Durante as primeiras garfadas, a comida caía indigesta, presa no meio dos sons engasgados em minha garganta.

Subitamente, o moreno cortou o silêncio.

— Desculpe-me por hoje mais cedo. 

Revelei um sorriso em apreciação ao gesto.

Suas mãos alcançaram o vinho no meio da mesa e nos serviu.

A cada golada, percebia-o descontrair.

Por agora, decidi aproveitá-lo mais animado. Havia algo anódino sobre vê-lo bem.

Perguntei-o de seus sonhos.

Falou que gostaria de ser escritor. Se dava melhor com páginas do que com pessoas.

Sobre isso, eu o entendia bem.

A conversa fluía facilmente, enquanto pulávamos de um assunto para outro.