TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 65
Capítulo 65 — Criar Sua Própria Ação




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06 de Novembro de 1977, na colina em Hogsmeade.

Richard Lehnsherr e Brian Francis estavam sentados no topo daquela colina que lhes dava uma ótima vista de toda Hogsmeade e até mesmo da Casa dos Gritos e Hogwarts. Estava de noite, e eles haviam escapado do castelo para aquele canto, um canto em que os dois sempre iam quando sentiam que precisavam de um tempo da realidade. E lá estavam eles, ambos estavam sentados e escorados um no outro e observavam o céu.

— Você acredita em estrelas cadentes realizando desejos? – perguntou Richard de repente observando uma passar por suas cabeças.

— Sim – respondeu Brian calmamente deitando a cabeça no ombro do alemão. – Teve um momento em que não, apenas pensava nelas de uma maneira científica. Mas hoje em dia, sim, acredito.

Richard franziu a testa em curiosidade e olhou de canto para o melhor amigo.

— O que te fez mudar de ideia? – perguntou baixinho.

Brian bocejou e fechou os olhos enquanto respondia a pergunta.

— Bem, antes de você aparecer na minha vida eu era bem sozinho. Você já, eu sofria bastante nas mãos dos valentões e teria sofrido mais se não fosse por você. – disse Brian lentamente. – Uma noite, aqui mesmo no castelo, eu estava todo machucado, Marko tinha pegado pesado comigo mais cedo naquele dia. Eu nem fui almoçar naquele dia, da enfermaria, direto pro quarto... Chorei e chorei, eu estava bem cansado, sabe?
“Então olhe para o céu. Estava uma noite tão brilhante de estrelas quanto essa. Então eu vi, essa estrela se mexendo em uma velocidade enorme, atravessando os céus e indo para longe. E resolvi arriscar. Fiz o pedido. E não muito tempo depois... Ele se realizou.”

Richard passou o braço ao redor do corpo de Brian e o abraçou. E apesar de já ter uma ideia de qual havia sido o pedido que o seu pequeno Francis havia feito, ele ainda perguntou:

— E que pedido foi esse? – perguntou olhando para a vista de Hogsmeade.

Brian sorriu suavemente e suspirou começando a sentir o sono chegar.

— Eu pedi para uma estrela cadente me dar um irmão. Minha outra metade que eu sabia que estaria sempre ali para mim e eu estaria sempre ali para ele. Alguém a quem eu confiaria à minha vida. E então, uns dias depois, você apareceu.

Richard sorriu com carinho para Brian e tornou a olhar para o céu estrelado.

— Acha... Acha que temos chance? – ele escutou a voz de Brian perguntar baixinho.

— Chance do que?

— Sobreviver essa guerra contra Voldemort? Quero dizer... Você viu o que o Profeta Diário vem dizendo e o que os professores também andando falando. Semana passada eu tava ajudando a McGonnagal e então ela me olhou e começou a chorar. Diz que tem medo do que pode vir daqui pra frente com todos nós alunos que estamos saindo – disse Brian, sua voz estava fraca, um tanto falha como se estivesse segurando o próprio choro. – Isso me fez pensar, se teremos chance de sair vivo disso tudo.

Richard engoliu em seco e passou a mão pelo rosto e coçando a barba que já estava crescendo. Ele estaria mentindo se dissesse que não estava com medo, que não estava passando noites em claro pensando no que estava por vir com o fim dos anos em Hogwarts.

— Acho... – começou ele e então suspirou. – Que essa é uma pergunta que não sou capaz de responder. Pelo menos não agora. Talvez eu consiga, alguns anos a frente ou, talvez nunca.

Brian concordou com a cabeça e também suspirou, olhando para as próprias mãos que estavam abertas em seu colo. Richard então, nunca gostando de ver seu melhor amigo com medo ou se sentindo solitário, pegou a mão dele e segurou com força, e tentando transmitir o máximo de segurança que podia ele disse:

— Mas uma posso eu posso te garantir, pequeno Francis – Brian olhou para ele, seus olhos azuis brilhando em esperança. – Não importa o que aconteça, eu vou estar do seu lado. Sempre.

Brian sorriu e acentiu com a cabeça antes de tornar a deitar a cabeça no ombro de Richard. Sua mão não largando à do alemão. E sorrindo com carinho para o Francis, Richard jurou silenciosamente que o protegeria até o fim.

Schlaf, Bruder, ich werde mich hier um dich kümmern. Genau wie es die Sterne interessieren werden.— sussurrou Richard tornando a olhar para as estrelas. – O Universo cuida de todos nós.

 

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13 de Fevereiro de 1994, Hogwarts.


Harry estava voltando para a sala comunal da Grifinória depois de mais um treino com o feitiço do patrono com Remus. Ele estava evoluindo bastante com o feitiço, não tão forte e potente como foi o caso com a Sophie, mas ainda sim, estava num nível que deixava Remus bem orgulhoso. E com seu padrinho orgulho, ele próprio ficava orgulhoso de seu caminho.

No caminho para a sala comunal ele trombou com Charles e Erik que também estavam indo para lá para se encontrar com Sophie, Castiel, Teresa e Dean. 

— Oi, casal – brincou Harry sorrindo para os dois. Charles lhe deu um sorriso enorme e Erik um calmo. – Como estão indo com os estudos?

— Demos uma acalmada por uns três dias – respondeu Charles enquanto carregada Baguera no colo. – Castiel tava começando a entrar em colapso. E ele se recusa a enlouquecer primeiro.

— Sinceramente, eu aposto que vai ser em Março – cantarolou Erik calmo.

— Querido, é feio fazer esse tipo de aposta sobre o nosso amigo – retrucou Charles batendo levemente no braço de Erik.

— Verdade – concordou Harry.

— Aposto dez galeões – retornou o alemão ainda num tom calmo.

— Fechado. – disseram o Francis e o Potter ao mesmo tempo rindo. – Mas então Harry, como está indo no treino com o patrono? – perguntou Charles e então colocou o cachorro preto no chão que começou a correr em volta feliz.

— Sinceramente está sendo um tanto cansativo – respondeu ele. – Mas foi algo que o Remus tinha avisado, desgasta a energia.

— Não vejo a hora de for a nossa vez em aprender – disse Charles. – Remus disse que vai ser em Abril, e que ele quer que todes nós já começamos a se preparar.

Harry concordou e franziu a testa. Havia uma pergunta que ele queria ter feito para Remus naquele dia mais cedo mas havia decidido deixar para lá, porém agora ele estava curioso, e sendo que os dois alunos do seu lado estavam aprendendo sobre os dementadores...

— Gente... O Remus já chegou a falar sobre o que é que tem por baixo do capuz do dementador? – perguntou ele para os dois mais velhos.

Erik franziu a testa pensativo e Charles cantarolou concordando.

— Hummm... Bem, as únicas pessoas que realmente sabem não estão em condições de nos responder. – disse Charles calmo. – Remus contou que, o dementador tira o capuz somente para usar sua última arma, a pior.

— Que é qual?

— O Beijo do Dementador – respondeu Erik revirando os olhos. – É um nome tonto mas é o único que pensaram para. Enfim, o beijo é o que os dementadores dão naqueles que eles querem destruir completamente. Suponho que devam ter algum tipo de boca sob o capuz, porque ferram as mandíbulas na boca da vítima... E sugam sua alma.

Harry arregalou os olhos e de tão surpreso que havia ficado, acabou tropeçando e quase caindo de cara, porém Charles o segurou.

— Quê... Eles matam...?!

— Ah, não – continuou Erik num tom sombrio. – Fazem muito pior. A pessoa pode viver sem alma, sabe, desde que o cérebro e o coração continuem trabalhando. Mas perde a consciência do eu, a memória... Tudo. Não tem chance alguma de se recuperar. Apenas... Existe. Como uma concha vazia. E a alma fica para sempre... Perdida.

Charles suspirou triste e se aproximou mais de Erik que o abraçou mais forte.

— É o destino que espera Sirius Black. Li no Profeta Diário hoje de manhã, o ministro deu aos dementadores permissão para fazerem isso se o encontrarem. – terminou Erik num tom baixo.

Harry sentiu um arrepio e medo em pensar em alguém tendo a alma sugada, vagando pelo mundo sem alma nenhuma, não vivendo, não sabendo mais o que é viver ou sentindo vontades. Apenas ali. Sem nenhum propósito. Mas então pensou em Black.

— Ele merece – disse ele de repente.

— Você acha? – perguntou Charles sem pensar muito. – Você acha mesmo que alguém merece isso?

— Graças à ele, mamãe e papai estão mortos – respondeu Harry olhando para os amigos. – Vocês não iriam querer vingança?

— A vingança nunca trouxe bem para ninguém, Harry. – disse Erik sério e firme. – E acredito que ninguém merece viver sem sua própria alma. Mas eu não culpo você por esse sentimento porque é realmente injusto que ele tenha passado, que tantos tenham passado mais tempo com seus pais do que você e Sophie.

Harry ficou em silêncio digerindo aquilo que lhe foi dito e aos poucos a parte vingativa dela foi se acalmando. Charles tocou em seu ombro e lhe deu um aperto leve.

— Não vale a pena, Harry. Toda essa raiva... Acredite em mim, meu amigo, carregar essa raiva toda só vai te machucar. – disse o Francis.

E assim eles seguiram caminho e quando entraram no corredor para a Torre da Grifinória, viram Neville Longbottom insistindo com Sir Cadogan, que aparentemente se recusava a deixá-lo entrar.

— Eu anotei! – dizia Neville com voz de choro. – Mas devo ter deixado cair em algum lugar!

— Vou mesmo acreditar! – bradou Sir Cadogan. Depois, avistando Harry, Charles e Erik. – Boa noite, meus valentes soldados! Venham meter este louco a ferros. Ele está tentando entrar à força nas câmaras interiores!

— Ah, cala a boca – retrucou Harry quando ele e Harry emparelharam com Neville.

— Perdi a senha! – contou o garoto, infeliz. – Fiz Sir Cadogan me dizer quais eram as senhas que ia usar esta semana, porque ele não pára de mudar e agora não sei o que fiz com elas!

— Odsbôdiquins. – disse Harry a Sir Cadogan, que ficou desapontadíssimo e, com relutância, girou o quadro para a frente para deixá-los entrar na sala comunal.

— Obrigado – disse Neville. – Eu realmente preciso achar aquele papel, até mais.

Os três se entreolharam e ali se despediram, os dois mais velhos indo até alguns do grupo que estavam ali – Baguera pulando nas costas de Aslan que dormia no pé de Sophie –, e Harry indo até Mione, Sam, Rony e Gabriel que estava em um canto da sala com vários livros em volta.

— São as lições de casa da biruta, aqui – respondeu Gabriel apontando para Hermione após Harry perguntar o que era aquilo tudo de livro.

— E alguns são sobre o caso do Bicuço – disse Hermione apontando para uma pilha de livros fechados. – Vou ver com Charles e Sam mais tarde.

— Como raios você está fazendo isso?! – exclamou Rony abismado. – Digo, você parece uma aluna do quinto ano se preparando para os N.O.M.S.

— Eu sei... – resmungou Mione parecendo muito cansada. – Mas eu tenho que terminar pelo menos a metade hoje, amanhã iremos com Charles lá para o Hagrid.

— Ele está melhorando? – perguntou Harry. – Acabei esquecendo de perguntar para o Charls no caminho pra cá.

— Sim. Charles acredita com todas as esperanças que ele irá conseguir vencer. – disse Sam lendo um livro.

— Podemos dar uma passada lá amanhã, o que acha? – perguntou Rony. – Para ajudar...

— Seria muito bom! Hagrid iria gostar. – disse ela sorrindo.

Rony também sorriu e saiu para o dormitório.

— Você sabe, trancar algumas matérias não seria tão ruim, Mione. – comentou Harry devagar para a amiga. – Quero dizer, você está com uma cara horrível e claramente muito cansada.

— Eu não posso, Harry – disse ela tristemente. – Eu preciso fazer isso.

— Por que? – perguntou Gabriel agora olhando preocupado para a amiga. – O que quer provar com isso tudo?

A resposta eles nunca souberam, pois naquele momento um grito estrangulado ecoou pela escada do dormitório dos meninos. Todos na sala se calaram e olharam petrificados para a subida. E então Bichento saiu correndo escada abaixo com algo na boca e um Rony enfurecido logo atrás.

— SEGUREM ESSA FERA! – gritava o Weasley. – ELE PEGOU O PEREBAS! ELE PEGOU MEU RATO!

Na mesma hora Harry viu Sophie dar um pulo da cadeira parecendo assustada e então Aslan, que estava deitado sob seus pés também se levantou e num salto felino ágil conseguiu parar bem em frente ao Bichento. Na mesma hora o gato parou e perante o olhar do leão, Bichento se abaixou e então colocou Perabas no chão. Todos estavam paralisados com aquilo tudo mas assim que o corpinho do Perabas caiu no chão, Sophie saiu correndo e o pegou.

Aslan rosnou na direção de Bichento e o mesmo miou antes de sair correndo e pular no colo de Hermione que se encolheu.

Sophie pegou Perebas com cuidado observando o estado dele com preocupação, ela pode ver que tinha conseguido um arranhão feio e estava sangrando bastante. Ela olhou para o grupo e então para Rony que a olhava preocupado com medo de saber se o rato estava vivo ou não.

— Eu tenho que levar ele para a Madame Pomfrey – disse ela e Rony concordou rapidamente ainda um tanto assustado.

Sophie acenou para os amigos que logo estavam atrás dela enquanto corriam para a Ala Hospitalar.

— Rony... – começou Hermione mas Rony apenas olhou para ela friamente.

— Eu disse que essa coisa estava atrás do Perebas! Eu disse! – disse ele, sua voz aumentando de tom a cada palavra. – MAS VOCÊ DEIXOU ELE SER LIVRE MESMO ASSIM NÃO É?

— Rony... Me desculpa...

— Rony, se acalma... – Harry tentou dizer mas o ruivo o cortou.

— SE O PEREBAS MORRER A CULPA É SUA!

Hermione arregalou os olhos com uma expressão de total perplexidade. Harry e Sam abaixaram a cabeça, mesmo Gabriel ficou em silêncio. Rony então correu para o andar de cima e aos poucos as conversas tornaram a rolar na sala.

 

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No fim, para alívio de Sophie, a ferida que Peter recebeu havia sido fácil de curar e ele iria sobreviver. Rony também ficou bastante aliviado e concordou rapidamente com a ideia da Potter de deixar Perebas ficar no dormitório dela ou em seu bolso.

Foi naquela mesma noite do ataque, depois que Sophie deixou Peter dormindo em sua cama, que ela falou com Erik.

— Vamos conversar com Sirius amanhã – disse ela. – Acho que já ta na hora da gente falar sobre essa vingança com ele...

— Por que agora? – perguntou Erik confuso.

— Eu quero estar errada mas... Acho que o Bichento perseguindo o Peter tem dedo do Sirius nisso.

 

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— Então, você é o famosos Erik Lehnsherr – disse Sirius olhando para o garoto alemão em sua frente. – Você me lembra um pouco o seu pai e a sua mãe... Eu não disse que não era para contar sobre mim para ninguém? – ele se virou para Sophie que estava olhando para a vista da janela que lhe mostrava Hogsmeade.

— Sim, mas eu nunca fui uma pessoa que obedece os outros – Só o Remus.

— Claro que só o Remus – resmungou Sirius revirando os olhos. – Bem, qual o motivo da visita? Você disse que estaria ocupada essa semana.

— E eu estou ocupada essa semana, eu e ele – disse Sophie se virando para Sirius e apontando para Erik que estava encostado na parede com uma expressão calma no rosto. – Porém algo tem me chamado atenção ultimamente e tem me incomodado.

— E o que é? Tem haver com o rato?

— Sim, tem haver com Peter. E com o gato da Hermione – disse ela cruzando os braços. – Bichento. Gato laranja e gordo, e o rosto amassado.

O pequeno sorriso surgindo no canto da boca de Sirius foi resposta suficiente para Sophie e ela sentiu sua raiva começando a crescer, algo estava iniciando um incêndio dela e com isso aos poucos ela estava sentindo sua mão tremer e seu coração acelerar. A última vez que havia sentido aquilo foi no quarto do afilhado de Dumbledore á dois anos atrás.

— E algo me diz que você está por trás dessa perseguição do Bichento contra o Peter. – terminou Sophie. – Então me diga, Sirius, como você conhece o gato da Hermione.

— Sinceramente foi ele que me encontrou – retrucou Sirius dando de ombros e ainda sorrindo. – Ele percebeu na hora o que eu era assim como também percebeu o que o rato era. Expliquei minha situação para ele e Bichento, esse é o nome do gato? Bem, Bichento concordou em pegar o rato pra mim.

Sophie respirou fundo tentando ao máximo manter a calma apesar de sentir que aquele sentimento estava crescendo e crescendo. Mas com o que Sirius havia dito, ela conseguia ver algo com mais clareza sobre ontem. Bichento pegou Peter mas não o comeu ou o feriu de uma maneira mortal. Bichento só machucou Peter de leve e pretendia levá-lo para Sirius.

— Então você e o gato da Hermione se tornaram melhores amigos e planejam um assassinato juntos? – perguntou Erik, para Sirius, seu tom de voz estava calmo e sem emoção, mas para Sophie que o conhecia tão bem, a ironia estava clara.

Sirius sorriu.

— É uma ótima vantagem! Que predador melhor do que um gato que ama pegar um rato?! É perfeito! Logo, terei Peter Pettigrew em minhas mãos!

Sophie passou as mãos no rosto e tentou uma última vez dizer algo com calma. O fato era que, desde do início, aquela era uma batalha perdida. Tanto para se manter calma quanto para fazer Sirius entender o quão errado aquela vingança era.

— Você realmente quer continuar com isso? O que isso vai te trazer, Sirius? – perguntou Sophie. – Com Peter morto, só deixará mais difícil, impossível até, de provar sua inocência. Principalmente agora que Harry sabe sobre você.

— Exatamente por isso que eu devo matá-lo – retrucou Sirius com força. – Graças a aquele rato, Harry me odeia, o mundo bruxo tem medo de mim, meus amigos, seus pais estão mortos. Ele é a razão de tudo de ruim ter acontecido na nossa vida!

E Sophie explodiu.

— Não, Sirius! Ele não é a razão de tudo de ruim ter acontecido na nossa vida! Voldemort! Esse sim é o responsável por cada perda, cada dor, cada morte que aconteceu em nossas vidas! – gritou Sophie, sua voz cheia de raiva e desespero, e seu corpo estava tremendo por completo, assim como seu coração estava entrando em um ritmo acelerado. – PETER FOI SÓ MAIS UM QUE PERDEU TANTO NISSO TUDO QUE NÃO VIU OUTRA SAÍDA! E PARA DE COLOCAR MEUS PAIS NO MEIO DA SUA CRUZADA! REMUS TAMBÉM PERDEU A MAMÃE, SUA IRMÃ DE ALMA, E AO CONTRÁRIO DE VOCÊ, ELE PERMANECEU DO MEU LADO AO INVÉS DE PENSAR EM UMA VINGANÇA QUE SÓ VAI DESTRUIR MAIS AINDA O QUE VOLDEMORT JÁ DESTRUIU!

Sirius deu um passo para trás, seu rosto estava em completo choque, espantado com aquela explosão que estava presenciando. E Erik, por sua vez, estava com os olhos fechados tentando manter-se calmo e transmitir essa mesma calma para Sophie, porém toda aquela onde de sentimentos estava muito maior, mais forte. Era como uma leoa enjaulada e machucada lutando para ser livre.

— Você sabe o quanto isso está machucando Remus? O fato de você estar aqui e não ir até ele, não se encontrar com ele! Ele está triste com isso! Triste com Harry te odiando, triste por achar que você não confia nele! – continuou Sophie apontando para o padrinho.

— Eu confio nele!

— Então por que infernos você não pede para se encontrar com ele? Por que você não deixa ele ajudar? – perguntou Sophie irritada. – Dói em mim mentir para ele!

— Eu não pedi para você mentir por mim! – retrucou Sirius irritado e em voz alta. – Você que se voluntariou para ajudar!

A expressão magoada que passou no rosto da Potter foi vista e sentida apenas por Erik. Sophie fechou os punhos e os olhos, respirou fundo e disse entre os dentes:

— Sim, Sirius. Eu te ajudei, porque você é a minha família! Assim como Harry, assim como Remus! Eu escolhi te ajudar porque vi que era importante para você, mas eu também quero que você entenda que essa vingança não vai levar a nenhum lugar! O que você vai fazer quando matar Pettigrew? Se esconder? Viver comigo e com Remus escondido no largo? E Harry? O que vai dizer para ele? Ele te odeia agora, e o único jeito dele não te odiar seria ele vendo com os próprios olhos Pettigrew vivo! VIVO! Não morto! Dumbledore concorda, Erik concorda e se Remus estivesse aqui, também concordaria comigo! A MORTE DE PETTIGREW NÃO VAI FAZER DIFERENÇA PARA NINGUÉM!

— VAI FAZER PARA MIM! – retrucou Sirius. – NADA MAIS IMPORTA AGORA! OS SEUS PAIS...

— MEUS PAIS ESTÃO MORTOS, SIRIUS! ELES NÃO VÃO VOLTAR A VIVER, PETTIGREW VIVO OU MORTO! – gritou Sophie com os olhos se enchendo de água. – O Ministério quer você morto e se os dementadores te encontrarem, irão lhe dar aquele maldito beijo! Você sabe o que isso significa? Significa mais que a sua morte! Significa o fim da sua existência! Algo vazio, perdido para longe do Universo, para longe do Tempo! Significa que mais uma vez irei te perder, mais uma vez Remus vai te perder, que Harry não vai ter nem a chance de te conhecer. Tudo porque você foi egoísta demais e horrível.

Sirius ficou em silêncio, sem saber o que dizer. Sophie ainda segurando as lágrimas, olhou diretamente nos olhos do padrinho e disse:

— Sirius, quando você vai perceber que o que falta no restante da minha família é você?

E sentindo o choro explodir por sua garganta ao mesmo tempo com um grito vindo, Sophie pegou um copo na mesa e com força jogou ele contra a parede soltando um grito angustiado antes de correr para o mais longe que podia daquele lugar. O mais longe que podia de Sirius.

 

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— Droga – Erik escutou Sirius dizer enquanto se sentava no chão. – Eu não entendo porque ela está desse jeito... No começo ela havia dito que ia ajudar.

Erik olhou para Sirius. Uma parte dele sentia pena do homem na sua frente mas a outra parte, aquela que protegia Sophie mais que qualquer outro, aquela parte estava impiedosa naquele momento.

— Você saberia que ela nunca concordou de fato com isso, se tivesse escolhido ficar com ela e Remus naquele dia em que foi atrás de vingança – disse Erik pela primeira vez para o Black. – Você escolheu ir. E esse foi o seu destino. E agora você está escolhendo a vingança novamente ao invés daqueles que lhe restam. Me pergunto onde isso vai te levar agora.

E sem deixar que o Black respondesse, Erik saiu correndo atrás de Sophie pois sabia que ela precisava dele mais do que nunca naquele momento. Já fora do Salgueiro Lutador, ele olhou em volta e não encontrou Sophie por perto. Olhou para o chão que estava úmido pela chuva que havia tido mais cedo naquele dia, e viu que havia pegadas que ele logo supôs serem da ruiva. E ia em direção a floresta proibida. Seguindo, ele adentrou a floresta, seguiu e seguiu as pegadas até encontrar a amiga sentada na terra em frente ao lago.

— É a primeira vez que presencio você explodir – disse ele calmo, logo atrás dela. Sophie virou um pouco o rosto na direção dele e voltou à olhar o lago.

— Não é uma visão que eu goste que os outros tenham de mim – sussurrou Sophie num tom envergonhado. – Me desculpe por ter presenciado.

Erik olhou para ela com carinho e foi para o lado dela.

— Posso me sentar com você?

— Por favor.

E assim ele se sentou ao lado dela, descansando os preços nos joelhos e também olhando para o lago.

— Não precisa se desculpar – ele disse baixo. – Você passou por muito, teve que aguentar muito e está aguentando muito agora. Eu ficaria surpreso que você não explodisse ao menos uma vez este ano com tudo isso com o Sirius e Peter.

Sophie bufou e sorriu de lado ainda com os olhos focados no lago.

— Ainda sim... Esses... Esses ataques de raiva... Essa... Coisa dentro de mim – disse Sophie franzindo a testa. – Eu pensei que depois da minha conversa com Dumbledore no meu terceiro ano, eu não iria passar por isso de novo. Mas passei. Aconteceu. – ela olhou para as próprias mãos, as abrindo e as fechando várias vezes. – É tão assustador... Tantos pensamentos passavam por mim nessas horas... Vontade de quebrar tudo, de... Tanta coisa ruim. É a segunda vez que passo por isso e eu não quero passar de novo mas parece que estou destinada à situações que me levem a isto. O que eu faço, Erik? Dumbledore diz que eu devo me permitir sentir, entender... Mas eu sinto e eu entendo... Mas nessas horas, eu sinto medo de mim mesma.

Sophie então olhou para Erik, seus olhos cheios de lágrimas não caídas e o Lehnsherr não perdeu tempo em puxar o corpo dela para mais próximo, colocando seus braços ao redor dela e permitindo que ela se deixasse cair sob seu peito. Ele deu um beijo suave em seus cabelos.

— Como você consegue? – perguntou Sophie baixinho, sua voz fraca e falha. – Como consegue ser tão... calmo?

Erik ficou em silêncio por um tempo quando soltou um suspiro e disse:

— Quando o meu papa morreu na primeira guerra bruxa, eu tinha um ano. Eu não me lembro dele ou da voz dele... tem fotos mas, você sabe, não é a mesma coisa. – contou Erik calmamente. – Mama, hoje em dia, fala muito dele, de como eu sou parecido com ele... enfim, a morte dele foi algo muito doloroso para minha mãe e ela entrou em depressão por causa disso. Hoje em dia ela fala do papa, mas antes, a mera menção do nome dele fazia ela entrar em um surto horrível.
“A depressão atacou ela com tanta força e eu ainda era uma criança de dois anos. Eu... Eu tive que crescer muito rápido, Sophie. Tive crescer muito rápido para cuidar dela, para ajudá-la, para fazer ela ver a vida de uma maneira melhor.
“Teve vários momentos em que eu precisava ser paciente com ela, vários momentos em que eu precisava apenas... ser calmo. Mesmo eu gritando por dentro, mesmo eu pedindo por um pouco de carinho... eu tinha que ser o mais forte ali.
“E eu fui, e eu sou até hoje. Teve vários momentos da minha vida em que eu precisava da minha mãe mas ela não podia me ajudar e então eu tive que aprender sozinho. Eu me ajudei. Eu me amei.
“Não pense que eu culpo a minha mãe, eu amo ela com tudo que existe em mim. Ela é o meu maior tesouro e graças a Deus ela está melhor mas ainda sim... eu já tenho 15 anos e vou fazer 16... logo serei considerado um adulto sendo que... eu me tornei adulto anos atrás.
“Muitas vezes eu me vi cansado de tudo mas, então eu percebi que, não adiantava eu simplesmente sentir isso e esperar que alguém viesse e me ajudasse. Então eu mesmo me salvei.”

Sophie havia se afastado um pouco enquanto ele falava e olhava para ele com admiração e surpresa.

— Você entende onde eu quero chegar com essa história, liebling? — perguntou Erik. – Você não precisa se preocupar com todas essas coisas, não precisa guardar tudo isso que está sentindo. Não espere pelos outros uma ação. Faça sua própria ação. Se Sirius quer continuar com essa cruzada, então deixe ele continuar enquanto você pode fazer outra ação para impedir o pior final disso tudo. Sem contar que você me tem, você tem o nosso grupo incrível. E você tem Remus, a quem é seu padrinho mas também é o seu pai e mãe. Minha amiga, você não está sozinha; assim como eu sei que eu não estou sozinho.
“Graças a você, faço parte dessa família. Eu tenho amigos incríveis e idiotas, estou sempre rindo ou sorrindo. Meu grupo. E mais, sou o namorado do Charles. Sabe quando eu pensei que isso poderia acontecer? Nunca. Mas você apareceu, e me trouxe para o seu mundo, o seu universo e hoje eu tenho muito mais do que eu jamais pensei que teria.”

Erik sorriu encantado para sua amiga e juntou a testa com a dela.

— Você tem o poder de mudar o mundo, Sophie. Você só não percebeu ainda. – ele disse e então se afastou dando um beijo na testa dela.

Sophie olhou para ele e abriu um largo sorriso, se sentindo mais confiante com o que fazer a seguir.

 — Vamos juntar os outros – disse ela. – Está na hora do grupo saber sobre Sirius e quem sabe pensar em algo para impedir um final horrível.

— Essa é a minha Schwester Löwin – disse Erik orgulhoso.

Os dois se levantaram e antes de saírem dali, Erik disse:

— Em relação as suas explosões... – Sophie o olhou incerta. – Vamos dar um jeito, com o tempo. Mas nunca tenha vergonha, e nunca pense que você tem que aguentá-las sozinha. Está bem?

Sophie sorriu suavemente.

— Está bem.

 

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No fim, quando os dois haviam reunido todos os amigos, eles foram para o dormitório masculino da Sonserina de Erik, estava completamente vazio e as chances de algum aluno entrar naquele quarto aquela hora era nenhuma.

— Paz – suspirou Harriet caindo em uma cama bagunçada ali. – Era o que eu precisava. Longe de livros e brigas do Rony com a Hermione.

— Bem, espero que tenha aproveitado esse pequeno momento de paz pois o que temos pra dizer é bem sério – retrucou Sophie que sorriu ao ver a careta da amiga.

— Amas... Amas...

— Só aceita, amiga – disse Castiel batendo levemente no braço da loira.

— Então qual é o assunto sério da vez? – perguntou Patrick se espreguiçando para acordar. O loiro estava dormindo quando Castiel e Sophie foram buscar ele, enquanto Erik ia atrás dos outros.

Assim que todos estavam bem acomodados e prontos para escutarem, Sophie e Erik começaram a falar tudo para os amigos. Desde do primeiro encontro com Sirius até o presente momento. Todos escutavam com bastante atenção e quando Erik e Sophie terminaram, Dean foi o primeiro a quebrar o silêncio:

— Cara, isso é bem no meio do fogo-cruzado – todos do grupo concordaram. – De um lado temos tem Sirius querendo vingança de Pettigrew e do outro, Harry querendo vingança de Sirius.

— E agora tem o Bichento – disse Teresa – Sem querer parecer que estou colocando o Sirius como o vilão mas, ele não precisa mais de vocês dois. Tendo Bichento, ele praticamente tem Peter nas mãos.

— Nós sabemos – disse Sophie em suspiro. – Por isso que decidimos nos afastar. Se Sirius não quer me escutar então farei algo a respeito. Já estou impedindo que ele chegue perto de Peter, Aslan está praticamente de guarda e mantendo Bichento longe.

— Bem, seja a ideia que for, estamos com você – disse Patrick – Finalmente uma nova aventura!

— Vocês tem alguma ideia do que fazer? – perguntou Jorge para Erik e Sophie.

— O principal de tudo é proteger Peter – respondeu Erik. – Mas para isso, acho que seria bom mantermos o Mapa, no caso dele conseguir sair do dormitório das meninas da Sophie sem ninguém ver. Mas o mapa não está comigo e nem com a Sophie.

— Comigo também não está – disse Charles olhando para Teresa.

— Comigo também não – disse Teresa olhando para Patrick.

— Nem olha pra mim, não sei de nada – disse o loiro olhando para Castiel.

— E ta me olhando por que? Comigo que não ta – retrucou o Collins olhando para Dean.

— Nunca nem vi – disse o loiro.

Quando os olhos de todos se voltaram para Harriet, Fred e Jorge todos perceberam os três trocando olhares com ar de culpa gritante ao seu redor.

— O que vocês dois aprontaram? – perguntou Teresa com uma expressão de que não estava surpresa no rosto.

— Não foi exatamente “aprontar”, sabe – respondeu Fred.

— Você tinha dado autorização para ajudar – disse Harriet apontando para Sophie que ficou confusa.

— A gente ficou com dó que ele não podia ir para Hogsmeade... – continuou Jorge.

— ... Então demos o Mapa para ele poder usar uma das passagens secretas que vai para Hogsmeade – terminou Fred passando a mão na parte de trás do pescoço.

— Ele? – perguntou Dean franzindo a testa.

— Harry – respondeu Jorge.

Sophie fechou os olhos e respirou fundo.

— Muito bem, isso explica como Harry conseguiu ir para Hogsmeade e escutar o nosso lindo Ministro falar para todos que pudessem ouvir sobre toda a história do Sirius e o Peter.

— Esse é o nosso Ministro da Magia, senhoras e senhores. – comentou Erik em zombaria. 

— Sabem – cantarolou Patrick. – Adoro quando tudo começa a se encaixar, é como se tudo se encaixasse.

Dean concordou olhando para Patrick.

— Isso foi bastante filosófico – comentou o Winchester.

— Obrigado.

Erik olhou estranho para os dois loiros e balançou a cabeça não querendo entender.

— Então o que fazemos agora sem o mapa? Pedimos de volta pro Harry? – perguntou Castiel.

— Não – disse Sophie pensativa. – Vamos fazer melhor do que isso. No primeiro ano de Harry, Dumbledore me disse para não impedir Harry de fazer nada. Sendo certo ou errado, era para deixar. E é o que iremos fazer.

— Como assim? – perguntou Jorge.

— Harry quer vingança, certo? Então, deixaremos ele ir atrás da vingança. – disse Sophie abrindo um sorriso e se levantando. – Deixe ele usar o mapa. Algo me diz que precisamos deixar o mapa com Harry.

— Mas e Peter? – perguntou Charles.

— Vou pedir para Aslan ficar de olho nele – disse Sophie. – E fazer o possível para não deixar ele se machucar.

— Você realmente perdoou ele, não é? – perguntou Castiel sorrindo. – Isso é realmente algo algo incrível, Sophie. Estou orgulhoso de você.

Sophie piscou para o amigo.

— E Remus? Como ele fica nisso tudo? – perguntou Harriet.

Sophie suspirou e olhou para os próprios pés. O que fazer em relação à Remus? Sinceramente não havia muitas opções. Ela não queria mentir mais para seu pai.

— Acho que já está na hora dele saber a verdade, Sophie. – disse Erik se virando para a ruiva. – Ele merece.

E apesar dela concordar, ela não podia negar o pequeno medo percorrer por todo o coração, não era medo de Remus ficar bravo com ela, era medo de Remus ficar triste com ela por não ter dito a verdade, por não ter dito sobre Sirius. Ela não gostava e nunca iria gostar de ver o Remus triste, e ser o motivo da tristeza seria o pior dos castigos para ela.

— Sim, ele merece saber. E ele vai. – disse Sophie.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Parecia o fim da amizade entre Rony e Hermione. Estavam tão zangados um com o outro que Harry não conseguia ver como poderiam, um dia, fazer as pazes.

Ele, Sam e Gabriel tentavam se manter distantes dessa discussão. Mesmo Gabriel via que ambos os lados estavam errados em suas atitudes e por conta disso havia se mantido neutro sobre o assunto. 

Rony estava enfurecido porque Hermione nunca levara a sério as tentativas de Bichento para devorar Perebas, não se dera o trabalho de vigiá-lo de perto e continuava fingindo que o gato era inocente, sugerindo que Rony procurasse Perebas embaixo das camas dos garotos. Por sua vez, Hermione insistia ferozmente que Rony não entendia que aquela era a natureza dos gatos em relação à caçar ratos.

Pessoalmente, Harry tinha certeza de que Bichento tinha algo muito sério contra Perebas que ia além da natureza do animal, e quando tentou mostrar a Hermione que todas as evidências apontavam nessa direção, a garota zangara-se com ele também.

— Tudo bem, fique do lado do Rony, eu sabia que você ia fazer isso! – disse ela com voz aguda. – Tudo é minha culpa, não é? Então me deixe em paz, Harry tenho muito trabalho a fazer.

— Não foi isso que eu quis dizer, Mi! – disse Harry frustrado. – Me desculpa se pareceu que estou culpando você. Mas é que... você não pode negar o fato que Bichento tem tentado pegar Perebas desde do começo.

— Apenas deixe, Harry – murmurou a garota tristemente.

Mione estava bem triste com a história toda mas Rony estava realmente sofrendo muito em não poder ficar mais perto de Perebas como era antes. Mas estava agradecido por Sophie estar cuidando dele até que arrumassem uma solução.

E numa tentativa de animar Rony, Harry o convenceu a ir ao último treino do time da Grifinória, antes da partida com Corvinal, para poder dar uma volta na Firebolt quando terminassem. Isto pareceu, por um momento, desviar os pensamentos de Rony em Perebas (“Grande! Posso tentar fazer uns gols montado na vassoura?”), e os dois saíram para o campo de Quadribol juntos.

Quando chegaram lá, Harry viu que Sophie já estava no ar junto com Angelina Johnson e Kátia Bell. Alguns do grupo também estavam ali, apenas Charles, Sam e Hermione que não.

— Ei, onde estão Charls, Mi e o Sam? – perguntou Harry para Erik que suspirou.

— Estão na cabana de Hagrid, ajudando ele para o dia do julgamento. – respondeu Erik. – De acordo com Charls, eles estão tendo progresso.

— Isso é bom. – comentou Rony olhando Sophie voando na Löwin.

— Potter! Suba logo nessa vassoura e mostre-nos o que sabe fazer nela! – disse Madame Hooch se aproximando.

Harry sorriu e se afastou dos amigos indo até Wood que esperava por ele. Madame Hooch se juntou com os outros e foram se sentar na arquibancada.

— Harry! Que bom que já está aqui! Já expliquei para Sophie, Angelina e Kátia sobre como poderá ser o jogo da Corvinal. Como sempre as três entenderam tudo perfeitamente e como sempre estão em sincronia com as jogadas que preparei. Agora, acabei de descobrir quem vai jogar como apanhador na Corvinal. É a Cho Chang: uma garota do quarto ano e muito boa... Para ser sincero eu tinha esperanças de que ela não tivesse voltado à forma, ela teve alguns problemas com contusões... – Olívio fez cara feia para assinalar seu desagrado pela plena recuperação de Cho Chang, depois continuou: – Por outro lado ela monta uma Comet 260, que vai parecer uma piada ao lado da Firebolt. – Olívio lançou um olhar de fervorosa admiração à vassoura de Harry, depois disse: – Muito bem, pessoal, vamos...

Harry então partiu pra vôo e se juntou com Sophie.

— Dez galeões em uma corrida? – perguntou Sophie de forma marota.

— Já pode me dando os dez galeões então – retrucou Harry sorrindo.

Os dois se posicionaram ao lado do aro central do lado direito. Madame Hooch apitou e os dois partiram em alta velocidade até o outro aro, lado a lado, Harry olhou para Sophie e ambos riram ao perceber que provavelmente aquela corrida daria empate. Pelo menos até a Löwin levar Sophie para um nível maior de velocidade e com uma manobra conseguiu ficar na frente.

Tudo em volta deles era apenas borrão, verde e cinza. Eles chegaram no aro em menos de cinco minutos, deram a volta e Sophie mergulhou e Harry seguiu o mergulho um pouco atrás dela, inclinou o corpo mais para frente e estava quase chegando ao lado da irmã. Então ambos declinaram as vassouras, os pés raspando na grama e por fim voltaram para cima, Harry e Sophie esticaram as mãos e por poucos segundos de diferença, Sophie venceu.

— Há! Dez galeões! Estarei esperando amanhã de manhã – disse a ruiva de forma pomposa.

— Não se exiba tanto, foi por muito pouco que não te venci.

— Muito bem, chega de se exibirem! Vamos ao trabalho! – disse Wood com um enorme sorriso no rosto. – Harry, vou soltar o pomo!

Harry concordou e Wood soltou o pomo. Em menos de dez segundos, o pomo estava em suas mãos.

O time aplaudiu enlouquecido. Harry tornou a soltar o pomo, deu-lhe um minuto de dianteira e disparou atrás dele, desviando-se dos outros jogadores; depois, localizou-o próximo ao joelho de Kátia Bell, fez uma volta em torno da garota e apanhou o pomo mais uma vez.

Foi o melhor treino que ele já fizera; os jogadores, inspirados pela presença da Firebolt na equipe, realizavam movimentos impecáveis, e, no momento em que voltaram ao chão, Olívio não teve uma única crítica a fazer, o que, como Jorge enfatizou, era a primeiríssima vez que acontecia.

— Não vejo o que é que vai nos deter amanhã! – disse Olívio. – A não ser que... Harry, você resolveu o seu problema com o dementador, não resolveu?

— Resolvi – disse Harry pensando no seu débil Patrono e desejando que ele fosse mais forte como o de Sophie.

— Os dementadores não vão aparecer outra vez, Olívio. Dumbledore explodiria – disse Fred, confiante.

— Bem, esperemos que não – disse Olívio. – Em todo o caso... Bom trabalho, pessoal. Vamos voltar para a Torre... Dormir cedo...

— Eu vou ficar mais um pouco; Rony quer dar uma volta na Firebolt – avisou Harry a Olívio, e, enquanto os outros jogadores se dirigiam aos vestiários, Harry se despediu da irmã e dos amigos e foi ao encontro de Rony, que saltou a barreira que separava o campo das arquibancadas com o mesmo fim. Madame Hooch adormecera onde estava.

— Manda ver – disse Harry, entregando ao amigo a Firebolt.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


— Você vai conversar com Remus, agora? – perguntou Jorge ao lado de Sophie.

O grupo andava devagar enquanto restante do time andava na frente.

— Sim – respondeu Sophie. – Quanto mais rápido eu contar para ele, melhor vai ser. Eu acho.

— Não se preocupe, Sophie – disse Castiel com carinho para a ruiva e abraçando ela de lado. - Remus é o lobinho mais compreensivo que existe. Ele vai entender.

— A gente se vê amanhã – disse Erik tocando no ombro da amiga e dando um leve aperto. – Boa sorte.

Assim, Sophie seguiu para o lado que era a sala do padrinho enquanto os amigos foram em direção a sala comunal. Ao chegar na porta, deu três leves batidas e quando ouviu a voz suave do padrinho dizendo “entre”, ela adentrou a sala, fechando a porta logo em seguida.

— Sophie! – exclamou Remus surpreso e feliz pela visita da ruiva. – Já terminou o último treino antes do jogo?

— Sim – respondeu Sophie se aproximando devagar. – Eu... queria conversar com você.

— Parece sério – comentou Remus se sentando na cadeira. – Sobre o que você quer conversar?

Sophie suspirou e respirou fundo, pegou uma cadeira e colocou ao lado da de Remus. Se sentou e olhou para o rosto do padrinho que agora parecia preocupado.

— Lembra quando você me disse que esperaria até eu poder dizer o que estava acontecendo? Que quando eu estivesse pronta, você estaria aqui para me ouvir? – perguntou Sophie olhando nos olhos castanhos-avelã do lupino.

— Oh, então esse dia chegou? – perguntou Remus gentilmente. – Eu me lembro.

— Sim. Esse dia chegou. – disse ela. – É... é sobre Sirius.

Remus ergueu uma sobrancelha e franziu a testa. Sua atenção totalmente focada em Sophie.

— Antes de eu dizer, eu quero que saiba que eu fiz isso porque achei que estava fazendo o certo e que isso ajudaria a juntar nossa família novamente. – começou Sophie devagar, os olhos não saindo do rosto do padrinho em nenhum momento. – E também por medo da sua reação.

— Está bem...

— Começou no início do ano letivo, lá em Setembro. Com a ajuda do mapa, eu vi que Sirius estava no Salgueiro Lutador e fui até ele. Eu... eu o vi, conversei com ele. Tenho tido contato com ele desde então.

Remus abriu a boca e depois a fechou. Seus olhos estavam bem abertos, claramente havia sido um choque e devagar ele perguntou:

— Você falou com ele? Você viu ele? – confusão era presente em sua voz. – Mas... por que não me disse? Por que ele não... me chamou?

— Eu queria contar pra você! Eu realmente queria mas... O motivo de Sirius estar aqui me fez temer te contar. – disse Sophie triste pela expressão de dor que se passou no rosto belo do padrinho. – E Sirius ainda tinha me pedido para não te contar...

— Por que ele pediria isso? – perguntou Remus.

— Tem tantos motivos, pai. Te proteger, si proteger, impedir que você o impeça de fazer o que realmente veio fazer... – Sophie disse cansada. – Sem contar que tinha todo o problema que se descobrissem que você estaria ajudando ele, você iria perder o emprego.

— Oh que gentileza dele! Com certeza ele é o meu cavaleiro em uma armadura reluzente! – ironizou Remus irritado. – Espera, o que quer dizer com meu impedir de impedir ele? Se proteger? E você continuou se encontrando com ele? Por isso que ficava sumindo o tempo todo e sempre parecendo nervosa?

— Sim – respondeu Sophie mordendo o lábio com força. – Desculpa por não ter lhe dito.

Remus fechou os olhos e suspirou, se acalmou e perguntou:

— Por que ele fugiu? Imagino que esse seja o maior motivo de não me querer por perto, não é?

Sophie concordou e então respirou fundo antes de dizer.

— Por favor, Remus, por favor não tenha a mesma visão. – e antes que Remus pudesse perguntar o que ela queria dizer com aquilo, Sophie continuou: – Peter. Sirius encontrou Peter Pettigrew. E por favor, eu realmente preciso que você se acalme e tente segurar o seu lado lupino.

— O que? Por que? – perguntou Remus confuso. – E como assim ele encontrou Peter?

— Sabe o Perebas? – perguntou Sophie baixinho e Remus concordou com a cabeça. – Você também nunca reparou que ele tem um dedinho faltando?

Sophie se arrependeu do que havia dito no momento em que viu a expressão de Remus passar de choque para raiva. Os olhos brilharam de maneira forte e ela com certeza ouviu o padrinho soltar um longo rosnado. A Lua Cheia estava próxima.

— Não, não, não. Por favor, pai, se acalma. Eu preciso de você. – disse Sophie tocando no rosto de Remus que no instante que ouviu o que ela havia dito, se acalmou e segurou as mãos de Sophie. – Isso, olha você aí de novo. Se acalma, está bem?

— Me diz que é mentira. Me diz que aquele... Que ele não esteve esse tempo todo tão próximo de você e do Harry – disse Remus parecendo preocupado. – Me diz que todo esse tempo ele não esteve tão próximo de você a ponto de poder... de fazer... Deus, Sophie! Me diz que é mentira!

— Não, Remus, por favor você não pode seguir o mesmo pensamento que o Sirius, por favor não – continuou Sophie segurando o rosto de Remus. – E sim, Perebas é o Peter mas por favor... Seja racional. Perebas está na vida dos Weasley antes mesmo deles nos conhecerem na plataforma naquele dia. Peter nunca tentou se aproximar de nós, e sim nós nos aproximamos dele.

— E isso deveria me fazer sentir melhor como? – perguntou Remus confuso.

— Peter Pettigrew é um dos responsáveis da morte dos meus pais – disse ela calmamente. – Mas ele também é o responsável por eu ainda estar viva.

— O que? – perguntou Remus.

— Dumbledore me contou, no final do meu primeiro ano sobre Peter e sobre Voldemort – disse ela calma. – E ele me disse que Peter me salvou. Foi Peter que deu a ideia para a mamãe em me entregar para você. Se não fosse por isso, eu teria permanecido em Godric’s Hollow e teria morrido. Com a mamãe e o papai.

Lentamente Remus colocou as mãos no rosto de Sophie, acariciando a bochechas dela e os cabelos. Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto observava o rosto de Sophie.

— Eu teria te perdido – sussurrou ele num tom assombrado e então ele a puxou para um abraço apertado. – Eu teria te perdido...

Sophie fechou os olhos em meio ao abraço, suspirando e o agarrando mais forte.

— Peter cometeu um grande erro, é verdade, mas de alguma forma ainda existia resquícios daquele garoto que você conheceu. Ao ponto de ser ele à me salvar – sussurrou Sophie. – Eram tempos sem esperança, tempos de perdas. O Universo ter nos levado de volta para ele, ter feito nossos caminhos se cruzarem neste nível... Não é coincidência.

— Dificilmente o Universo e o Tempo são tão preguiçosos – disse Remus se afastando e olhando para a Potter. – Entendo onde você quer chegar e eu estou com você. Se você foi capaz de perdoar o Peter, então eu também sou. Isso se eu já não o perdoei sem perceber.

Sophie sorriu e deixou os ombros caírem em puro alívio que estava sentindo.

— Como Sirius descobriu? – perguntou Remus enquanto acariciava as bochechas de Sophie.

— Bem, quando o Ministro havia ido visitá-lo, ele estava com um Profeta Diário e no Profeta Diário havia a foto dos Weasley e o Perebas está nessa foto. Sirius disse que na hora que viu o rato, ele reconheceu. – respondeu Sophie.

— “Ele está em Hogwarts...” Não era para o Harry. Era para o Peter – disse Remus compreendo tudo. – Ele quer vingança. É por isso que ele não me chamou, por isso fez você não contar para mim. Ele sabe que eu não deixaria ele prosseguir com isso.

Remus se afastou da Potter e começou a andar em circulos por alguns minutos e então parou e olhou para a ruiva.

— Acredito que você é contra essa ideia de vingança?

— Totalmente – concordou Sophie. – Cruze meu coração e espero morrer, desde do início eu sou contra essa ideia. Principalmente depois que vi como a saúde mental do Sirius se encontra.

— Muito ruim?

— Doze anos em Azkaban, lembra? – perguntou Sophie e Remus passou as mãos no rosto soltando um suspiro. – Ele está totalmente quebrado. As vezes eu vejo partes do padrinho da minha infância mas... Some rápido e o fogo e a vingança dentro dele sempre parecem vencer.

— É uma surpresa ele ainda ter sanidade – disse Remus. – O fato de você estar me contando sobre ele agora... Significa que você quer que eu vái até ele?

— Não. – respondeu Sophie. – Tem mais haver em eu não querer estar ao lado do Sirius nessa cruzada e eu estar cansada de mentir para você.

— Obrigado. – disse Remus sorrindo com carinho para a filha. – Mas então o que pretende fazer?

Sophie abriu a boca e então a fechou novamente, abrindo um sorriso

 

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No café da manhã, Harry desceu junto com Sophie. Ambos com as respectivas vassouras em mãos e sorrisos no rosto – Harry percebeu que a irmã parecia mais alegre que o normal –, aquela sem dúvida estava sendo uma boa manhã.


— Você parece relaxada – comentou Harry sorrindo para a irmã. – Nem parece que estava nervosa com os N.O.M.S alguns dias atrás.

— Vamos dizer que eu tive uma boa noite, irmãozinho. Uma noite bem leve – disse Sophie sorrindo e dando uma piscada para o Potter mais novo. – Ótimo sentimentos.

Harry acreditou que Sophie falava sobre jogo daquele dia, e concordou com a ela, ele também estava sentindo um ótimo sentimento sobre o jogo. Quando os dois entraram no Salão Principal, muitas cabeças se viraram na direção dos dois, e muitos olhavam admirados para a Löwin e a Firebolt.

— Você viu a cara do Malfoy? – perguntou Rony se virando e olhando para Draco. – Ele nem consegue acreditar! É perfeito!

Olívio, também, usufruía da glória que as duas vassouras refletiam.

— Ponha elas aqui, Sophie e Harry – sugeriu o capitão, ajeitando as vassouras no meio da mesa e girando-as cuidadosamente de modo a deixar a marca visível. Os alunos das mesas da Corvinal e da Lufa-Lufa não demoraram a ir olhar os dois modelos de perto. Cedrico Diggory se aproximou para cumprimentar Sophie e Harry por ter adquirido uma substituta tão esplêndida para sua Nimbus.

As quinze para as onze, o time da Grifinória saiu em direção ao vestiário. O tempo não poderia estar mais diferente do que o do dia da partida com Lufa-Lufa.

Fazia um dia claro e frio com uma levíssima brisa; desta vez não haveria problemas de visibilidade e Harry, embora nervoso, estava começando a sentir a excitação que somente uma partida de Quadribol era capaz de produzir. Eles ouviram o resto da escola entrando, mais além, no estádio. Harry despiu as vestes negras da escola, tirou a varinha do bolso e enfiou-a na camiseta que ia usar por baixo do uniforme de Quadribol. Só esperava que não fosse preciso usá-la.

— Está com a sua varinha também? – perguntou Sophie se aproximando do garoto já vestida com as vestes do jogo.

— Sim. Você também está? – perguntou Harry nervoso.

— Sim. Espero que não seja realmente necessário. – suspirou ela. – Mas dessa vez você está preparado. Já é uma vantagem. E temos essas lindas vassouras conosco. Já são duas vantagens.

Harry sorriu.

— Vocês sabem o que temos de fazer – disse Olívio quando o time se preparava para deixar o vestiário. – Se perdermos esta partida, estaremos fora do campeonato. Vocês só têm que voar como fizeram no treino de ontem, e vamos nos dar bem!

Todos gritaram e baterem as mãos para animar o time. Sophie e Olívio deram um beijo rápido antes de enfim, os jogadores saírem do vestiário para o campo debaixo de tumultuosos aplausos. O time da Corvinal, vestido de azul, já estava parado no meio do campo. A apanhadora, Cho Chang, era a única menina da equipe. Era mais baixa do que Harry quase uma cabeça, e, por mais nervoso que estivesse, ele não pôde deixar de reparar que era uma garota muito bonita. Cho sorriu para ele quando os times ficaram frente a frente, atrás dos capitães, e o garoto sentiu uma ligeira pulsação na região do baixo ventre que ele achou que não tinha relação alguma com o seu nervosismo.

— Nada de flertar durante o jogo, jovem Potter – cantarolou Jorge ao lado dele risonho.

Harry ficou vermelho com o comentário e tirou os olhos de Cho.

— Wood, Davies, apertem-se as mãos. – disse Madame Hooch, eficiente, e Olívio apertou a mão do capitão de Corvinal. – Montem nas vassouras... Quando eu apitar... Três, dois, um...

Harry deu um impulso com a vassoura e junto com Sophie e o restante do time, partiu para vôo.

Os dois deram a volta no estádio em alta velocidade e Sophie foi para o lado da Angelina enquanto Harry voou um pouco mais alto, para ter uma vista melhor e procurar o pomo, então deu-se conta dos comentários que Lino Jordan estava fazendo no momento:

“... Grande novidade é a Firebolt que Harry Potter está montando pelo time da Grifinória. Segundo a Qual Vassoura, a Firebolt será a montaria escolhida pelos times nacionais para o Campeonato Mundial deste ano...”

— Jordan, você se importa de nos dizer o que está acontecendo no campo? – interrompeu-o a voz da Profª McGonagall.

“Certo, professora, eu só estava situando os ouvintes... E não nos esqueçamos, aliás, da LöwinFire da Sophie que além de ser uma grande beleza, é a vassoura mais conectada com aquela que voa, muitas vezes guiando a jogadora...”

— Jordan!

“Ok, ok, Grifinória tem a posse da goles, Sophie da Grifinória está voando em direção à baliza... só quero comentar rapidinho que você está um espetáculo nessa vassoura como sempre, Sophie! Certo, desculpe, professora....”

Sophie riu e mandou um beijo na direção de Jordan depois de atacar a goles na baliza e acertando o aro.

“Grifinória marca 10 pontos!! Assim você me mata Sophie!”

Harry riu e passou veloz por Angelina, à procura de um reflexo dourado, e reparou que Cho Chang o seguia muito de perto. Não havia dúvida de que a garota era um excelente piloto – não parava de cortar sua frente, forçando-o a mudar de direção.

— Mostre a ela sua aceleração, Harry! – berrou Fred ao passar disparado em perseguição de um balaço que seguia na direção de Kátia.

Harry impulsionou a Firebolt quando contornaram as balizas da Corvinal, e Cho ficou para trás. No momento exato em que Angelina conseguia marcar o segundo gol da partida e o lado do campo da Grifinória enlouquecia de entusiasmo, Harry viu... O pomo estava perto do chão, esvoaçando próximo à barreira. 

Harry mergulhou; Cho percebeu o seu movimento e disparou atrás dele. O garoto foi aumentando a velocidade, tomado de excitação; os mergulhos eram sua especialidade, estava a três metros...

Então um balaço, arremessado por um dos batedores de Corvinal, saiu a roda, Harry nem viu de onde; ele mudou de rumo, evitando o petardo por um dedo, e, naqueles segundos cruciais, o pomo sumiu.

Houve um grande “ooooooh” de desapontamento da torcida de Grifinória, mas muitos aplausos de Corvinal para o seu batedor. Jorge deu vazão ao que sentia lançando um segundo balaço diretamente contra o autor do arremesso, que, por sua vez, foi forçado a dar uma cambalhota em pleno ar para evitar a colisão.

“Grifinória lidera por oitenta pontos a zero, e olhe só o desempenho daquelas duas maravilhosas vassouras! Firebolt e LöwinFire! Os dois Potter agora estão realmente mostrando o que ela é capaz de fazer, vejam como muda de direção – e olhem que a Comet de Chang simplesmente não é páreo para a Firebolt do Harry, o balanceamento preciso da Firebolt é visível nesses longos...”

— JORDAN! VOCÊ ESTÁ GANHANDO PARA ANUNCIAR A FIREBOLT? VOLTE A IRRADIAR O JOGO! – gritou McGonagall.

“Pra que essa raiva professora? Se acalme... alá! Me fez perder o gol da Sophie! Grifinória marca mais um ponto e vejam como Sophie voa com essa...”

— JORDAN!

“Precisão. Eu ia dizer precisão. Vejam como ela voa com essa precisão!”

Corvinal começou a jogar na retranca; já tinha marcado três gols, o que deixava Grifinória apenas sessenta pontos à frente e se Cho apanhasse o pomo antes deles, Corvinal ganharia a partida.

Harry reduziu a altitude, evitando por um triz um artilheiro de Corvinal, e esquadrinhou nervosamente o campo, um lampejo de ouro, um adejar de asinhas, o pomo estava circulando a baliza de Grifinória... Harry acelerou, os olhos fixos no pontinho dourado à frente, mas nesse instante, Cho apareceu de repente, bloqueando sua visão...

— HARRY, ISSO NÃO É HORA PARA CAVALHEIRISMOS! – berrou Olívio quando o garoto deu uma guinada para evitar a colisão. – SE FOR PRECISO, DERRUBE-A DA VASSOURA!

— WOOD! – gritaram Sophie, Kátia e Angelina.

Harry se virou e avistou Cho; a garota estava sorrindo.

O pomo sumira outra vez. Ele apontou a vassoura para o alto e logo chegou a sessenta metros sobre o campo. Pelo canto do olho, ele viu Cho seguindo-o... Ela resolvera marcá-lo em vez de procurar o pomo sozinha. Muito bem, então... Se queria segui-lo, teria que arcar com as conseqüências...

Harry mergulhou outra vez, e Cho, pensando que ele avistara o pomo, tentou acompanhá-lo; ele desfez o mergulho abruptamente; Cho continuou a descida veloz; ele subiu mais uma vez, como uma bala, e então viu-o, pela terceira vez, o pomo cintilava muito acima do campo, do lado da Corvinal.

Harry acelerou; a muitos metros abaixo Cho fez o mesmo. Ele foi reduzindo a distância, se aproximando mais do pomo a cada segundo... Então... Estendeu a mão e conseguiu fechar os dedos sobre o pequeno pomo que se debatia.

Soou o apito de Madame Hooch. Harry se virou no ar e viu seis borrões vermelhos voando em sua direção; no momento seguinte, o time o abraçava com tanta força que ele quase foi arrancado da vassoura. Ouvia-se lá embaixo os brados da torcida da Grifinória em meio aos espectadores.

— ESSE É O MEU IRMÃO! MEU IRMÃOZINHO CAÇULA!! – gritava Sophie cheia de orgulho e bagunçando o cabelo de Harry.

Eles voltaram ao chão, onde a comemoração se tornou maior ainda.

— Aí, garoto! – Olívio não parava de berrar e correu para abraçar Sophie, tirando ela do chão em comemoração. Angelina e Kátia, todas, tinham beijado Harry; Fred e Jorge o abraçara com tanta força que ele achou que sua cabeça ia saltar do corpo. Em completa desordem, o time conseguiu voltar ao campo.

Pelos ombros da irmã ele viu um bando de torcedores da Grifinória e Lufa-Lufa saltarem para dentro do campo, Rony à frente. Antes que desse por si, todo o time haviam sidos engolfados pela turma que gritava aplaudindo-os.

— Sim! – gritava Rony, puxando com força o braço de Harry e erguendoo no ar. – Sim! Sim!

— Brilhante! – berrou Hagrid por cima das cabeças dos alunos da Grifinória que acorriam.

— Vocês foram perfeitos! – gritava Castiel em cima do pescoço de Teresa enquanto Patrick estava ao lado deles pulando que nem um coelho animado.

A sensação era de que já tinham ganhado a Taça de Quadribol; a festa durou o dia inteiro e se prolongou até tarde da noite. Fred, Jorge, Harriet, Teresa e Dean desapareceram algumas horas e voltaram com braçadas de garrafinhas de cerveja amanteigada, abóbora espumante e vários sacos de doces da Dedosdemel.

— Como foi que você fez isso?! – gritou Angelina Johnson quando Jorge começou a atirar sapos de menta nos colegas.

— CADÊ O FIREWHISKY?? – gritaram Charles e Castiel, ambos animados.

Hermione, por incrível que pareça, estava sentada a um canto junto de Sam e Gabriel, os dois garotos estavam jogando xadrez e ela estava tentando ler um enorme livro intitulado Vida Doméstica e Hábitos Sociais dos Trouxas Britânicos. Harry se afastou da mesa em que Fred e Jorge começavam a fazer malabarismos com as garrafinhas de cerveja amanteigada e foi até a amiga.

— Vocês ao menos foram ao jogo? – perguntou ele.

— Claro que sim, Harryzinho – disse Gabriel sorrindo para o Potter. – Vocês foram realmente ótimos.

— Ditto. – concordou Sam sorrindo.

— Estou muito contente que a gente tenha ganhado, e acho que você jogou realmente bem, mas tenho que ler isso aqui até segunda-feira.

— Vamos, Mione, venha comer alguma coisa – convidou Harry, enquanto olhava para Rony e se perguntava se ele teria suficiente bom humor para guardar a machadinha de guerra.

— Não posso, Harry. Ainda tenho quatrocentas e vinte e duas páginas para ler – respondeu a garota, agora num tom ligeiramente histórico. – De qualquer modo... – a garota olhou para Rony, também –, não quero arrumar briga hoje.

Harry olhou cansado para Sam e Gabriel e os dois apenas balançaram as cabeças já sem saber mais o que fazer sobre o assunto. Sendo assim, Harry deixou Mione em seu canto, mas não antes de levar para ela algumas guloseimas, o que fez ela sorrir e lhe agradecer.

A festa da Grifinória só terminou quando a Profª Minerva apareceu vestida com o seu robe de tecido escocês e os cabelos presos numa rede, à uma hora da manhã, para insistir que todos fossem se deitar. Castiel já estava pronto para contra-dizer a professora mas Sophie rapidamente colocou a mão na boca do Collins e o levou para o quarto dos garotos onde dormiria junto com os meninos do grupo.

Harry e Rony subiram as escadas para o dormitório, ainda discutindo a partida. Por fim, exausto, Harry se enfiou na cama, ajeitou o cortinado de sua cama para esconder um raio de luar, se deitou de costas e sentiu que adormecia quase instantaneamente...

Teve um sonho muito estranho. Estava andando por uma floresta, a Firebolt ao ombro, seguindo uma coisa branco-prateada. Ela avançava entre as árvores e Harry só conseguia avistá-la entre a folhagem. Ansioso para alcançá-la, apressou o passo, mas ao fazer isso, a coisa que ele perseguia acelerou também.

Harry começou a correr e, à frente dele, ouviu cascos que ganhavam velocidade. Agora ele estava correndo desabalado e, à frente, ouvia a coisa galopar. Então ele fez uma curva para dentro de uma clareira e...

— AAAAAAAAAAAIIIIIIIIIII! NAAAAAAAAÃO!

Harry acordou subitamente como se alguém o tivesse esbofeteado.

Desorientado na escuridão total agarrou as cortinas ouvia movimentos a sua volta e a voz de Simas Finnigan do outro lado do quarto:

— Que é que está acontecendo?

Harry achou ter ouvido a porta do dormitório bater.

Finalmente, encontrando a abertura das cortinas, puxou-as para um lado com violência e, na mesma hora, Dino Thomas acendeu o abajur. Rony estava sentado na cama, as cortinas rasgadas dos dois lados, uma expressão de absoluto terror no rosto.

— Black! Sirius Black! Com uma faca!

Que?!

— Aqui! Agorinha mesmo! Cortou as cortinas! Me acordou!

— Você tem certeza de que não sonhou, Rony? – perguntou Dino.

— Olha só as cortinas! Estou dizendo, ele esteve aqui!

Todos os garotos saltaram das camas; Harry alcançou a porta do dormitório primeiro que os outros e desceu correndo as escadas. Portas se abriram às suas costas e vozes cheias de sono chamaram.

— Quem gritou?

— Que é que vocês estão fazendo?

A sala comunal estava iluminada com o brilho das chamas que se extinguiam na lareira, ainda atulhada com os restos da festa. Estava deserta.

— Você tem certeza de que não estava dormindo, Rony? – perguntou Simas.

— Estou dizendo que vi Black!

— Que barulheira é essa? – era a voz de Sophie descendo as escadas, Aslan estava logo atrás dela com Baguera em cima dele.

— A Profª McGonagall nos mandou para a cama! – agora era a voz de Percy.

Algumas garotas tinham descido, vestindo os robes e bocejando. Os garotos também foram reaparecendo.

— Que ótimo, vamos continuar? – perguntou Dean animado já balançando a cintura.

Erik tampou a boca do sonserino e fez ele ficar quieto.

— Urgh, calem a boca, minha cabeça dói! – resmungaram Castiel e Charles.

— Todos de volta para cima! – falou Percy, que entrou correndo na sala comunal prendendo o distintivo de monitor-chefe no pijama enquanto falava.

— Acabei de dizer que minha cabeça dói e esse bosta grita – rosnou Castiel. – Que ódio.

— Percy... Sirius Black! – disse Rony com a voz fraca. – No nosso dormitório! Com uma faca! Me acordou!

Harry viu que Sophue ficou muito séria, parecia estar entre descrença e raiva. E Harry conhecia bem aquele sentimento.

— O que? – perguntou Sophie se aproximando do Weasley mais novo. – Tem certeza que era Black? Sirius Black?

— Tenho, Sophie! Era ele! Segurando uma faca!

— Que bobagem! – exclamou Percy parecendo espantado. – Você comeu demais, Rony... Teve um pesadelo...

— Cala a boca, Percy. – disse Sophie ainda olhando para Rony.

Aslan rosnou para o Weasley mais velho que na mesma hora ficou quieto.

Harry percebeu com surpresa que a irmã estava com os olhos cheios de lágrimas contidas. Parecia estar desapontada e com raiva. A sala comunal ficou em silêncio.

— Sophie... – Erik chamou mas naquele momento a McGonagall entrou na sala.

— Agora, francamente, já é demais! Estou encantada que Grifinória tenha ganho a partida, mas isto está ficando ridículo... e Potter? – perguntou a professora percebendo que Sophie estava paralisada na sala com os olhos vermelhos de tanto segurar as lágrimas. – Potter, o que você tem?

— Professora eu juro para a senhora que eu não autorizei isso! Meu irmão Rony teve um pesadelo...

— NÃO FOI UM PESADELO! – berrou Rony virando de costas para Sophie e olhando para a professora. – PROFESSORA, EU ACORDEI E SIRIUS BLACK ESTAVA PARADO AO MEU LADO SEGURANDO UMA FACA! A professora encarou-o.

— Não seja ridículo, Weasley, como seria possível ele passar pelo buraco do retrato?

— Pergunte à ele! – respondeu Rony apontando um dedo trêmulo para o avesso do retrato de Sir Cadogan. – Pergunte se ele viu...

Com um olhar penetrante e desconfiado para Rony, a professora empurrou o retrato e saiu. Todos na sala procuraram escutar prendendo a respiração.

— Sir Cadogan, o senhor acabou de deixar um homem entrar na Torre da Grifinória?

— Certamente, minha boa senhora! – exclamou o cavaleiro. Fez-se um silêncio de espanto, tanto dentro quanto fora da sala comunal.

— O senhor... O senhor deixou? Mas... E a senha?

— Ele sabia! – respondeu Sir Cadogan com orgulho. – Tinha as senhas da semana inteira, minha senhora! Leu-as em um pedacinho de papel!

A professora tornou a passar pelo buraco do retrato e encarou os alunos atordoados. Estava branca como giz.

— Quem foi – perguntou ela com a voz trêmula –, quem foi a criatura abissalmente tola que anotou as senhas desta semana e as largou por aí?

Fez-se um silêncio absoluto, quebrado por gritinhos quase inaudíveis de terror. Neville Longbottom, tremendo da cabeça às pontas dos chinelos fofos, ergueu a mão no ar.

— Por que eu não estou surpresa? – suspirou McGonagall parecendo tentar manter a calma.

Ela se virou para Sophie que ainda estava parada olhando para o chão mas com pequenas lágrimas caindo na bochecha.

— Potter, eu acredito que você queira ver Dumbledore? – perguntou a diretora da Grifinória gentilmente.

Sophie concordou com a cabeça.

— Alguém... – antes mesmo McGonagall terminasse de fazer a pergunta, Castiel já estava ao lado de Sophie, não dando tempo para nenhum do grupo se aproximar.

Castiel abraçou Sophie, seus braços totalmente envoltos do corpo da Potter como asas protetoras, enquanto a mesma enfiava o rosto no pescoço do amigo. McGonagall olhou triste para a ruiva.

— Leve ela com segurança e cuidado. Está com a sua varinha?

— Sim. – respondeu o Collins ainda abraçando Sophie com toda força que tinha enquanto sentia a amiga tremendo.

— Então vá.

Castiel concordou e com um último olhar para o grupo – Erik acenando para ele –, ele partiu devagar levando Sophie consigo. Aslan vinha logo atrás deles, Baguera já não estava mais em suas costas, havia sido pego por Charles.

— Está tudo bem, Sophie – sussurrou Castiel enquanto andava abraçado com ela. – Você não está sozinha.


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