Heal My Scars escrita por Julie Kress


Capítulo 11
Surtos


Notas iniciais do capítulo

Finalmente voltei com HMS!

Acabei adoecendo, galera, não estou no meu 100%... Mas até que o capítulo saiu.

Boa leitura!!!



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P.O.V Do Edward

Quando cheguei em casa após mais um dia cansativo de trabalho, não havia sinal da Melanie e nem do Julian. Algumas de suas roupas sumiram assim como as coisas do bebê. Ela foi embora levando pouca bagagem, também dei falta do dinheiro que eu guardava dentro de um envelope na gaveta. A maluca fugiu levando o nosso filho, isso só demonstrava que havia pirado de vez. Como eu pude me descuidar dela? Eu devia ter contratado uma pessoa para ajudá-la em casa e também para cuidar do nosso bebê.

Liguei para o seu celular, as ligações só caíam na caixa postal.

Só podia ser carma mesmo, merdas não paravam de acontecer na minha vida. Minha maior preocupação era com o Julian, Melanie podia surtar e fazer alguma coisa ruim com ele.

Eu deveria ter procurado ajuda à tempo, assim teria evitado isso.

Como ela pôde sair de casa com uma criança tão frágil sem pensar nas consequências? Melanie nem tem leite no peito para alimentar o nosso filho, era a Sam que estava o amamentando.

Desesperado liguei pedindo ajuda para o meu irmão.

E se Melanie saísse da cidade? Como poderíamos achá-la?

Também liguei para a minha sogra perguntando se a filha dela estava lá, minha namorada não tinha amigos na cidade e mal saía do apartamento.

Eu não sabia se deveria acionar a polícia ou não.

Por sorte, Freddie bateu na minha porta junto com a Sam, minha cunhada usava um Sling carregando a filha, ambos estavam aflitos.

— O que houve? Vocês brigaram? - Meu irmão questionou.

— Não. Eu estava no trabalho, quando cheguei, eles já não estavam mais aqui. - Expliquei nervoso.

Freddie e Sam se entreolharam.

— A culpa é sua, não deveria ter deixado ela sozinha com o meu sobrinho sabendo que ela anda perturbada! - Minha cunhada tinha razão.

— Sei disso, mas é que... Merda, nunca imaginei que ela fosse sumir com o Julian. - Senti vontade de chorar.

Eu temia por ambos.

— Ela foi com o meu outro carro. - Contei a eles.

— Mas a minha irmã não é boa dirigindo. - Era aquilo que mais me preocupava.

— Nós vamos encontrá-la, ok? - Freddie tentou nos tranquilizar.

Chequei as horas, já se passava das 19h, saímos com nossos carros, fomos fazer rondas pela cidade.

Meu maior medo era que ela tivesse saído de Seattle.

Passei horas e horas dando voltas, nenhum sinal do Honda Civic prata estacionado.

Mas ela devia ter parado em algum lugar... Deveria estar hospedada.

Recebi uma mensagem do meu irmão.

"Encontramos o seu carro, ele está abandonado aqui perto da Shimest Gallery."

Por quê diabos a Melanie abandonou o carro perto de uma Galeria de Artes?

Imediatamente dirigi para lá.

Estava fazendo frio, Sam estava dentro do carro com a bebê porque o aquecedor deveria estar ligado.

Não dava para olhar através dos vidros do meu Honda Civic.

Meu irmão havia trocado o carro dele por um veículo maior tamanho família.

— Você acha que ela pode estar em algum lugar por aqui? - Olhei ao redor.

Além da Shimest Gallery, havia um bar, alguns restaurantes pequenos e uma loja de livros.

— Vamos entrar nos restaurantes, mostramos foto dela e perguntamos se ninguém viu ela com o bebê. - Deu a ideia.

E foi o que fizemos nos dividindo.

— Sim, essa moça passou por aqui faz horas, carregava a criança dentro de um bebê-conforto, estava muito apressada, ela comprou comida para levar e pediu um copo d'água. - Uma senhora informou.

Parecia dona do restaurante.

Agradeci pela informação e corri indo procurar o meu irmão.

Melanie estava à pé e não poderia estar assim tão longe.

[...]

Após darmos mais algumas voltas pelas ruas próximas dali, avistamos uma mulher toda agasalhada caminhando, pela silhueta se parecia com ela, mas não estava carregando um bebê-conforto.

Nos aproximamos com os carros tomando cuidado para não assustar ela.

A mulher subiu para uma calçada e parecia que carregava um bebê.

Fui o primeiro a parar o carro e correr até a mulher.

— Melanie? - Alcancei a loira e a mulher gritou.

Não era ela... Era uma moça carregando um cachorrinho.

— Perdão, perdão... Pensei que fosse outra pessoa. - Me desculpei.

Voltei para o carro frustrado.

Continuamos as buscas.

E depois de mais uma hora rondando, avistei minha namorada... Ela vinha pelo meio da rua, olhava para os lados e estava agitada, andava apressada... Claramente perturbada.

Segurava o Julian contra o peito.

Reconheci sua roupinha com capuz, fui eu que comprei para ele.

A abordamos com calma para que ela não corresse.

Freddie e eu a cercamos.

— Mel. - A chamei.

Sua irmã saiu do carro sozinha, Alice devia estar dormindo na cadeirinha.

Melanie parou alarmada e apertou o bebê que choramingou, olhou para nós três e olhou para os lados alucinada.

— Oh, meu Deus! - Sam se assustou com o estado da irmã.

— Não vou deixar... Não vou deixar... Não vou deixar... - Repetia.

— Está tudo bem, meu amor, está tudo bem... - Me aproximei com cautela.

Seu olhar estava perdido.

Devia estar alucinando.

— Ele vai tirar o meu bebê. Ele vai tirar... - Apertou ainda mais o nosso filho que começou a chorar.

Agimos rápido, a contendo.

Sam conseguiu tomar o Julian dos braços da irmã.

Abracei Melanie que se debatia e gritava sem parar.

Freddie ligou para a emergência.

— Minha irmã... Ela enlouqueceu... - Sam começou a chorar.

Quando a ambulância chegou, os paramédicos a prenderam na maca, Sam estava no carro do meu irmão amamentando o meu filho que parecia bem.

O coitadinho só estava faminto.

— Nos acompanhe, senhor. - Fui chamado para ir ao hospital.

— Vou com o meu carro. - Falei para os paramédicos.

[...]

P.O.V Da Sam

Minha irmã foi diagnosticada com Psicose Puerperal, ela passou 3 dias sedada, depois que passou pela análise psicológica, ela foi mandada para uma clínica psiquiátrica especialista nesses casos, onde várias mães estavam passando por tratamentos intensivos.

Ainda bem que a encontramos à tempo, infelizmente Melanie era um perigo para o próprio filho.

Eu tinha tudo para ter depressão pós-parto e essa psicose pós-parto, mas graças a Deus não tive.

Quem acabou tendo foi justamente a Melanie.

Certas coisas são inexplicáveis.

Como minha irmã estava internada há quase uma semana, as visitas ainda não eram permitidas.

Todos nós estávamos arrasados, principalmente a nossa mãe.

Após a Melanie ser encaminhada para a clínica, Edward decidiu procurar ajuda também. Ele apareceu com um folheto mostrando ao Freddie, se tratava de um Centro de Apoio.

Também começou a fazer terapia, iria uma vez por semana visitar um psicólogo que seus pais arrumaram.

Enquanto Edward trabalhava, uma babá cuidava do Julian, uma senhora de 40 anos que trazia o pequeno para eu poder continuar o amamentando.

Como ela era experiente e boa com crianças, Freddie e eu decidimos contratar dona Angela para cuidar da Alice também.

A adolescente que cuidava da nossa filha estava faltando e nos deixando na mão por causa dos estudos.

Estávamos aliviados sabendo que Melanie estava sendo bem cuidada e medicada... O que ela tinha possuía tratamento.

Os médicos afirmaram que em algumas semanas ela teria alta.

A Psicose Puerperal durava em torno de 3 semanas.

Os casos mais graves podem durar mais de um mês.

Carly voltou de Iakima com o visual novo, tinha cortado o cabelo e usava roupas menos delicadas, abandonou os vestidos e os looks coloridos por looks mais despojados como jeans, jaquetas e Croppeds, além dos Ankle Boots e botas com salto.

Ela estava muito linda de cabelos curtos e batom vermelho.

Segundo a Shay, não teria mais volta com o Gibby.

Gibson perdeu a noiva e após largar de mão de correr atrás da guarda do Julian, ele foi morar com a mãe e o irmão mais novo, Guppy.

— Ele se parece muito com o pai... - Minha amiga havia me perdoado.

Nunca tinha sido minha intenção magoar ela.

Meu sobrinho estava na minha casa, tirando a sonequinha após mamar.

— Ele é muito parecido mesmo com o Gibson. - Concordei.

Era um bebê muito fofo com bochechas gordinhas e rosadas.

— Não tem medo de se apegar à ele? Quando a Melanie sair da clínica, ela vai poder cuidar dele e talvez até dar de mamar. - Falou séria.

— Julian é meu sobrinho, e por mais que eu tenha me acostumado com essa rotina, eu não roubaria essa fofurinha. Já tenho a minha bonequinha! - Respondi.

— É verdade. - Nós duas rimos.

Edward chegou para buscar o filho.

Eu fazia o menor contato possível com ele. Entreguei Julian.

Sabia o quanto ele queria se redimir e se aproximar...

Mas havia barreiras. Não era tão simples.

O que ele fez comigo me perseguiria para o resto da vida.

As cicatrizes internas sempre estariam em mim. Cravadas em meu âmago.

Mas eu sabia que um dia eu teria que lutar contra isso tudo e tentar dar a dávida do perdão e arrancar o rancor do peito para poder seguir sem mágoas... Seguir em frente sem o peso esmagador que eu carregava.

Porque o rancor só me massacrava.

Odiar alguém é o pior sentimento de todos.


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Notas finais do capítulo

Isso mesmo, Melanie estava vagando pelas ruas sem rumo...

Ainda bem que eles a encontraram, né???

Finalmente ela foi internada e o Ed também foi procurar ajuda para ele.

Ambos precisavam.

E Carly retornou com o visual repaginado.

O que acharam do capítulo???

Até o próximo. Bjs



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