P.O.V Da Sam

Edward e Melanie voltaram para a festa, agindo como se nada tivesse acontecido. Sei o que rolou no barracão. Como eles conseguem ser tão cínicos? Se comportando como velhos amigos, eu tive que dar mama para o Julian porque minha irmã deve ter esquecido até da existência do filho enquanto estava nos braços daquele homem.

— Algum problema, amor? - Freddie tocou no meu ombro, desviei o olhar do seu irmão que estava bebendo vinho e conversando com seus primos.

— Nenhum. - Neguei.

— Você parece cansada, indisposta. Não quer subir e deitar um pouco? Eu te faço companhia. - Sempre gentil.

Melanie pegou um coquetel sem álcool e virou para mim, sorrindo e acenando, forcei um sorriso e olhei para o meu namorado, não aguentando mais aquilo.

Eu estava com nojo da minha própria irmã.

— Quero dar uma volta. Vamos? - Eu precisava contar para o Freddie.

Rapidamente ele notou a urgência em meu tom, e entrelaçando nossos braços, me conduziu para fora, onde pudemos respirar o ar puro e apreciar a noite bonita.

O céu estava bem estrelado.

— Seu irmão e minha irmã estão juntos. Peguei ele aos beijos. - Disparei sem mais rodeio.

— O quê? Onde? - Ficou incrédulo.

— Eles foram se encontrar ali naquele barracão. - Apontei em direção aos arbustos.

— Que merda! Como ele pôde trair a Victoria? - Também ficou indignado.

— Não é nenhuma surpresa, sabemos que ele não é confiável. - Comentei. - O que mais me deixa revoltada é a Melanie, mesmo depois de tudo que ele fez... Ela ainda têm a capacidade de gostar dele! - Aquilo eu não podia suportar. - Poxa, ela sequer se importa comigo... - Senti vontade de chorar.

— Não fica assim, amor. - Me abraçou. - Infelizmente não podemos fazer nada. - Lamentou.

O pior de tudo, é que ele tinha razão. Nossos irmãos eram loucos um pelo outro. Pelo visto, iriam ficar juntos sem se importar com mais ninguém, mesmo sabendo que aquilo me afetava.

[...]

— Quer dançar? - Perguntou quando ainda estávamos lá fora, sobre a ponte que dava para o lago iluminado pela luz da lua.

Noite de lua crescente.

— Aqui? Agora? Mas não tem nem música. A gente pode voltar para a festa e...

— Mas isso não é problema. - Tirou o celular do bolso, sorrindo, desbloqueou o aparelho.

Aguardei ele procurar a música.

Freddie deu play na música escolhida e guardou o celular no bolso.

Suas mãos me puxaram, juntando nossos corpos.

 Quando olho em seus olhos

É como observar o céu de noite

Ou um belo amanhecer

Eles carregam tanta coisa

E como as estrelas antigas

Vejo que você evoluiu muito

Para estar bem aonde está

Qual a idade da sua alma?

A direita desceu para minha cintura e as esquerda segurou a minha mão, entrelaçando nossos dedos.

As letras e a melodia da canção nos envolveram.

 Não desistirei de nós

Ainda que os céus fiquem violentos

Estou lhe dando todo meu amor

Ainda olho para cima

Olhei em seus olhos, já ficando emocionada, eu podia ver o amor que ele transmitia, seus olhos castanhos brilhando, tão lindos.

 E quando precisar de seu espaço

Para navegar um pouco

Esperarei pacientemente

Para ver o que você descobrirá

Eu também o amava, com todas as minhas forças.

 Porque até as estrelas queimam

Algumas também caem sobre a terra

Temos muito a aprender

Deus sabe que somos dignos

Não, eu não desistirei

Ele sempre lutou por mim, fez muito, mais do que devia, eu o sequer sentia que o merecia, mas Freddie não desistiu, ele me conquistou.

Não quero ser alguém que vai embora facilmente

Estou aqui para ficar e fazer a diferença que posso fazer

Nossas diferenças, elas fazem muito nos ensinando a usar

As ferramentas e os dons que temos, sim, há muito em jogo

 E no fim, você ainda é minha amiga,

Pelo menos não tivemos a intenção

Para funcionarmos, não quebramos, não queimamos

Tivemos de aprender a ceder sem ceder à pressão do mundo

Tive que aprender o que tenho e o que não sou

E quem sou

Ele é um homem honesto, batalhador e leal, por isso lhe entreguei o meu coração, depositei toda a minha confiança nele.

Não desistirei de nós

Mesmo se os céus ficarem violentos

Estou te dando todo meu amor

 Ainda olho para cima

Ainda olho para cima

Freddie assumiu minha filha, estando ao meu lado durante toda a minha gestação. Dando amor e carinho, sendo o pai incrível que é para a Alice.

Ela jamais teria outro pai melhor.

Não desistirei de nós

Deus sabe que sou forte o suficiente

Temos muito a aprender

Deus sabe que somos dignos

Por isso vou me casar com ele, com o homem que amo e me faz feliz.

Ele é o meu porto seguro.

É o homem que me completa.

 Não desistirei de nós

Mesmo que os céus fiquem violentos

 Estou lhe dando todo meu amor

Ainda olho para cima

— Eu te amo, Samantha. - Me beijou, retribuí seu beijo, mesmo já estando me debulhando em lágrimas.

Eu sentia tanta emoção, eu era tão sortuda e abençoada por tê-lo.

Sempre seria.

— Tenho uma coisa para te falar... - No fundo eu já sabia, eu só não estava querendo acreditar, por ainda ser tão cedo e nada daquilo foi planejado, eu só não sabia como contar ainda e decidi que aquele momento seria ideal para lhe dar a notícia. - Você vai ser papai, meu amor. - Sorri colocando as mãos no ventre.

Ele ficou me olhando surpreso e todo embasbacado.

— Isso é... Meu Deus, Sam! Eu vou ser pai! - Exclamou radiante, me girou no calor do momento, me enchendo de beijos e dizendo que estava muito feliz. - Desde quando sabe? Quem mais sabe? - Ficou eufórico.

— Ainda não fiz o teste e nem mesmo exames para confirmar, mas... Estou grávida, Freddie. Eu sinto isso. Tenho certeza de que estou. - Garanti.

— Acredito em você. - Seu sorriso aumentou. - Percebi que havia algo... Você está diferente. Até mesmo parecia me esconder alguma coisa, eu já estava ficando preocupado. - Segurou minhas mãos.

— Diferente como? Eu só comecei a sentir enjôos faz duas semanas... E minha menstruação está muito atrasada. Também sinto muita moleza, e sono. - Meus mamilos também mudaram, igual na gestação da Alice. - Irei me consultar quando voltarmos pra casa. - Fiz carinho em seu rosto, sentindo sua barba aparada pinicar um pouco.

— Você está feliz? Nada foi planejado e... - Relembrei da nossa última conversa, com o alarme falso.

Acabamos nos desentendendo.

— Claro que estou feliz. - Fui sincera.

Nosso bebê seria muito bem-vindo e amado.

— Estou com vontade de correr e gritar para todos na festa! - Me fez rir.

— Se contenha, por favor. É a noite de celebração dos seus pais. Não seria justo roubar o brilho deles. - O abracei.

— Eu sei... Daremos a notícia outro dia. Reuniremos nossos amigos e nossa família. Um jantar, talvez. - Sugeriu.

— Por mim tudo bem. - Concordei.

Voltamos para dentro, a festa de Bodas de Pérolas ainda estava rolando.

Seus pais dançavam agarradinhos, como um casal de jovens apaixonados.

Todos estavam contentes, curtindo muito.

Subimos para ver a nossa filha, Alice estava dormindo, agarrada ao seu bichinho de pelúcia, com um dedo na boca, tão serena.

Um anjinho.

— Já quer dormir? - Perguntou.

— Ainda não. - Respondi.

Nos encaramos.

— Será que ainda tem algum quarto de hóspedes vago? - Eu queria encerrar a noite em seus braços.

Ele entendeu e sorriu de lado.

— Vamos descobrir. - Me puxou pela mão, deixamos o quarto sem fazer barulho e fomos procurar outro.

Achamos um no final do corredor.

— Você me faz o homem mais feliz desse planeta. - Trancou a porta.

— Não exagera. Rápido, me tira logo desse vestido. - O puxei pela camisa.

Eu nunca havia sentido tanto tesão como estava sentindo naquele momento.

— Assim você me deixa louco... - Me agarrou e nos beijamos.

Estávamos eufóricos.

Eu não via a hora de casarmos.