Wild Hearts - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 5
Casebre dos Benson


Notas iniciais do capítulo

Postando aqui rapidinho.

Atualizações diárias hahahahaha

Música: Teenage Dream - Katy Perry.

Ótima leitura!!!



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P.O.V Da Sam

Estava fazendo uma fila no banheiro residencial, já estava anoitecendo, decidi tomar um banho rápido no banheiro dos Benson. Ficava lá fora atrás do casebre, entrei trancando a porta de madeira com o trinco enferrujado, tirei minha roupa e pendurei no suporte junto com a toalha. Eu não sabia se eram cigarras ou grilos criquilando.

Oh, bichinhos irritantes...

O jeito era tirar água do balde com uma vasilha de alumínio ou entrar no tanque retangular que servia como banheira.

Eu daria tudo por um banho morno agora.

Optei pela segunda opção mesmo.

Enchi o tanque com a água do barril, era o abastecimento extra para encher o balde de latão.

Ignorando o frio, entrei na banheira improvisada.

Comecei a cantar uma música da minha cantora favorita, tentando me distrair...

"Você me acha bonita sem maquiagem
Você me acha engraçada quando eu conto uma piada errada
Eu sei que você me entende, então eu me solto
Antes de você me conhecer eu estava bem, mas
A coisa ficou pesada, você me trouxe à vida
Agora todo Fevereiro você será o meu namorado, namorado"

Ensaboando meu corpo sem pressa, peguei minha esponja de banho super macia para esfregar os braços.

"Até o fim essa noite, sem arrependimentos, só amor
Nós podemos dançar até morrer, seremos jovens para sempre
Você me faz sentir como em um sonho de adolescente
Você me deixa tão excitada que não consigo dormir

Vamos fugir e nunca olhar para trás
Nunca olhe para trás
Meu coração para quando você olha para mim
Apenas um toque, baby, agora eu acredito que é real
Então arrisque-se e não olhe para trás
Nunca olhe para trás"

— AAAAAAAAHHHHHHH! - Berrei de susto quando algo pulou dentro do tanque com espuma.

A coisa se mexeu encostando em mim. Era algo nojento.

Só podia ser um bicho.

— SOCORRO! SOCORRO! SOCORRO! - Gritei em puro desespero.

Me joguei para fora do tanque, rastejei pelo piso amadeirado pelada, levantei depressa e corri puxando a toalha com força, me enrolei às pressas e me atrapalhei toda tentando abrir a porcaria da porta.

Só posso ser uma azarada...

Por fim, saí correndo para fora do banheiro descalça e toda ensaboada.

— TEM UM ANIMAL AQUI! - Alarmei em pânico.

Vi o Benson rompendo pela porta dos fundos do casebre... Aquilo era uma espingarda?

O pai dele não estava em casa, tinha ido visitar um parente na fazenda vizinha. Voltaria na quarta-feira. Ou seja, em dois dias...

Disparei até ele, apavorada.

— O bicho está lá... Ele pulou em cima de mim... Mata ele. Mata ele. Mata ele! - Mandei.

O Benson me olhou preocupado.

— É uma raposa? Elas costumam atacar. Me mostre onde está! - Carregou a espingarda.

Ele parecia um cowboy estilo bang-bang...

— Não é uma raposa. - Neguei.

— Que tipo de predador é? Já tivemos alguns animais perigosos por essas bandas! - Estava tenso.

— Eu não sei... - Estava muito nervosa. - Não sei se é uma ariranha... Talvez seja um morcego... Também pode ser um sapo... Ou uma aranha bem peluda. Ou até mesmo pode ser uma cobra... Eu só sei que pulou no tanque junto comigo... Acho que é perigoso! - Contei a ele.

— Uma ariranha? Aqui não existe esse bicho... - Ficou confuso.

— Vai lá, veja você mesmo... Tá dentro do tanque... Eu só quero tomar meu banho em paz... Se livra desse bicho asqueroso! Vai logo! - Apertei a toalha contra o corpo, tremendo de frio.

Ele seguiu para o banheiro correndo, já estava com a espingarda pronta para atirar.

Fiquei apreensiva demais, o medo ainda correndo por minhas veias.

E se o bicho fosse venenoso? E se o monstrengo o atacasse?

— MAS QUE DIABOS! - Seu grito me fez sobressaltar, alarmada.

Fiquei esperando o som do disparo... Silêncio.

Benson surgiu com a espingarda abaixada, trazia na outra mão algo pequeno.

— Aqui está o animal perigoso e asqueroso! - Se aproximou rindo irônico.

 Era um pato?

 Um patinho filhote amarelado.

 – É o Pingo, o patinho de estimação das crianças. - Mostrou o animalzinho fofo e inofensivo.

Onde enfio a cabeça agora?

— Ele ama água. - Colocou o Pingo no chão. - Não sei como não matou o bichinho de susto. - Comentou.

O patinho sacudiu as asinhas e esfregou o bico nas penugens molhadas.

 Me senti tão patética por ter dado alarme falso.

Era apenas um patinho fofinho.

— Vai logo tomar seu banho, princesinha! - Apontou para o banheiro. - Vou ficar aqui fora vigiando. - Olhou para o céu estrelado.

— Eu não queria incomodá-lo... - Falei envergonhada.

Saí correndo e me enfiei no banheiro ao ar livre.

Ao menos ele estaria ali fora se caso eu precisasse.

[...]

Observei o caipira colocar mais lenha na lareira, por algum milagre, eles tinham energia, embora economizassem bastante. Com a chegada da noite, o registro geral era desligado e eles acendiam lamparinas, uma coisa feita de lata e com pavio de pano ensopado de gasolina, eu não sabia o que era até o tio Mark acender uma na minha primeira noite na fazenda.

— Você quer um pouco? - O moreno estendeu um potinho, tinha uma colher dentro.

— O que é isso? - Parecia ser uma sobremesa.

— Doce de leite caseiro. - Respondeu.

— Quero sim! - Agarrei o pote já com a boca salivando.

Ficamos ali olhando para a lenha queimando e estalando, ainda dava para ouvir o som dos grilos lá fora. Também vi vaga-lumes sobrevoando no quintal.

Eram lindos.

Seu pai não estava em casa e tudo estava tranquilo entre nós. O que parecia ser um milagre.

— Boa noite. - Levantou da cadeira.

— Já vai dormir? - Ainda parecia cedo.

— Acordo às 05h:30min. - Falou.

Tão cedo?

— E que horas são agora? - Raspei o fundo do pote.

O doce era muito bom. Enchi mais uma colherada.

Benson olhou para o relógio no pulso esquerdo.

— 21h. - Respondeu.

— Ainda é muito cedo pra mim. Costumo ir pra cama às 2h. - Comentei.

Eu virava as noites me acabando em festas curtindo com minha galera.

— Isso explica muita coisa. Acontece que sou trabalhador. - Jogou na minha cara.

Se achava o tal... Exibido.

— O que quer dizer com isso? - Levantei. - Está me chamando de vagabunda? - Me ofendi.

Como ele ousava me julgar?

— Ei, não coloque palavras na minha boca! - Se defendeu.

— Foi o que eu entendi. - Falei irritada.

— Problema seu! - Retrucou.

— Toma, eu não quero mais. Fica com o seu doce! - Empurrei o pote para ele.

Babaca. Mil vezes babaca...

— Mas você devorou quase tudo! - Ficou pasmo olhando para o que sobrou.

— Não fala mais comigo. Você é um idiota. Não gosto de você. Não quero nem a sua amizade. - Falei com raiva.

— Ah, é mesmo? Não gosta, mas se preocupou bastante lá no lago. Ficou desesperada achando que eu tinha me afogado. Você quase chorou! - Jogou na minha cara.

— Minha preocupação não era com você. Era comigo! Eu só estava pensando em mim! Como eu ia conseguir voltar sozinha? Eu nem me importo com você! - Falei exasperada.

— Finjo que acredito. - Bufou.

Lhe dei as costas e fui para o quarto de hóspedes.

O colchão era fino e estranho demais, a cama de solteiro era simples e estreita e as malditas molas faziam barulhos.

Que desconforto infernal...

Tudo ficou um breu. As luzes tinham sido apagadas.

Odeio ficar na escuridão total.

Me virei de um lado para o outro, aflita. Estava calor, o quarto era pequeno e abafado.

Um cubículo mesmo.

Mosquitos zuniam perto do meu ouvido. Eram muitos.

À cada minuto que se passava, eu ia ficando mais agoniada. Estava para ficar louca.

De repente bateu um desespero.

Saí da cama depressa, enrolada no lençol feito de retalhos. Aos tropeços, fui parar em frente à porta do quarto do Benson...

Era uma emergência.

Dei uma batidinha na porta.

Me sentia observada... Teria assombração ali?

Não, fantasmas não existem... Não seja boba.

— Benson! - Chamei socando a porta.

Ouvi um resmungo, depois passos arrastados.

A porta foi aberta.

— O que diabos quer? - Foi rude.

Por quê era tão grosseiro?

Vi que uma luz emanava lá de dentro... Era uma vela acesa?

— Não consigo dormir... Está calor demais... Sinto uma agonia tão grande... Tá muito escuro lá no quarto... E os malditos mosquitos não me deixam em paz... - Choraminguei.

— Pode entrar... Dorme na cama. Vou amarrar uma rede pra mim. Vem, entra logo. - Me chamou.

Pensei que ele iria bater a porta na minha cara.

Entrei depressa e ele fechou a porta, foi abrir a janela e a deixou um pouco aberta para arejar o quarto. A vela derretia e a luz refletida na parede, e tremulava...

Observei ele vasculhar o roupeiro procurando a tal rede.

Sentei na cama um pouco acanhada... O Benson estava sem camisa, usava apenas uma calça de moletom.

Costas largas e definidas, braços musculosos...

Com o trabalho braçal, ele nem precisava de academia.

— Diacho! — Resmungou. - Onde está? - Não estava encontrando.

— A cama é sua, tem algum lençol extra aí? Podemos fazer uma divisória. - Sugeriu.

O que tinha demais, não é mesmo?

— O lado direito é meu. - Pegou um cobertor e um lençol.

Me jogou ambos.

Torci o lençol e o ajeitei no meio da cama cuidadosamente, também reforcei com o cobertor, fiz a divisória...

Me acomodei no lado esquerdo, ele ficou com o lado dele após apagar a vela, alegando que era perigoso deixá-la acesa.

Seu quarto estava arejado e nem tinha sinal de mosquitos.

Embrulhei meu corpo e deitei de lado, me encolhendo toda.

Era a minha posição de dormir. Me sentia mais confortável.

O dia tinha sido tão cansativo.

Benson caiu no sono roncando ao meu lado.

Parecia um tronco barulhento.

Não adiantou nada eu fugir dos pernilongos...

[...]

Acordei assustada e agitada, braços fortes envolviam meu corpo, me abraçando... Estava colado em mim, com a coisa dura cutucando a minha bunda... Ressonava suspirando no meu pescoço.

Seu corpo estava me aquecendo.

Ai, meu Deus... Ele está agarrado em mim. Agarrado pra valer.

Joguei o cotovelo para trás o acertando.

— Sai pra lá... - Falei me remexendo em seus braços, tentando me soltar do seu aperto.

A tentativa fora em vão.

Dei mais uma acotovelada nele... Repeti com mais força.

— Ai... - Acordou reclamando. - Mas que diabos! - Exclamou.

— Só assim você me larga, hein? Credo! Estava me esmagando e me cutucando toda... Você ultrapassou a linha da divisória. Se afasta e não encosta em mim! Não ouse encostar a coisa dura na minha...

— Você é louca ou se faz? Acordei com você babando em cima do meu peito. Eu que te ajeitei na cama. Você puxou meus braços colocando-os ao seu redor e grudou o corpo no meu, e sinceramente, eu não tenho culpa de acordar assim! - Apontou para o meio das pernas.

Mas era muito cínico mesmo.

— Além de folgado, safado e atrevido, ainda é mentiroso! Isso nunca aconteceu! Eu jamais faria algo assim! - Me recusei a acreditar.

Como se eu quisesse dormir de conchinha com ele... Que horror.

— Mentiroso não! Me respeita, eu não sou safado! Se fosse minha mulher, iria andar na linha! - Avisou sério.

Aquilo foi piada?

Caí na gargalhada. Achei hilário.

— Do que está rindo, Puckett? - Estava ficando alterado.

— Sua mulher? Eu? Nem nos seus mais loucos sonhos, caipira! Graças a Deus eu não sou! Nem se você fosse o último e único homem na face da Terra! Eu jamais seria sua mulher! - Bati o dedo indicador no peito dele.

Até parece que algo absurdo como aquilo iria rolar...

— Está achando que o mundo não dá voltas? Fica aí zombando e rindo de mim! Ainda pode pagar com a língua, patricinha... Agora imagina um futuro comigo na nossa própria fazenda. Três crianças correndo no quintal. Eu chegando em casa faminto após trabalhar e você preparando o nosso almoço com carinho... Você mesma com a barriga inchada e toda fogosa, com mais um moleque dentro de você e eu...

— Nem mesmo num universo paralelo, não tem a menor possibilidade disto acontecer... Você e eu? Casados? Eu morando na roça? Só se for nos meus piores pesadelos medonhos, porque isso nunca... - O abusado me calou com um beijo.

Relutei batendo em seu peito.

Ele se afastou e nos encaramos, arfei chocada.

— Como se atreve? - Fiquei nervosa.

— Agora diga que nada do que falei passou por sua cabeça... E mesmo que negue, saberei que está mentindo... - Estávamos tão perto.

Nossas respirações se misturavam.

— Seu idiota, atrevido... - Me deixei ser guiada pelos meus instintos.

Malditos instintos...

O beijei de volta, segurando sua nuca.

Uma das mãos agarraram meus cachos, sua língua invadiu minha boca com rapidez e ele logo ficou por cima de mim, cobrindo meu corpo com seu corpo másculo...

O peso e o calor me prendendo no colchão inebriada...

O calor se espalhou por cada centímetro da minha pele.

Fechei as pernas ao seu redor. Agarrei seus ombros.

Apertou meu corpo beijando-me sem delicadeza alguma.

A boca faminta devorando a minha num beijo afoito e ardente.

As mãos fortes desceram por minhas coxas, apalpando, me apertando.

Aquilo tudo me excitou.

O Benson tinha uma pegada bruta.

Céus, que homem é esse?


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Notas finais do capítulo

Amando os comentários.

Sam dando chiliques kkkkkkkkkk

Era só um patinho... Coitado do Pingo.

O Benson surgindo armado... Olha o tiro!!!

Quem ficou sem ar???

As provocações hahahaha

Eles sozinhos no casebre... Claro que iria rolar, né???

Super empolgada aqui hahaha

Até o próximo. Bjs