TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 66
Capítulo 66 — 10 de Março de 1994




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21 de Novembro de 1976, Hogwarts.

Peter estava andando de um lado para o outro na sala comunal da Grifinória. Seu rosto estava em uma mistura de nervosismo e ansiedade, mil pensamentos passavam por sua mente e poucos dele serviam para acalmá-lo. Sentados no sofá principal da sala, os marotos estavam observando o rapaz com expressões de divertimento e solidariedade.

— Continua assim e você vai fazer um enorme buraco na sala – comentou Frank sorrindo.

— E se ela não aceitar? – perguntou Peter pela décima vez. – Quero dizer, ela tem todo direito de não aceitar. E provavelmente seria o melhor, não é? Quero dizer, eu não sou tão lindo como vocês...

— Não seja ridículo, Peter – retrucou Sirius revirando os olhos. – Se você não fosse como um irmão para mim eu já teria te pegado.

— O mesmo que ele – disse James sorrindo. – Vamos, Petey, não se rebaixe nesse nível. Você é um rapaz lindo, engraçado, gentil, amoroso e inteligente quando quer ser.

— Sério? – perguntou Peter parando de andar e olhando para os amigos com uma expressão tímida no rosto.

Os amigos se entreolharam e então voltaram para Peter com expressões cheias de carinho e exasperação. Foi James quem disse:

— Claro que sim, Peter – disse ele sorrindo. – Você realmente não sabe disso?

Peter deu de ombros e abaixou a cabeça, suas bochechas estavam vermelhas. Quando ele falou, foi baixo.

— Eu nunca realmente entendi o porquê vocês me aceitarem nesse grupo – disse ele. – Quero dizer... Sempre parece para mim que vocês estão completos sem mim e eu... Bem, eu não tenho muito o que acrescentar.

Ficou-se um silêncio surpresos e envergonhado por parte dos outros rapazes e de Peter.

— Essa foi a coisa mais ridícula que já escutei – disse Sirius olhando chocado para Peter. – Peter, sem você não seríamos quem somos.

— Você está sempre nos dando força, sempre levantando o nosso humor quando estamos para baixo – continuou Remus. – Sempre nos lembra de comer para não passarmos fome. – brincou ele e Peter abriu um sorriso.

— Como James disse – começou Richard sério. – Você é gentil com todos ao seu redor, não pode ver um estranho que já quer ajudar. Você torna esse grupo todo mais bonito.

— Então não pense o pior de si mesmo e que não tem chance com a Hannah – continuou Brian sorrindo. – Ela seria a garota mais sortuda por te ter ao lado.

Peter sorriu mais largo e olhou para os próprios pés novamente tímido, porém contente com o que seus amigos haviam lhe dito.

— Eu que seria o sortudo – disse ele tornando à olhar todos. – Mas o que eu faço? Como, como que eu chego nela e peço ela em namoro?

Todos se olharam novamente e tornaram a olhar para Peter com largos sorrisos um mais gentil e carinhoso que o outro. E foi Sirius quem por fim respondeu:

— Seja você mesmo, Petey – disse ele. – Seja você mesmo e nunca mude.

 

•••


Peter estava sentado na grama em frente ao lago. Era meio da tarde, e o sol começava a se abaixar devagar, e as estrelas começavam a brilhar uma por uma e ao fundo, a lua também começava a se mostrar presente lentamente. O rapaz sorria enquanto observava aquela bela visão.

Ele ainda estava ansioso e nervoso com o que estava por vir, porém agora existia uma confiança que não havia antes. Confiança de que ele era tão importante quanto os seus amigos, de que ele era válido. De que ele podia ter um amor também.

— Peter?

Ele se assustou e olhou para trás, e lá estava ela, vindo lentamente até ele com um sorriso suave e tímido no rosto, e seus cabelos loiros escuros como o mais valioso ouro e seus olhos castanhos quentes e cheios de amor. Ele queria tanto que aqueles olhos olhassem para ele com amor...

— Oi, Hannah – ele disse sorrindo e bateu a mão no gramado ao lado dele. – Quer se sentar comigo?

O sorriso da garota aumentou e ela concordou, se sentando ao lado dele e olhando para o sol que começava a ter um belo reflexo no lago.

— É um dia adorável – disse ela sorrindo. – Não acha?

— Uhum – cantarolou ele feliz. – Eu gosto quando os dias são assim... Coloridos.

— Eu também.

Eles ficaram em silêncio após isso, apenas apreciando aquela visão e a presença um do outro. Tomando toda a coragem que existia dentro de si, Peter suspirou e começou a falar:

— Hannah, eu... – ele parou e tomando um pouco mais de coragem, se virou para olhar para ela, que já o olhava com curiosidade e... Expectativa? – Sabe, eu, eu gosto muito de você. Eu te acho uma pessoa incrível e maravilhosa, adorável mesmo. E... Sabe, eu adoro a sua amizade e eu não quero perder ela mas... Sabe, eu juro que não foi planejado os meus sentimentos por você se tornarem maiores. E tão cheios de amor, cheios de vontade em te ter comigo em todos os momentos possíveis... Mas além de amizade.

Os olhos brilhando de Hannah e seu sorriso se tornando maior deu à Peter mais coragem para continuar e terminar aquele pedido de namoro que agora ele tinha esperança que teria uma resposta positiva:

— O que eu quero dizer com isso tudo é que, eu seria o homem mais feliz do mundo e mais corajoso também se você fosse minha namorada. E no futuro – ele deu de ombros sorrindo. –, quem sabe, até mesmo minha esposa.

— Peter... – disse Hannah com um sorriso lindo. Como sempre teve.

— Você acei...

Antes mesmo que ele pudesse terminar de fazer a pergunta, Hannah havia se jogado nele lhe dando um beijo cheio de amor e felicidade. Um beijo carregado de esperança para um futuro onde aquele casal seria próspero junto com a família que criaram e a família que teriam a crescer.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


28 de Fevereiro de 1994, Hogwarts.

Castiel carregou Sophie com segurança e carinho até a sala de Dumbledore. Durante todo o caminho ele dizia palavras de conforto e a abraçava mais e mais apertado querendo garantir que ela soubesse que não estava sozinha e que tudo ficaria bem. E quando enfim eles chegaram na sala do diretor, Castiel nem mesmo precisou bater na porta pois Dumbledore já estava esperando por eles.

O bruxo mais velho vestia um pijama com listras e uma toca de dormir. Em outras circunstâncias Castiel teria rido mas naquele momento ele estava segurando algo precioso e que estava muito triste. Algo que ele havia prometido que manteria bem, pois era o seu maior papel como o anjo dela.

Sophie tirou o rosto do peito de Castiel e olhou para o diretor. Dumbledore sorriu com carinho e abriu os braços. Castiel deu um último beijo na têmpora da amiga antes de soltá-la e observa-lá correr para os braços do outro bruxo. Já não era mais segredo para ninguém o quanto de carinho e uma forte amizade existia entre Sophie e Dumbledore. O bruxo mais velho era tanto um ponto seguro para ela quanto Remus, Harry, Erik, David e Castiel.

O diretor acariciou os cabelos da ruiva e olhou para Castiel que sorria com carinho para eles.

— Por favor, Castiel, chame Remus – disse o diretor. – Acredito que Sophie precisa dele.

Castiel concordou e com um último olhar para Sophie, ele partiu correndo para longe do escritório, em direção ao quarto de Remus.

— Venha Sophie, vamos nos sentar e você vai tirar essa tristeza de seu peito – disse Dumbledore gentilmente e fechando a porta. Com calma puxando Sophie para o sofá. – Que tal uma xícara de chocolate quente?

Sophie concordou com a cabeça, não confiando na própria voz.

— Eu irei na cozinha para pedir aos elfos, Albus – informou um dos quadros da sala. – Apenas chocolate quente, senhorita?

Sophie olhou para o quadro do bruxo que sorria gentilmente para ela.

— Sim, por favor... – concordou Sophie devagar a baixo.

— Obrigado, Everardo – agradeceu Dumbledore sorrindo para o bruxo.

Então o bruxo se foi.

— Agora, diga-me, o que houve? – perguntou Dumbledore se virando para Sophie.

A Potter mais velha respirou e expirou várias vezes para se acalmar antes de começar a falar. E Dumbledore esperou pacientemente.

— É o Sirius – disse ela. – Ele... Parece que a cada dia todo o desejo de vingança vem se tornando maior dentro dele. É como se Azkaban ainda existisse dentro dele e está tentando torná-lo algo cinza, algo ruim. É tudo que ele pensa, matar Peter. E eu já tentei conversar com ele, eu juro que tentei e isso me causou um ataque de raiva que me levou à uma explosão. Ele não me escuta. E ele não percebe o quanto isso está me machucando, o quanto está machucando Remus e vai machucar Harry.
“Ele simplesmente não quer ver que a morte de Peter não vai levar a nada. Apenas mais tristeza, destruição. E agora ele me aparece no dormitório dos meninos com uma faca para matar Peter ali mesmo?! Assassinar alguém a sangue frio enquanto Harry dormia logo ao lado, enquanto o Rony dormia bem na sua frente!
“Eu não sei no que ele está se tornando, senhor.”

Sophie terminou de contar tudo e respirou fundo novamente, sentindo o alívio tomar conta de todo seu corpo e se enrolar em seu coração ao colocar tudo aquilo para fora. Aquele medo, aquela decepção para com Sirius.

— Eu vejo – começou o diretor. – A vingança é algo perigoso, Sophie. Ela é capaz de consumir a mente da pessoa a ponto de fazer ela esquecer o que realmente é importante. Família, amor, amizade. A pessoa simplesmente esquece e sua mente só foca no objetivo da vingança. Infelizmente, Sirius não é imune à isso. – Dumbledore parou e suspirou balançando a cabeça – Mas você não pode perder a esperança, minha querida amiga. A família que ainda existe, que você mantem crescendo e forte são as únicas esperanças para fazer Sirius perceber o que realmente é importante para ele.

Sophie ficou em silêncio, pensando em cada palavra que Dumbledore havia lhe dito. Ele estava certo, como sempre. Ela precisava criar a própria ação como Erik havia lhe dito. Ela não podia desistir de que o Sirius de sua infância, o que Remus sempre contou sobre, ainda existia.

— Continue com seu plano, Sophie. Talvez, se eu estiver certo, mais de uma vida inocente será salva – disse Dumbledore sorrindo.

Sophie ia perguntar o que o diretor queria dizer com aquele comentário mas naquele momento a porta foi aberta e Remus entrou na sala e pela sua aparência, era bem claro que ele estava irritado.

— Eu vou matar ele! – rosnou Remus se ajoelhando em frente a Sophie e tocando no rosto da ruiva. – Ninguém na história da tortura foi torturado com a tortura igual a tortura com qual ele será torturado.

Sophie riu com o comentário de Remus. E o riso dela foi capaz de acalmar Remus.

— O que ele estava pensando com isso tudo? – perguntou Remus com um suspiro. – Se ele tivesse sido pego, se ele tivesse machucado alguém... – Remus parou e então olhou bem para Sophie. – É Peter...?

— Seguro – disse Sophie. – Ele tem estado comigo no dormitório das meninas desde que Bichento quase comeu ele.

— Bom – concordou Remus. – E você? Como você está?

— Eu vou ficar bem – murmurou Sophie apreciando o carinho que lhe era dado.

— Remus, meu caro, se sente conosco nesse maravilhoso sofá – convidou Dumbledore sorrindo. – O chocolate quente logo estará aqui.

— Chocolate quente? – perguntou Remus parecendo muito interessado e se sentando ao lado de Sophie. – Nunca negaria um chocolate quente. – Sophie riu.

— Sábio pensamento – cantarolou Dumbledore. – E aqui está nossas bebidas.

Uma elfa de olhos enormes e castanhos entrou na sala carregando a jarra de chocolate quente e as xícaras. Elfa essa que Sophie conhecia bem.

— Laila! – exclamou a ruiva feliz.

Laila olhou para Sophie e um enorme sorriso fofo surgiu em seu rosto, ao mesmo tempo que seus olhos brilhavam alegres.

— Senhorita Sophie!

— Permita-me lhe ajudar, senhorita Laila. – disse Dumbledore alegremente indo até a elfa e pegando a bandeja que Laila segurava onde continha algumas xícaras e uma jarra de chocolate quente.

— Oh, oh, obrigada senhor Dumbledore! O senhor é muito gentil! – exclamava Laila fazendo uma longa reverência para o diretor.

— Como tem estado, Laila? – perguntou Sophie.

— Estou bem, senhorita Sophie – respondeu a elfa fazendo outra reverência. – Trabalhar no castelo é sempre maravilhoso, minha senhora! E agora temos um novo elfo conosco! Ele é estranho mas é legal.

— Fico feliz em saber disso – cantarolou Sophie.

— Laila, gostaria de tomar chocolate conosco? – perguntou Dumbledore gentilmente para a elfa que ficou vermelha.

— Muita gentileza sua, meu senhor mas Laila precisa dormir. Amanhã Laila tem muitas coisas para fazer. – respondeu Laila fazendo outra reverência para Dumbledore.

— Muito bem, então. Vá descansar e obrigado por ter trazido o chocolate – disse Dumbledore sorrindo para a elfa.

— Boa noite, Laila! – despediu-se Sophie.

— Boa noite, senhorita Sophie e boa noite senhor professor! –  se despediu Laila fazendo outra reverência para Sophie e Remus.

— Boa noite, Laila – disse Remus gentil.

E assim, a elfa se foi.

— Bem, agora vamos tomar nosso chocolate e dormir. Amanhã será um dia agitado para todos – comentou Dumbledore se sentando no sofá com uma xícara em mãos. – E com certeza cheia de fofocas.

Remus e Sophie concordaram. E no fim, quando estavam prestes a sair, Dumbledore pediu para falar com Sophie sozinho rapidamente.

— Eu gostaria de pedir para você não visitar Sirius novamente, pelo menos não mais sozinha – disse Dumbledore calmo. – Acredito que, por mais triste que seja, ele esteja lhe dando alguns gatilhos com tais atitudes. E por mais forte que eu sei que você é, eu sei o quanto te machuca.

Sophie ficou surpresa com o pedido mas ao mesmo tempo percebeu o quão certo ele era e o quão melhor seria para ela também. E olhando diretamente nos olhos de seu amigo, ela concordou.

— Obrigado – disse ele. – Boa noite, minha amiga.

— Boa noite, senhor.

Naquela noite Sophie havia decidido passar a noite com Remus. E como ele sempre fazia quando ela criança e tinha pesadelos, ele a abraçou durante toda a noite, garantindo que ela tivesse uma boa noite, que ela não se sentisse sozinha, e que se sentisse segura. Ele não soltou ela em nenhum momento.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Ninguém na Torre da Grifinória dormiu. Todos sabiam que o castelo estava sendo revistado novamente e os alunos da casa permaneceram acordados na sala comunal, esperando para saber se Black fora apanhado. A Profª Minerva voltou ao amanhecer para informar que, mais uma vez, ele escapara.

Harry se sentiu irritado por Black ter escapado mas o sentimento logo foi substituído pelo sentimento de preocupação para com a irmã. Quando Castiel havia voltado sozinho para Torre; ele e todos do grupo que haviam ficado durante à noite por conta da festa de comemoração pela vitória do time se juntaram e foram juntos para o dormitório masculino do quinto ano.

E no dia seguinte, após Harry ter se preparado para o dia, ele se separou de Rony e foi direto para onde Remus dormia. De alguma forma, ele sabia que a irmã estava lá. E realmente acertou, assim que entrou, encontrou ela sentada em uma mesinha junto de Remus, ambos comendo o café-da-manhã.

— Harry! – exclamou Remus surpreso.

Harry por sua vez, foi direto para a irmã e abraçou apertado. Sophie logo retribuiu.

— Eu estou bem, não precisa se preocupar – disse Sophie gentilmente. – Eu apenas me assustei. Só isso.

— Acho que todos se assustaram. – comentou Remus pegando outra cadeira e colocando perto da mesa para Harry se sentar. – Como está Rony?

— Ainda nervoso – respondeu Harry se servindo de uma torrada. – Todos estão perguntando sobre Black para ele. Acho que ele está gostando da atenção.

— Claro que está – resmungou Sophie. – E o grupo? Todos bem?

— A última vez que eu os vi, eles estavam indo para o Grande Salão – respondeu Harry. – Eles estavam bem sérios. Devem estar preocupados com você.

— Não duvido – comentou Remus. – De qualquer forma, vamos terminar logo aqui. Temos muitas coisas para fazer hoje.

Durante todo o dia, onde quer que fossem, os garotos percebiam sinais de uma segurança mais rigorosa; o Prof. Flitwick podia ser visto, às portas de entrada do castelo, ensinando-os a reconhecer uma grande foto de Sirius Black; Filch, de repente, andava para cima e para baixo nos corredores, pregando tábuas em tudo, desde minúsculas fendas nas paredes até tocas de camundongos. Sir Cadogan fora demitido. Repuseram seu retrato no solitário patamar do sétimo andar e a Mulher Gorda voltou ao seu lugar. Fora competentemente restaurada, mas continuava nervosíssima e só concordara em voltar ao trabalho com a condição de receber mais proteção.

Um bando de trasgos carrancudos tinha sido contratado para guardá-la. Eles percorriam o corredor em um grupo ameaçador, falando em rosnados e comparando o tamanho dos seus bastões.

Harry não pôde deixar de reparar que a estátua da bruxa de um olho só, no terceiro andar, continuava sem guarda nem bloqueio. Parecia que Jorge, Fred e Harriet tinham razão em pensar que eles, o grupo e agora Harry, Hermione, Sam, Rony e Gabriel eram os únicos que conheciam a passagem secreta a que a bruxa dava acesso.

— Você acha que devemos contar a alguém? – perguntou Harry a Rony.

— A gente sabe que Black não está entrando pela Dedosdemel – disse Rony descartando a idéia. – Saberíamos se a loja tivesse sido arrombada.

Harry ficou contente que Rony pensasse como ele. Se a bruxa de um olho só também fosse fechada com tábuas, ele não poderia voltar a Hogsmeade.

Rony se transformara numa celebridade instantânea. Pela primeira vez na vida, as pessoas prestavam mais atenção a ele do que a Harry e era evidente que ele estava gostando bastante da experiência. Embora ainda estivesse muito abalado com os acontecimentos da noite anterior, ficava feliz de contar a quantos perguntassem o que acontecera, com riqueza de detalhes.

— ... Eu estava dormindo e ouvi barulho de pano cortado e achei que estava sonhando, sabe? Mas aí senti uma correnteza de ar... Acordei e vi que o cortinado de um lado da minha cama tinha sido arrancado... Me virei... E vi Black parado ali... Como um esqueleto, os cabelos imundos... Segurando um facão comprido, devia ter uns trinta centímetros... E ele olhou para mim e eu olhei para ele, então eu soltei um berro e ele se mandou.

— Mas por quê? – Rony acrescentou para Harry quando o grupo de garotas do segundo ano, que estivera escutando sua história enregelante, se afastou. – Por que foi que ele correu?

Harry andara se perguntando a mesma coisa. Por que Black, ao verificar que escolhera a cama errada, não silenciara Rony e procurara Harry? Ele já provara doze anos antes que não se importava de matar gente inocente, e desta vez só precisava enfrentar cinco garotos desarmados, quatro dos quais adormecidos.

— Ele devia saber que ia ter problemas para sair do castelo depois que você gritasse e acordasse todo mundo – disse Harry, pensativo. – Teria que matar a casa toda para passar pelo buraco do retrato... E teria dado de cara com os professores...

 

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Neville caiu em total desgraça. A Profª McGonagall estava tão furiosa com ele que o banira de todas as futuras visitas a Hogsmeade, lhe dera uma detenção e proibira todos de lhe informarem a senha para a torre. O coitado era obrigado a esperar do lado de fora da sala comunal, todas as noites, até alguém deixá-lo entrar, enquanto os trasgos da segurança caçoavam dele. Nenhum desses castigos, porém, chegou nem próximo do que sua avó lhe reservara. Dois dias depois da invasão de Black, ela mandou a Neville a pior coisa que um aluno de Hogwarts podia receber na hora do café da manhã um berrador.

As corujas da escola entraram voando pelo Salão Principal trazendo o correio, como de costume, e Neville se engasgou quando a enorme coruja pousou diante dele com um envelope vermelho preso no bico.

Harry e Rony, que estavam sentados em frente, reconheceram imediatamente que a carta era um berrador. Rony recebera um da Sra. Weasley no ano anterior.

— Apanha ela logo, Neville – aconselhou Rony.

Neville não precisou que lhe dissessem duas vezes. Agarrou o envelope e, segurando-o à frente como se fosse uma bomba, saiu correndo do Salão em meio às explosões de riso da mesa da Sonserina e Corvinal. Passou por Sophie que andava com Aslan ao lado dela.

— O que deu no Nev? – perguntou ela quando se sentou ao lado de Harry com Aslan ao lado.

— Berrador da vó – respondeu Harry.

Todos ouviram o berrador disparar no saguão de entrada. A voz da avó de Neville, com o volume normal magicamente ampliado cem vezes, bradava que ele envergonhara a família inteira. Sophie e Harry se olharam com pena do garoto.

 

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Com a chegada de Março, todos os estudos para os N.O.M.S. se tornaram mais intensos ao ponto de que todos os alunos do quinto ano já não estavam mais andando para os lados do castelo. Era só possível encontrá-los principalmente na biblioteca, e quando não na biblioteca, poderia se ter certeza de que estariam com os rostos enfiados em mais de um livro ao mesmo tempo.

Com tudo isso, não foi surpresa que os primeiros casos dos alunos ficando loucos começaram a surgir. Uma gritando por todo o castelo, outro pulando no lago e gritando para que a lula gigante o comesse e acabasse com toda aquela miséria, outros deitando no chão do castelo e passando mais de dias ali até algum professor levar para a ala hospitalar, e alguns se deitavam em frente de Aslan dizendo serem comida e que o leão poderia comê-los.

Era um mais inovador e louco que o outro. Porém, do grupo, ainda não havia tido ninguém que havia enlouquecido.

Isto é... Até o dia dez de Março.

Eles haviam acabado de sair da aula de Transfiguração e conversavam como as coisas estavam ficando cada vez mais cansativas e cheias. Estavam no caminho para o jantar no grande salão e foi Patrick quem notou que algo estava de errado com um deles.

— Castiel? – chamou Patrick pelo rapaz que estava ao lado de Sophie e Dean, mas o mesmo continuou andando, seus olhos estavam fixos em nenhum ponto específico e estava sem piscar. – Você está bem? Até agora não reclamou sobre como odeia as aulas...

Todos se viraram para o Collins mas o Collins nenhuma resposta deu para a pergunta feita. Ele parecia ter entrado em uma espécie de transe, quase como se estivesse em outro mundo.

— Torta? – chamou Dean olhando preocupado para o namorado. – Ele dormiu hoje? – perguntou agora para Patrick.

— Boa pergunta... – disse Patrick pensativo. – Difícil dizer para mim, eu sempre durmo primeiro e ele sempre me acorda no dia seguinte.

— Talvez ele esteja com fome – sugeriu Jorge.

— Eu também acho – concordou Harriet. – Uma vez papai ficou sem comer um dia inteiro e ficou igualzinho o Cas.

— Bem, então vamos encher a barriga desse lufano para ele voltar ao normal – disse Sophie puxando Castiel mais rápido pelo braço para o grande salão.

Todos também se apressaram e lá se sentaram na mesa da Lufa-Lufa e comeram. Menos Castiel, esse continuou sem falar e sem comer, ainda parado, olhando para o nada como se estivesse em uma viagem muito interessante dentro de sua própria mente.

— Acho que seria bom levarmos ele para a Ala Hospitalar depois daqui – sugeriu Teresa observando o Collins assim como os outros.

— Eu concordo – disse Erik.

E então, Severus Snape passou pelo corredor da mesa deles, indo em direção a saída do grande salão. E com a passagem de Snape, Castiel enfim fez alguma movimento. Sua cabeça se virou na direção do professor e observou o mesmo se afastando devagar. Castiel tombou sua cabeça para o lado, ainda observando Snape se afastar, e então, sem falar nada e nem dando tempo para os outros perguntarem o que ele tinha, Castiel se levantou e começou a ir atrás do professor.

Todos do grupo se entreolharam, todos confusos e então voltaram a observar o que iria acontecer. E quase como se estivesse no ar que algo grande e engraçado iria acontecer, todos os alunos em todas as mesas pararam de comer e conversar alto e focaram suas atenções no professor que andava tranquilamente sem perceber o aluno cada vez mais perto dele. Mesmo a mesa dos professores parecia estar observando a situação.

Foi quando Castiel estava próximo suficiente e começou a se abaixar que Patrick, Sophie, Erik e Teresa entenderam o que estava prestes a acontecer, e os quatro se levantaram também em velocidade correndo para impedir.

Mas era tarde demais. Castiel se abaixou e segurou as pernas de Snape impedindo que o mesmo continuasse andando e caísse.

— Mas o que... – começou Snape tentando se virar.

— CASTIEL, NÃO! – gritou Teresa.

Mas Castiel não ouviu. E abrindo bem a boca ele deu o bote.

— Collins o que você... AU! COLLINS! – gritou Snape tentando se soltar do aperto de Castiel mas não conseguindo. – ALGUÉM TIRA ESSA CRIATURA DE MIM! – Mas ninguém o escutava mais pois todos os alunos estavam rindo e os professores estavam tentando disfarçar que também estavam.

Snape agora pulava e ao pular várias vezes, conseguiu que Castiel o largasse e não perdendo oportunidade saiu correndo para o mais longe do Collins. E nisso o grande salão se tornava cada vez mais fonte de altas risadas. E após Castiel enfim ter soltado Snape, ele caiu no chão desmaiado.

 

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— Ele vai ficar bem – foi a primeira coisa que Castiel escutou. Parecia a voz da Madame Pomfrey. – Não foi um surto tão sério como tenho recebido. Sinceramente fazia tempo que não via esse surto que ele teve.

“Surto? Que surto? O que aquela mulher estava falando? Alguém surtou? Há! E não foi ele o primeiro!” pensou ele com um certo orgulho, mas então pensou: “Por que estou com os olhos fechados?”

E com isso ele abriu os olhos devagar e a primeira coisa que estava em frente de sua visão eram os rostos de Dean, Patrick, Charles, os gêmeos e Harriet.

— Quanta gente feia – resmungou o Collins piscando várias vezes e então olhando em volta. Ele estava deitado na Ala Hospitalar. – Mas o que...?

— Ah! Ele está acordado – disse Madame Pomfrey afastando os outros alunos e examinando Castiel que ainda estava confuso. – Você deu um pequeno susto nos seus amigos mas vai ficar bem.

— O que...?

— Na gente nada – riu Dean se escorando em Sophie que também ria, assim como todos os amigos ali. – Ele deu susto foi no Snape mesmo e dos grandes.

— O que? – perguntou Castiel. – Susto? No Snape?

— Deus, eu nunca vou me esquecer desse surto – comentou Madame Pomfrey parecendo segurar a risada e se afastando enquanto os amigos gargalhavam.

— O que??! – exclamou Castiel novamente.

Forma Jorge e Fred que conseguiram parar de rir e dizer ofegantes:

— Você mordeu a bunda dele...

— ...Não deixe que isso suba a cabeça.

Castiel arregalou os olhos e exclamou uma última vez:

— DE QUEM?!

 

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Mais tarde naquele dia Castiel observou com horror, Severus Snape andando mancando e olhando para trás a cada dois minutos e na hora de almoçar, ao invés de sentar, ele estava comendo de pé.

E isso durou uma semana inteira. Porém seria sempre lembrado, o dia dez de Março, como o dia em que Castiel Cadfael Collins mordeu a bunda de Severus Snape.

 

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— Harry, Edwiges tem uma carta para você – avisou Rony apontando para a coruja branca que havia pousado na mesa da Grifinória naquele café da manhã.

— Ah, obrigado Ed – agradeceu acariciando a coruja e pegando a carta.

— Quem mandou? – perguntou Sophie dando um enorme pedaço de torta de carne para Aslan e para Baguera que naquele dia era ela que tomava conta do cachorro.

— Hagrid... – respondeu Harry abrindo a carta.

— Oh, tenho que fazer uma visita para ele essa semana – cantarolou Sophie acariciando a juba de Aslan.

Harry concordou com a cabeça e leu a carta em voz alta:

“Caros Harry e Rony,

Querem vir tomar chá comigo hoje à tarde por volta das seis? Irei buscar vocês no castelo.

ESPEREM POR MIM NO SAGUÃO DE ENTRADA; VOCÊS NÃO PODEM SAIR SOZINHOS.

Abraços, Hagrid.”

— Ele provavelmente quer saber as novidades sobre Black – cantarolou Rony. Sophie e Harry se olharam e reviraram os olhos.

Assim, às seis horas daquela tarde, Harry e Rony saíram da Torre da Grifinória, passaram pelos trasgos de segurança e rumaram para o saguão de entrada. Hagrid já estava à espera.

— Está bem, Hagrid! – exclamou Rony. – Imagino que você queira saber o que aconteceu naquela noite vinte e oito, é isso?

— Já soube de tudo. – retrucou Hagrid, abrindo a porta de entrada e levando-os para fora.

— Ah... – exclamou Rony, parecendo ligeiramente desconcertado.

A primeira coisa que viram ao entrar na cabana de Hagrid foi Bicuço estirado em cima da colcha de retalhos de Hagrid, as enormes asas fechadas junto ao corpo, apreciando um pratão de doninhas mortas junto com Madadh-allaidh. Ao desviar o olhar dessa visão repugnante, Harry viu um gigantesco traje peludo e uma medonha gravata amarela e laranja pendurados no alto da porta do armário.

— Para que é isso, Hagrid? – perguntou Harry.

— O caso de Bicuço contra a Comissão para Eliminação de Criaturas Perigosas. Nesta sexta-feira. Ele e eu vamos a Londres juntos. Reservei duas camas no Nôitibus...

Harry concordou e se sentou ao lado de Rony.

— O treinamento com Charles, Sam e Mione? Você se saiu bem? – perguntou Harry.

— Nós treinamos bastante, os três disseram que eu melhorei muito e que estou pronto. – respondeu Hagrid. – Na verdade, é sobre Mione que eu quero conversar com vocês. – disse ele mais sério que Harry e Rony já viram.

Hagrid serviu chá e ofereceu um prato de pãezinhos aos garotos, que tiveram o bom senso de não aceitar; tinham muita experiência com a culinária do guarda-caça.

— Que é que tem a Mione? – perguntou Rony.

— Ela está num estado de cortar o coração, é isso que tem. – respondeu Hagrid bravo. – Por sorte ela tem Sam e Gabriel para não ficar sozinha mas ela se culpa por ter afastado os dois de vocês também. Vocês estão separados um do outro e agora Mione se culpa por isso. Vocês são importantes para ela. E agora vocês pararam de falar com ela por causa do gato...

— Que atacou Perebas! – exclamou Rony zangado. – Eu vinha avisado ela sobre isso, pedi para ela deixar aquele gato longe do meu rato, que ensinasse a coisa a se comportar! Mas ela não quis ouvir por ser esperta demais para escutar um pedido de alguém.

— Eu entendo o seu ponto, Rony – disse Hagrid calmo. – Realmente entendo e ela já admitiu para mim, Charles, Sam e Gabriel que errou. Mas ainda sim, pensei que vocês valorizariam mais a amizade dela. Mas no primeiro erro que ela comete vocês se afastaram.
“Gabriel disse que ela tem chorado muito. Está passando por um mau momento. Abocanhou mais do que pode mastigar, se querem saber, todo o trabalho que está tentando fazer... Sam e Gabriel tem ajudado ela bastante, aré mesmo Charles também, mas com o N.O.M.S em cima dele, não pode ajudar muito. E ainda assim todos eles arrumaram tempo para me ajudar com isso tudo.
“Mas tenho que dizer Harry, essa é uma diferença que eu pensei que nunca iria presenciar entre você e sua irmã.”

— Qual diferença? – perguntou Harry baixinho, no fundo já sabendo qual era.

— Sua irmã nunca deixaria um amigo por um pequeno erro como esse – disse Hagrid seriamente para Harry que agora sentia como se tivesse levado um soco no peito.

Harry abaixou a cabeça e suspirou.

— Bem nervosa ela ficou, quando Black quase esfaqueou você, Rony. Ela tem o coração no lugar, a Mione. Ela pode não ter demonstrado para vocês mas eu bem vi, Charles, Sam e Gabriel consolando a coitada aqui na minha cabana – continuou Hagrid. – Voltem a falar com ela. Ela, Sam e Gabriel pertencem com vocês dois. Juntos.

Harry e Rony se olharam e permaneceram em silêncio.

Enfim, os três passaram o resto da visita discutindo a nova chance de Grifinória concorrer à Taça de Quadribol. Às nove horas, Hagrid acompanhou-os de volta ao castelo.

Quando eles foram comer, Harry observou Hermione e percebeu que o que Hagrid havia contado era verdade. A amiga parecia triste, mas ainda sorria e conversava tranquila com Sam e Gabriel. Mas de fato, Harry sentia falta deles ao lado, ouvir Gabriel zombando de algo, Sam comentando alguma coisa que leu no livro e Hermione repreendendo todos eles.

E observando bem sua amiga, ele pode perceber o quanto ela também parecia estar muito cansada, como se também estivesse estudando para as provas do quinto ano.

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Naquela noite, Harry foi se deitar com esses pensamentos na cabeça. Ele realmente deveria pedir desculpas para Hermione por ter se afastado dela. Hagrid tinha razão.

Não conseguindo dormir, ele se sentou e pegou a varinha.

Lumos.

Sua cortina estava aberta, e a de Rony também. A cama do amigo era de frente a dele, e nesse momento Rony dormia. Virou-se para criado mudo ao lado da sua cama e abriu a primeira gaveta. De lá, tirou um pergaminho, o abriu e apontou a varinha para o pergaminho:

— Eu juro solenemente não fazer nada de bom.

Logo o pergaminho começou a criar várias linhas e o nome dos fundadores do Mapa do Maroto apareceram. Ficou encarando os nomes “Moony” e “Prongs” e não pode evitar acariciar o local em que o apelido de seu pai estava escrito.

Abriu o Mapa, e como estava sem nenhum sono, começou a observar o movimento no castelo. Remus estava na sala, e de acordo com o mapa ele estava corrigindo lições, Dumbledore estava na própria sala andando em círculos, McGonagall vigiando o corredor do primeiro andar e...

— Ahn... aranhas! Aranhas! – Harry levantou a cabeça na direção da cama de Rony e viu que o amigo estava acordado e agoniado. – Aranhas... – ele olhou para Harry. – Elas querem me ver dançar! Eu não quero dançar!

Harry percebeu que Rony acabara de ter um pesadelo.

— Então diga para as aranhas que você não quer dançar. – respondeu calmo.

— Ah é, eu vou dizer, vou dizer... – então se deitou na cama novamente. – Vou dizer amanhã.

Em menos de minutos, Rony estava roncando novamente.

Harry riu baixo e voltou a olhar o Mapa. Viu Filch andando pelo corredor do saguão principal e de acordo com o Mapa, estava procurando varinhas perdidas.

Continuou olhando, e olhando até...

— Peter Pettrigrew. – Harry disse em voz baixa ao ver o nome de Pettigrew e o mesmo andando no corredor do quarto andar. Ele estava prestes a continuar olhando o mapa quando percebeu.

Peter Pettigrew....

“Nunca se via um sem os outros, não é mesmo? O número de vezes que os todos estiveram aqui, ah, me faziam rir o tempo todo. Um grupo incrível! Peter Pettigrew, Sirius Black, Brian Francis, Richard Lehnsherr, Remus Lupin e James Potter!”

As palavras de Madame Rosmerta surgiam em sua mente e do Ministro também

“Então Pettigrew fez menção de apanhar a varinha. Bem, naturalmente, Black foi mais rápido. Fez Pettigrew em pedacinhos...”

Se Pettigrew estava morto, então por que o Mapa estava dizendo que ele estava no quarto andar? Podia ser apenas um erro do Mapa, Harry podia deixar isso de lado mas, ele não estava com sono e realmente estava curioso então na hora se pôs de pé.

Olhou para Rony ainda roncando e decidiu não acordar o amigo. Colocou um tênis rapidamente e com a varinha e o Mapa na mão, saiu do dormitório e devagar, sem ser percebido pelos trolls de guarda, partiu em direção ao quarto andar, prestando atenção para não ser pego.

Todos os quadros daquele corredor estavam dormindo e roncando. Olhou para o mapa e viu que Pettigrew estava vindo na direção dele, estava chegando cada vez mais perto.

Ele franziu a testa e olhou para a frente novamente. A varinha iluminando o corredor, apontada na direção que o mapa dizia que Pettigrew estava mas não havia ninguém. Mas mesmo não vendo ninguém, ele realmente sentia que tinha alguém ali, perto dele e por isso estava começando a se sentir nervoso e com uma pontada de medo batendo no peito.

Pettigrew estava cada vez mais se aproximando e se aproximando mas Harry não via ninguém na frente dele. Olhou para trás e para frente sem saber ao certo o que fazer e quando olhou para o mapa novamente, viu que Pettigrew havia passado por ele e já estava virando a esquina do corredor.

Respirando e expirando devagar para se acalmar, Harry percebeu com o coração na boca que Snape estava se aproximando muito rápido na esquina daquele mesmo corredor que ele estava. E infelizmente, o mapa estava correto pois ele podia ver Snape se aproximando quando olhou para frente e rapidamente disse:

— Mal feito, feito! – scondeu o mapa no bolso. – Nox!

Quando pensou em correr, sentiu a mão de Snape segurar sua roupa e então a varinha do diretor da Sonserina, iluminou o ambiente.

— Potter – disse Snape abrindo um sorriso vitorioso. – O que está fazendo andando nos corredores a está hora?

— Eu sou sonâmbulo – respondeu Harry com a primeira coisa que veio na cabeça.

— Extraordinário como se parece com seu pai, Potter. Ele também era profundamente arrogante – disse Snape agora fazendo um careta. – Andando em perdigado.

— Meu pai não era assim. E eu também não sou. – retrucou Harry ficando irritado. – Agora se não se importa, eu agradeceria se tirasse a sua varinha da minha cara.

Snape por sua vez ergueu uma sobrancelha.

— Venha comigo, Potter – disse Snape.

Harry o acompanhou até o andar de baixo, tentando limpar as mãos que estavam molhadas de suor, no avesso das vestes, sem que Snape notasse. Dali desceram masmorras e à sala de Snape.

O garoto só estivera ali antes uma vez e fora também por um problema muito sério. Desde então Snape adquirira mais umas coisas horríveis e viscosas conservadas em frascos, todos arrumados nas prateleiras atrás de sua escrivaninha, refletindo as chamas da lareira e contribuindo ainda mais para tornar a atmosfera ameaçadora.

— Agora, Potter, esvazie os bolsos – disse o diretor com um certo ar de triunfo na voz.

— Perdão?

— Esvazie os bolso.

— O senhor me trouxe até aqui para esvaziar os meus bolsos? – respondeu Harry sentindo o coração bater forte. – Muito bem, então.

Ele tirou o mapa que agora apenas parecia um pergaminho velho.

— Que é isso? – perguntou Snape.

— Um pedaço de pergaminho.

— Oh, é mesmo? E por que você estava andando com esse pedaço inútil de pergaminho em seus bolsos nessa hora da noite? – perguntou Snape e Harry não soube como responder.

Snape sorriu perante o silêncio do garoto. E Harry achou a cena horrível.

— Bem, bem. Abra-o. – ordenou.

Harry abriu o pergaminho e Snape apontou a varinha na direção e disse:

— Revele o seu segredo! – disse, tocando o pergaminho com a varinha.

Nada aconteceu.

Mostre-se!— ordenou Snape, dando uma batida forte no mapa.

O mapa continuou em branco. Harry inspirou profundamente para se acalmar.

— Eu, Severus Snape, professor desta escola, ordena que você revele a informação que está ocultando! – ordenou ele, batendo no mapa com a varinha.

Como se uma mão invisível estivesse escrevendo, começaram a surgir palavras na superfície lisa do mapa.

— Leia! – ordenou Snape para Harry.

Harry olhou para o que estava escrito e quase gargalhou naquele momento. Prendendo o riso na garganta, ele olhou para Snape.

— O senhor não quer que eu leia isso, professor – tentou avisar.

— Eu ordenei você para ler então leia! – retrucou Snape irritado.

— Muito bem.

“O Sr. Moony apresenta seus cumprimentos ao Prof. Snape e pede que ele não meta seu nariz anormalmente grande no que não é de sua conta”

Snape congelou.

“O Sr. Prongs concorda com o Sr. Moony e gostaria de acrescentar que o Prof. Snape é um safado mal acabado”

Harry realmente queria dar um abraço em Remus e em seu pai. Mas realmente teria sido muito engraçado se a situação não fosse tão grave.

“O Sr. Padfoot gostaria de deixar registrado o seu espanto de que um idiota desse calibre tenha chegado a professor”

Ele não sabia quem era esse tal Padfoot mas Harry também queria abraçar ele.

“O Sr. Wormtail deseja ao Prof. Snape um bom dia e aconselha a esse seboso que lave os cabelos”

E aquele último era o seu comentário favorito.

Terminando de ler a última mensagem, Harry olhou para o diretor da Sonserina e viu que o mesmo estava bem nervoso.

— Eu tentei avisar – disse Harry sério mas por dentro, estava realmente rindo.

Então sem dizer nada, o professor foi até a lareira, agarrou um punhado de pó brilhante e atirouo nas chamas com raiva.

— Lupin! – gritou Snape para o fogo. – Quero dar uma palavrinha com você!

Absolutamente perplexo, Harry olhou para o fogo. Surgiu uma sombra enorme que rodopiava muito depressa. Segundos depois, o Remus saía da lareira, sacudindo as cinzas do sobretudo preto que usava.

— Você me chamou, Severus? – perguntou Remus tranquilamente e então notou Harry ali, franziu a testa. – Harry?

— Claro que chamei. – retrucou Snape, o rosto contorcido de fúria ao voltar para sua escrivaninha. – Acabei de pedir a Potter para esvaziar os bolsos. Ele trazia isto com ele.

Snape apontou para o pergaminho que estava na mão de Harry. As palavras ainda estavam bem vivas no pergamino. Remus olhou para o pergaminho, depois para Harry, obviamente ele reconheceu o pergaminho mas não deixou isso transparecer em sua expressão.

— ... Certo, e daí? – perguntou Remus voltando a olhar para Snape. – Francamente Severus, não me diga que você me chamou aqui por causa de um pergaminho.

— Na verdade, chamei sim por causa de um pergaminho. – retrucou Snape mais irritado.

Remus suspirou e olhou novamente para o mapa. Harry teve a impressão de que ele estava avaliando a situação muito rapidamente.

— E então? – insistiu Snape. – Este pergaminho obviamente está repleto de magia negra. Pelo visto isto é a sua especialidade, Lupin. Onde você acha que Potter arranjou uma coisa dessas?

— E então eu acho que a mordida de Castiel na sua bunda te deixou paranóico – Harry escutou Remus murmurar bem baixo e começou a tossir para esconder a risada.

— O que?! – rosnou Snape.

Remus ergueu a cabeça e, com um levíssimo relanceio na direção de Harry, alertou-o para não interrompê-lo.

— Repleto de magia negra? – repetiu Remus. – É isso mesmo que você acha, Severus? A mim parece apenas um mero pedaço de pergaminho que insulta quem o lê. Infantil, mas com certeza nada perigoso. Imagino que Sophie tenha lhe dado, certo Harry?

— Sim.

— Imaginei, deve ser produto das Zonko's. – disse Remus pegando o pergaminho e lendo o que estava escrito. – Ah, certo, agora entendi. Você se sente ofendido por ter caído nisso, certo? – perguntou para Snape e não lhe deu uma chance de responder. –  Certo, vou lhe fazer um favor.

Dito isso ele pegou a varinha apontou para o mapa.

— Eu, Remus Lupin, professor desta escola, peço para que você revele as suas informações. – pediu Remus com calma e logo as ofensas contra Snape se apagaram e novas palavras apareceram. – Hum... acho que você não pediu educadamente, Severus.

Entregou o mapa para Harry e o mesmo leu o que estava escrito:

“Eu... Espera... O que?! Você é o que de Hogwarts?! Ele realmente lançou essa bomba na minha cara e foi embora?!”

Harry sorriu com o claro choque que o jovem Sr. Moony se encontrava.

“Olá senhor Remus, gostaria de dizer que eu, sr. Prongs fico muito feliz em saber que uma pessoa tão educada e maravilhosa tenha se tornado professor! Com certeza muito melhor que aquele seboso safado!”

Pelo menos dessa vez, Harry não estava lendo em voz alta.

“Eu, o Sr. Padfoot fico muito satisfeito com um professor tão incrível e sábio como o professor Remus em Hogwarts. Contaria todos os segredos que ele deseja, principalmente aqueles para chegar no meu coração”

“Oh!, eu, sr. Wormtail fico feliz que Hogwarts tenha um professor tão ótimo como o sr. Remus. Muito melhor do que aquele seboso! Estou muito orgulhoso!”

— Mas de qualquer forma, irei investigar o pergaminho, já que é.. como você disse mesmo? Ah sim, a minha especialidade. – disse Remus colocando os braços no ombro de Harry. – Vamos Harry, irei te levar para o dormitório. Professor, boa noite.

Então ambos saíram.

Remus não o levou para o dormitório. Eles foram direto para a sala do padrinho e assim que chegaram lá, Remus olhou para ele sério.

— O que raios você pensa que estava fazendo? – perguntou Remus impaciente. – Sair nessa hora da noite, com o Mapa em mãos...

— Desculpa, Moon – disse Harry baixando a cabeça.

— Olha, eu realmente não ligo para você saindo pelos corredores durante a noite. Sophie faz isso o tempo todo então não faz sentindo para mim te dar um sermão. – continuou Remus revirando os olhos e batendo levemente nos braços do garoto. – Mas tome mais cuidado. Se Snape não tivesse me chamado, ele provavelmente iria te proibir de jogar no último jogo contra Sonserina.

Com isso Harry tinha que concordar.

— Por que você saiu nesse horário de qualquer maneira? – perguntou Remus se sentando em uma das mesas e cruzando os braços.

— É que eu vi um nome no mapa que me chamou atenção. – respondeu Harry olhando para o mapa que estava na mão. – Mas aparentemente esse seu mapa comete erros.

— Impossível. – retrucou Remus de uma forma um tanto pomposa. – Eu, seu pai mais outros dois alunos, o sr. Padfoot e o sr. Wormtail fizemos ele sem nenhum erro. – ele parecia orgulhoso disso. – Que nome você viu?

— O nome de alguém que sei que está morto. – respondeu Harry entregando o pergaminho para Remus. – Peter Pettigrew.

Assim que ele disse o nome, ele viu uma expressão estranha e reservada aparecer no rosto do padrinho.

— Tem certeza que viu esse nome? – perguntou Remus.

— Foi o que eu vi, certeza. – respondeu.

— Certo. Você se importa se eu ficar com o Mapa por um tempo? – perguntou ele. – Depois eu te devolvo.

— Claro. – concordou Harry. – É melhor eu ir deitar. Boa noite, Remus.

— Boa noite – desejou Remus largando o mapa em cima da mesa e bagunçando o cabelo de Harry. – E nada de mudar o caminho. Se fizer isso, eu vou saber. – brincou.

Harry sorriu e saiu da sala de Remus.


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