Nós, juntos? escrita por sidneyfmn


Capítulo 3
Capitulo 3




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Assim que os dois entraram em casa, a tempestade começou de uma vez, com relâmpagos e trovoadas, de um jeito que Judy nunca tinha visto. Antes de reparar como era a casa em que passaria a noite, ela quis olhar pela janela as gotas de chuva e o vento que batiam. Ela não esperava uma chuva tão forte.

— Nunca tinha visto uma tempestade assim antes? – Nick perguntou enquanto pegava a pequena mala de Judy.

— Já faz alguns meses que estou em Zootopia – Ela continuou a olhar pela janela. – Tinha visto algumas chuvas, mas não desse jeito.

— Você se acostuma com o tempo. – Ele disse. – Vamos lá, ela está ansiosa para conhecer você.

Judy se virou, após olhar a janela por alguns minutos e percebeu que entraram pela cozinha. Seguiu Nick pela sala de estar onde ficava uma mesa, e mais ao canto, tinha um sofá de três assentos, com uma poltrona ao lado, na frente de uma televisão. Era um lugar simples, mas aconchegante. Judy se sentiu em casa, apesar de não ser sua casa. Ela continuou a seguir Nick até o corredor dos quartos, quando se deparou com uma outra raposa.

— Que bom conseguiu chegar antes da chuva, querido. – Katy tinha acabado de sair de seu quarto e abraçou seu filho. – E ainda trouxe visita!

— Tem uma tempestade lá fora. – Ele sorriu, um pouco envergonhado. – Não queria que ela ficasse sozinha.

— Você sempre teve um bom coração. – Ela colocou sua pata no rosto de Nick.

— Aprendi com você. – Ele respondeu carinhosamente. Katy sorriu com orgulho.

Nick continuou para o quarto para deixar a mala de Judy, onde passaria a noite. Judy não conhecia a mãe de Nick e nem sabia da relação afetuosa que eles tinham. Ela se perguntou o que teria acontecido para ele morar fora por tanto tempo. Judy se sentiu um pouco desconfortável quando ouviu de Nick que não queria deixá-la sozinha nessa noite, mas seu coração dizia o contrário, que queria estar com ele. Ela não acreditava que Nick pudesse vê-la mais do que uma amiga. Assim que Nick entrou no quarto, Katy olhou para Judy, já imaginando que poderia ser ela.

— Você deve ser a Oficial Hopps, não é? – Ela sorriu para Judy. – Que trabalha com o meu filho. – Ela deu um abraço nela também.

— Pode me chamar de Judy, senhora. – Judy respondeu gentilmente.

— Eu sou a Katy, mãe do Nick. Não precisa me chamar de senhora, ainda estou na flor da idade. – Ela brincou. – Nick falou muito de você.

— Sério? – Judy se surpreendeu um pouco.

— Claro, você mudou a vida dele. – Ela passou pela Judy para ir a cozinha. – Temos muito a conversar. Vou preparar o jantar, vocês devem estar famintos. – Katy sorriu para ela e seguiu para a cozinha.

O coração de Judy ficou quentinho diante de tanta gentileza e simpatia da mãe do Nick e se questionou o que deve ter acontecido para Nick ficar longe de casa e sua mãe. Ela tinha algunas suspeitas, mas nenhuma certeza. Ela seguiu Nick até o quarto e assim que entrou percebeu dentre outras coisas, um poster antigo do grupo de escoteiros na parede, o que a fez concluir que era o quarto dele. Além disso, notou também que a cama tinha uma cama auxiliar em baixo, provavelmente onde ela dormiria. Pela janela do quarto era possível ver que a tempestade continuava e parecia que não pararia tão cedo.

Judy se sentou na cama e Nick, depois que colocar as coisas dela no quarto, se deitou na cama para um breve descanso, respirando aliviado que conseguiu chegar antes da chuva. Ela percebeu que a cama era bem macia e parecia aconchegante. Judy nem tinha pedido para Nick trazer suas coisas mas ele sempre era gentil e prestativo. Ela o olhou deitado, com os olhos fechado, respirando calmamente.

— Nick, aqui é um lugar adorável. – Ela disse calmamente., fazendo referência a casa. – O que te fez sair daqui?

Nick suspirou antes de responder, apreensivo. Sabia a resposta, mas não era algo agradável de se lembrar, principalmente quando eram arrependimentos.

— Decisões erradas, Cenourinha. – Ele se levantou mas continuou ma cama. – De um tempo em que ninguém acreditava em mim, nem mesmo eu.

— Eu sei como é. – Ela pegou na pata de Nick, em um gesto de conforto.

— Mas o que importa é que eu voltei antes que fosse tarde demais. – Ele sorriu para ela. – Por sua causa, Judy.

— Por minha causa? – Ela perguntou, sem entender como tinha ajudado Nick indiretamente.

— Você mostrou que eu poderia ser um animal melhor. – Ea a olhou em seus olhos violetas. Judy não conteve suas emoções, saiu de onde estava na cama e colocou seus braços em volta de Nick, abraçando-o, após essas doces palavras. Ela sentiu como Nick era quentinho. Nesse momento, Nick sentiu uma pontada em sua barriga, mas não deu importância. Ele a abraçou de volta.

— Não sabia que você tinha um lado tão sensível. – Ela disse, enxugando algumas lágrimas, já soltando o abraço.

— Coelhas, tão emotivas. – Ele enxugou algumas lágrimas do rosto de Judy, o que a fez corar.

Os dois sentiram um cheiro bem agradável que parecia ser da cozinha. Katy estava terminando de fazer o jantar, e o cheiro da comida estava delicioso. Antes que Nick e Judy conseguissem adivinhar o que seria servido, ouviram da cozinha um chamado de Katy.

— O jantar está servido. – Katy os chamou para comer.

— Estamos indo. – Nick respondeu. – Minha mãe sabe cozinhar bem, você vai gostar.

— O cheiro está delicioso. – Judy sorriu para Nick.

Judy seguiu Nick pela casa até a cozinha. Alguns minutos atrás, quando entrou na casa, ela estava um pouco nervosa já que era a primeira vez que estava com predadores no mesmo lugar, mas seu coração dizia o contrário. Ela confiava em Nick, ainda depois que conheceu sua mãe, uma adorável raposa. Judy se sentia em casa, mesmo estando longe de sua verdadeira casa. Ela não imaginava que fosse sentir um conforto que só sentia em Bunnyburrow.

Quando se sentaram na mesa, os dois viram que Katy tinha preparado um delicioso macarrão com almondegas para ela mesma e o Nick. Para Judy, tinha feito uma versão vegetariana do mesmo macarrão, o que fez Judy se questionar: “Como ela sabia?” Ela olhou para Nick que estava sentando na sua frente e se lembrou o porque.

— Bom apetite. – Katy olhou para os dois sorrindo.

— Obrigada. – Judy sorriu de volta.

Eles permaneceram em silêncio, aproveitando a refeição com o barulho da chuva e algumas trovoadas. Após alguns minutos, Katy quebrou o silêncio. Nick tinha contado muitas coisas para ela, mas algumas ele não contou porque não sabia, ou ficou sabendo depois, quando ajudou Judy no relatório.

— Judy, posso te perguntar uma coisa? – Ela já estava terminando de comer. – Sobre o caso dos Uivantes.

— Claro, qualquer coisa. – Judy respondeu.

— Quando descobriu sobre as flores, o que te fez voltar para meu filho quando poderia ter ido direto para polícia? – Katy se levantou da mesa para colocar a louça na pia.

— Ele foi o único que acreditou em mim, quando ninguém acreditava. – Ela olhou para ele sorrindo. – Eu não tinha opção.

— Ele sempre teve um bom coração, mas não acreditiva em si mesmo. – Katy disse, enquanto lavava a algumas das louças do jantar.

— Obrigado por estar em minha vida, Cenourinha. – Nick falou baixinho, pegando na pata de Judy. – Mãe, deixa eu te ajudar. – Ele se levantou e pegou as louças restantes que ainda estavam na mesa, e a ajudou com uma parte das louças.

Quando Nick se levantou, sentiu um incomodo na barriga, então ele massageou discretamente a região afetada e por um momento o incomodo melhorou. Ele pensou: “Será que foi algo que comi antes?”. Nick percebeu que o incomodo melhorou e pensou que não voltaria tão cedo.

Nick ficou alguns anos longe de casa e mesmo assim, sua mãe estava de coração aberto para recebê-lo de volta. Então, sempre que podia ajudava nos afazeres domésticos, lavando a louça ou limpando a casa. Era um jeito de retribuir a sua gentileza.

— Judy, pode ir para sofá. – Katy reparou que Judy ainda estava na cozinha. – Estamos terminando aqui.

— Claro. – Judy respondeu.

Judy se levantou e foi olhando com calma pela casa. Algumas luzes da sala onde estava o sofá já estava acesas. Ela notou alguns porta-retratos próximos da televisão e viu que tinha algumas fotos do Nick quando era mais novo. “Ele era tão fofo e adorável. Na verdade, ainda é.” Ela pensou ao olhar as fotos. Então ela se sentou no sofá e esperou por alguns minutos. Judy se sentia em casa, mesmo estando longe. Ela sabia que Nick lhe dava carinho e conforto, talvez fosse a razão de se sentir desse jeito. Enquanto esperava pelos dois, sentiu o celular vibrar no bolso. Assim que pegou o celular viu que era sua mãe ligando. Ela atendeu a ligação.

— Oi. Mãe! – Judy sorriu.

— Oi. Querida! – Bonnie sorriu de volta. – Ta tudo bem ai?

— Tá sim. – Judy respondeu. – Apesar da chuva.

— A gente viu no noticiário sobre a tempestade. – Ela reparou que Judy estava em lugar diferente. – Você está no seu apartamento? Parece maior?

— Estou na casa do Nick. – Judy corou um pouco. – Ele me convidou para passar a noite por causa do tempo ruim.

— Seu amigo que trabalha com você na polícia? – Ele perguntou.

— Ele mesmo. – Judy respondeu sorrindo.

— Ele é tão gentil e querido. – Ela sorriu. – Que bom que você encontrou alguém como ele.

— Espero levar ele para conhecer vocês algum dia. – Judy sugeriu pela primeira, com receio da resposta.

— Agente adoraria conhecer ele. – Ela respondeu. – Pode trazer sim. Vou desligar agora para você descansar.

— Tá bom, mãe. Te amo!. – Judy acenou para câmara do celular, era uma chamada de vídeo.

— Também te amo. – Ela acenou também. – Tchau!

Minutos depois de encerrar a ligação, Judy ouviu alguns passos em direção a sala onde estava. Katy e Nick tinham terminado de arrumar a cozinha. Nick se sentou ao lado de Judy, enquanto Katy se sentou ao lado de de Nick. Judy conseguia sentir o pelo de Nick encostando no seu.

— Você estava conversando com alguém? – Nick perguntou, enquanto ligava a televisão.

— Minha mãe ligou. – Ela respondeu. – Queria saber como eu estava, por causa do tempo ruim.

— Ou será que ela tinha medo da filha passar uma noite com predadores? – Ele brincou.

— Claro que não. – Judy respondeu rindo. – Eles gostam de você.

— Será? – Ele perguntou com certa dúvida.

— Nas nossas próximas férias, a gente pode passar lá. – Ela olhou para Katy. – Vocês dois.

— Seria incrível. – Katy sorriu. – Não é, Nick?

— Acho que sim. – Ele olhou para Judy. – Coelha esperta.

Nick foi mudando de canal, até chegar no canal da ZNN, onde estava sendo noticiado sobre a tempestade, os ventos e os trovões. Judy aprendeu nessa noite que Zootopia já passou por muitas tempestades e que essa não seria a última. Mas ainda aparecia bem assustador para uma coelha que está vendo pela primeira vez. Ela se assustou com um dos trovões barulhentos e por um momento sentiu um arrepio de medo dominar seu corpo, que logo foi embora quando sentiu Nick puxando para perto com seu braço.

— É só um trovão. – Ele sussurrou para Judy. – Estou aqui. Não se preocupe.

Aquele arrepio lentamente foi indo embora, Judy foi se sentindo melhor e mais segura. “É o mesmo Nick que tira a paciente do Chefe Bogo?”. Ela se perguntou, já que nesses momentos de maior proximidade que Judy conheceu mais a fundo o lado afetuoso e atencioso de Nick. Judy tinha uma esperança, mesmo que pequena, de que Nick realmente sentia algo por ela mas não tinha certeza. Katy percebeu que Nick a puxou para perto e que Judy se aconchegou com ele. “Será que ele encontrou alguém? Deve ser coisa da minha cabeça, mas parece que tem algo entre os dois.” Ela pensou, enquanto observada os dois.

Os três assistiram televisão até o sono chegar. Nick e Judy começaram a cochilar enquanto assistiam televisão, estavam cansados do trabalho. Katy não queria acordá-los, mas sabia que eles deveriam dormir em um lugar melhor, porque eles trabalhariam amanhã.

— Vocês dois deveriam ir dormir na cama. – Katy disse, num tom de voz mais alto, justamente para acordá-los. – Acho que é mais confortável.

Nick abriu os olhos e demorou alguns segundos para reconhecer onde estava, mas logo viu que estava em casa, ainda chovendo com menos trovões e sua mãe estava olhando para ele. Nick percebeu que Judy também tinha cochilado ao seu lado, segurando seu braço.

— Claro, estamos indo. – Ele bocejou; – Eu vou levar ela para o quarto.

— Volta aqui depois. – Kety pediu, bocejando também.

Nick se levantou do sofá, sentiu um incomodo em sua barriga quando se mexeu mas não se preocupou. Ele pegou Judy em seus braços e a carregou no seu colo até ao quarto, onde a colocou na cama e a cobriu com o lençol. Ele ficou alguns minutos olhando para ela, admirando. “Ela é tão fofa.” Ele pensou enquanto sorria para ela. Nick saiu do quarto e viu que sua mãe entraria no quarto dela, mas estava na porta esperando por ele. Ele se aproximou dela.

— Nick, - Katy colocou sua pata na bochecha de Nick. – Seu pai ficaria tão orgulhoso de você, pelo que conquistou.

— Você acha mesmo? – Nick segurou na pata dela.

— Você tem um trabalho de verdade. – Ela o olhou nos olhos. – Tem a Judy…

— Ela é só uma amiga. – Nick respondeu com uma tristeza no olhar, porque ele queria mais do que uma amizade.

— Mas o jeito que você olha e se preocupa com ela é diferente. – Katy olhou nos olhos de Nick. – Você não teria convidade ela se não sentisse algo.

— Sabia que ia notar. – Nick sorriu, de maneira acanhada.

— Eu conheço o filho que tenho. – Ela sorriu de volta.

— Eu não sei se ela sente o mesmo. – Ele olhou para o quarto onde ela estava.

— Considerando o que ela já disse sobre você, talvez ela sinta algo por você também. – Katy tinha notado que Nick era um animal muito querido para Judy.

— Talvez você esteja certa. – Nick deu um abraço quentinho nela. Essas palavras lhe davam um pouco de esperança de que Judy realmente senti algo por ele. – Vou dormir agora.

— Boa noite, querido. – Katy entrou em seu quarto.

— Boa noite. – Nick respondeu.

Assim que Nick entrou no quarto, viu que Judy estava dormindo, tranquilamente, apesar de alguns trovões e da chuva. Antes de deitar, Nick se aproximou do rosto de Judy e deu um beijinho de boa noite. Só de vê-la dormindo ao seu lado, mesmo que seja em outra cama, seu coração se aquecia.

Entretanto o que era para ser uma boa noite de sono, acabou se tornando um pesadelo. O que era apenas um incomodo na sua barriga, estava o impedindo de dormir e estava cada vez mais difícil encontrar uma posição em que não sentisse o incomodo, masa só amanhã saberia o que está causa esse incomodo. 


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Notas finais do capítulo

Queridos leitores, pelo desculpas por demorar muito para postar esse capítulo. Estive muito ocupado no último e por isso não tinha muito tempo para escrever. O próximo capítulo será o último e vai demorar um pouco para ficar pronto porque quero fique muito especial. Espero que gostem desse capítulo. Dedico essa história a Adele que me inspirou muito com o último álbum e a todos os artistas que fizeram comics lindos que serviram de inspiração para essa história.



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