Horas depois...

P.O.V Do Edward

Victoria acabou perdendo o nosso filho. A culpa é minha e da Melanie, minha namorada nos pegou juntos e passou mal... Se ela não tivesse descoberto minha traição, não teria sofrido um aborto. Ela estaria bem agora e com nosso bebê seguro no ventre. Como eu pude ser tão canalha? Eu não devia ter ficado com a minha ex, acabei cometendo um grande erro e jamais me perdoarei por isso. Victoria não merecia ser traída, agora ela me culpa e com toda a razão. Eu fui um tremendo babaca com ela.

Ela não queria me ver, estava em repouso e tomando soro, meus pais ficaram no hospital com ela e eu voltei para a casa de campo.

Precisava beber, minha vontade era de extravasar e me jogar na frente de um carro. Eu só queria sumir. Chorei à ponto de soluçar.

Um filho meu... Sangue do meu sangue.

Victoria já amava aquele bebê... Ela ficou sem chão, e eu a compreendia, também fiquei sem chão quando o médico confirmou.

Não havia mais nada a ser feito.

— Edward, o que houve? - Melanie me recebeu assim que cheguei.

— O que houve? VICTORIA ESTAVA ESPERANDO UM FILHO MEU E O PERDEU POR NOSSA CULPA! - Gritei cheio de ódio e dor.

— Não foi nossa culpa, abortos acontecem...

— Claro que foi! Ela passou mal após nos pegar na cama! Será que você não entende? Sua vadia de merda insensível! Claro que você não se importa! Só pensa em si mesma! - Esbravejei.

— Não te obriguei à nada, a traiu porque quis! - Jogou na minha cara.

— Foi o meu pior erro, acredite... Eu sou mesmo um trouxa por amar você! A merda de um babaca por ter te perdoado! Mas agora tô com nojo da sua cara, você devia ter ficado longe de mim! Longe da minha família! - Falei com raiva.

— Você me ama e sempre irá amar... Nada mais vai nos impedir de ficarmos juntos. A Victoria não é mais um empecilho... A criança que ela estava gerando só seria um problema. Só iria complicar tudo... Agora estamos livres, meu amor. Eu posso te dar filhos e...

— Cala a boca! Cala a merda da boca, porra! Você é mesmo uma vadia egoísta e insensível! - Cuspi as palavras.

— Não acredito que esteja assim por causa daquela mulher! - Me encarou incrédula.

— A Victoria correu riscos. Ela podia ter morrido por nossa culpa! - Avisei.

Lhe dei as costas e fui até à adega do meu pai, peguei a melhor bebida, abri a garrafa e fui beber no seu escritório, Melanie apareceu enchendo minha paciência, me dando um ultimato.

— Vai ou não comigo? Se eu for sozinha com o Julian, você nunca mais irá nos ver! - Chantagista de merda.

Levantei deixando a bebida de lado, eu estava tomando direto do gargalo.

— Edward, me responda de uma vez! - Bateu na mesa impaciente.

Estava me pondo pressão.

Eu estava entorpecido de dor, tomado por uma tristeza tão grande e minha raiva só aumentava.

— Agora vai desistir dos nossos planos? Você é o quê? Um imbecil? Covarde? Não tem palavra de homem? Então, o meu filho não merece ter um merda como você como pai! - Jogou na minha cara.

— CHEGA! CHEGA! - Soquei a mesa do escritório.

Puxei a gaveta ali embutida, eu já havia a destrancado quando cheguei.

Ali estava a minha libertação.

Puxei a arma de pequeno calibre.

O revólver do meu pai.

— Não mereço o perdão e nem a compaixão de ninguém... Eu destruo tudo que toco e você é tão tóxica quanto eu! O Julian merece uma mãe melhor, e sabemos que você não é boa o suficiente... Não somos e nunca seremos... Magoamos nossos irmãos e a nós mesmos. Eles nunca serão felizes se ficarmos juntos... E eles merecem ser felizes. Você é tão egoísta que nunca pensou em como sua irmã se sente... Eu sou o estuprador dela e você me ama! Isso se for realmente amor... Hoje machucamos a Victoria e um ser inocente... Você provou que só se importa com si mesma! Nem liga para a dor que estou sentindo... Perdi um filho... Minha filha já tem o pai que merece e uma mãe incrível... Sou como um brinquedo quebrado que não tem conserto e você só me usou, me fazendo acreditar que o Julian é meu filho... Por mais que eu o ame, eu não posso conviver com isso... Não consigo mais... Nós somos tóxicos. Nosso amor chega a ser doentio. Eu te machuquei... Eu abusei de você psicologicamente... E até mesmo sexualmente... Você já transou comigo só para me agradar...

— Eu gostava quando me pegava com força, mesmo que tenha me machucado uma vez, eu nunca reclamei... Eu deixei você se satisfazer... - Admitiu.

— Por isso mesmo você é tão doente quanto eu... E isso não posso mais permitir... Acaba agora... Nós ficaremos juntos... E para sempre... Mas não nessa vida... - Apertei o gatilho.

Foi apenas um tiro... E certeiro.

Vi seu corpo desabar quase lentamente.

Bem no meio do seu peito.

Eu a ouvir chorar e lutar, assisti seus espasmos, ouvi seus soluços.

Ela ficou ali sangrando.

Abracei seu corpo trêmulo, chorando e sabendo que seu sofrimento acabaria... A mantive em meus braços, até seus últimos suspiros.

Eu ouvi suas últimas palavras.

Você é um monstro.

Sim, eu era... Melanie faleceu sujando minhas roupas de sangue.

Com uma bala cravada no meio do peito.

Fui uma vítima de violência sexual.

Fui um agressor sexual.

Me tornei um assassino.

Usei a segunda e a última bala para acabar com o meu sofrimento de uma vez por todas.

Eu não merecia continuar vivendo. Não depois de tudo que causei.