P.O.V Do Freddie

Dirigi feito um louco, nem sei como não provoquei acidentes. Sam havia me ligado completamente desesperada, nunca senti tanto medo. À caminho do hospital, dentro da ambulância, ela ligou para mim novamente. Estava levando nossa filha para o pronto-socorro. Só peguei minha carteira, as chaves e rumei para o hospital.

Cheguei na recepção, Sam estava ali muito nervosa, usava uma roupa simples, assim como eu, ela nem trocou de roupa, Alice era a nossa única prioridade.

— Sam! - Fui até ela.

Virou para mim depressa e correu para os meus braços.

— Ela já está sendo atendida? - Ela tremia muito, a segurei pelos ombros.

— Sim, ela estava inconsciente, Freddie... Deve ter batido a cabeça muito forte... Quase teve convulsões na ambulância... Eu.... - Sam desmaiou em meus braços.

Não estava nada bem, muito pálida e abatida. Parecia mais magra.

Acho que não estava se alimentando direito.

Pedi ajuda, ela foi logo socorrida.

Nossa filha estava sendo atendida, minha namorada recobrou a consciência, ela estava sendo examinada.

Me deram permissão para ver a Sam, estava no soro.

Conversei com duas enfermeiras, a pressão havia caído e ela estava fraca. Precisava se alimentar.

Me senti culpado.

Se eu tivesse em casa, talvez nada daquilo teria acontecido.

Deixei ela sozinha com a bebê.

Estava com raiva e magoado, pedi um tempo para Sam, saí por impulso indo passar uns dias na casa dos meus pais. Eu nem quis preocupá-los com a notícia.

— Me perdoa por ter deixado vocês duas sozinhas? - Segurei sua mão.

Comecei a chorar.

— Não foi sua culpa. - Seus olhos estavam inchados.

— Pode não me culpar, mas eu me culpo... Eu devia ter...

— Freddie, por favor... Não fale assim. - Pediu chorosa. - Minha irmã me odeia... Acho que perdi minha melhor amiga. A culpa foi minha... Agora vejo que errei... Eu não devia ter feito o que fiz... Vou tentar consertar isso, vou conversar com o Gibby... Eu sinto muito... Você não teria saído de casa se não fosse minha culpa. - Estava lamentando, muito arrependida.

— Sam, não se culpe pelo que aconteceu com a nossa filha... Tente descansar. - Beijei sua testa.

[...]

P.O.V Da Sam

Eu estava melhor, comi um pouco. Precisava ser forte. Uma médica conversou com a gente, explicou o estado da nossa filha. Graças a Deus não foi nada grave, Alice ficaria em observação. Bateram um Raio-X. Eles também fizeram uma Tumografia, só para eliminar qualquer suspeita de Traumatismo Craniano.

Nos deram permissão para vê-la. Alice estava dormindo com a cabecinha enfaixada. Só pôde dormir após 2 horas após a queda. A mantiveram acordada por precaução.

Ela foi examinada por uma pediatra e por um neurologista.

Alice teve uma pequena concussão, bem leve. O local afetado pela pancada ficaria inchado por alguns dias. Nos tranquilizaram.

Nossa filha recebeu alta no dia seguinte às 13h.

Passamos na farmácia para comprar medicamentos, ela ia sentir dores, também bateu as costas e estava com alguns hematomas.

Qualquer coisa, levaríamos ela para o hospital de novo.

— Você já vai embora? - Perguntei para Freddie quando chegamos em casa.

— Vou buscar minhas coisas na casa do meus pais. - Ele ia voltar para casa?

Fiquei feliz e aliviada.

Passamos a noite em claro, juntos. Ele não parecia mais estar com raiva. Talvez ainda um pouco chateado.

Levei Alice para o quartinho dela. Olhei para o berço temerosa.

Aquela imagem de encontrá-la caída me atormentou novamente.

Então, decidi levá-la para o meu quarto, fiz um cercadinho com os travesseiros e a coloquei na cama. Minha bebê estava tão sonolenta.

Liguei para o Gibby, conversamos por um bom tempo.

Carly havia o deixado, foi para Iakima passar um tempo com o avô.

Lamentei por aquilo.

Após repensar, Gibby decidiu abrir mão da decisão de correr atrás para conseguir a guarda do Julian.

Ele não teria tempo de cuidar do bebê. E contava com a Carly para isso.

Fiquei super aliviada.

Ao menos consegui fazer com que ele desistisse da decisão.

Eu só precisava convencer a Melanie a procurar ajuda. Necessitava me retratar com ela.

[...]

P.O.V Da Melanie

Rapidamente arrumei minhas coisas e as coisas do Julian. Levei para o carro às pressas, eu precisava ir embora. Não era seguro. Gibby ia mesmo tirar meu filho. E Ed poderia até me matar quando descobrisse que o bebê não era seu filho biológico.

Agasalhei Julian, o coloquei dentro do bebê conforto.

Tudo culpa da Sam. Ela deveria ter ficado na dela.

Peguei dinheiro do Ed, uma boa quantia. Iria ser o suficiente para nos manter por algumas semanas.

Troquei de roupa, eu também estava levando produtos higiênicos e ítens pessoais meus e do meu filho.

Ed estava no trabalho.

Saí de casa, não tinha amigos na cidade, nem lugar para onde ir.

Os poucos amigos que fiz foi no internato, moravam longe.

Eu não podia pedir ajuda para a minha mãe.

Só precisava fugir com meu bebê. E foi o que fiz.

Estava com medo.

Nem Gibby e nem Edward poderiam nos encontrar.