Wild Hearts - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 4
Passeio


Notas iniciais do capítulo

Hey, amores!!!

Mais um capítulo!!!

Estou super empolgada.

Boa leitura!!!



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No dia seguinte...

P.O.V Da Sam

— Acorda! Acorda! Acorda, Bela Adormecida! - Senti a rede ser balançada e ouvi risadinhas soarem.

— Vamos girar a rede? - Era uma voz infantil.

— Não, não! Balança e sacode com força, Italo! - Voz doce de menina.

Fingi que estava dormindo, minha ideia era assustar os pestinhas.

— Junior, segura aqui. Corine, segura do outro lado. Vou empurrar com força! - Que danados, eles queriam me derrubar da rede.

— No três... 1... 2...

— BUUUUUUH! - Me ergui de supetão e abri os braços.

O susto foi tão grande que os dois garotinhos romperam pela porta aos gritos, deixando a menorzinha para trás. A menina ficou paralisada, me encarando com os olhos azuis arregalados.

— Te peguei! - Saí da rede ainda com os braços estendidos.

A garotinha deu um grito agudo e caiu no berreiro, o que me fez entrar em desespero.

— Oh, não chora, lindinha. Vem aqui. Por favor, pare de chorar! - Praticamente implorei.

Ainda aos prantos, Corine correu para os meus braços e se agarrou em mim.

— Me deixaram sozinha... - Olhou para a porta.

— São garotos malvados, eu sei... Qual deles é seu irmão? - A peguei no colo.

— Colton Junior. Italo é o irmão da Anabel. - Respondeu ainda sentida, abraçou meu pescoço e deitou a cabecinha no meu ombro.

Colocaram o nome da pobre bebê com apenas um n. Não ficaria mais bonito Annabel com dois n?

Corine tinha apenas 6 anos.

— Vou te levar para a sua mãe. - Eu disse a pequena, seus pais eram Colton e Lorena.

Dei de cara com a Aubrey no corredor, assim que ela viu a sobrinha no meu colo, fez uma tremenda careta.

— Tia! - Ela estendeu os bracinhos para a ruiva.

— Pega a sua sobrinha. - Ela estava relutante, mas acabou cruzando os braços, ignorando a criança.

— Sai pra lá com essa menina. Essa pirralha está cheia de piolhos! - Disse enojada, passou por nós duas apressada.

Piolhos?

Aqueles bichinhos infernais que dão na cabeça?

Corine começou a coçar o couro cabelo, fazendo caretas.

Ela era loirinha.

Socorro... E se ela me passar piolhos?

— Desce, lindinha. - Coloquei a pequena no chão. - Vou te levar pra sua mãe. - Segurei sua mãozinha.

[...]

Quando saí do banho, encontrei Aubrey mexendo na minha maleta de maquiagem. Ela estava com a minha paleta de sombras. A cara-de-pau espalhou minhas coisas sobre a cama, virou para mim com a cara mais cínica e sorriu.

— Adorei o batom, prima! - Estalou os lábios carnudos.

Credo. Credo. Credo...

Berrei de raiva e com a mais pura indignação. Eu não emprestava meus batons nem para as minhas amigas mais íntimas...

— SUA PIRANHA! - Avancei nela furiosa.

Aubrey largou minha paleta novinha no chão, estragando minhas sombras preferidas e tentou fugir. Agarrei seus enormes cabelos acobreados.

— SOCORRO! MÃE! PAI! SOCORRO! - Gritava e esperneava sem parar.

Minutos depois...

— Ela me agrediu. - Chorava copiosamente.

Deixei a marca da minha mão na cara sardenta dela.

— A culpa foi toda dela. Essa cobra mexeu nas minhas coisas. Olha o que ela fez com a minha maquiagem... - Eu segurava o choro.

Tio Mark estava irritado e tia Grace parecia decepcionada.

— Estão vendo como ela é? Além de egoísta, ela é louca e violenta. Só peguei o batom emprestado e essa menina surtou! - Apontou para mim.

— Mentira! Ela não vai com a minha cara. A filha de vocês é uma nojenta! Ontem à noite ela ficou me provocando. Ficou balançando a rede. Ela mexeu nas minhas coisas só para me irritar! - Contei tudo.

— Pare de inventar coisas, sua metida! - Me olhou raivosa.

Eu não tinha medo dela.

Seu pai bufou e sua mãe suspirou.

— Nesse quarto eu não fico mais. Posso dormir com a Phoebe? - Olhei para eles.

— Querida, a Phoebe divide o quarto com a Corine. E a Amy divide o quarto com Rick. Não tem espaço para você. - Titia explicou.

— Sem problemas, eu posso dormir na sala...

— Ou no galinheiro! - A nojenta me alfinetou.

— Chega, Aubrey! Você provocou tudo isso. Sam é visita e é da família. Merece respeito. - Seu pai a repreendeu.

— Troca de quarto com a Amy. - Tia Grace sugeriu.

— De jeito nenhum. Deus me livre dormir com o Rick. Ele peida e ronca muito. - Aubrey se recusou.

— Tudo bem, eu durmo na sala...

— Querida, a gente pode conversar com o Leonard. Tem um quarto de hóspedes no casebre. - Tio Mark disse à esposa.

Vi que Aubrey ficou ainda mais furiosa.

[...]

O casebre pertencia aos Benson, era feito de madeira, tinha uma pequena sala, três quartos, uma cozinha bem simples com fogão à lenha e o banheiro deles ficava lá fora, era um compartimento feito de madeira, havia um suporte para pendurar toalhas, um balde bem grande e um tanque retangular cheio d'água, parecia uma banheira rústica.

— São pessoas do bem, humildes e honestas. Não se preocupe. Confiamos neles, querida. - Tia Grace me tranquilizou.

Eu só passaria as noites mesmo. Ao menos eu teria uma cama e um armário só para mim, assim eu não teria que aturar a megerinha.

— Pode ficar à vontade, menina. Tranque a porta se caso você quiser se sentir mais segura. - Leonard avisou.

Apenas assenti, por mim não tinha problema algum.

Seu filho estava calado, me olhava encostado na parede.

Eu realmente não sabia dizer se ele estava confortável com a situação.

Horas depois...

— Vamos dar uma volta, prima? - Rick apareceu trazendo um cavalo.

A pelagem marrom-escura era espessa e brilhante .

Benson e eu tínhamos acabado de sair da horta de tomate. Colhemos cada tomatão bonito. Cuidar da horta e da colheita estava sendo minha tarefa favorita.

— Ela está ocupada. Vem, Sam, agora temos que...

— Larga mão de ser chato, Freddie, deixa ela fazer uma pausa de 15 minutinhos. - Meu primo pediu.

Rick era alto e magro, tinha cabelo castanho-claro e olhos verdes, devia ter uns 18 anos.

— É, por favor, Frederico. A gente não vai demorar. - Pedi.

— É Freddie. Freddie. - Repetiu o Benson.

— Que seja, eu só quero dar uma pausa. Vou com você! - Olhei para o Rick que ainda me aguardava.

— Já montou num cavalo alguma vez? - Me olhou desconfiado.

— Sempre tem uma primeira vez para tudo. A gente não vai demorar. - Esfreguei as mãos no meu shortinho.

— Está bem. - Ele concordou ainda contrariado.

Saltitei correndo até o meu primo.

Vi ele arrumar o tal arreio, selou o cavalo e montou no animal com maestria.

— Como ele se chama? - Perguntei.

— O alazão aqui se chama Pistola. Vem, sobe prima. - Estendeu a mão. - Segura firme e pisa no estribo, isso mesmo. Devagar, passa perna direita e senta aqui. - Indicou o espaço na sela. - Agora segura as rédeas, não puxe, sou eu que vou guiar, desse jeito, chega mais perto...

— RICK! - Ouvimos sua mãe gritar.

— AGORA NÃO, MÃE, VOU LEVAR A PRIMA PRA PASSEAR! - Gritou de volta.

— DESÇA JÁ DESSE CAVALO E VENHA AQUI, O SEU PAI PRECISA DA SUA AJUDA NO CELEIRO! - Ela só era baixinha, mas dava cada berro.

— Ai, que saco! Tudo eu, tudo eu... - Resmungou descendo. - Foi mal aí, prima. Preciso dar uma forcinha no celeiro, a gente tá reformando... - Explicou.

— Sem problemas. - Fiquei desanimada.

Eu queria tanto cavalgar.

— Deixa que eu levo ela para conhecer o campo. Vai lá, garoto! - Benson foi logo montando no cavalo.

— Ei! - Protestei.

— Calma aí, nervosinha. Não precisa ficar amuada. Vamos passear. - Agarrou as rédeas.

— Tanto faz, só não me deixa cair pelo amor de Deus. - Pedi.

— Você está segura comigo. - Disse tão próximo. - Rick só tem 16 anos e tá naquela fase... Ele é louco pela nossa vizinha. Você é carne fresca por aqui e acho que ele está com sede no pote, se é que me entende... - Abaixou o tom.

— Ai, que nojo! Ele é meu primo. Tem idade para ser meu irmão mais novo. - Me ofendi.

— Você já é maior de idade? - Pareceu surpreso.

— Tenho 20 anos. - Falei.

— Então, temos a mesma idade. - Constatou.

— Legal... A gente vai ou não vai passear? Esse cavalo não anda? E por quê ele se chama Pistola? - Indaguei.

— Por esse motivo. Vamos lá, garotão! - Deu uma puxadinha nas rédeas e uma batidinha com a lateral da bota, atingindo o animal. - Se segura, princesinha! - Avisou.

O cavalo arrancou num galope, disparando com a gente.

Quase rasguei a garganta de tanto gritar.

Me senti num daqueles brinquedos radicais prestes a despencar da maior altura.

Pistola era um cavalo muito veloz e eu quase fiz xixi na roupa, foi uma pura, intensa, louca e assustadora adrenalina.

[...]

— Ôh, Ferdinando, vem aqui me ajudar! Eu não consigo descer do cavalo sozinha! - Meu corpo todo tremia, eu estava com as pernas bambas.

— É Freddie! - Não parava de me corrigir.

— Tanto faz, agora me pega, Alfredo! - Virei meu corpo para que ele pudesse me ajudar a descer do Pistola.

— Pule! - Estendeu os braços.

— Tô com medo.... - Olhei para baixo.

— Vem logo, eu te pego. - Continuou com os braços estendidos.

Fui escorregando da sela até cair nos seus braços, ele me segurou com firmeza, me agarrando pela cintura. Era forte e me pegou sem esforço algum.

— Prontinho, princesa. - Me colocou em segurança no chão.

— Agora sai pra lá. Tire as mãos de mim, Troncho! - Empurrei ele.

O moreno fez careta se afastando.

— Aonde estamos? - Olhei ao nosso redor.

— Estamos no Sunshine, o lado Oeste do campo aberto, aqui a natureza é a mais pura do campo. Ali fica o pasto onde os cavalos selvagens se alimentam, ao lado Norte fica o Vale dos Girassóis. Tem uma plantação de maçãs seguindo para a fazenda dos Shay, são os vizinhos mais próximos. Eles moram há 30 minutos daqui. Vire! - Me fez girar. - Olhe as montanhas do Vale das Fadas, reza a lenda que as águas do riacho são abençoadas por criaturas místicas. - Ao longe vi as tais montanhas e o riacho, a paisagem era impressionante.

 

— Até que você dá um bom guia turístico. Já pensou em trabalhar no ramo? - Perguntei.

O lugar ao nosso redor era lindo. Tudo tão verde, cheio de vida, havia árvores frutíferas, flores do campo, grama verdinha brilhante.

A natureza em sua verdadeira forma nua e crua era de fato tão bela.

Cantos de pássaros quebravam o silêncio do paraíso.

— Cursei Agronomia, terminei o colegial com 16 anos. Meu pai e eu estamos juntando dinheiro, nosso sonho é comprar aquele terreno. - Mostrou a propriedade cercada.

— É enorme, dá para construir uma fazenda e ainda sobra terra para cultivar. - Observei.

— Essa é a ideia, meu pai quer cultivar abóboras. - Contou.

— Isso é ótimo. Espero que tudo dê certo para vocês... Eu ainda não vi sua mãe. - Comentei.

— Faleceu quando eu tinha 10 anos. Era portadora de Hepatite C. - Explicou.

— Oh, meu Deus... Sinto muito. - Fiquei comovida.

— Obrigado... Você não queria conhecer o vale? Vem comigo, conheço um lugar com sombra e água fresca. - Mudou de assunto.

Deveria ser tão doloroso falar sobre a mãe.

[...]

— Vou contar até três...

— Shh, cala a boca, Troncho... - Bati no ombro dele, estávamos deitados no chão atrás de uma moita espinhosa.

— Foi você que enfureceu as abelhas... - Me encarou.

— Eu só queria um pouco de mel. - Fiz bico.

— Corra o máximo que puder e se jogue no lago. - Aconselhou.

— Acha mesmo que vou molhar minha roupa de grife? Ela é lavada à seco. - Falei.

— Então, tire toda a roupa! - Como se atrevia?

— Nem morta! - Me recusei.

— Fica aí então, vou me salvar sozinho. - Levantou depressa, correu porque a vida dele dependia daquilo e simplesmente se jogou no lago.

Ele estava certo, eu enfureci as abelhas enquanto tentava roubar o mel precioso das pobrezinhas... Eu meio que destruí a colméia delas dando galhadas...

Ouvi zumbidos, olhei para cima vendo as abelhas em bando, sobrevoando zangadas.

Estavam se aproximando do meu esconderijo.

Levantei e corri feito louca, sentindo que elas me perseguiam. Gritei apavorada e me joguei com tudo no lago, me juntando ao Benson.

— CAIPIRA! - O chamei.

Nadei não vendo ele nas águas escuras, o tom verde-lodo cobria meu corpo emergido.

Oh, meu Deus... Ele se afogou?

— BENSON! - Nadei o procurando, mergulhei desesperada.

Cadê, você? Isso não pode estar acontecendo! Não! Você morreu afogado, seu idiota!

Emergi e girei batendo os braços, agitando a água fresca e friazinha. Eu não conseguia parar de tremer. Estava apavorada.

— EI, ESTÁ CURTINDO O LAGO? - A voz era familiar.

Claro que era.

Me virei depressa e me deparei com o Benson. Ele estava de pé numa pedra, mordeu o que parecia ser uma fruta e acenou com a mão livre.

Nadei furiosa até as margens, saí do lago e corri em direção à ele.

— SEU MERDINHA, IDIOTA, BRONCUDO, BRUTAMONTES, TRONCHO, BRUCUTU, IMBECIL, CARA-DE-PAU, BABACÃO! - Fiz ele cair de cima da pedra, nós fomos parar no chão. - ACHEI QUE TIVESSE SE AFOGADO! - Gritei exasperada, ainda socando seu peito.

— Se acalma, mulher! - Agarrou meus pulsos, segurando-me, detendo meu ataque de fúria.

— ME ACALMAR? TEM NOÇÃO DO SUSTO QUE ME DEU? ACHEI QUE ESTAVA MORTO NO FUNDO DO LAGO! - Berrei.

Ele girou nossos corpos, ficando por cima, me imobilizando no chão.

Seu cabelo úmido escorrendo e a pele bronzeada exposta, estava sem camisa e eu ensopada, com a roupa toda grudada no corpo.

Ficamos nos encarando, ofegantes.

Meu coração martelava em meu peito.

— Você me chamou mesmo de Brucutu? — Quebrou o silêncio.

De todos os xingamentos, ele só notou aquele?

— Sim. É isso que você é. Um brucutu! Agora saia de cima de mim. Anda logo, selvagem! Homem das cavernas! - Esperneei, relutando contra seu peso.

— Olha quem fala. Garota arrogante da cidade! Patricinha ignorante! Metida! Se eu sou selvagem, você também é! Chegou me derrubando e me agredindo! Nós dois somos selvagens! A única diferença entre nós é que eu vivo numa selva verde e você vive numa selva de pedras! Uma selvagem da cidade grande! - Deixou bem claro.

Saiu de cima de mim. Levantei sem sua ajuda.

Como ele ousava me chamar de selvagem?

Ele caminhou duro até o cavalo amarrado na árvore.

Lhe dei as costas. Decidi ir à pé.

— Suba! - Parou ao meu lado, estendendo a mão.

Estava montado no Pistola, vestia a camisa aberta, sujo de areia como eu.

Segui andando e ignorando, empinei o nariz.

— Rápido, tenho pressa! - Insistiu.

Apressei os passos, ele fez o cavalo parar e saltou entrando no meu caminho.

— Pare de ser tão cabeça-dura! - Agarrou meus ombros.

— Tire as mãos calejadas de mim, seu ogro! - Falei na defensiva.

— Ôh, mulher teimosa de uma figa! Se não vai por bem, vai por mal! Agora ocê vem comigo! - Foi ágil me jogando por cima do ombro.

Gritei e esperneei.

Era mesmo um brutamontes.

Ele subiu no Pistola e me colocou montada de frente, passou um braço ao redor da minha cintura, abraçando meu corpo e segurou a rédea com a mão esquerda.

— Vamos, garoto! Irrá, vai! - O cavalo marrom saiu trotando e disparou num galope veloz.

Cuspi xingamentos.

Ele apertou meu corpo e não deu a mínima, me levando de volta para a fazenda em segurança.


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Notas finais do capítulo

Sam VS Aubrey...

Ponto para a loira.

O que estão achando dessa rixa???

Primo Rick querendo levar a prima para cavalgar kkkkkkkk

E quem deu uma cavalgada com a loira foi o Benson...

Que surto foi esse???

Sam vive trocando o nome e dando apelidos para o coitado kkkkkkkk

O desespero no lago kkkkkkkkkk

O que acharam do capítulo???

Só estão marcando para acompanhar e nem comentam??? Que coisa feia tcs tcs

Quero saber o que estão achando. Bjs