TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 9
Capítulo 9 — Aventura Noturna




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— Hagrid está me convidando para ir até a cabana dele. – Harry comentou naquela manhã de sexta-feira no café da manhã.

A primeira semana de aula havia sido incrivelmente boa, e mesmo Sophie assistindo duas aulas em que o irmão estava, ela tinha que se orgulhar por se manter firme com as outras matérias que perdia. E ainda recuperando os pontos que perdia nas aulas de Snape.

Ainda era estranho, se acostumar sem o amigo de olhares pela escola, mas aos poucos ela estava conseguindo. E ainda com Harry por perto, teve momentos em que ela só se lembrava de David quando tocava na corrente que nunca saía de seu pescoço, ou quando algo engraçado acontecia. Observar e ajudar seu irmão, permitia sua mente se manter bastante ocupada para qualquer outro tipo de pensamento.

E ainda tinhas as aulas de Snape, que infelizmente, não parecia querer amadurecer. Se tornando pior a cada aluno que entrasse em seu caminho, se os comentários que ela ouvia pelos corredores fosse alguma indicação. Ela já havia feito uma anotação mental para não se esquecer de conversar com Dumbledore sobre o comportamento do professor de Poções. Ela sabia que o diretor seria o único a bater algum sentido naquela cabeça cheia de cabelos oleosos.

Mas, tirando Snape e a ausência de David, Sophie estava bem. Seus três amigos continuavam sempre ao lado dela, os gêmeos Weasley fazendo pegadinha atrás de pegadinha e fugindo das lições, e adorada Harriet sendo tão louca e feliz como sempre. O mais importante, em tudo, era que Harry ainda não havia desaparecido e parecia feliz com os colegas que havia arrumado. Ele e Rony eram realmente grudados, e ela já podia dizer que eram sem dúvidas, melhores amigos. Também haviam Neville, que por mais tímido e desastrado que fosse, era bastante gentil e tentava sempre se inturmar – Sophie o aceitava de bom grado para ouvi-lo falar sobre Herbologia, que era sua matéria favorita –. Simas e Dino, que pareciam tão inseparáveis quanto Harry e Rony, também eram gente boa, mas ela não falava tanto com eles como o irmão e o Weasley mais novo.

E teve ela, Hermione Granger. Sophie percebeu desde da primeira conversa real que teve com a jovem, que ela era bastante inteligente. Nascida trouxa, mas que fazia questão dr saber o máximo possível sobre o mundo bruxo. Por mais que fosse um tanto chato a forma como ela agia ser superior por sua inteligência, a Potter gostava bastante dela. Ela via muita força feminina em Hermione, uma vontade de querer fazer o bem através de sua inteligência, mas que por trás de tudo, ainda se sentia insegura e tímida.

Estava claro para Sophie que Hermione ainda não havia feito nenhum amigo real, uma amizade para conversar sobre o dia, ou fofocar sobre o tal professor. Toda vez, ela estaria com o rosto enfiado em um livro na sala comunal ou mesmo nas horas de comer, enquanto os outros a sua volta conversavam um com o outro. Por conta disso, sempre que podia, Sophie puxaria assunto com a jovem e a incentivaria a informar sobre algo novo que aprendia.

Ela tinha que admitir, ela não via a hora do dia em que Hermione Granger estaria segura de si e mostrando a todos o quão incrível era.

— Não sabia que você conhecia ele. – comentou Harriet olhando surpresa para Harry. – Digo, como amigo.

— Bem, meus parentes não se dão bem com magia – começou o Potter mais novo e Sophie teve que segurar o bufo ao pensar em seus adorados tios. –, Hagrid foi quem me informou sobre a escola e me levou para as compras no Beco Diagonal no dia do meu aniversário.

Sophie tentou manter o rosto triste afastado ao pensar o quão errado era, Hagrid e não Sirius ou Remus – ou mais importante, seus pais –, levar Harry para as compras. Um momento tão importante quanto levar para a estação.

— Hagrid é um amor. – disse Sophie com carinho. – Ele que me ajudou no processo de como cuidar bem desse bichão aqui. – ela olhou carinhosamente para o leão sentado ao lado.

— Querem vir com a gente? – perguntou Harry com os olhos brilhando para ela. – Seria agora a tarde.

— Desculpe, Harry. Eu adoraria visitar aquele grande homem fofo, mas os nossos horários são bem diferentes dos seus. – ela informou com um sorriso de desculpas. – Temos mais aulas que vocês.

— Ah.

Por um momento, vendo os olhar desapontado que ele tinha no rosto, Sophie pensou seriamente e dar as costas para as aulas que teria naquela tarde e ir com ele visitar Hagrid. E ela deve ter mostrado em seu rosto que iria fazer isso, pois Jorge colocou a mão firme na coxa dela em aviso.

As vezes ela odiava por aquele Weasley ser tão observador.

— Podemos ir amanhã! – informou Jorge sorrindo para Harry. – Os treinos de Quadribol só começam no outro sábado mesmo.

— Vocês jogam? – Harry perguntou, os olhos perdendo o desaponto, e agora sorrindo.

— Ah sim! – concordou Fred animado.

— Fred e Jorge são batedores. – informou Rony para Harry. – E Sophie é artilheira.

— Nosso dever é garantir que essa perigosa aqui não se machuque muito. – disse Fred sorrindo para Sophie. – Ela é uma loucura no vôo.

Sophie sorriu de forma arrogante para todos.

— Eu sou uma fênix voando. – ela disse orgulhosa.

O olhar de admiração no rosto de Harry fez ela se sentir gigante.

A sineta então tocou e Sophie e os três amigos partiram para a aula de Transfiguração – que ela não perderia por nada –, enquanto o irmão e Rony iam para a aula de Herbologia.

Os quatro amigos andavam tranqüilos pelo corredor quando Sophie notou que Harriet estava lendo O Profeta Diário.

— Por que está tão concentrada no jornal? – perguntou a ruiva confusa para a loira.

— Só... Essa notícia aqui. – disse a Lovegood entregando o jornal para Sophie. – Nunca pensei seria possível.

Sophie olhou intrigada para a matéria principal do jornal, os gêmeos lendo por trás de seu ombro, tão curiosos quanto ela:

 

O CASO GRINGOTES

 

 

Prosseguem as investigações sobre o arrombamento de Gringotes, ocorrido em 31 de julho, que se acredita ter sido trabalho de bruxos e bruxas das Trevas desconhecidos.
Os duendes de Gringotes insistiam hoje que nada foi roubado. O cofre aberto na realidade fora esvaziado mais cedo naquele dia.
“Mas não vamos dizer o que havia dentro, para que ninguém se meta, se tiver juízo”, disse um porta-voz esta tarde.


— Isso é realmente surpreendente. – comentou Fred. – Quero dizer, Gringotes é conhecido por ser o primeiro maior e mais seguro banco bruxo do mundo.

— Quem faria isso? – perguntou Jorge. – E o que eles queriam?

Sophie não sabia a resposta, mas não pode deixar de notar a data do acontecimento.

— 31 de Julho. – comentou ela para os amigos. – Essa é a data do aniversário do Harry. Quando ele foi para o Beco Diagonal.

— O que você acha que isso significa? – Harriet perguntou surpresa.

Um arrepio subiu por seu corpo. A resposta estava clara: algo muito ruim.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•


A próxima semana foi passando de forma calma.

Era quinta-feira, e Sophie, que sempre gostara das aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas, estava detestando as daquele ano. O professor Quirrell, que ano passado era um dos seus favoritos, este ano estava bastante estranho. Ele gagejava mais do que nunca, e parecia sempre perdido no meio das aulas.

— Dizem que ele teve um encontro com vampiros durante as férias. – comentou Jorge para ela e Fred após eles saírem da aula do dito professor. – Deve ter sido bastante assustador pra ele.

— Ele está bem traumatizado, então. – disse Sophie. – Se continuar assim, não iremos aprender muito este ano.

— Ele vai se demitir ou ser demitido do cargo como os últimos professores de Defesa Contra as Artes das Trevas. – disse Fred dando de ombros. – Gui disse que ninguém fica muito no cargo de professor dessa matéria mesmo.

Sophie levantou a sobrancelha esquerda. Aquilo fazia parecer que a matéria era até amaldiçoada.

— Falta de sorte. – Jorge disse dando de ombros. – Vai assistir a próxima aula do seu irmão? – perguntou para a Potter.

— Serão aulas de vôo, agora pra ele. – ela respondeu. – Ele vai se sair bem, então não estou me preocupando tanto. E a professora Minerva me pediu ajuda com alguns papeis na sala dela.

— Boa sorte, então. – disse Jorge.

Sophie não gostou nem um pouco dos sorrisos que surgiam nos rostos dos dois Weasley.

— Fred e eu vamos procurar pela Harriet. – continuou o Weasley. – Vamos, fazer algumas lições.

— Lições? – Sophie parou de andar e cruzou os braços, olhando cética para os dois, a sobrancelha direita levantada para eles. – Essas lições são fazer “Bombas de Bosta”?

— Sophie Lupin! – Fred exclamou, arregalando os olhos. – Como você ousa pensar que faríamos algo assim? Nojento!

— Nós, jovens educados, jamais faríamos algo assim! – continuou Jorge, sua mão acima de seu peito dramaticamente.

Sophie revirou os olhos e passou pelos dois, os deixando para trás rindo.

— Não deixem Filch pegar vocês. – ela disse alto enquanto continuava andando. – E não deixem Harriet jogar “Bombas de Bosta” na Luise Pimpton!

— Sim, vossa comandante! – responderam os dois batendo continência.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•

 

 

Harry James Potter nunca imaginou que viveria uma vida cheia de magia, nunca. Desde do momento que entendeu que seus pais estavam mortos e não existia ninguém que realmente se importasse com ele, e que só lhe restava seus tios e primo que o odiava, ele acreditou que não haveria felicidade em sua vida.

 

 

Mas, então, quando menos esperava, uma coruja entregou uma carta na Rua dos Alfineiros, porém, antes que pudesse ler, seu tio Válter havia tirado dele e jogado ao fogo. A única carta que foi enviada para ele, pela primeira vez em toda sua vida, foi arrancada dele. E no dia seguinte, mais cartas foram enviadas para ele, e todas foram destruídas por Válter.

 

 

Até chegar o dia, em que várias corujas invadiram sua casa, com milhares de cartas voando para todos os lados. Seus tios fugiram de medo para um lugar distante e vazio, com a intenção de fugir do que seria o futuro de Harry o puxando para uma vida melhor. Mas, quando o meio-gigante Rúbeo Hagrid, invade e finalmente conta a verdade para ele, nada poderia ser capaz de parar o jovem Potter de ir para Hogwarts, para uma vida melhor.

 

 

E, por mais que o seu passado seja sombrio e carregado de tristeza e perda por conta de Voldemort, o bruxo que matou seus pais, Harry se sentia feliz com essa vida. No começo, ele estava tímido e inseguro de como seria, mas então, ele teve sorte em encontrar ela.

 

 

Sophie Lupin. No momento em que ela o ajudou a passar pela passagem, ele, por algum estranho motivo, se sentiu seguro.

 

 

“Estarei bem atrás de você.”

 

 

Ele se sentiu confiante quando ela disse aquilo, como se pudesse atravessar qualquer parede. Sophie foi gentil e o ajudou, e isso lhe trouxe um pouco mais de confiança sobre esse novo mundo que ele estava entrando.

 

 

E então, quando achava que ficaria sozinho na cabine durante toda a viagem, Rony Weasley apareceu e sua amizade com o garoto foi instantânea. Rony era alguém simples, mas bastante divertido e claramente uma boa pessoa. Harry estava feliz em tê-lo como amigo desde do início.

 

 

Ver Draco Malfoy novamente não foi nem um pouco divertido. O primeiro encontro com aquele loiro metido no Beco Diagonal, já havia mostrado para ele o quão idiota o garoto era, e o segundo encontro no trem era o golpe final para Harry. Draco Malfoy era alguém que ele fazia questão de se manter distante.

 

 

E mais uma vez teve Sophie Lupin. Foi uma surpresa boa quando ela não agiu como uma fã ao saber o nome dele. Ele odiava essa fama. A fama que matou seus pais. E ter as pessoas ao seu redor o tratando como algo incrível por conta disso, deixava um gosto amargo em sua boca. Mas Sophie, ela foi diferente. Ela o tratou como um garoto normal, e o ajudou com o Malfoy. Ela o tratou como um amigo.

 

 

Ele não podia mentir que sentiu medo na hora da seleção. Ele não queria cair na Sonserina, ele preferia qualquer outra, menos aquela casa. Ele não podia ir para ela.


Ele ainda podia escutar o Chapéu Seletor falando com ele.

— Difícil. Muito difícil. Bastante coragem, vejo. Uma mente nada má. Há talento, ah, minha nossa, uma sede razoável de se provar, ora isso é interessante... Então, onde vou colocá-lo?

Harry apertou as bordas do banquinho e pensou “Sonserina, não, Sonserina, não”.

— Sonserina, não, hein? – disse a vozinha. – Tem certeza? Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na sua cabeça, e a Sonserina lhe ajudaria a alcançar essa grandeza, sem dúvida nenhuma, não? Bem, se você tem certeza, ficará melhor na GRIFINÓRIA!

Foi um momento realmente ruim para ele, quase ter sido mandado para a casa que o assassino de seus pais havia passado em Hogwarts. Mas, no fim, ele estava na Grifinória, casa de Sophie, a garota que ele estava admirando cada vez mais.

Mas, como ele não poderia? Ela tinha um leão! O quão incrível é uma pessoa que tem um leão?! Não era só por isso, claro. Era sua gentileza, sua pessoa em si que tinha um fluxo que fazia todos ao seu redor se sentirem a vontade em uma conversa. E, um estranho fato que ela parecia terrivelmente familiar para ele. Algo nela, o fazia se sentir em casa.
E quando ela o defendia do professor de Poções, Severus Snape, bem, ele tinha mais certeza que ela era simplesmente maravilhosa. E era amiga dele! Isso, sim era algo para se gabar.

Porém, naquele momento, naquela quinta-feira, do lado de fora do castelo para fazer as aulas de vôo em par com os alunos da Sonserina – para o seu grande desanimo pois a última coisa que queria era passar vergonha na frente de Malfoy –, ele estava feliz por Sophie não estar por perto. Aguentar Malfoy vê-lo passar vergonha ele podia aguentar, agora a Lupin ele não podia arriscar. Não queria que ela sentisse vergonha dele e parasse de ser sua amiga.

— Já disse você não vai fazer papel de palhaço. – Rony sussurrou para ele. – Em todo o caso, sei que Malfoy vive falando que é bom em quadribol, mas aposto que é conversa fiada.

Malfoy sem dúvida falava muito de voos. Queixava-se em voz alta que os alunos do primeiro ano nunca entravam para o time de quadribol e se gabava em longas histórias, que sempre pareciam terminar com ele escapando por um triz dos trouxas de helicópteros. Mas ele não era o único: pelo que Simas Finnigan contava, ele passara a maior parte da infância voando pelo campo montado numa vassoura. Até Rony contava para quem quisesse ouvir
sobre a vez em que ele quase batera numa asa delta montado na velha vassoura de Carlinhos. Todos os garotos de famílias de bruxos falavam o tempo todo de quadribol. Rony já tivera
uma grande discussão sobre futebol com Dino Thomas, que também usava o dormitório deles. Rony não via nada excitante em um jogo em que ninguém podia voar e só tinha uma bola. Harry surpreendera Rony cutucando o pôster em que Dino aparecia com o time de futebol de West Ham, tentando fazer os jogadores se mexerem.

Neville nunca andara de vassoura na vida, porque a avó nunca o deixara chegar perto de uma. No fundo, Harry achava que ela estava certíssima, porque Neville conseguira sofrer um número impressionante de acidentes mesmo com os dois pés no chão.

Hermione Granger estava quase tão nervosa quanto Neville com a ideia de voar. Isto não era coisa que se aprendesse de cor em um livro – não que ela não tivesse tentado. No café da manhã de quinta-feira, deu um cansaço neles falando sobre macetes de voo que lera em um livro da biblioteca chamado Quadribol através dos séculos. Neville praticamente se pendurava em cada palavra que ela dizia, desesperado para aprender qualquer coisa que o ajudasse a se segurar na vassoura mais tarde, mas todos os outros ficaram muito felizes quando a conferência de Hermione foi interrompida pela chegada do correio.

Harry não recebera nenhuma carta desde o bilhete de Hagrid, uma coisa que Malfoy não demorara nada a notar, é claro. A coruja de Malfoy estava sempre lhe trazendo de casa pacotes de doces, que ele abria fazendo farol na mesa da Sonserina.

Uma coruja de curral trouxe para Neville um pacotinho da avó. Ele o abriu excitado e mostrou a todos uma bolinha de vidro do tamanho de uma bola de gude grande, que parecia cheia de fumaça branca.

— É um Lembrol! – explicou ele. – Vovó sabe que sou esquecido. Isto serve para avisar que a gente esqueceu de fazer alguma coisa. Olhe, aperte assim e ele fica vermelho, ah... – e ficou sem graça, porque o Lembrol de repente emitiu uma luz escarlate – ... você esqueceu alguma coisa...

— Você não se lembra do que perdeu, não é, Nev? – Sophie perguntou sorrindo com carinho para o garoto.

Neville estava tentando se lembrar do que esquecera quando Malfoy, que ia passando pela mesa da Grifinória, arrancou o Lembrol de sua mão.

Sophie, Harriet e o gêmeos Weasley lançaram olhares frios para ele, enquanto Harry e Rony puseram-se imediatamente de pé. Andavam querendo um motivo para brigar com o garoto, mas a Profª. Minerva, que era capaz de identificar uma confusão mais depressa do que qualquer outro professor da escola, num segundo estava lá.

— Que é que está acontecendo?

— Draco tirou o meu Lembrol, professora.

Mal-humorado, Malfoy mais do que depressa largou o Lembrol na mesa.

— Só estava olhando – falou, e saiu de fininho com Crabbe e Goyle na esteira.

A Profª Minerva franziu os olhos na direção de Malfoy e então partiu para outro lado.

— Não liga pra aquele idiota, Nev. – disse Sophie pegando o Lembrol e dando para o rapaz de bochechas vermelhas. – Ele só tem inveja por você ser tão incrível.

Harry sorriu ao ver Neville corar mais do que nunca.

O Potter saiu de suas lembranças daquele café da manhã quando a Madame Hooch se aproximou de onde eles todos estavam perto das vassouras da escola. Harry ouvira Fred e Jorge se queixarem das vassouras da escola, dizendo que havia umas que começavam a vibrar quando voavam muito alto, ou sempre repuxavam ligeiramente para a esquerda.

— Não conta pra Sophie, mas o pai dela nos contou que vai enviar uma nova em folha para ela antes do primeiro jogo. – Jorge comentou para ele. – As vezes, eu acho que nosso pai deveria andar mais com Remus do que com o povo do trabalho.

— Vamos, o que é que estão esperando? – perguntou com rispidez. – Cada um ao lado de uma vassoura. Vamos, andem logo.

Madame Hooch era uma mulher de cabelos curtos e grisalhos e olhos amarelos como os de um falcão.

Harry olhou para a vassoura. Era velha e tinha algumas palhas espetadas para fora em ângulos estranhos.

— Estiquem a mão direita sobre a vassoura – mandou Madame Hooch diante deles. – e digam “Em pé!”.

— EM PÉ! – gritaram todos.

A vassoura de Harry pulou imediatamente para sua mão, mas foi uma das poucas que fez isso. A de Hermione simplesmente se virou no chão e a de Neville nem se mexeu. Talvez as vassouras, como os cavalos, percebessem quando a pessoa estava com medo, pensou Harry; havia um tremor na voz de Neville, que dizia com demasiada clareza que ele queria manter os pés no chão.

Madame Hooch, em seguida, mostrou-lhes como montar as vassouras sem escorregar pela outra extremidade, e passou pelas fileiras de alunos corrigindo a maneira de segurá-las. Harry e Rony ficaram contentes quando ela disse a Malfoy que ele segurava a vassoura errado havia anos.

— Agora, quando eu apitar, deem um impulso forte com os pés – disse a professora. – Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e voltem a descer curvando o corpo um pouco para a frente. Quando eu apitar... três... dois...

Mas Neville, nervoso, assustado, e com medo que a vassoura o largasse no chão, deu um impulso forte antes mesmo de o apito tocar os lábios de Madame Hooch.

— Volte, menino! – gritou ela, mas Neville subiu como uma rolha que sai sob pressão da garrafa, quatro metros, seis metros.

Harry viu a cara de Neville branca de medo espiando para o chão enquanto ganhava altura, viu-o exclamar, escorregar de lado para fora da vassoura e...

BUMBA! – um baque surdo, um ruído de fratura e Neville caído de borco na grama, estatelado. Sua vassoura continuou a subir cada vez mais alto e começou a flutuar sem pressa em direção à Floresta Proibida e desapareceu de vista.

Madame Hooch se debruçou sobre Neville, o rosto tão branco quanto o dele.

— Pulso quebrado – Harry ouviu-a murmurar. – Vamos, menino, levante-se.

Virou-se para o restante da classe.

— Nenhum de vocês vai se mexer enquanto levo este menino ao hospital! Deixem as vassouras onde estão ou vão ser expulsos de Hogwarts antes de poderem dizer “quadribol”. Vamos, querido.

Neville, o rosto manchado de lágrimas, segurando o pulso, saiu mancando em companhia de Madame Hooch, que o abraçava pelos ombros.

Assim que se distanciaram e ficaram fora do campo de audição da classe, Malfoy caiu na gargalhada.

— Vocês viram a cara dele, o panaca?

Alguns alunos da Sonserina fizeram coro, enquanto o restante ficaram quietos olhando com escárnio para o garoto.

— Cala a boca, Draco. – retrucou Parvati Patil.

— Uuuu, defendendo o Neville? – disse Pansy Parkinson, uma aluna da Sonserina de feições duras. – Nunca pensei que você gostasse de manteiguinhas derretidas, Parvati.

— Olhe! – disse Draco, atirando-se para a frente e recolhendo alguma coisa na grama. – É aquela porcaria que a avó do Longbottom mandou.

O Lembrol cintilou ao sol quando o garoto o ergueu.

— Me dá isso aqui, Malfoy. – falou Harry em voz baixa. Todos pararam de conversar para espiar.

Malfoy soltou uma risadinha malvada.

— Acho que vou deixá-la em algum lugar para Neville apanhar, que tal em cima de uma árvore?

— Me dá isso aqui – berrou Harry, mas Malfoy montara na vassoura e saíra voando.

Ele não mentira, sabia voar bem, e planando ao nível dos ramos mais altos de um carvalho desafiou:

— Venha buscar, Potter!

Harry agarrou a vassoura.

— Não! – gritou Hermione. – Madame Hooch disse para a gente não se mexer. Vocês vão nos meter numa enrascada.

Harry não lhe deu atenção. O sangue palpitava em suas orelhas. Ele montou a vassoura, deu um impulso com força e subiu, subiu alto, o ar passou veloz pelo seu cabelo e suas vestes se agitaram com força para trás – e numa onda de feroz alegria ele percebeu que encontrara alguma coisa que era capaz de fazer sem ninguém lhe ensinar – isto era fácil, era maravilhoso.

Puxou a vassoura para o alto para subir ainda mais e ouviu gritos e exclamações das garotas lá no chão e um viva de admiração do Rony.

Virou a vassoura com um gesto brusco ficando de frente para Malfoy, que planava no ar. O garoto estava abobalhado.

— Me dá isso aqui – mandou Harry – ou vou derrubar você dessa vassoura!

— Ah, é? – retrucou Malfoy, tentando caçoar, mas parecendo preocupado.

Harry de alguma maneira sabia o que fazer. Curvou-se para a frente, segurou a vassoura com firmeza com as duas mãos e ela disparou na direção do idiota como uma lança. Malfoy só conseguiu escapar por um triz; Harry fez uma curva fechada e manteve a vassoura firme.

Algumas pessoas no chão aplaudiram.

— Aqui não tem Crabbe nem Goyle para salvarem sua pele, Malfoy! – berrou Harry.

O mesmo pensamento parecia ter ocorrido ao garoto.

— Apanhe se puder, então! – gritou, atirou a bolinha de cristal no ar e voltou para o chão.

Harry viu, como se fosse em câmara lenta, a bolinha subir no ar e começar a cair. Ele se curvou para a frente e apontou o cabo da vassoura para baixo – no instante seguinte estava ganhando velocidade num mergulho quase vertical, apostando corrida com a bolinha – o vento assobiava em suas orelhas, misturado aos gritos das pessoas que olhavam – ele esticou a mão – a uns trinta centímetros do solo agarrou-a, bem em tempo de levar a vassoura à posição vertical, e caiu suavemente na grama com o Lembrol salvo e seguro na mão.

— HARRY POTTER!

Ele perdeu a animação mais depressa do que quando mergulhara. A Profª. Minerva vinha correndo em direção à turma. E para mais o seu desanimo, Sophie Lupin estava logo ao lado dela. Ele se levantou tremendo.

— Nunca... em todo o tempo que estou em Hogwarts...

A Profª. Minerva quase perdeu a fala de espanto e seus óculos cintilavam sem parar, “...como é que você se atreve... podia ter partido o pescoço...”

Se Harry não estivesse evitando olhar para Sophie, com vergonha, ele teria visto o quão encantada ela estava olhando para ele naquele momento.

— Não foi culpa dele, professora...

— Calada, Srta. Patil...

— Mas Malfoy...

Chega, Sr. Weasley. Potter, me acompanhe, agora.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•


“Seu pai teria ficado orgulhoso de você. Ele era um excelente jogador de quadribol.”

No fim, quando Harry achou que seria expulso, na verdade, se tornou o novo apanhador da Grifinória. E Sophie estava além de feliz e orgulhosa por seu incrível irmão.

Ela estava com a professora quando viu Harry voar com perfeição e pegar o Lembrol de Neville como um apanhador profissional. Oh, ele foi simplesmente incrível e ela estava além de feliz por ver, que assim como ela, Harry tinha em suas veias o sangue de um jogador de quadribol como James Potter.

Mais feliz que ela, seriam apenas Olívio Wood, que havia dado pulos de alegria quando a Profª Minerva informou que havia encontrado o novo apanhador. E a própria professora que sempre desejou e amou ver Grifinória vencer a Sonserina em todo o jogo.

“Quero ouvir falar que você está treinando com vontade, Potter, ou posso mudar de ideia quanto ao castigo que merece.”

Se havia uma coisa que fazia aquela professora deixar os castigos de lado, então isso era vencer a Sonserina.

Sophie, assim que se separou da professora e de Harry – que havia se afastado para conversar mais com o capitão do time –, foi direto para a sala comunal e lá começou a escrever a nova notícia para Remus e um pedido bastante importante para ele.

Olívio havia dito para a professora que seria bom para Harry voar com uma Nimbus 2000 ou uma Cleansweep-7. A própria professora planejava comprar para ele, mas, quando se afastou de Harry e Olívio, Sophie informou que a professora não precisaria fazer isso. Ela pediria para Remus, que ela tinha certeza que compraria a vassoura com prazer.

— Bem, depois de quase ter um infarto. – comentou ela baixinho rindo. – No primeiro ano e ele já ta dentro do time, Deus, Remus vai amaldiçoar o nome do meu pai e Sirius por isso.

Após escrever a carta, ela partiu para o corujal. Encontrando Aslan no meio do caminho. Ao chegar lá, Edwiges voou até a cabeça do leão sem ela nem mesmo chamar, a coruja das neves olhou para ela com aqueles olhos de infinita noite e cheios de reconhecimento.

— Você sabe quem eu sou, não sabe? – ela perguntou para a coruja. – Como você sabe? Você sente isso?

A coruja apenas deitou a cabeça, ainda olhando para ela.

— Muito bem então, fique com seus segredos. – resmungou ela. – Aqui, você pode levar para meu padrinho? O mesmo da última carta, Largo Grimmauld.

Edwiges piou e Sophie encarou isso como um sim, então entregou a carta para a ave.

— Obrigada.

Edwiges puxou um pouco a juba de Aslan e então partiu. Sophie riu um pouco ao ver o leão rosnar baixo e passar a pata no local em que a ave puxou.

— Ela é atrevida, não? Eu gosto.

Aslan revirou os olhos de maneira cômica e saiu do corujal. Sophie ainda sorrindo, se juntou para ficar ao lado dele e juntos andaram até ficarem em frente ao lago. Ela se sentou na grama assim como Aslan deitou com a cabeca enorme caída no colo dela. Olhando para o céu, ela podia ver a coruja se afastando mais e mais de Hogwarts.

Sem perceber, sua mão foi até o colar com o pingente do leão enrolado no sol, e o acariciou delicadamente, perdida em seus pensamentos.

— Ainda estou com medo, Aslan. – ela disse baixo. – Eu pensei que depois de uma semana, eu estaria mais tranquila, e não temeria que ele fosse sumir. Mas... As vezes eu acordo e tudo que eu preciso ver é ele na mesa do café.

Aslan levantou os olhos apaixonados para ela.

— Você sabe, não é? – ela riu baixo sem vontade. – É claro que sabe. Você sempre sabe como estou.

Ela viu os olhos dele brilharem e um sorriso fraco surgiu em seu rosto peludo.

— Obrigada, Aslan. Obrigada por ser meu tudo.

A enorme pata de Aslan se levantou e puxou o rosto dela para próximo do dele e então, lhe deu uma enorme e molhada lambida por todo o lado direito de seu rosto. Sophie riu e abraçou ele com força.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•


No fim, foi decidido por Wood que apenas os integrantes do time da Grifinória saberia sobre Harry ser o novo apanhador. Porém, como ela não era de seguir muito as regras, Sophie contou para Harriet – que soltou um grito digno da Mulher Gorda –, e fez a Lovegood prometer não contar para ninguém. Felizmente,

Harriet ainda não era muito fofoqueira.

E Sophie sabia que Harry contaria para Rony. Se ele fosse parecido com ela, como ele demonstrava ser muitas vezes – ao ponto dela ficar um tanto assustada –, o Potter mais novo não seria capaz de segurar esse segredo do melhor amigo. E a Potter mais velha estava feliz por isso.

Agora, lá estava ela, deitada em cima do enorme corpo de Aslan em sua cama, observando o Mapa do Maroto enquanto suas amigas dormiam em sonhos profundos. Naquela noite, ela, os gêmeos e Harriet ficaram até tarde fazendo lição de casa na sala comunal da Grifinória, e por conta disso, a loira estava agora dormindo no colchão no chão ao lado da cama dela. Roncando e assobiando.

Era uma diversão sem fim para a ruiva o fato de Harriet roncar e assobiar enquanto dorme.

Sentindo que já estava um tanto tarde, Sophie já estava pronta para fechar o mapa quando quatro nomes chamaram sua atenção. Quatro nomes que eram jovens demais para estarem fora da cama naquela horário, principalmente andando pela Sala de Troféus.

Neville Longbottom, Hermione Granger, Ronald Weasley, e claro, Harry Potter.

— É claro que ele seria igual ao pai em procurar por encrenca nessa horário da noite. – ela comentou e levantou a cabeça para olhar para Aslan que lhe lançou um olhar que claramente dizia: “você é igual.”— Mantenha seus comentários pra si mesmo, leão.

Olhando mais uma vez para onde os nomes estavam, Sophie pensou em deixar pra lá e voltar a dormir, porém, seu coração estava começando a se acelerar em adrenalina com a ideia de uma aventura pelos corredores do castelo, naquela noite. Correndo para não ser pega, ao lado do irmão...

— Que tipo de Potter eu seria para perder algo assim?

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•

 

 

Primeiro, ela acordou Harriet, depois ela foi até o dormitório dos meninos do terceiro ano e acordou os gêmeos. Em seguida, eles correram com o máximo de cuidado possível para não serem pegos, observando o mapa o tempo inteiro. Quando eles já estavam próximos a Sala dos Troféus, eles já estavam mais calmos, isso é, até o nome Argo Filch aparecer correndo na direção de onde eles estavam.

 

 

Os quatro correram para dentro da sala o mais rápido possível, assim que desceram as escadas e passaram pela porta, cada um bateu nos outros quatro que já estavam lá. Sophie trombou com Harry, Jorge com Rony, Fred com Neville e Harriet com Hermione.

 

 

— Oh, olá! Ótima noite para um passeio, não concordam? – Sophie perguntou com um sorriso selvagem no rosto.

 

 

— Sophie! – Harry exclamou, seu rosto estava entre assustado e admirado.

 

 

— Vamos deixar os cumprimentos para depois, sim? – Jorge disse. – Aquela coisa feia tá se aproximando.

 

 

— Que coisa feia? – perguntou Rony franzindo os olhos.

 

 

— Filch.

 

 

— Eu vou matar o Malfoy! – rosnou o Weasley mais novo.

 

 

Bem, isso já explicava um pouco o que Harry e Rony estavam fazendo ali. Mas não Neville e Hermione. Poderia ser explicado mais tarde.

 

 

Os oito alunos rapidamente se esconderam para mais fundo da sala, atrás de duas armaduras e três grandes troféus quando escutaram passos se aproximando.

 

 

— Vá farejando, minha querida, eles podem estar escondidos em algum canto. – Era Filch falando com Madame Nor-r-ra, sua gata vigia.

 

 

“Oh como estou feliz por ter deixado Aslan deitado na cama.”


— Por aqui! – disse Jorge, apenas mexendo a boca, para os outros e, petrificados, eles começaram a descer pela longa galeria cheia de armaduras.

Podiam ouvir Filch se aproximando. Neville, de repente, soltou um guincho assustado e saiu correndo. Tropeçou,
agarrou Rony pela cintura e os dois desabaram em cima de uma armadura.

A queda e o estrépito foram suficientes para acordar o castelo inteiro.

— Peguei vocês! – exclamou excitado Filch se aproximando mais ao mesmo tempo em que Harry e Sophie gritaram:

— CORRAM!

E os oito desembestaram pela galeria, sem virar a cabeça para ver se Filch os seguia. Fizeram a curva firmando-se no alisar da porta e saíram galopando por um corredor atrás do outro, Harry e Sophie na liderança, sem a menor ideia de onde estavam nem que direção tomavam, a Potter mais velha, em sua total onde de adrenalina, esqueceu do mapa guardado no bolso do pijama.

Eles atravessaram uma tapeçaria, rasgando-a, e encontraram uma passagem secreta, precipitaram-se por ela e foram sair perto da sala de aula de Feitiços, que sabiam estar a quilômetros da sala dos troféus.

Um enorme sorriso surgiu no rosto de Sophie e ela deu um pulo alegre e vitória.

— Há! – exclamou ela dando o pulo e jogando o punho para o alto. – Eu amo isso!

Jorge revirou os olhos bem humorado para ela enquanto Harriet e Fred recuperavam o fôlego junto com Neville que estava caído contra a parede. Hermione lançou um olhar chocado para ela, e Rony olhava para atrás procurando por Filch, mas ainda parecendo bastante irritado.

Harry, por sua vez, tinha os olhos brilhando na direção dela e o sorriso que tinha em seu rosto só podia ser descrito como gêmeo ao sorriso dela.

— Eu disse a vocês! Eu disse! – Hermione exclamou de repente parecendo bastante brava na direção de Rony e Harry. – Mas vocês não escutaram!

— O que? – Sophie perguntou confusa. – O que você disse?

— Malfoy desafiou Harry em um duelo na sala dos troféus. – informou a Granger cruzando os braços. – Eu tentei impedir mas no processo fiquei trancada do lado de fora da cala comunal por causa da Mulher Gorda que foi... Para algum outro quadro.

Rony lançou um olhar frio para Hermione enquanto o Potter ficava vermelho.

— E como o Neville se juntou com vocês? – perguntou a ruiva um tanto divertida. – A proposito, como está o braço Nev?

— B-bem, Madame Pomfrey o curou rapidamente. – respondeu o garoto com as bochechas vermelhas de vergonha e pela corrida. – E... Eu bem... Eu...

— Ele estava dormindo nas escadas porque esqueceu a senha. – informou Hermione ao perceber que o garoto não conseguiria falar por si próprio.

Sophie olhou carinhosamente para Neville.

— Oh querido, sinto muito! – ela disse. – Amanhã eu irei anotar ela para você, não se preocupe.

Neville sorriu para ela, suas bochechas e ouvido ficando mais vermelhas.

— Vamos voltar para a sala comunal? – perguntou Fred soltando um bocejo.

Antes que qualquer um pudesse responder, o problema seguinte apareceu atravessando a parede e os encarando com os olhos fantasmagóricos brilhando em diversão e malícia, assim como o largo sorriso travesso firme no rosto.

Pirraça, o Poltergeist, soltou um gincho de prazer.

— O que temos aqui? Passeando por aí à meia-noite, aluninhos? Tsc, tsc. Que feinhos, vão ser apanhadinhos. – cantarolou Pirraça olhando diretamente para Sophie e Harry. – Uhuuuhu! São os Potter! Os Potter estão fora das caminhas! Os Potter sempre travessinhos.

Sophie arregalou os olhos assim como os gêmeos e Harriet. Rony, ainda em seu estado irritado, nem se quer prestou atenção no que o poltergeist estava dizendo.

— Cala a boca, Pirraça! Por favor, cala a boca!

— Devia contar ao Filch, devia – disse Pirraça bem comportado, mas seus olhos cintilaram de maldade. – É para o seu próprio bem, sabem?

Oh, Sophie teria uma longa conversa com o Barão Sangrento sobre Pirraça depois dessa noite.

— Saia da frente! – disse Rony com rispidez, baixando o braço em Pirraça.

Foi um grande erro.

— ALUNOS FORA DA CAMA! – berrou Pirraça. – ALUNOS FORA DA CAMA NO CORREDOR DO FEITIÇO!

Sem nem pensar, Sophie pegou a mão de Harry e correu, passando por baixo de Pirraça, com os outros seis logo atrás deles. Eles saíram desembalados até o final do corredor onde depararam com uma porta... fechada.

Sophie já estava puxando a varinha para abri-la quando escutou o comentário de Rony:

— Acabou-se! Estamos ferrados! A porta está trancada e estamos ferrados!

Cada um dos sete bruxos viraram a cabeça na direção do Weasley mais novo.

— O que? – ele perguntou.

— Cara, que tipo de bruxo você é? – Harriet o questionou.

Voltando-se para a porta, Sophie levantou a varinha para a tranca.

— Alohomora.

A fechadura deu um estalo e a porta se abriu – eles se atropelaram por ela, fecharam-na e Sophie e Harry apuraram os ouvidos contra a porta, à escuta.

— Para que lado eles foram, Pirraça? – era Filch perguntando. – Depressa, me diga.

— Peça “por favor”.

— Não me enrole, Pirraça, vamos, para que lado eles foram?

— Não digo nada se você não pedir “por favor” – disse Pirraça na cantilena irritante com que falava.

— Está bem, por favor.

— NADA! Ha haaa! Eu disse a você que não dizia nada se você não pedisse por favor! Ha ha! Haaaaaa! – E ouviram Pirraça voar rápido para longe e Filch xingar com raiva.

— Ele acha que a porta está trancada! – Harry falou. – Acho que escapamos. Sai para lá, Neville!

— Uma ótima aventura noturna, eh Harry? – falou Sophie sorrindo para o garoto, mas fazendo uma careta quando Jorge puxou seu cabelo levemente. – Ai, Jorge, cai fora!

O puxão na veste de Harry por Neville, e no cabelo de Sophie por Jorge se tornou mais chato até o ponto em que os dois se viraram irritados.

Que foi?!— perguntaram ambos exasperados.

Então os dois viram, muito claramente, o que foi. Por um instante tiveram a certeza de que entraram num pesadelo – era demais depois de tudo o que já acontecera.

Não estavam numa sala, conforme ele supusera. Achavam-se num corredor. O corredor proibido do terceiro andar. E agora sabiam por que era proibido.
Estavam encarando os olhos de um cachorro monstruoso, um cachorro que ocupava todo o espaço entre o teto e o piso. Tinha três cabeças. Três pares de olhos que giravam enlouquecidos; três narizes, que franziam e estremeciam farejando-os; três bocas babosas, a
saliva escorrendo em cordões viscosos das presas amarelas.

Estava muito firme, os olhos a observá-los, e Sophie sabia que a única razão por que ainda estavam vivos era que o seu repentino aparecimento apanhara o cachorro de surpresa, mas ele já estava se recuperando e depressa, não havia dúvida quanto ao significado daqueles rosnados de ensurdecer.

Com uma mão firma na de Harry, a outra tateou em procura da maçaneta.

“Entre Filch e a morte... Eu fico com Filch.”

Assim que ela abriu a porta, correu para fora da sala puxando Harry junto. Os outros amigos partiram atrás deles, Fred sendo o último a sair e a fechar a porta com um baque alto. Eles nem fizeram questão de olhar em volta para ver se Filch estava por perto e partiram o mais rápido que podiam para a sala comunal. A mão de Sophie não soltou a de Harry em nenhum momento.

Quando chegaram em frente ao quadro da Mulher Gorda, ela os olhou chocada.

— Onde foi que vocês andaram? – perguntou ela, olhando para os robes que caíam soltos dos ombros e os rostos vermelhos e suados.

— Não interessa. Focinho de porco, focinho de porco! – ofegou Harry, e o quadro girou para a frente.

Eles entraram de qualquer jeito na sala comunal e desmontaram, trêmulos, nas poltronas.

Aslan, que não havia gostado nada de ficar deitado enquanto sua protegida estava longe e havia descido para a sala comunal esperar por ela, foi rapidamente até ela, a olhando atentamente.

— Estou bem, estou bem. – ela disse baixinho para o grande felino, o acariciando na juba.

— Que é que vocês acham que eles estão querendo, com uma coisa daquelas trancada numa escola? – perguntou Rony finalmente. – Se existe um cachorro que precisa de exercícios é aquele.

Hermione tinha recuperado tanto o fôlego quanto o mau humor.

— Vocês não usam os olhos, vocês todos, usam? – perguntou com rispidez. – Vocês não viram em cima do que ele estava?

— Hermione, lamento te informar, mas as cabeças chamaram mais a minha atenção do que o chão. – retrucou Fred.

— Não, não estou falando do chão. Ele estava em cima de um alçapão. É claro que está guardando alguma coisa.

Ela se levantou olhando feio para eles.

— Espero que estejam satisfeitos com o que fizeram. Podíamos ter sido mortos, ou pior, expulsos.

E com isso, saiu em direção ao dormitório.

Os sete olharam com as testas franzidas na direção que a Granger havia ido.

— Tem algo muito errado no que ela disse, tenho certeza. – disse Sophie. – Enfim! Acho melhor todos irmos dormir, chega de segredos da escola por hoje.

Todos eles concordaram com sorrisos fracos no rosto. Eles já estavam indo para os dormitórios, porém, Sophie ainda sentia que precisava dizer algo para Harry, por isso, o chamou sozinho para um canto enquanto o restante seguia caminho para as camas.

— Você entende que Malfoy não estava planejando aparecer, não é? – ela perguntou gentilmente para ele. – Era uma armadilha o tempo todo.

Harry acenou com a cabeça, parecendo decepcionado e envergonhado consigo mesmo.

— Eu entendo que você queria mostrar o quão corajoso é, e que não tinha medo algum dele, mas, Harry, não vale a pena. Não por Malfoy. – ela continuou, agora tocando o ombro do Potter mais novo. – Ser corajoso é muito mais do que se meter em briga, as vezes, o ato de ser covarde pode ser o mais corajoso.

— Sério? – perguntou ele surpreso para ela.

— Pode acreditar, os livros me ensinaram isso. – respondeu ela sorrindo e tocando no pingente no pescoço, foi um livro que David sugeriu para ela que lhe ensinou isso. “A Luz no Escuro”, se tornou um dos seus livros mais amados. – Agora vamos lá, hora do sono.

Harry sorriu largo e juntos eles partiram para os devidos dormitórios.

— Ei – ela o chamou antes dele entrar no quarto. – Não tive tempo antes mas, estou muito feliz por você ser o novo apanhador. Estou orgulhosa.

Harry ficou parado, olhando para ela com os olhos arregalados brilhando e o sorriso largo. Com um último aceno, Sophie partiu para o próprio quarto.

Quando ela dormiu, enrolada em volta de Aslan, ela sonhou com estrelas subindo ao céu, e todos quem ela se importava em volta dela. Nenhum deles desaparecia.


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