TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 55
Capítulo 55 — A Sombra e o Herói




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30 de Agosto de 1981, Casa dos Potter.

Peter Pettigrew estava sentado no balanço que havia na parte de trás da casa de James e Lily. Era uma noite clara, não tardia, com estrelas no céu e a lua iluminando tudo ao seu redor, mas aqueles não lhe chamavam a atenção. As belas coisas proporcionadas pelo Universo já não lhe eram mais interessante a muito tempo.

Era aniversário de Sophie, a qual ele foi convidado. Inicialmente ele pensou em não ir, afinal, que sentindo tinha? Ele continuar fingindo ser uma boa pessoa? Fingir que se importava? Tudo era cinza para ele a muito tempo, desde do dia em que para ele, a Ordem da Fênix já tinha perdido para o lado de Voldemort. Quando a mulher, a quem ele pretendia pedir em casamento havia sido morta.

Então ele pensou em não ir. Fingir que estava doente, se afaste mais, afinal, quando o pior finalmente acontecesse, ele não sentiria a perda. Por mais que no fundo, em seu coração, o amor por seus amigos existisse, ele não conseguia ter mais forças para realmente se importar. Não com eles. Mas... Por algum motivo, talvez por seu sorriso brilhante, seus olhos carregados de vida e amor, por apenas ser ela, Sophie era a única criatura naquela terra a quem ele realmente, verdadeiramente, nutria bons sentimentos.

Se preocupava com ela, ao ponto de dizer que Sophie não era uma Potter para Voldemort. Ao ponto de...

— Você deveria mandar ela para morar com Remus – disse Peter para Lily naquele mesmo dia mais cedo quando estavam sozinhos na cozinha. – Com esse perigo pairando sobre vocês... Não vale a pena arriscar a vida dela.

— Você já perdeu a esperança de um bom final aqui, não é Peter? – perguntou Lily com um suspiro e tristeza em seu tom.

— Você sabe que sim. – respondeu ele. – Mande Sophie para morar com Remus, ela estará mais segura com ele do que com vocês. Por favor Lily, ela ainda pode ser salva.

Lily fechou os olhos, era claro o quanto iria doer para ela afastar a própria filha, mas Peter sabia que para ela, como uma mãe, mais valia a dor de uma separação do que arriscar a vida de sua criança.

E era isso. Era por Sophie que ele estava ali. No que podia ser, para ele, a última vez em que estaria perto dela. Peter suspirou e olhou para o anel em seu dedo, a única promessa que ele e Hannah haviam tido, naquela praia no Natal, quando ele já tinha a absoluta certeza que seria com ela a quem ele viveria para sempre ao lado. O outro anel, que outrora ficava na corrente pendurado no pescoço, onde tinha os símbolos de cada um daquela família já morta, ele havia enterrado no mesmo cemitério onde Hannah, Brian e Richard estavam, e onde futuramente... Peter engoliu em seco.

— Me perdoe, amor – sussurrou Peter ainda olhando para o anel em seu dedo. – Me perdoe... Eu nunca fui o mais forte de vocês todos.

— Tiu Pee – Peter fechou os olhos para se recompor antes de abrir um pequeno sorriso e se virar, vendo Sophie de recém três anos. – Tiu Pee, posso fica com você?

— É claro que você pode – respondeu Peter rindo um pouco e pegando a ruiva no colo quando ela chegou nele. – Qual deles mandou você aqui pra me fazer companhia? Hum?

Sophie riu baixinho e sussurrou como se fosse um segredo só deles:

— Papai – respondeu ela. – Ele disse que é pá te deixa mais alegue...

Peter suspirou, sentindo o próprio coração se apertar um pouco. Se passe anos, tudo esteja perdido, ele próprio estando distante e até mesmo um tanto frio... Mas confie em James Potter para continuar se importando com ele, continuar se preocupando... Continuar tentando salvá-lo quando não existe mais salvação. Na verdade... Ele olhou com atenção para Sophie, que estava brincando com o anel em sua mão, confie em todos os Potter para tentar salvar o mundo quando não existe mais esperança.

— Tiu Pee... Você não tá feliz? – perguntou Sophie ainda brincando com o anel do dedo dele.

— Tio Peter tem um certo probleminha com felicidade, Sophie – brincou ele acariciando os cabelos dela.

Sophie olhou para ele, a tristeza inocente em seus olhos o deixou sem fôlego, mas foram suas palavras a seguir que o deixou devidamente dividido:

— Disculpa não pode faze você feliz, tiu Pee – sussurrou ela realmente triste.

E era isso. A Sombra e o Herói de seu inconsciente haviam começado uma grande luta naquele momento. Onde sua Sombra era a aceitação triste, horrível e que o envergonhava de que estava traindo seus amigos e no final isso resultaria não só na morte de James e Lily como também na morte de um bebê. A Sombra sendo o lado dele em que não se importava mais.

E o Herói sendo aquele que ainda era o jovem Peter, bom e tímido, que queria proteger os amigos que ainda tinha, o Peter que ainda se importava.

E enquanto essa luta ainda acontecia dentro de si mesmo, Peter respondia para Sophie:

— Oh Sophie, não pense dessa forma – disse ele com a voz carregada de ternura que só usava com ela. – Acredite em mim, pequena criança, você é a única coisa neste mundo que me deixa um pouco mais feliz.

Sophie arregalou os olhos para ele, cheios de luz e alegria com aquela afirmação.

O Herói estava vencendo...

— Sério? – ela perguntou, seu tom de voz agora mais feliz.

Peter sorriu, genuinamente sorriu. Algo que ele não fazia a muito tempo.

O Herói estava vencendo...

— Sério. – confirmou ele. E continuou, olhando para ela com adoração e curiosidade: – Existe algo sobre você, Sophie Potter, que faz tudo ao seu redor se iluminar e... Você simplesmente tem isso de fazer qualquer um querer se aproximar de você. Algo que pode ser perigoso, então cuidado. – bateu levemente o dedo indicador no nariz dela que riu. – Mas é isso. Você é uma estrela.

— Papai diz isso também – disse Sophie sorrindo. – Ele diz que eu so a estela mais bilhante que existe.

O Herói estava vencendo...

— E nunca se esqueça disso. – disse Peter e puxou ela para um abraço. – Você me deixa um pouco mais feliz, Sophie, deixa o mundo ao meu redor um pouco mais colorido...

O Herói estava vencendo...

Ele deitou a bochecha no cabelo dela e foi nesse momento que a luz da lua refletiu no prateado de seu anel, e tudo desmoronou. Olhando para aquele anel, lembrando do sorriso tímido e gentil de Hannah, de sua inocência enquanto conversavam sobre o futuro, sobre os possíveis filhos... Oh...

“Mas não o suficiente, Sophie. Não para mim.”

E como se estivesse segurando seu real poder aquele tempo todo, a Sombra explodiu, deixando tudo sair. E o Herói estava perdendo. Peter fechou os olhos e abraçou a garota mais apertado.

— Me perdoe, Sophie – ele sussurrou sentindo as lágrimas saírem de seus olhos ainda fechados. – Me perdoe.

E o Herói foi derrotado.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


01 de Setembro de 1993, Casa dos Gritos.

Sophie havia seguido Sirius até a casa dos Gritos. Assim que ambos estavam dentro do quarto onde Remus se transformava, Sophie se virou para fechar a porta e quando se voltou para o cachorro, em sua frente estava um homem.

Alto e magro, cabelos pretos e longos, os olhos cinzas que brilhavam com algo que ela simplesmente soube ser felicidade.

O que ela se lembrava da aparência de Sirius vinham mais das fotos, assim como era em relação aos seus pais e Peter. E olhando para seu padrinho naquele momento, ela podia dizer o quanto ele havia mudado. Tristemente estava maltratado, pálido e tão magro que doía para ela até mesmo olhar. Mas ainda existia beleza em meio aquele cansaço em forma de pessoa, apesar do que ele havia sofrido em Azkaban, Sophie ainda podia ver aquela beleza que outrora brilhava nele.

Sirius abriu um sorriso totalmente emocionado e abriu os braços e Sophie não pensou duas vezes em correr até ele o abraçando com força, e escondendo o rosto em seu peito. Não se importando com o mal cheiro que vinha dele, nada podia atrapalhar aquele momento.

— Sirius – ela suspirou o nome dele com grande alívio.

— É tão bom te abraçar minha mini-Evans – sussurrou Sirius no ouvido da ruiva, a voz rouca pelo tempo em que não era usada. – Você cresceu tanto – afastou-se para olhar o rosto de Sophie que sorria com lágrimas nos olhos, e com as mãos acariciou suas bochechas. –, você é a cara de Lily. Mas esses olhos...

— Os olhos do papai – sussurrou Sophie sorrindo. – É tão bom te ver, Sirius. Eu senti tanto a sua falta.

Sirius suspirou trêmulo e juntou a própria testa com a dela de maneira carinhosa, terna.

— Não teve um dia em que eu não sentia sua falta, de Remus e Harry... Mesmo aqueles onde eu esquecia o meu próprio nome. – sussurrou Sirius, sua voz quebrada. – Eu não posso acreditar que finalmente estou aqui.

Sophie abriu os olhos e olhou para o rosto cançado, dolorido de seu querido padrinho. Ele parecia tão perdido, tão sem vida e esperança. Tão distante do Sirius das fotos, do Sirius que Remus falava sobre. Seu coração doeu por ele.

— Você finalmente está aqui, Sirius. Vai ficar tudo bem agora – ela disse com firmeza e carinho, passando as mãos pelo rosto dele e aliviado os pontos cheios de preocupação.

Ele abriu os olhos e sorriu para ela.

— Está com quinze anos, certo? – perguntou ele se afastando um pouco mas não a ponto de não a estar segurando. – Preparando-se para os N.O.M.S?

— Sim – concordou ela um tanto emocionada por ele saber quantos anos ela tinha. – É apenas o primeiro dia e já sei que vou perder minha sanidade este ano.

Sirius riu e a puxou para mais um abraço, sendo incapaz de ficar muito longe dela.

— Na minha época eu lembro que sai correndo pelado pela escola no meio das provas – disse Sirius e Sophie riu incrédula. – Foi terrível, James zombou de mim o tempo todo desde então, nunca me deixando esquecer.

— E agora serei eu a não te deixar esquecer – disse Sophie feliz. Então suspirou: – Oh, quando Remus descobrir que você está aqui...

Sirius tornou a se afastar um pouco olhá-la nos olhos. O anseio e a saudade que estavam estampados em seu rosto era claro como o mais puro cristal.

— Ele está bem? Como tem sido a vida de vocês? Cuidaram um do outro, certo? – perguntava o Black cheio de preocupação na voz.

— Ele está bem. E a nossa vida foi boa, carregada de saudades mas ainda sim fomos felizes como podíamos ser – concordou Sophie sorrindo. – E sim, sempre nos mantivemos cuidando um do outro.

— Eu fico tão aliviado e feliz em ouvir isso.

Sophie abriu um largo sorriso animada com o fato de que, Sirius estava ali em Hogwarts e assim era Remus.

— Ele é o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Pads! – informou ela. – Remus Lupin já conhecido por todos os alunos como o melhor professor dessa matéria!

Os olhos cinzas de Sirius brilharam mais quando arregalados por surpresa a aquela notícia. Ele segurou os ombros de Sophie.

— Ele está aqui? Em Hogwarts? – perguntou ele e ela concordou. E o sorriso de Sirius se tornou maior e mais feliz. – Isso... Isso é maravilhoso. Ele sempre foi extremamente esperto nessa matéria, não posso imaginar ninguém melhor para ensinar do que ele – disse orgulhoso. E então ele parecia ansioso. – E Harry? Eu... Eu fui vê-lo nos Dursley naquela noite em que vi vocês dois mais outros garotos na rua... Amigos seus? A propósito o que estavam fazendo tão tarde na rua?

— Harry está bem, está fazendo o terceiro ano – respondeu Sophie e então puxou a mão de Sirius para se sentarem na cama que havia ali. – Eu estava com ele naquela noite, porque tive que passar as férias nos Dursley, pois Remus teve que vir para Hogwarts arrumar algumas coisas em relação as aulas. Aqueles que você viu são Charles, Erik e Harriet alguns dos meus amigos que passaram as férias comigo e Harry. E estávamos aquela hora na rua por questões de não aguentarmos mais a casa de meus tios.

— Não posso julgar, não aguentava ficar nem um minuto na presença da irmã da ruiva, imagine passar dias na casa dela com aquele marido – brincou Sirius e Sophie riu baixo.

— Meus amigos sabem, a propósito – disse Sophie. –, sobre a história toda da sua prisão. Que você não é um assassino.

— E você confia nesses seus amigos? – a voz de Sirius carregava desconfiança e dúvida.

Sophie o olhou com simpatia. Não era uma surpresa ele estar cético sobre amizade e confiança, afinal, um de seus melhores amigos o traiu. Ela apertou a mão dele e disse suavemente mas firme:

— Com a minha vida.

Sirius a olhou nos olhos por um longo momento antes de enfim suspirar e concordar.

— E Harry? Ele também sabe sobre mim?

— Não. – respondeu Sophie um tanto frustrada por isso. – Pensamos em contar assim que soubemos que você saiu de Azkaban mas... Bem, Dumbledore achou melhor não contar. Ele acredita que você fugiu porque descobriu alguma coisa muito importante e que tem um plano em mente, então se Harry soubesse, ele iria querer ir atrás de você e te ajudar. E bem, a minha ajuda e a de Harry as vezes pode mais atrapalhar do que ajudar... Foi me dito. Eu não concordo, mas... – ela revirou os olhos dando de ombros.

— Mas faz sentido – disse Sirius, sua voz tornando a ficar terna. –, tentar me ajudar de qualquer forma que possa, sem se importar se iria me atrapalhar ou não, é algo muito do seu pai.

— O jeitinho Potter de ser – cantarolou Sophie.

— E como soube que eu estaria aqui? Me viu no mapa? – perguntou ele, agora com os olhos brilhando de forma marota.

— Sim – concordou Sophie sorrindo e sentindo orgulhosa. – Eu estava olhando nele para xeretar a vida alheia quando vi o seu nome andando próximo da floresta.

— Se quer saber não planejava deixar você me encontrar – comentou Sirius com um suspiro, Sophie olhou para ele sem entender. – Mas estou feliz por.

— E vai ficar mais feliz ainda quando eu contar a Remus! Ele vai ficar louco para vir te encontrar e então...

— Não, Sophie. Eu não quero que Remus saiba que estou aqui. – disse Sirius seu tom sério e triste.

Sophie olhou surpresa para ele, sem entender o motivo para Sirius não querer que Remus soubesse de sua presença no castelo.

— Do que você está falando, Sirius? – ela perguntou baixinho. – Por que não? Depois de todo esse tempo...

Sirius permaneceu em silêncio por um longo tempo, ele não olhava para ela e sim para as próprias mãos. E Sophie se tocou que não havia perguntado para ele o motivo de sua fuga.

— Por que você fugiu de Azkaban, Sirius? – ela perguntou. – O que foi que te fez fugir de lá?      

Sirius fechou os olhos, e Sophie assistiu as mãos dele se fecharem em punhos e sua mandíbula magra e ossuda se afiar. Ele parecia estar tendo uma guerra interna em seu inconsciente. Ela gentilmente colocou a mão acima da fechada dele e acariciou.

— Eu... Eu não sou o papai. Não sou nem mesmo aquela que carrega um pouco da alma dele e que alivia o vazio dentro de você – começou ela lentamente. – Mas eu, bem, eu gostaria que você confiasse em mim como confiava nele. Ou pelo menos um pouco. Seja qual for o motivo da sua fuga, Sirius. Me deixa te ajudar, vai?
   
Sirius abriu os olhos e a novamente a ternura estava de volta neles. Ele sorriu e segurou a mão dela.

— Você é muito mais o seu pai do que eu pensava – disse ele baixinho. Ele então suspirou e concordou com a cabeça antes de dizer: – Pode me dar o mapa e sua varinha?

Sem pensar duas vezes, Sophie puxou ambos os objetos e entregou para ele. Sirius sentiu uma onda de carinho bater em seu peito ao perceber como ela confiava nele, aponto de lhe dar a varinha sem dizer uma palavra.

Foi quando ele apontou a varinha para o mapa que ele percebeu que varinha era aquela.

— Oh – ele sussurrou, a voz um tanto rouca e estrangulada. Segurou a varinha com mais força enquanto os olhos se enchiam de lágrimas. – É a varinha... É a varinha dele.

— Sim – concordou Sophie. – Eu só soube depois que ela me escolheu.

Sirius sorriu e ficou em silêncio ainda olhando para aquela varinha como se estivesse vendo James no lugar dela. Sophie olhou para o lado, dando privacidade para aquele momento de seu padrinho e só voltou a olhar para ele quando o ouviu dizer:

— Eu juro solenemente não fazer nada de bom.

Ela observou ele abrir o mapa e olhar para ele todo, como se estivesse procurando por algo.

— O motivo da minha fuga está escrito nesse mapa, Sophie. – sussurrou ele e a raiva por trás daquelas palavras deixou ela mais curiosa e até ansiosa sobre o que seria.

Se passou quase um minuto até enfim ele encontrar o que procurava.

— Aqui! – exclamou apontando para o mapa. – Veja isso.

Com a testa franzida Sophie se aproximou mais e olhou para o pontinho que Sirius apontava. No mesmo instante ela arregalou os olhos para o nome escrito ali. Ela sentiu então seu próprio coracao acelerar, se afastando um pouco de Sirius, ela começou a tentar manter a respiração calma – felizmente Sirius estava focado demais no mapa para perceber –, ela piscou várias vezes enquanto balançava a cabeça em negação.

De todos os nomes que ela imaginava para aparecer ali naquele mapa, Peter Pettigrew não era um deles. Peter Pettigrew.

— Como? – ela perguntou baixinho, seus sentimentos e pensamentos naquele momento estavam altos, pulsavam e estavam agitados, e em seus ouvidos ela conseguia ouvir o próprio coração batendo. – Como ele... Como?

— Em forma de rato. – respondeu Sirius num tom sinistro, e o brilho em seus olhos era algo que Sophie não sabia reconhecer. – Esse verme se infiltrou na família Weasley como ratinho de estimação de um dos filhos Weasley. Acho que você já deve ter ouvido falar deles?

A voz de Sirius se tornou um eco depois de ter dito “rato” e “família Weasley”, e cada momento com o dito rato ela se lembrou.     

“Perebas ficou observando o rosto de Sophie por um longo tempo, e ela se sentiu confusa com aquela a proximidade toda com o rato para com ela. Ela nunca havia dado atenção para ele antes.

— Você fugiu do Rony de novo? – perguntou ela.

A resposta de Perebas foi pular na cama e se aconchegar ao lado dela, perto de sua mão, claramente pedindo por carinho. Sophie sorriu.

— Você é um rato manhoso, é o que você é. Mas tudo bem, vou te fazer carinho.”

“— Olá, Perebas. – ela disse colocando o livro de lado e acariciando a cabeça do rato com o dedo. – Fugiu do Rony de novo?

O pequeno rato fechou os olhos apreciando o carinho dado e Sophie sorriu.

— Sabe – ela começou baixinho. –, antes eu não gostava muito de você. Estava muito irritada com um outro rato que fazia parte da minha vida muito tempo.

Perebas abriu os olhos e voltou a ficar sobre as quatro patinhas e com cuidado, continuou subindo pelo corpo dela. Sophie sorriu e pegou o rato na mão, se sentando e aproximando a mão próximo ao rosto dela para que o ratinho pudesse colocar as duas patas no queixo dela.

— Mas, você é um bom rato, Perebas. – continuou ela. – Na verdade, até o antigo rato da minha vida não era de todo ruim. Só... Tenha sofrido mais do que o seu jovem coração pudesse aguentar. – ela deu de ombros. – Passado é passado, e em meu coração eu já o perdoei.

Ela continuou acariciando o pelo cinza do rato, sem notar como estava sendo observada pelo mesmo.

— Mas... Admito não saber como reagiria se o visse pessoalmente algum dia.”

“— Pelo jeito o Egito não te fez bem, não é? – perguntou ela baixinho com dó dele. – Vai ficar tudo bem, rato manhoso, aguenta firme. – continuou ela sorrindo e acariciando a cabeça do mesmo. – Vou falar para Aslan não tentar te caçar esse ano.

O rato fechou os olhos e esfregou a cabecinha na mão de Sophie, e a ruiva não pode evitar revirar os olhos com carinho.

— Tá, tá, também gosto de você, seu manhoso, agora de volta para o seu dono – disse ela tornando a fechar a mão.”

— Sophie? – Sirius a chamou, colocando a mão em seu ombro, e a olhando confuso.

— Eu conheço os Weasley. Sou amiga dos gêmeos, Jorge e Fred; e Harry é melhor amigo do segundo mais novo, Rony. – respondeu Sophie não sabendo como se sentir com aquela revelação. – O rato é chamado de Perebas, pertence ao Rony... Está na família deles a muito tempo.

Sirius concordou voltando a olhar para o mapa, especificamente para o nome de Peter. Sophie não estava gostando do jeito que ele olhava para o nome dele.

— Ele deve ter se infiltrado, logo depois que fingiu a própria morte – comentou Sirius de forma pensativa. – Você disse que o dono dele, Rony, é o melhor amigo de Harry?

— Sim. – concordou Sophie. – Amigos desde do primeiro trem que pegaram. Assim como eu com Fred e Jorge.

— Certo. – concordou Sirius. – E Rony sabe sobre mim?

— Não. Os únicos que sabem sobre você da família Weasley são os gêmeos. – respondeu Sophie e então suspirou. – Este tempo todo ele esteve tão perto...

— Não te culpo por não ter notado ele. – disse Sirius. – Nem eu imaginaria que ele seria tão sujo a ponto de se esconder bem de baixo dos narizes de Dumbledore, você e Remus.

Sophie franziu a testa para Sirius.

— Acontece que... – Sophie analisou toda aquela história com calma e continuou: – Não tinha como ele saber. Perebas pertencia a outro filho Weasley, Percy, então foi passado para Rony e isso aconteceu antes de eu conhecer os Weasley, e mais antes ainda de Harry conhecer Rony. Então não era a intenção de Peter...

Sirius negou com a cabeça e Sophie podia jurar que via uma sombra crescendo ao redor do seu padrinho.

— Você pode achar isso mas não se deixe enganar. Só porque ele é um rato não significa que seja burro. – disse Sirius de forma amarga. – Ele enganou a todos durante anos e anos. As vezes me pergunto se não foi ele mesmo que matou Hannah. – a última parte saiu como um sussurro mas Sophie escutou mesmo assim.

Tudo estava se encaixando para Sophie. O motivo da fuga de Sirius estava ficando mais claro a cada palavra que seu padrinho dizia. Nunca teve haver com voltar para casa, para ela, para Harry, para Remus.

— Ele tem estado doente. – disse Sophie baixo. – Rony disse que ele ficou doente depois que voltou do Egito. Por sua causa talvez...

— Provavelmente. Ele deve saber que eu fugi e que estou atrás dele. Porque eu estou atrás dele. – disse Sirius de forma sombria e então olhou no rosto dela. –  Eu quero pegá-lo, Sophie. Eu preciso pegá-lo. Eu.

— E por que você não quer que Remus saiba que você está aqui? – perguntou Sophie, seu coração tornara a bater forte e ela estava se sentindo dividida.

— Eu não quero... – e por um momento a sombra sumiu, e Sirius parecia envergonhado. – Eu não quero que ele saiba porque eu sei que vou decepcioná-lo. Porque eu vou matar Peter Pettigrew e se Remus souber minha real motivação, souber que estou aqui, ele vai tentar me impedir. E isso não pode acontecer, Sophie. Eu preciso dessa vingança.

“Foi essa vingança que afastou você da gente a doze anos atrás”, pensou Sophie com tristeza.

— Seria bom que ninguém soubesse também. – continuou Sirius. – Quanto menos gente souber, melhor.

— Essa é a sua forma de se redimir? – perguntou Sophie por fim. – Por ter dito ao meu pai para colocar Peter como guardião do segredo ao invés de você próprio?

O silêncio que recebeu em troca foi resposta suficiente.

— Sirius, eu não te culpo. – sussurrou Sophie com tristeza. – Você... Não foi sua culpa.

— O vazio na minha alma diz diferente, Sophie. – respondeu Sirius apenas, devolvendo para ela a varinha e o mapa.

Sophie suspirou e guardou o mapa e a varinha antes de se levantar da cama e ir até a janela, observando Hogsmeade de longe sendo iluminada pela lua.

— Eu não concordo com a sua forma de agora sobre essa situação. – disse ela se sentindo cansada. – Matá-lo... Isso não vai fazer bem para ninguém, Sirius.

— Nada mais importa. – disse Sirius em troca e Sophie sentiu o coração doer. – Por favor, Sophie, por favor, não conte a ninguém.

Sophie fechou os olhos e respirou fundo. Se virou para o padrinho e acenou com a cabeça para ele, observando ele suspirar de alívio. Ele não precisava saber que sua mão que estava no bolso, estava com os dedos cruzados.

Ela não contaria para ninguém por enquanto pois ela mesma precisava compreender toda aquela situação, precisava... Acalmar a si mesma em relação ao fato que aquele tempo todo, Peter esteve bem ali e em todas vezes que estava perto dela não era nada mais que manhoso e carinhoso.

Sophie finalmente se viu na situação em que teria que lidar com Peter Pettigrew, mas era mais complicado pois de um lado estava seu coração que já perdoara aquele homem e de outro lado estava seu padrinho, que perdeu muito e ficou preso por anos por culpa de Peter.

Era sobre a que lado escolher. E ela teria que esperar para ver o que aconteceria a seguir porque ela mesma estava sem saber.

Sirius se levantou e foi até ela e novamente a abraçou apertado.

— Obrigado. – disse ele, sua voz realmente estava grata. E então se afastou olhando para ela. – Está ficando tarde, eu vou te acompanhar até o castelo.

— Posso te visitar quando der? – ela perguntou se sentindo um tanto vulnerável.

Sirius sorriu e de forma terna lhe deu um beijo na testa.

— Nada me faria mais feliz.

Por enquanto, ela deixaria o Tempo a levar pelo caminho que fosse. E ela esperava, rezava, que não acabasse com a morte de alguém.


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