TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 7
Capítulo 7 — Harry Potter em Hogwarts




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/803380/chapter/7

Ela entendia agora de onde ela havia reconhecido aqueles olhos verdes e aquela gentileza brilhante através deles. Eram os olhos de sua mãe. Olhando melhor para aquele garoto, seu irmão, ela sentia cada vez mais vontade para abraçá-lo e contar tudo para ele. Onde estavam seus amigos que disseram que não deixaria ela falar nada? Dormindo. E aqui estava ela, já pronta para dizer tudo para ele.

Olhando para o rosto dele, ela pode ver que ele estava esperando por uma reação exagerada dela. Como iria acontecer com todos os outros bruxos que soubessem seu nome. Mas ela não poderia fazer isso. Essa fama foi o que tirou os pais deles, lhes tirou uma infância juntos, lhes tirou muito. Ela nunca poderia agir estar agradecida por ele ser o famoso Harry Potter que derrotou Lorde Voldemort.

Respirou fundo e com bastante força, ela parou de encarar o irmão e se voltou para Malfoy.

— Bem, você conheceu ele. Pode ir agora. – ela disse com falsa calma na voz.

Ela quase revirou os olhos com o rosto que Malfoy fez para ela. Algo entre chocado e irritado.

— Você sabe quem ele é? – o loiro perguntou. – E eu tenho total direito para ficar aqui!

— Tanto faz, passe a viagem ai então. – dito isso, ela passou por ele, entrou na cabine e fechou a porta em seu rosto surpreso. – Sem tempo, pra aguentar alguém como ele.

Ela então se virou para os outros dois garotos e os viu sorrindo para ela.

— Olá de novo, Harry. – ela disse na direção do irmão. – Acho que esquecemos de nos apresentar, não? – ela esticou a mão para ele. – Sophie Lupin.

Ele pegou a mão dela e ela sentiu mais vontade de puxá-lo para um abraço mas se manteve firme e soltou rapidamente.

— Obrigado pela ajuda com ele. – Harry disse voltando a se sentar.

— Tudo bem mas, o que ele queria com você? – ela perguntou se sentando na frente dele. – Além de te ver claramente.

— Aparentemente, Harry estaria sendo amigo da pessoa errada, eu. – Rony respondeu com as bochechas vermelhas. – Ele estava oferecendo amizade para o Harry.

— E eu recusei. – disse o Potter firme. – Não quero ser amigo de pessoas como ele, que tratam outros como inferiores.

Sophie sentiu um imenso orgulho dentro de si ao escutá-lo. Seu irmão era realmente um Potter.

— Eu concordo com você. – ela disse sorrindo. – Muito bem, Harry. E eu posso garantir que o Rony aqui vai ser o mais fiel amigo para você.

— Sophie é melhor amiga dos meus irmãos, Fred e Jorge desde o momento em que se conheceram na estação. – disse Rony sorrindo para ela. – Já é praticamente da família.

— Com orgulho! – disse ela. – Bem, é melhor eu voltar para o meus amigos, eles já devem ter acordado, e eu preciso colocar minhas vestes. Já devemos estar perto de Hogwarts agora.

— Sim, foi o que uma garota é... Hermione, se eu não me engano, disse. – Harry disse concordando.

— Bem, até mais então. E boa sorte! – ela disse piscando para os dois e se virando para sair.

— Sophie...

Ela se virou e olhou para o irmão que a olhava com uma vulnerabilidade em seus olhos que fez ela prender a respiração.

— Obrigado. Por não ter... Sabe, agido toda estranha ou animada por eu ser quem eu sou. – disse ele baixo mas ainda a olhando nos olhos.

— Não precisa agradecer.

Com um último aceno, ela saiu da cabine fechando a porta rapidamente em seguida. Ela fechou os olhos e respirou fundo, acalmando as batidas frenéticas de seu coração. Com um último suspiro para não acabar chorando, ela partiu para a própria cabine.

E, enquanto voltava, ela só conseguia pensar no rosto vulnerável de Harry e como ela sabia que ele se sentia sozinho. Ela sabia como era difícil não ter os pais por perto, mas teve sorte de não conhecer o sentimento de viver sem um padrinho, um quase pai como Remus.

Quando chegou na cabine, ela já tinha certeza do que iria fazer. Ah sim, ela iria proteger seu irmão o máximo que podia, e dessa vez, ela não iria se afastar dele. Ela não podia correr o risco de perdê-lo novamente. Não dessa vez.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•


Sophie não viu mais o irmão após descer do trem, então, ainda se sentindo um tanto ansiosa para vê-lo novamente, ela pegou a primeira carruagem que avistou junto com os três amigos logo atrás dela.

— Vamos pensar pelo lado bom, Rony está com ele. – disse Jorge calmo. – Ele não vai ficar sozinho agora.

A Potter concordou completamente. Se Rony fosse como Fred e Jorge em relação de amizade, então ela tinha total certeza que Harry não estaria sozinho a partir de agora. Suspirando, ela olhou pela janela e se permitiu um sorriso saudoso ao ver Hogwarts se aproximando cada vez mais. E seu sorriso se alargou quando se lembrou de como seria a primeira vez que seu irmão veria o castelo. Sentado em um dos botes, observando o enorme castelo se aproximando cheio de luzes. Oh, ele nunca se esqueceria desse visão. Ela tinha certeza disso.

Eles finalmente chegaram e partiram para se sentar na mesa da Grifinória – Harriet se afastou para a mesa da própria casa –. A Potter e os Weasley se sentaram lado a lado, sendo Jorge a se sentar do lado dela enquanto irmão estava ao lado dele. Os olhos dela procuraram por Aslan mas não avistou seu leão em nenhum lugar, e quando a mesa da Lufa-Lufa começou a encher, ela sentiu o coração bater com mais força e um medo se instalar em sua mente. David não estava em seu lugar habitual na frente dela, e dando uma olhada por toda a mesa, ela não o viu em nenhuma parte.

“Ele deve ter se atrasado. Nada para se preocupar.”

Ela respirou fundo para manter a calma.

— Tudo bem? – Jorge sussurrou próximo dela.

Ela abriu a boca para concordar mas nada saiu, então ela apenar concordou com a cabeça. O Weasley lhe deu um olhar afiado mas antes que pudesse questionar novamente, as grandes portas do Salão Principal foram abertas e liderados por Minerva McGonagall, os novos alunos chegaram.

— Ele é aquele ao lado do Rony? De óculos redondos? – Fred perguntou para ela.

Sophie olhou na direção que o amigo apontava e concordou, um novo sorriso surgindo no rosto.

— Ele mesmo.

Sem aviso, os gêmeos deram um assobio bastante alto, fazendo todos os novos os alunos – e até os mais antigos –, olharem para os dois. Harry e Rony olharam também, e o Potter mais novo acenou para Sophie quando a avistou ao lado dos irmãos, e ela acenou de volta para ele.

Profª Minerva silenciosamente colocou um banquinho de quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho ela pôs o chapéu seletor. O silêncio cresceu no Salão Principal, o chapéu começou a se mexeu e então iniciou a nova canção:

Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
Mas não me julguem só pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
Suas cartolas altas de cetim brilhoso
Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
Que o Chapéu Seletor não consiga ver,
Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
Em que casa de Hogwarts deverão ficar.
Quem sabe sua morada é a Grifinória,
Casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue-frio e nobreza
Destacam os alunos da Grifinória dos demais;
Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,
Onde seus moradores são justos e leais
Pacientes, sinceros, sem medo da dor;
Ou será a velha e sábia Corvinal,
A casa dos que têm a mente sempre alerta,
Onde os homens de grande espírito e saber
Sempre encontrarão companheiros seus iguais;
Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
E ali fará seus verdadeiros amigos,
Homens de astúcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não devem temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)
Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!

Assim que ele terminou, todos os alunos aplaudiram e Sophie não pode deixar de olhar na direção da Lufa-Lufa, animada para ver David fazendo alguma mímica sobre o chapéu, mas sentiu o coração cair quando não o viu. Em lugar algum.

— Talvez um imprevisto tenha acontecido. – Jorge murmurou no ouvido dela.

Ela nem se surpreendeu por ele saber o motivo dela estar ficando cada vez mais triste.

— Vai ficar tudo bem, você vai ver. Ele vai aparecer. – continuou o Weasley. – Alá, o nome do seu irmão está perto.

— Collins, Gabriel. – chamou a professora Minerva.

Um garoto um pouco gordinho de cabelos castanhos até o ombro subiu no banquinho.

— Não sabia que o irmão do Cas entraria hoje. – comentou Sophie. – Olha pra carinha dele, é tão fofinho!

— Sonserina!— gritou o chapéu e Sophie e os gêmeos olharam surpresos para o garoto fofinho.

— Essa me pegou de surpresa. – disse Jorge.

— Finch-Fletchley, Justino. – chamou McGonagall.

Lufa-Lufa!— anunciou o chapéu.

Ela evitou olhar para a mesa da casa, sabendo que não veria David cumprimentando o novo aluno de forma animada.

— Finnigan, Simas.

Grifinória!

Sophie sorriu e aplaudiu o novo garoto com alegria.

— Granger, Hermione.

Uma jovem de cabelos castanho espesso e dentes da frente grandes, que Sophie foi capaz de ver de onde estava sentada, subiu no banquinho. E, após um minuto, foi decidido:

Grifinória!

Sophie voltou a aplaudir e a gritar pela nova integrante da casa.

— Longbottom, Neville.

Sophie sentiu carinho pelo garoto gordinho e desajeitado que subiu no banquinho. E então ela ficou com dó dele quando o chapéu demorou bastante para se decidir em onde colocá-lo, mas enfim, o chapéu gritou:

— Grifinória!

Sophie bateu palmas bastante animada pelo garoto que estava com as bochechas e orelhas vermelhas.

— Malfoy, Draco.

Ela não ficou nada surpresa, com a rapidez que o chapéu se decidiu.

Sonserina!

Faltava pouca gente agora para seu irmão ser chamado.

Moon..., Nott..., Parkinson..., depois duas gêmeas, Patil e Patil..., depois Perks, Sara... e então, finalmente...

— Potter, Harry.

Ela se inclinou mais na mesa, seus olhos atentos em seu irmão que parecia estar tão nervoso quanto ela mesma. Assim que o chapéu foi colocado na cabeça dele, ela viu que o mesmo estava falando baixinho. E os segundos começaram a passar.

— Sonserina não... Sonserina não. – ela começou a murmurar inconscientemente. – Por favor, Sonserina não.

Quando se pareceram horas, o chapéu anunciou:

Grifinória!

Foi impossível segurar a risada de alívio que saiu dela e ela aplaudiu de pé junto com os outros alunos da mesa que gritavam e assobiavam. Fred e Jorge gritavam alegres:

— TEMOS POTTER! TEMOS POTTER!

Os dois olharam para ela e piscaram marotamente para ela. A Grifinória tinha dois Potter.

Harry se sentou de frente para ela com um largo sorriso no rosto.

— Bem vindo á Grifinória, Harry. – ela disse gentil para ele.

Os próximos nomes a serem chamados foram borrões para Sophie. Até chegar no “W”.

— Winchester, Samuel. – chamou a professora.

Outro garoto de cabelos castanhos até os ombros subiu no banquinho. Ele parecia mais alto do que a idade dizia, e parecia ser mais tímido que o irmão do Castiel que quando subiu no banquinho não tirava um sorriso travesso do rosto.

— Caramba, o irmão de todos ta entrando esse ano. – disse Sophie sorrindo.

Corvinal!— gritou o chapéu seletor.

A Potter viu que Dean parecia bastante orgulhoso com a escolha do chapéu.

O próximo foi o Rony. Mas o dele não foi surpresa para ninguém, afinal, estava claro que todos os Weasley sempre pertenceriam a Grifinória. Não importa a geração.

A seleção havia terminado e Dumbledore se levantou, fazendo todos os alunos pararem de falar e olharem para ele.

— Sejam bem-vindos! – disse ele. – Sejam bem-vindos para mais um ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas: Pateta! Chorão! Destabocado! Beliscão! Obrigado. 

Sophie riu junto com os outros alunos enquanto Fred e Jorge gritavam que ele era o melhor.

— Ele é... um pouquinho maluco? – Sophie ouviu Harry perguntar para Percy, irmão mais velho de Fred e Jorge. 

— Maluco? Ele é um gênio! O melhor bruxo do mundo! Mas é um pouquinho maluco, sim. Batatas, Harry? 

Ela já estava pegando a própria comida quando Harriet apareceu de repente, mandando Jorge ir para o lado e se sentando dela.

— Olá, Harry! Eu sou Harriet Lovegood, melhor amiga da Sophie! – a loira disse animadamente estendendo a mão para o Potter mais novo.

A Potter mais velha revirou os olhos mas sorriu enquanto observava o irmão responder animado para o aperto de mão da loira. Ela deu uma olhada em volta – novamente evitando olhar a mesa dos lufanos –, procurando por Aslan.

— Onde o As...

As portas principais foram abertas com violência e novamente um Filch correndo assustado enquanto um enorme leão corria atrás dele tentando pegá-lo. Todos os alunos que já estavam acostumado deram boas gargalhadas, menos os novos que ficaram assustados. Sophie revirou os olhos.

— SAI DE MIM SUA CRIATURA! EU NÃO TENHO CARNE NO MEU CORPO PRA TE ALIMENTAR! SAI!

Sophie riu, mas resolveu ter piedade do zelador. Se levantou e chamou por seu querido amigo.

— Aslan! - gritou ela fazendo o leão parar e olhar para ela. – O que eu falei sobre assustar o Filch? – perguntou ela enquanto o leão olhava ela todo alegre. – Só quando ele estiver atrás de mim.

Aslan em todo seu enorme tamanho, conseguiu pular a mesa da Lufa-Lufa sem atingir ninguém e pulou novamente a mesa da Grifinória ficando do outro lado, onde ela estava sentada. Ela se virou para ele, e ele jogou todo o seu enorme corpo nela a abraçando com força.

— Também senti sua falta. – ela disse acariciando a juba do felino. – É tão bom te ver.

Ela se afastou e lhe deu um selinho no fucinho, então o soltou e voltou a se sentar. Aslan expulsou Olívio Wood, como fez nos dois últimos anos, e se sentou ao lado dela. Quando ela olhou para os alunos do primeiro ano sentados na frente dela, não conseguiu impedir o sorriso com os olhares de choque em seus rostos. Hermione Granger, Neville Longbottom e Harry eram os mais hilários.

— Alunos novos, este é Aslan. Aslan, alunos novos. – ela disse rindo.

— É... É um leão. – Hermione disse ainda olhando em choque para o animal. – Um leão... Não existe nada sobre Hogwarts ter um leão em “Hogwarts: Uma História”.

— É seu?! – Harry exclamou agora parecendo impressionado.

— Na verdade, eu me considero mais dele do que ele meu. – ela disse olhando com carinho para o leão. – Ele me escolheu. E não me perguntem o porquê dele ter me escolhido, até hoje eu não sei.

Harry sorriu brilhante para ela e ela lhe retribuiu. Ela estava achando lindo o fato deles agirem como dois amigos um com o outro em tão pouco tempo. Ela havia pensado que nunca conseguiria agir normalmente com ele mas, ela estava errada. Ser amiga de seu irmão – mesmo sem ele saber quem ela era –, era algo fácil e sem problemas.

— Isso está com uma cara ótima. – disse o fantasma da Grifinória, Nick-Quase-Sem-Cabeça, que estava sentado ao lado de Aslan.

— Olá para você também Nick. – Sophie cumprimentou o fantasma sorrindo.

— O senhor não pode...? – perguntou Harry apontando para a comida. 

— Não como há quase quatrocentos anos. – disse Nick tristemente. – Não preciso, é claro, mas a pessoa sente falta. Bem, acho que não me apresentei. Cavaleiro Nicholas de Mimsy-Porpington às suas ordens. Fantasma residente da torre da Grifinória. 

— Ou vocês podem chamá-lo apenas de Nick-Quase-Sem-Cabeça. – disse Sophie sorrindo para o fantasma que resmungou. – Ou apenas Nick, para os amigos.

— É bom vê-la novamente Sophie. - disse Nick revirando os olhos e dando um sorriso de lado. – Mas eu prefiro Sir Nicholas. 

— Sir Nicholas é muito formal! Deixe essa formalidade para o Barão Sangrento. - disse Sophie sorrindo.

— Quase-Sem-Cabeça? Como pode ser Quase-Sem-Cabeça? – perguntou Hermione.

Sophie olhou para Nick que olhou para ela com uma carranca, mas então começou a abrir um sorriso brincalhão. E a ruiva percebeu o que o fantasma ia fazer, com os olhos arregalados ela começou a negar com a cabeça para impedi-lo.

— Não quando estamos comendo! – ordenou ela para o fantasma. – Nick não quando estamos... aaaah! – ela fechou os olhos e sentiu toda a comida subir um pouco quando Nick puxou a cabeça que caiu por cima do ombros.

— Tão sensível. –isse Nick sorrindo. 

— Coloca esse treco de volta no lugar, se não o bicho vai pegar aqui, Nick! – Sophie rosnou ainda de olhos fechados. – Fred, Jorge e Harriet se vocês estiverem rindo eu vou azarar todos vocês. 

Os amigos que realmente estavam rindo pararam na hora pois sabiam que as ameaças da amiga deviam ser levadas muito á sério.

Ela então olhou feio para Nick quando o mesmo colocou a cabeça no lugar. E por um momento, ela esqueceu o porque não estava mais olhando para a mesa da Lufa-Lufa, e olhou. Ela olhou com um sorriso, pronta para fazer várias mímicas para David sobre o quão nojento Nick poderia ser, quando não o viu. Seu sorriso escorregou do rosto, e ela voltou o seu olhar para o prato.

— Ele ainda pode estar atrasado... – Jorge tentou dizer ao vê-la perder o sorriso.

— Você sabe que não é isso. – ela resmungou, mexendo na comida, não sentindo vontade alguma de comer.

Jorge ficou em silêncio, olhando triste para ela.

— Sinto muito. – ele murmurou.

— De quem vocês estão falando? – Harriet perguntou.

Tanto o Weasley quanto a Potter olharam para os outros dois amigos, e viram que Fred e Harriet olhavam confusos para eles.

— Estou surpreso por eu ter sido único a notar, sinceramente. – disse Jorge revirando os olhos. Mas então olhou para Sophie pedindo permissão para dizer, e ela concordou. – Havia esse garoto, da Lufa-Lufa, mais velho que a gente, e desde do início, Sophie e ele trocavam olhares.

— Como assim? – perguntou Fred olhando para Sophie.

— Foi natural... Ficávamos rindo um do outro durante as refeições, ele fazia mímicas para mim e eu para ele... Nunca nos falamos cara a cara, apenas essas brincadeiras a distância e ano passado iniciamos uma conversa por bilhetes. – ela explicou sorrindo. – Era uma amizade...

— Pura. – Harriet terminou por ela, acariciando os cabelos da amiga. – Muito pura.

— É. – ela concordou. – Eu tinha decidido que este ano eu falaria com ele. Cara a cara. Mas... Ele não veio.

— Oh, Sophie. – Harriet disse triste e puxando a ruiva para um abraço. – Ele não avisou em nenhum dos bilhetes que era o último ano dele?

— O último bilhete dele foi esse. – ela tirou do bolso. – Eu devia ter percebido que ele estava se despedindo pra sempre. E... No final do último ano ele tinha aquele olhar triste...

Harriet pegou o bilhete e leu, junto com Fred e Jorge. Aslan, de repente, chamou atenção da Potter e ela olhou para ele. Apenas para ver que ele parecia tão triste quanto ela. Ele então começou a levar a pata até os olhos e tirar olhando para ela, ainda com a expressão triste.

Oh. Ela sentiu o coração se apertar mais ainda. Aslan estava fazendo referências as mímicas que David fazia. Ela se lembrou, que no primeiro ano, na primeira aparição do leão, ele havia ido primeiro para David após o carinho de Dumbledore. E o rapaz havia dito algo no ouvido dele, fazendo Aslan ir até onde ela estava sentada.

Aslan também estava sentindo falta dele.

— Oh, Aslan. – ela murmurou, passando a mão na juba. – Foi ele que fez você vir me conhecer... De certa forma, ele te trouxe pra mim.

Aslan acenou com a cabeça e fez mais uma vez uma imitação de uma das mímicas que David fazia. E ela entendeu, seu adoravel leão estava tentando fazer ela rir. E a simples ideia disso fez ela abrir um sorriso largo.

— Obrigada, querido.

Aslan aproximou o fucinho no nariz dela.

— Ele disse “até um dia”. – Harriet disse de repente. – Não sei vocês, mas isso é um adeus esperançoso. Ele espera te encontrar novamente.

Sophie olhou para os amigos.

— Você acha? – ela perguntou, pegando o bilhete de volta.

— Eu to com a Harriet. – disse Jorge sorrindo. – Ele vai voltar.

Fred apenas sorriu fraco e acenou afirmativamente.

Sophie sorriu e voltou a olhar para Aslan, sentindo o coração um pouco mais quente. Ela acariciou a corrente que havia lhe dado de presente sorriu mais ainda, aquela corrente nunca a deixaria esquecê-lo. Se sentindo mais esperançosa, ela olhou para Harry e viu que seu irmão estava tocando a testa, parecia bastante incomodado.

— Tudo bem, Harry? – ela perguntou preocupada.

— Quem é aquele? Sentado ao lado do Prof. Quirrell? – ele perguntou apontando discretamente, e Sophie seguiu a direção.

— Ah aquele é o professor Snape... ELE TA SORRINDO?!

Toda a mesa da Grifinória olhou na direção de Sophie e cada um deles – menos os do primeiro ano – arregalaram os olhos com a cena aterrorizante do professor de Poções sorrindo largo, mostrando todos os dentes que Deus lhe deu.

— Oh! Meus olhos! Meus olhos! – Harriet começou a dizer fechandos olhos. – Meus olhos!

— Eu vou ter pesadelos durante longos anos. – Fred comentou horrorizado.

— Pobre demônio, foi um acidente claramente. – mesmo Nick comentou também olhando para o professor.

— Por que raios ele está com esse sorriso?! – Sophie perguntou para o fantasma.

— Não sei... E tenho medo de saber. – Nick respondeu e se tremeu todo.

— Quem é ele? – Harry perguntou novamente, todos os alunos novos olhavam tudo confusos.

— Professor de Poções. – Jorge respondeu já que Sophie ainda olhava horrorizada para o homem. – Quando você tiver aulas com ele você vai entender o porque desse alvoroço todo por ele estar sorrindo.

— Ele quer o cargo do Quirrell a anos. – Percy comentou para Harry. 

Nesse momento, Dumbledore se levantou mais uma vez, fazendo todos se calarem. 

— Hum... Só mais umas palavrinhas agora que já comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de ano letivo para vocês. Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos nossos estudantes mais antigos fariam bem em se lembrar dessa proibição.

Os olhos cintilantes de Dumbledore faiscaram na direção dos gêmeos Weasley, Sophie e Harriet que sorriram um para os outros. 

— O Sr. Filch, zelador desta escola, me pediu para lembrar a todos que não devem fazer mágicas no corredor durante os intervalos das aulas. Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito está proibido a todos que não quiserem ter uma morte muito dolorosa.

Sophie arregalou os olhos na direção do diretor – e viu que Minerva também olhava feio para o bruxo mais velho. – Se sentiu curiosa sobre o que ele falava, mas sua curiosidade logo sumiu quando viu Dumbledore olhar para ela e coçar o nariz como se tivesse algum mosquito o atrapalhando. Ela acenou; aquele era um sinal dele para ela saber que ele queria falar com ela.

— E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! – exclamou Dumbledore sorrindo largo.

Sophie riu ao ver os sorrisos dos outros professores se tornarem amarelados. Estava mais que claro o quanto eles odiavam aquela parte.

Dumbledore fez um pequeno aceno com a varinha como se estivesse tentando espantar uma mosca na ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando palavras.

— Cada um escolha sua música preferida – convidou Dumbledore. –, e lá vamos nós!

Sophie já escolhendo a música “Never Ending Story” do Limahl, se juntou a aos alunos em altos brados:

Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty Hogwarts,
Nos ensine algo por favor,
Quer sejamos velhos e calvos
Quer moços de pernas raladas,
Temos as cabeças precisadas
De ideias interessantes
Pois estão ocas e cheias de ar,
Moscas mortas e fios de cotão.
Nos ensine o que vale a pena
Faça lembrar o que já esquecemos
Faça o melhor, faremos o resto,
Estudaremos até o cérebro se desmanchar.

Todos terminaram a música em tempos diferentes. E por fim só restaram os gêmeos Weasley cantando sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre.

Dumbledore regeu os últimos versos com sua varinha e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram mais alto.

— Ah, a música – disse secando os olhos. – Uma mágica que transcende todas que fazemos aqui! E agora, hora de dormir. Andando!

Todos se levantaram e Sophie se voltou para os amigos.

— Vocês vão ter que ir sem mim para o dormitório. – disse baixinho para os amigos. – Dumbledore quer falar comigo. 

— Sobre... aquele raio no céu? – perguntou Jorge curioso. 

— Sobre o que? – perguntou Sophie olhando confusa para o amigo.

— O céu no raio! – disse agora Harriet como se fosse óbvio para ela entender. 

— Vocês andaram cheirando Pó de Flu de novo? – perguntou Sophie confusa. 

— Ah esquece! A gente te vê amanhã! – disseram os dois se virando e indo com os outros alunos. 

— Tá bom... – disse Sophie confusa e se virou para Fred que sorria. – Você entendeu alguma coisa?

— Acho que eles estavam querendo dizer sobre Harry em uma forma discreta. – disse o Weasley rindo.

— Nossa tão óbvio! O “céu no raio” tudo haver com Harry! – Sophie resmungou. – Enfim, você leva Aslan para o sala comunal, por favor?

— Claro! Pode deixar comigo.

Sophie sorriu agradecida para ele e após pedir para o leão acompanhar o Weasley, ela partiu para a sala do diretor. Quando ela parou na estátua da fênix – onde ela descobriu ano passado que levava para a sala do bruxo mais velho e que havia sido ele a entregar o mapa para ela –, ela percebeu que não fazia ideia da senha.

— Agora ele complicou minha vida. – ela resmungou. – Ano passado havia sido “bolo de limão”, e como nada aconteceu irei supor que essa não é mais a senha.

Por sorte, ela já havia percebido que Dumbledore tinha um certo amor por qualquer coisa com limão. Já ajudava... Um pouco.

— Doce de limão? – nada. – Torta de limão? – nadinha. – Pode ser qualquer coisa pelo amor de Deus! Se brincar deve ser limoeiro!

As escadas apareceram.

— Claro que é limoeiro. – resmungou ela revirando os olhos e subindo as escadas.

Ela entrou na sala e sorriu, olhando em volta. Não havia dúvidas para ela que aquela sala era a melhor de todas que já vira. Dumbledore realmente tinha estilo, ela se lembrou de ter pensado isso na primeira vez que o visitoum

Era bonita e circular, cheia de ruídos engraçados, vários instrumentos de prata sobre a mesa, curiosos e com pernas finas, giravam e soltavam pequenas baforadas de fumaça. A parede estava coberta de antigos diretores e diretoras de Hogwarts e cada um cochilava tranquilamente.

E no canto da mesa do diretor, estava em pé em um poleiro dourado, de aparência jovem, e olhava para Sophie com certa elegância e superioridade. Era uma fênix. Vermelha com alguns fios amarelos, era muito bela. 

— Olá, coisa velha. – ela disse para a fênix, Fawkes, de Dumbledore.

Fawkes fez um pequeno ruído para ela e então fechou os olhos.

— Ah, Sophie, você chegou.

Sophie se virou e viu o bruxo mais velho descendo as escadas.

— Desculpe a demora, senhor. – ela disse. – Você não me deu a senha.

— Eu culpo a velhice por isso. – disse ele jovialmente. – Peço perdão.

— Tudo bem. – ela retornou dando de ombros. – Como o senhor está? Boas férias?

— Ah sim, sim. – disse ele suavemente. – Tive uma pequena surpresa agridoce dois dias atrás, admito ainda estar me acostumando. Mas e você? Como tem estado? Férias tranquilas, espero.

— Sim, totalmente! – ela respondeu sorrindo. – Fiquei um pouco ansiosa quando lembrei que Harry entraria este ano mas... Estou bem melhor agora.

— E Harry? Como ele é?

— Ele é incrível, senhor. Absolutamente. – Sophie disse com carinho. – Estou feliz que ele está aqui.

— Eu também estou, Sophie. – disse Dumbledore acenando. – Mais uma vez, desculpe fazer você segurar o seu nome em segredo.

— Está tudo bem, senhor. De verdade. – era uma meia mentira. – De qualquer forma, já sinto que eu e ele seremos ótimos amigos.

— Eu não duvido. – Dumbledore riu. – Mas, agora, eu sinto que você quer me pedir algo?

— Sim... É sobre o Harry, na verdade. – começou um pouco nervosa. – Eu queria... Pode parecer estranho mas... Eu queria poder assistir algumas aulas em que ele participar.

— Oh?

— É... Só, sabe... Eu sinto que seria bom para ele. – “e pra mim principalmente.” mas ela não disse. – Não seriam todas. Apenas duas.

Ele olhava para ela com os olhos afiados e sério.

— Entendo. – ele disse devagar. – Sophie, eu tenho que perguntar, existe outro motivo para você querer isso?

Ela pensou em contar. Ela ficou tentada em contar para ele. Mas não conseguiu, não queria soltar seus próprios problemas para o diretor. Ela não queria parecer fraca.

— Não.

Eles se encararam por um longo minuto até o diretor acenar com a cabeça.

— Muito bem, se você acha que vai fazer bem para Harry, então eu permito. – ele disse calmo. – Irei avisar os professores.

— Muito obrigada, senhor. – ela disse aliviada.

Dumbledore sorriu para ela.

— Bem, acho que você deve ir. Amanhã será um dia agitado e você precisa descansar. – disse ele se levantando.

Sophie também se levantou e juntos eles partiram para fora da sala, desceram as escadas e Dumbledore parou em frente a estátua.

— Boa noite, Sophie.

— Boa noite, senhor.

Ela partiu para a sala comunal, já se sentindo ansiosa para o dia de amanhã. Ao chegar, ela se deparou com apenas Fred sentado no sofá, e Aslan sentado em frente a janela olhando para o céu estrelado.

— Oi, por que tá acordado? – ela perguntou confusa.

— Ah... – ele tinha as bochechas vermelhas. – Aslan... Aslan parecia estranho e eu não queria deixar ele sozinho. Desde do momento que chegou aqui, ele ficou olhando para a janela.

Sophie voltou a olhar para o leão e suspirou com a aparência triste dele.

— Ele conhecia o David. – ela disse ainda olhando para Aslan. – Deve estar sentindo falta dele tanto quanto eu.

— Ele era realmente especial pra você, em? – perguntou o Weasley.

Ela tocou no pingente.

— Sim. – ela sussurrou em resposta. – Eu vou ficar aqui com ele, Fred. Pode ir.

— Certo... Bem, boa noite, Sophie. – disse ele andando devagar para as escadas que levaria ao dormitório.

— Boa noite.

Assim que ele sumiu de vista, ela partiu para se sentar ao lado de Aslan, colocou os braços em volta do pescoço dele e deitou a cabeça em sua juba. Olhando para as estrelas que iluminavam o céu.

— Eu também vou sentir muita falta dele. – ela sussurrou.

Naquele momento, uma estrela cadente passou e ela se lembrou da carta de seu pai. E de todo o coração, ela desejou que David ficasse bem e que se encontrassem novamente.

— Até um dia, David.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.