena ficou pensando em sua cabeça mil maneiras de dar um bom fora nele.

— Está bem. Acho que teremos uma trégua das forças imperiais, nos encontramos no jantar. - Schönkopf deu um enorme sorriso.

Passada as horas, Lena se ajeitou em seu uniforme, passou um batom nos lábios e ajeitou os cabelos.  Ela nunca se achou uma beldade, nunca ligara para moda, sempre quis ser única.

Ao chegar no refeitório, Schönkopf a levou para uma área reservada aos altos oficiais e   escolhera uma mesa especial para eles. Ela se sentia uma estranha no ninho. Yang e Frederica estavam por lá, ela os cumprimentou.

Lena e Schönkopf conversaram sobre diversos assuntos, mas um que chamou a atenção foi sobre os Rosen Ritters.

— Gostaria de saber mais Sr. Schönkopf.

— Me chame apenas de Walter - ele sorriu.

— Pode me chamar de Hélene.

Ele contou a história dos Rosen Ritters, onde ele era o décimo terceiro comandante, antes dele 2 morreram em batalha contra o Império, 2 foram promovidos e 6 traíram a Aliança e retornaram ao Império. Em termos de combate eram uma das mais temidas infantarias da Aliança.  Ela perguntou sobre técnicas de luta e as armas que usavam, cada vez ficava mais empolgada.

Quando terminaram ele a levou na parte externa no centro de operações onde ficava o céu artificial, como o tempo estava ajustado para noite, e havia apenas estrelas. Ele fora tão gentil com ela que dava pena pelo que ela faria a seguir. Lena começou a se lembrar de todas as lições de Nathan. Walter se aproximou e colocou as mãos no rosto dela, ela pegou e fez exatamente como foi ensinada e derrubou Schönkopf  no chão e pulou em cima dele. Em seguida ela puxou a faca escondida na bota e colocou no pescoço dele.

— Desculpe Walter, mas meu único interesse em você é esse. Me ensine.

Ele ficou surpreso, mas logo começou a gargalhar.

— Ensinar uma mulher?

— Pare de ser machista, acabei de provar alguma coisa não?

Walter rapidamente a desarmou e a segurou no chão, imobilizando suas mãos.

— Tem muito a aprender Hélene.

— Vai me ensinar?

— Você é a primeira mulher que quer me matar num encontro- ele acabou rindo - amanhã começamos - ele a ajudou se levantar. Ele ficou realmente impressionado e curioso onde tudo aquilo iria chegar.

Os dias se passaram com Lena sendo uma aprendiz de Schönkopf, ele via um potencial nela que nunca observara em outra mulher. Ela aprendia rápido, se tivesse um machado mais leve com certeza ela seria capaz de dar dor de cabeça ao inimigo. Os outros Rosen Ritters riram e caçoaram no começo, mas depois começaram a ver que ela era realmente muito boa e se acostumaram. O que ela perdia em força física ganhava em velocidade, os ataques eram rápidos e mortíferos. Se fosse pra valer as lutas alguém já teria morrido.

Enquanto isso Julian se preparava para ir a Phezzan, todos pareciam confiar demais nele e queriam se despedir da melhor maneira. Ela cruzou com ele pelos corredores e disse:

— Tenente Julian Mintz desejo boa sorte em Phezzan. Vai dar tudo certo confie em você.

— Obrigado Tenente.

As aulas com Walter lhe fizeram um bem pois ajudava a abafar as vozes que insistiam em atormentá-la, mas não totalmente. Num determinado treinamento, aconteceu a mesma coisa que já ocorrera quando estava com Nathan, ela sentiu perder o controle. A fúria crescia dentro dela a tal ponto que Schönkopf  precisou segurá-la por trás e imobilizá-la.

— Calma garota.

Aos poucos ela se controlou e voltou a si.

— Perdão Walter.

— Guarde esta fúria para o inimigo. Não vou perguntar o porquê disto, quando estiver pronta e quiser me conte. Chega por hoje.

“Um dia Walter saberá. Eu prometo.”

— Vamos comer algo, preciso contar como quase acabei com o Almirante Reuenthal.

Ela sorriu, sabia que ia ser divertido escutar a história dele.

 

 

30 de dezembro, Ano 798 do Calendário Universal

 

PHEZZAN

Elizabeth, Richard e Siegfried estavam disfarçados de guardas imperiais quando viram Brunhild pousando. Eles usavam lentes especiais projetadas para amplificar a distância, de forma a visualizarem claramente as pessoas de longe. A rampa foi aberta e viram dois oficiais bem conhecidos subirem para recepcionar Reinhard, eram Mittermeyer e Muller.  Os raios de Sol estavam numa cor dourada anunciado o fim da tarde e o início da noite. Reinhard estava com os cabelos mais crescidos, suas madeixas loiras dançavam pelo vento. Ele levantou o braço para seus soldados que gritavam: - Mein Kaiser.

A vibração que emanava ali era muito forte, Reinhard atingia seu auge. Os militares o idolatravam. A emoção tomava conta de Elizabeth, Siegfried e Richard.

— Que lindo! - disse Elizabeth, ela ficou com os olhos marejados - ali atrás de Reinhard ela reconheceu duas figuras, uma era Oberstein e a outra Hildegard em uniforme imperial.

— Richard é ela em uniforme imperial.

— Está explicado por que ele ficou com vovó, olha como ela é linda Liz.

— Esperem - Siegfried questionou - então aquela mulher será a futura Kaiserina?

— Shhh fala baixo - disse Liz - sim, Hildegard von Mariendorf, filha do conde von Mariendorf que você salvou na rebelião de Castrop.

Siegfried abriu a boca surpreso e pensou o quanto ela devia ser extraordinária. Reinhard não ficaria com qualquer mulher.

Por um momento Reinhard teve a visão panorâmica do mar de soldados, ele subitamente se recordou das palavras de Richard.

“Será que eles estão aqui?” - pensou Reinhard, ele olhou ao redor, mas era muita gente.  “Se tiver aqui Kircheis, verá o que está acontecendo” - ele apertou o medalhão.

Richard decidiu retornar a nave, mas teve que ir usando uma nave de transporte camuflada, todo o espaço estava controlado pelo império.  Elizabeth e Siegfried resolveram ficar ainda em Phezzan  para investigar um pouco mais sobre os cultistas da Terra e achar Julian Mintz. Eles retiraram os uniformes imperiais e colocaram roupas comuns típicas do local. Os dois nunca comentaram sobre o que acontecera em Odin entre os dois. Para Siegfried foi apenas algo necessário e não pensava nada além disso. E para Elizabeth o melhor era enterrar aqueles sentimentos.

As forças militares tinham ocupado Phezzan, tudo pareceu funcionar com uma aparente normalidade, mas havia um certo medo no ar. Siegfried e Elizabeth chegaram ao hotel, iriam começar a rastrear Julian Mintz e com muito trabalho acabaram descobrindo o seu paradeiro. Kircheis se lembrou que o vira apenas uma vez na troca de prisioneiros em Iserlohn. Ele questionou Elizabeth, pois não sabia todos os planos dela.

— Por que ele? - ela suspirou e passou a mão pelos cabelos longos e escuros disfarçado.

— Precisamos salvar mais outra pessoa, e faremos a mesma coisa que fizemos com você e Reinhard. Para isso precisamos monitorá-lo para que nada aconteça ao entregarmos a carta.

— Esta pessoa que querem salvar é da Aliança ?

— Sim.  

Siegfried refletiu um pouco e perguntou:

— É ele não? Yang Wen-Li? Vocês vão impedir Reinhard vencê-lo em batalha.

Elizabeth balançou a cabeça, era hora de fazer algumas revelações

— Não Siegfried, Reinhard vai perder para Yang - o ruivo se espantou com tal afirmação - mas ele não vai morrer. Quando o lobo rajada de vento sair de Phezzan a batalha final começa, irão lutar com a Aliança em Rantemario, mas a batalha sangrenta e final será em Vermillion. Reinhard vai perder no campo de batalha, mas estrategicamente o Império vence. Reuenthal e Mittermeyer seguem o conselho da minha avó, eles tomam Heinessen que se rende. Reinhard sofrerá a sua primeira e última derrota.

Ela respirou e continuou:

— Não ele não mata Yang após a batalha, você sabe que no fundo ele o admira e o sentimento é mútuo.  Reinhard vai conversar com Yang para chamá-lo para ficar com ele, mas este recusa e vai se aposentar. Ele nunca visou poder ou teve qualquer tipo de ambição, só lutou para sobreviver e principalmente para manter a chama da democracia acesa. O que acontece é que Yang é tão excepcional quanto Reinhard, e isso incomodou muita gente, mais do que o próprio império.  - ela se empolgou ao falar - Os ideais de Yang que ele tanto luta são a base política de nosso mundo, eles deverão coexistir com o Império para formar a Monarquia Constitucional, por isso Yang é tão importante, além de ser outra lenda.

Siegfried começou a entender a lógica dos acontecimentos, sabia que Reinhard conquistaria o universo, mas não tinha idéia de como seria. Entendia que a frágil mudança nos acontecimentos poderia mudar o resultado da guerra, o império tinha que vencer, mas Yang tinha que viver. Por isso, Elizabeth e os outros com tanto trabalho e cuidado para manter a linha do tempo.  

— Mas se vocês querem salvar Yang Wen-Li significa que ele morre em algum momento e quem o sucederia?

— Julian Mintz, ele conseguiu chegar em Reinhard e finalmente tudo se acertou.  Julian carrega os fortes ideais de Yang.

— Entendi.

— Bom vamos trabalhar, temos um longo percurso até chegar em Yang, mesmo com Lena ajudando.

Ele balançou a cabeça concordando, com o convívio ele descobriu sobre as origens de Lena e sua missão de se infiltrar na frota de Yang. Isso de alguma forma isso confirmou suas suspeitas de que iriam salvar Yang.

Elizabeth encontrou Julian enquanto a comitiva de Reinhard passava, discretamente colocou um mini aparelho na jaqueta dele, tocando- o levemente. Eles poderiam agora seguir os passos de Julian até ele chegar novamente até onde Lena estava.

— Ele é imponente não? - disse ela a Julian quando Reinhard passou por eles.

— Sim.

Ela não disse mais nada, logo Marinesk se aproximou chamando Julian. Discretamente ela saiu e foi em direção a Siegfried que a esperava longe dali.

 

Eles resolveram decolarem de Phezzan, breve Barbarossa do futuro encontraria com eles, a nave poderia ser necessária na batalha de Vermillion. Após alguns dias eles alcançaram a zona estelar de Rantemario. Neste momento, Elizabeth chamou Siegfried enquanto eles ultrapassaram a frota imperial ao longe.

— Veja Siegfried - ela apontou para os monitores -  a cobra bicéfala, Reinhard está na cabeça e Mittermeyer com o corpo. Mesmo com todos os problemas o Almirante Bewcock  conseguiu segurá-los até a chegada de Yang. Novamente o mago salva a Aliança, ele é incrível.

— Tenho de admitir - afirmou Kircheis.

— Reinhard não vai gostar desta afirmação - ela riu muito, Richard observou a irmã e era notável a mudança em seu semblante, parecia mais feliz, seus olhos brilhavam.

 

HEINESSEN

Como já previsto Yang havia saído de Iserlohn e ido ao encontro da frota de Bewcock na zona estelar de Rantemario e após a batalha contra as frotas imperiais, a Aliança retornou para Heinessen para se organizar.

Lena já havia revirado os sistemas para permanecerem a bordo da Hyperion, ela conseguiu hackear toda a rede de computadores e tinha controle total de toda a nave. Caso fosse necessário poderia reverter uma ordem de Yang.  Estava tudo pronto para a grande batalha em Vermillion. 

 


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