Just The Way You Are escrita por Pinkie Bye, Buttercup


Capítulo 5
Coexistence Rules


Notas iniciais do capítulo

Hello, guys! Angie here ~~ Aqui está mais um capítulo para vocês! Espero que gostem!
Nome do cap.: Regras de convivência.



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POV BUTTERCUP

 

Claro, como não liguei o sobrenome deles antes? Agora tudo faz sentido…

— Ele tem razão em ser convencido. — Dei um sorriso amarelo com aquela descoberta. Mitch assentiu com a cabeça.

— Mas apesar de tudo, ele é amigo de todos aqui. — Explicou. — E a Patrícia Morbucks… — Fez uma careta que me fez rir. — Ela é tipo… A stalker oficial do Butch. Eles se conhecem desde os seis anos, mas o Butch nunca deu mole pra ela.

— Também, aquela lá é chata pra cacete! — Gargalhei, fazendo Mitch rir também.

— Ela sempre aparece aqui de vez em quando. — Mitch contou. — Todos já estão acostumados.

Bem nessa hora, meu celular tocou. Olhei pelo visor para ver quem era e meu coração quase parou de bater. Era meu pai.

— Er, Mitch… Tenho que ir, mas foi um prazer te encontrar, cara! Falous! — Me retirei rapidamente para atender.

 

— Não há de quê, Drake. — Retribuiu meu aceno. — Que menino diferente… — Pensou Mitch ao observar “Drake” se afastando. — Mas ele parece… interessante.

 

x x x

 

Fui para o pátio, só para atender o celular. Tava um calor desgraçado e eu ainda nem tinha jantado.

— Alô?

— Oi, Buttercup! — Confesso que senti falta da voz dele. — Como estão as coisas aí?

— Ótimas. — Respondi, coçando o nariz. — Estou me enturmando bem e eles têm várias modalidades.

— Que bom que está feliz, meu anjo. — Disse ele, parecendo sorrir do outro lado da linha. — Tome muito cuidado, tá bom? Os garotos podem ser malvados…

— Fica de boa, Professor. — Usei o nome que a maioria conhece ele. — Sei me cuidar. E eu sou tão malvada quanto eles! Na verdade, eles é que deveriam ter cuidado comigo.

Ele deu risada da minha fala.

— Só você mesmo. Mas eu me preocupo com você mesmo assim. Não quero que se machuque…

Respirei fundo. A preocupação dele às vezes era tão desnecessária.

— Relaxa, pai. Vai ficar tudo bem. Vou mudar as regras da escola, você vai ver.

— Só não vá fazer besteira, Buttercup.

— E quando foi que eu fiz besteira? — Me arrependi imediatamente do que eu disse. — Não precisa responder!

 

POV BUTCH

 

Os garotos do terceiro ano tinham me chamado no pátio, mas não me explicaram o motivo. Mesmo assim, terminei de me arrumar e fui. Ainda estava abafado, mas assim que começou a anoitecer, estava refrescando.

Notei que o tampinha estava falando no telefone com alguém. Quem poderia ser? Balancei a cabeça, tentando afastar a curiosidade. Isso não é da sua conta, Butch. Mas não foi o suficiente para eu parar de pensar sobre quem estava falando com meu colega de quarto.

— Eu sei. Também te amo. — Ele falou, sentado em um dos bancos que tinham no pátio. Seu cabelo acompanhava o movimento do vento. — Vou ficar bem.

Seria possível que aquele baixinho tivesse uma namorada? Era o que parecia pela conversa. Tão pequeno e já namorando? Me senti meio esquisito por ele namorar e eu não.

Mas tudo mudou na frase seguinte:

— Não sou mais uma menininha, pai! Eu sei me cuidar! Vou provar que as mulheres são tão boas quanto os homens nos esportes e em tudo!

Parecia que tinham me jogado um balde de água fria. Não tinha a ver com o vento que soprava. Eu descobri uma coisa, que tenho certeza que não era para eu saber… O tampinha é na verdade, uma garota!

Cambaleei para trás com essa realidade chocante, mas que se for ver, faz muito sentido, já que ele não se trocava com os outros e quase morreu de vergonha ao me ver seminu. Claro, como não percebi isso antes? Mas tenho certeza que se isso se espalhar, ela será expulsa. Isso eu não quero que aconteça. Preciso fingir que não sei de nada e perpetuar com o segredo e o plano dela — que por sinal, é genial, essa ideia de integrar os sexos nos esportes. Acho horrível que só homens possam estudar aqui. Meu bisavô realmente era muito ultrapassado. Mas espero que isso mude logo.

 

POV BUTTERCUP

 

Assim que a ligação terminou, bocejei. Retornei ao quarto. Por algum motivo, o folgado não estava lá. Não reclamei, pelo contrário, é bom ficar um tempo sozinha. Fucei um pouco no celular e quando minhas pálpebras pesaram muito, resolvi ir dormir. Deixei-o na mesa de cabeceira, botei meu pijama, peguei meu cobertor no guarda-roupa, nesse momento Butch entrou no quarto. Ele me olhava de uma maneira… estranha.

— Tá tudo bem, cara? — Me manifestei começando a me cobrir.

— Aaah! Sim! — Ele parecia ter saído de um transe. Cara esquisito! — Só um pouco cansado, dia cansativo.

— Nem me fala. — Deitei-me. — Irei dormir agora. Boa noite! — Avisei desligando o abajur do meu lado.

— Boa noite, Tampinha!

— Hoje é dia! — Reclamei me virando ao lado oposto dele. Escutei ele rir.

 

x x x

 

Pulei cedo da cama no dia seguinte. Escovei os dentes, tomei um banho rápido e vesti uma calça jeans, uma camiseta branca e uma blusa moletom cinza leve por cima.

Butch estava deitado ainda, no entanto acordado com um olhar sonolento.

— Já acordado, Tampinha? — Sua voz saiu embargada.

— Bom dia pra você também, cara, pelo visto está fazendo hora aí.

— Ah dá um tempo, demorei para pegar no sono ontem. — Justificou esfregando os olhos.

Pisquei os olhos.

— Sério? Teve insônia?

— É, isso. ‘Tava pensativo demais. E sem contar que você ronca muito alto.

— O quê? — Soltei uma risada, incrédula. — Eu ronco? Impossível.

— Como tem certeza que é impossível? Se ouve dormindo agora por acaso? — Inquiriu se sentando na cama.

Tentei disfarçar o rubor em minhas bochechas ao notar que sua camisa estava erguida para cima, deixando parte de seu tanquinho à mostra. Ao se tocar disso, tratou logo de abaixá-la.

— Eu não rouco! — Rebati assim que me recompôs.

— Ronca sim!

— Minhas irmãs nunca disseram que eu roncava.

— Você tem irmãs?

— Tenho.

— E elas não tem nenhum problema auditivo?

Fiz uma careta.

— Engraçadinho! — Peguei um travesseiro e joguei nele, o acertando. O moreno desatou a rir. — Não, elas ouvem muito bem.

— Então têm um sono muito pesado.

— Ah! Corta essa! — Pedi. O travesseiro voou em minha direção, entretanto fui mais rápida e o apanhei antes. — Se quiser me acertar, precisa mais do que isso. — Zombei mostrando a língua. — Pelo visto você é só bom em futebol mesmo, senhor Jojo.

— Você fala demais. — Declarou vencido e foi para o banheiro. Eu ri.

Apesar de folgado, Butch sabia ser legalzinho quando queria. O esperei sair, sentada na minha cama, com o Polvi em mãos.

Graças ao universo, agora ele saiu vestido!

Cocei a garganta, chamando sua atenção.

— Bom — Cruzei as pernas. — Já que vamos ser colegas de quarto, quero estabelecer algumas regras para um melhor convívio.

— Regras? — Sorriu divertido.

— É, regras. — Me mantive irredutível. — Preste atenção porque não vou repeti-las de novo.

— Mal chegou e já quer impor uma ditadura.

— Exigir o básico para um bom convívio não é repressão. — Informei. Puxei meu caderno, aberto nas regras que escrevi enquanto Jojo estava no toalete. — Preste atenção que irei começar. Regra número 1: Não sair do banheiro só de toalha e muito menos andar pelo quarto sem roupa.

— Mas, temos que lembrar que o quarto é meu há mais tempo, então… eu tenho direito de ficar só de toalha ou sem roupa.

Trinquei os dentes. Isso é sério?

— E eu devo te lembrar que esse quarto também é meu agora. Eu me sinto desconfortável com você seminu na minha frente. Isso é atentado ao pudor! Tá achando que aqui é quarto de nudismo? — Me exaltei, com razão.

— Tá bom, seu nervosinho. — Ele parecia estar se divertindo com a situação. — Pode incluir essa regra. O que mais?

— Regra número 2: Não mencionar a Chatícia aqui dentro. — Ele me olhou sem entender — A Patrícia. Essa garota só traz discórdia quando mencionada.

— Concordo com essa regra. — Balançou a cabeça, afirmando. — E o que mais?

— Regra número 3: Manter o quarto limpo. Nada de comer e espalhar migalhas aqui dentro. Anote na sua agenda, faxina todas as sextas-feiras após os treinos.

— Tá, tá bom! Que mais? — Cruzou os braços.

— Regra número 4: Nada de trazer amantes aqui pra dentro, ok? Isso aqui é uma escola, não um motel. Inclusive, não gosto nada de ficar sobrando.

— Tem lógica, concordo. Acabaram as exigências? — Ele arqueou uma das sobrancelhas, me encarando. — Aliás, eu é que deveria dar as regras, já que sou dono do quarto há mais tempo.

— Sem essa! — Disparei, sem conter minha indignação. — Regras são chatas, eu concordo. Mas elas são necessárias para uma boa convivência. Sem contar que você é muito folgado!

Ele deu uma risada cínica e chegou mais perto.

— Eu? Folgado? — Repetiu ele e eu assenti com a cabeça. — Olha quem fala! Você por acaso não é folgado?

— Eu não sou folgado! — Retruquei, me aproximando mais dele, sem perceber, no calor do momento.

— É sim, tampinha! — Ele continuou me provocando.

— Eu não… — Ia dar um discurso, mas percebi que estávamos próximos demais e pelo impulso, me afastei um pouco, sentindo meu rosto ficar quente. — Foi mal.

— Eu é quem deveria me desculpar. — Falou ele, coçando a nuca, tão desconcertado quanto eu. — Bora tomar café?

Senti meu estômago se revirar com aquele convite. Abri um sorriso maroto para ele, não pensando duas vezes.

— Boraaa! Tô com tanta fome que eu poderia facilmente comer um boi pela perna.

O Jojo riu da minha fala e eu percebi uma coisa que não tinha me tocado antes. O sorriso dele, era muito bonito. Dentes brancos e perfeitos. Fica muito harmonioso no rosto dele. Eu nunca tinha parado para reparar nisso. Balancei a cabeça para afastar aquele pensamento da mente, ficando mais uma vez envergonhada. Foco, Buttercup! Você não está aqui para ficar de brincadeira!

 

x x x

 

POV BUTCH

 

Não foi fácil disfarçar a vergonha quando me aproximei do rosto do tampinha, digo, “da” tampinha… Agora que eu sei que ela é menina, fico esquisito tentando fazer de conta que não sei de nada.

Chegando ao refeitório uns caras me cumprimentam, como acontece diariamente. Ah, o preço da fama! Devido ao meu parentesco, muitos querem ser meus amigos por puro interesse. Não tolero isso. Desde que comecei a me entender por gente, drenei esse tipo de amizade. Eu queria amigos de verdade, quem eu possa contar quando precisar, não manequins.

Enfrentamos fila, trocamos algumas palavras esperando nossa vez, agora que sei seu segredo, percebo quão sua voz grossa soa forçada. Espero que eu seja o único que perceba... Pegamos o nosso café e nos sentamos no banco vago na mesa em que meus “manos” Boomer e Brick estavam.

— Oi, maninhos.

— Eae, Butch! — Eu e Brick fizemos um bate aqui.

— Fala, cara — Eu e Boomer apertamos forte as mãos. — Dormiu bem? Tá um caco.

— Só insônia. — Dei de ombros. — O de sempre.

— Deveria ir atrás disso aí cara, não é normal ficar assim.

— Relaxa Boo, não é nada. — Garanti, querendo escapar do assunto. Minha insônia era frequente, mas me acostumei, sem contar que ontem ela teve um motivo: A descoberta de gênero do meu/minha colega de quarto.

— Quem é o novato? — Brick questionou apontando para a Tampinha com o queixo.

— Meu colega de quarto, Drake — Apresentei-a, mas ela parecia distante. Observando ao redor, meio incomodada. Dei uma reparada e já saquei tudo. Todos cochichavam e apontavam discretamente para ela. Curiosos.

“Quem seria o mais novo amigo de Butch Jojo?” Quase os ouvia gritar. Com o tempo passei a ignorar, por mais que evitasse, uma simples atitude, por mais boba que seja, caia na boca do povo, não se limitando apenas aos muros dessa escola.

Tomara que isso não afete a reputação dela de alguma forma… Ela… quem será que era ela? Qual será seu nome verdadeiro? Será que tem haver com Drake? Tipo… Danielle? É, acho que não…

— Você tem um colega de quarto? — O ruivo arqueou uma sobrancelha.

— Agora tenho. Perdi meus privilégios. — Rimos. — Tampinha? — Chamei. — Tampinha?

— Oi? Falava comigo?

— Sim, acabei de te apresentar aos rapazes.

— Oh sim, prazer, Drake — Estendeu a mão para cada um, que retribuíram com um aperto.

— Nossa, que forte! — Boomer deixou escapar ao ter sua mão esmagada.

— É, já me disseram muito isso — Disse entre risos. — Butch foi um.

— Ah lá! Gostei do seu novo colega de quarto, tão gente boa quanto você — Elogiou Brick.

— É, verdade. Mas eu continuo sendo mais. — Gabei-me.

— Convencido! — A Tampinha disse, dando um meio-sorriso.

Continuamos papeando, jogando conversa fora. Na hora de devolver os pratos para as merendeiras, Drake se solicitou para levá-los, reuniu-os e levantou de sua cadeira no mesmo instante em que um garoto de cabelos castanhos aparece com um copo de suco em mãos.

Fechei fortemente os olhos, sem querer ver o estrago. Escutei um palavrão escapar dos lábios da Tampinha acompanhado do barulho dos objetos se encontrando com o chão. Abri os olhos, a blusa de frio dela estava toda manchada de suco de laranja.

Os idiotas ao redor começaram a rir da cena, eu também riria se não percebesse seu olhar de desespero.

— Me desculpe — Tratou logo de se desculpar, meio atrapalhada. — Foi sem querer.

— De boa, Drake. Estava indo jogar fora mesmo. — O garoto, sem mostrar indícios de irritamento. — Mas sua blusa… Bem, acredito que você deveria ir ao banheiro tentar limpar antes que seque e fique pior para sair.

— Verdade. Tem razão.

Estreitei os olhos, aquela voz me era familiar. Olhei por cima dos ombros da Tampinha e vi o rosto do garoto… Reconheci-o na hora. Mitch Mitchelson. Não acredito que ela virou amiguinha desse babaca.

De cabeça abaixada, Drake, ou seja lá como se chama, partiu para o banheiro.


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