Wild Hearts - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 2
Pior castigo


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!

Aqui está o primeiro capítulo oficial.

Boa leitura!!!



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No dia seguinte...

P.O.V Da Sam

Meus pais me levaram até o aeroporto, apenas me despedi da minha mãe, eu estava mega chateada e com raiva do meu pai. A ideia idiota de me mandarem pra longe foi toda dele, se ele queria se livrar de mim, por quê diabos não me mandou para o exterior? Eu aceitaria de bom grado passar uma temporada em Londres ou até mesmo no Canadá.

Eu não sei o que é pior, ir para um lugar tão longe dos meus amigos ou conviver na casa de pessoas que nunca vi na vida.

Este com certeza está sendo o pior castigo de todos.

Nem pude ter o luxo de levar tudo que é necessário, segundo meus pais, não é nada legal chegar na casa de um parente com tantas bagagens.

Pelo menos o meu básico Kit de maquiagem e meus produtos de beleza couberam certinho na minha maleta. Até parece que eu iria abrir mão dos meus preciosos.

E como parte da punição, como se não fosse o bastante, tive que pegar o maldito vôo de Classe Econômica. Seriam três dias de viagem se eu fosse de ônibus, ao menos 8 horas e meia de viagem foram menos torturantes. Aprendi que os passageiros da Classe Econômica são grosseiros e as aeromoças parecem travecos por conta da maquiagem, e o pior de tudo, os banheiros são super pequenos e nojentos.

Dei graças a Deus quando o avião pousou em Kentucky. Foi um tremendo alívio.

Me vi perdida naquele simples aeroporto, parecendo uma barata tonta com cinco bagagens ao meu redor, fora a minha bolsinha de mão contendo o que sobrou da minha mesada.

E então, avistei um casal acenando alegre, eles seguravam um papelão recortado com o meu nome escrito... Aqueles garranchos foram feitos com carvão?

Mark e Grace Puckett... Eram os meus tios caipiras.

Tio Mark era um homem grandalhão, barbudo e usava chapéu de palha, dava para ver o quanto pegava Sol só pelo tom de sua pele. Sua esposa, tia Grace, era o oposto dele, uma mulher baixinha e parecia delicada demais, os cabelos castanhos estavam presos no alto da cabeça.

Apenas acenei para ambos, forçando um sorriso.

[...]

— Para quê tantas malas, menina? - Ele perguntou colocando minha bagagem na carroceria de uma caminhonete azul-bebê com tintura desgastada e laterais enferrujadas.

— Não são muitas, o papai só me deixou trazer o básico. - Expliquei desanimada.

— Vem querida, suba por aqui. - Sua esposa queria que eu fosse lá atrás daquela lata-velha horrorosa?

— Será que não tem espaço para mim aí dentro? - Perguntei esperançosa.

Eles se entreolharam, tio Mark riu e disse que eu poderia me espremer entre eles ou ir sentada no colo da tia Grace.

Até parece que eu iria lá na carroceria fedorenta sentada num caixote me agarrando para me manter em equilíbrio sendo sacudida, parecendo um trapo velho... Isso nunca.

Ir na frente com os meus tios não deixou de ser uma tortura massacrante, a estrada era de terra e toda esburacada, não dava para me segurar direito e eu ia quicando sem parar, sendo espremida, e o cheiro de óleo queimado e gasolina me deixaram até nauseada.

Acho que demoramos cerca de uma hora para chegarmos à fazenda, de longe avistei o celeiro vermelho, passamos por algumas plantações e pela estreita estradinha de terra batida até chegar na portela.

Era mesmo o fim do mundo. O começo do caos para mim.

Longe de tudo.

Eu já estava tonta quando por fim paramos, a caminhonete era barulhenta e fumaçava muito, desci com ajuda de tia Grace.

O rapaz que nos aguardava, se apressou fechando os enormes portões de ripas, trancando a portela.

Só podia ser o filho deles.

Ótimo, eu tinha um primo caipira... O oposto de mim.

— Me ajuda aqui, Freddie! - Tio Mark pediu.

O tal Freddie tinha estatura mediana, também usava chapéu de vaqueiro e camisa xadrez. Era todo musculosinho.

— Freddie é filho do nosso capataz, ele trabalha conosco desde os 13 anos. É quase um afilhado para nós, o consideramos como se fosse da família. - Meu tio contou.

— Oh... Ele é uma espécie de faz-tudo? - Indaguei.

— Basicamente. É um rapaz muito inteligente e esforçado. Faz de tudo um pouco, será um futuro capataz capacitado igual o pai. - Tia Grace disse com certa ternura e orgulho do rapaz que parecia um bicho-do-mato desconfiado.

— Ei, cuidado com as minhas malas. Elas são de grife! - Alertei.

O cara da roça me olhou, ele tinha olhos castanhos e boca rosada que combinavam com o tom de sua pele levemente morena, banhada pelo Sol.

— Perdão, moça! - Desviou o olhar acanhado, suspendeu quatro malas sem esforço algum, agarrando as alças com firmeza.

— Vamos, já vai dar 17h:30min. Ainda tem a janta para preparar. - Titia nos apressou.

[...]

Apesar da casa de campo ser grande e muito espaçosa, tudo era simples, a casa era feita de pedra, como aqueles casarões antigos rústicos, o assoalho todo revestido de madeira, e o telhado feito com telhas grandes e avermelhadas.

Uma enorme lareira enfeitando a sala de estar. Eles não tinham TV e nem mesmo aparelho tecnológico ali na sala.

Tinha um idoso cochilando numa poltrona.

Pensei que eram somente eles, o faz-tudo e o capataz/caseiro.

Me enganei assim que vi o idoso quando entrei, e antes que eu pudesse questionar sobre a família, pessoas foram brotando, inclusive crianças.

Sem saber como reagir diante da família Buscapé que se formava à minha frente, apenas sorri sem jeito.

Eram todos parentes?

— Sam, querida, agora que a família está completa. Quero que conheça o Rick, Maximus, Colton, Aubrey, Amy, Phoebe e Miranda. São nossos filhos, seus primos. - E esses são nossos genros e noras, Leon, Elias, Veronica e Lorena. - Apontou para cada um. - E esses pequenos são nossos netos, Italo Jay, Marcus, Colton Junior, Corine e a nossa caçulinha, Anabel. - Apontou para a bebê dormindo dentro de um cesto de vime.

Era cada nome feio para decorar. Só Deus na causa...

Aubrey e Amy eram as únicas que pareciam ter a minha faixa etária.

Eram tantos filhos e netos, por isso eles não tinham TV em casa... Estava explicado.

Bando de safadinhos.

— É um prazer conhecer todos vocês! - Menti na cara dura.

— Aubrey, mostre o quarto para a sua prima Sam. - O patriarca da família mandou.

Eles acabaram esquecendo de me apresentar o velhinho adormecido na poltrona. Devia ser o vovôzinho da família.

[...]

— O que é isso? - Perguntei confusa, apontando para a coisa pendurada.

— É uma rede. - Aubrey respondeu como se fosse a coisa mais natural do mundo.

A tal rede era vermelha, um tecido grosso esticado com cordinhas.

— E serve para quê? - Eu nunca tinha visto aquilo na vida.

— É aqui que você vai dormir. - Só podia ser piada.

— Como é? - Fiquei perplexa.

Como eu ia caber dentro daquela coisa de pano acoplada nas paredes?

— Você é retardada ou o quê? - Me encarou, não gostei do tom dela.

Menina arrogante, eu hein...

Aubrey era mais alta que eu, tinha olhos verdes, cabelos lisos acobreados, e exibia o corpo esguio naquele jeans super justo e a blusinha amarrada acima do umbigo.

Não era uma simples caipira... Era uma caipiranha.

Não fui com a cara dela.

— Sou visita, é obrigação sua me ceder a cama. - Olhei para a cama de solteiro forrada com uma colcha florida.

O quarto dela era arrumadinho, mas jamais chegaria aos pés do meu.

— Se não quiser dormir na rede, deita no chão, o carpete é quentinho! - Como se atrevia?

Eu ia retrucar, mas fui interrompida por batidas na porta.

— Com licença, posso entrar? - A voz grave era familiar.

— Claro que pode, Freddie. - Aubrey correu para abrir a porta.

O filho do capataz entrou carregando minhas bagagens, ele largou tudo sem delicadeza alguma sobre o piso acarpetado.

— Ei, toma mais cuidado! Nossa, mas quanta brutalidade! - Corri para ver minhas coisas.

— Perdão, moça. - Era só o que ele sabia dizer?

O projeto de Barbie ruiva da roça estava quase esfregando os peitos na cara dele.

Tirei meu celular da bolsinha, ainda estava com 32% de bateria.

Como eu não queria papo com a lambisgoia, fui pedir informação a ele.

— Você sabe a senha do Wi-Fi? - Perguntei.

— Moça, aqui não pega internet. Se quiser sinal, você precisa ir até à cidade. - Era só o que me faltava.

Eu estava mesmo no fim do mundo.

Senti uma imensa vontade de chorar.

Como eu iria conseguir ficar 3 meses offline?

E minhas amadas redes sociais?

Como vou sobreviver aqui?

— Coitadinha, é melhor ir se acostumando, prima. - A vaca oferecida sorriu debochada.

Eu ainda teria que aturar aquela nojenta, tendo que dormir numa coisa de pano chamada rede, correndo riscos de despencar no chão e rachar a cabeça no meio da noite.

A culpa era toda do meu querido pai.

Era só o que me faltava cair nesse fim de mundo. Onde meu pai estava com a cabeça? Se queria me punir, deveria ter bloqueado meus cartões, mas me mandar passar uma temporada na fazenda dos meus parentes? O velho não bate bem da cabeça.


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Notas finais do capítulo

E aí???

O que acharam do capítulo???

Os chiliques da loira mal começaram...

Gostaram do Benson "Cowboy"???

Até o próximo. Bjs



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