TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 54
Capítulo 54 — Apenas o Primeiro Dia · pt. II




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Após o fim da aula de Transfiguração, os cinco partiram para o Salão Principal para almoçarem. Harry estava bem mais aliviado com a garantia de McGonagall de que não morreria tão cedo como a professora Trelawney havia predito. Eles estavam seguindo caminho para onde o grupo estava sentado na mesa da Lufa-Lufa quando Hermione falou:


— Anime-se, Rony. Você ouviu o que a Profª Minerva disse.

Rony, que realmente parecia bem preocup, ignorou a Granger e se voltou para Harry.

— Harry – começou ele, em tom baixo, com ar sério. –, você não viu um canzarrão preto em algum lugar, viu?

Harry suspirou, já sabendo que sua resposta deixaria Rony mais assustado.

— Vi, sim. Na noite em que saí da casa dos Dursley – o Weasley parou na hora. – Mas não foi só eu! – continuou Harry rápido. – Sophie, Erik, Harriet e Charles viram também.

Nisso eles chegaram ao lado do restante do grupo.

— Vimos o que? – perguntou Sophie quando o irmão se sentou ao lado dela.

— Aquele cachorro, na noite em que saímos dos Dursley. – respondeu Harry.

Sophie olhou com a testa franzida para ele e afrouxou o rosto em concordância com ele.

— Ah sim, era realmente grandão – disse Sophie tornando a comer.

— Provavelmente um cão sem dono – comentou Samuel calmamente.

Rony olhou para Samuel como se ele tivesse enlouquecido.

— Sam, se Harry viu um Sinistro, isso é... É ruim. Meu tio Abílio viu um e... E morreu vinte e quatro horas depois!

Hermione bufou enquanto Sam revirava os olhos.

— Coincidência – replicou Hermione dignamente, servindo-se de suco de abóbora. 

— Espera... o que? Sinistro? Não vimos o Sinistro! – exclamou Charles confuso. – Por que acham isso?

— Hoje foi a primeira aula de adivinhação deles. E provavelmente Sibila Trelawney matou mais um. Quem é o presunto da vez? – perguntou Erik bem humorado.

— Harry – respondeu Gabriel rindo.

— Caramba Harry, logo no primeiro dia de aula e você já tá marcado para morrer – comentou Dean batendo de leve no ombro do Potter mais novo.

— Não acredite nisso, irmãozinho – disse Sophie calmamente. – Se nem o feitiço da morte foi capaz de te matar, não vai ser a aparição de um cachorro preto que vai.

— Mas é o Sinistro... – Rony tentou dizer mas Fred o cortou.

— Ah você não acredita nisso é?!

— Devo te lembrar do tio Abílio?! – retrucou Rony para Fred.

— Tio Abílio tinha quase cem anos! Pelo amor de Deus, a gente dava um “oi” pro velho e ele já se assustava. E ele não viu um Sinistro, foi um lobo preto que ficava perto da floresta onde ele morava, eu e o Fred o vimos – respondeu Jorge rindo.

— Viu só, Rony? Relaxa um pouco, você não vai perder seu melhor amigo – disse Castiel.

— Acho que Adivinhação é uma coisa meio confusa – comentou Hermione, com um livro aberto e procurando a página que queria. – É muita adivinhação, se querem saber a minha opinião.

— Não houve nada confuso com o Sinistro naquela xícara! – retrucou Rony acaloradamente.

— Mas não foi você que ao invés de ver o tal Sinistro, viu o nariz do Snape e depois disse era um macaco-narigudo? – cantarolou Gabriel. – Hermione está certa. Muita adivinhação, e pouca aula.

— Como ela pode estar certa quando a Profª Sibila disse que ela não tinha a aura necessária?! Ela só não está gostando é de ser ruim em uma matéria para variar! – retrucou Rony ficando mais irritado.

Ele acabara de tocar num ponto sensível. Hermione bateu com o livro de Aritmancia na mesa com tanta força que voaram pedacinhos de carne e cenoura para todo lado.

— Se ser boa em Adivinhação é ter que fingir que estou vendo agouros de morte em borras de folhas de chá, não tenho certeza se quero continuar a estudar essa matéria por muito mais tempo! Aquela aula foi uma idiotice completa se comparada à minha aula de Aritmancia! – E, agarrando a mochila, a menina se retirou.

— Parabéns, Weasley, você é o maior idiota da família – disse Gabriel e então saiu atrás de Hermione.

Sam olhou com sensura para Rony e dando um tapinha no ombro de Harry, saiu para se juntar com os outros dois.

Já Rony franziu a testa acompanhando com os olhos os amigos se afastando.

— Do que é que ela estava falando? – perguntou ele. – Mione ainda não assistiu a nenhuma aula de Aritmancia.

Harry negou com a cabeça e focou em sua própria comida.

— Cara você é muito tapado. – comentou Jorge para Rony. – Você realmente acredita nessa palhaçada de Sinistro?

— É ridículo – concordou Patrick – Esse é o motivo por eu odiar Adivinhação. Como Hermione disse, tem muita adivinhação. Tudo um bando de charlatões se querem saber. Lamento dizer Rony, mas Mione está certa.

Rony ficou vermelho e fixou os olhos em sua comida.

— E como foi primeira aula do Moony? – perguntou Harry para Sophie que sorriu.

— Fantástico! – respondeu Sophie com um ar de orgulho. – Até o final da semana, eu te gatanto Harry, toda a escola estará falando sobre Remus Lupin, o melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas!

— A minha próxima é a do Hagrid – comentou Harry um tanto ansioso pelo amigo. – Vocês tem notícia se ele foi bem...?

O sorriso de cada um ali foi um alívio para Harry, pois se Hagrid estivesse indo mal, eles não estariam sorrindo, com certeza.

— Você vai amar, Harry – respondeu Harriet num tom bastante feliz. – Ele está tão incrível! Um tanto tímido ainda, mas ooh, ele é bem melhor que o antigo professor.

— De fato foi bem impressionante – concordou Erik. – Acho que o que fizemos hoje vai ser o mesmo para vocês e para as outras turmas, é algo muito incrível para ser apenas apresentado para uma turma.

— Eu me senti como um próprio anjo voando – cantarolou Castiel com um suspiro feliz.

— Você está se chamando de anjo? – perguntou Charles com a sobrancelha esquerda levantada para o amigo.

— É claro, não posso negar o que sou, posso, irmãozinho? – questionou Castiel e Charles revirou os olhos.

No fim do almoço Harry estava mais aliviado e animado para sua próxima aula com Hagrid, pronto para ver seu querido amigo sendo incrível.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


O grupo estavam seguindo pelo corredor, Sophie estava de braços dados com Dean e a cabeça deitada no ombro do loiro, dando uma olhada para o lado ela sorriu ao ver seus amigos conversando sobre tudo e nada. Os gêmeos estavam falando para Patrick e Harriet sobre seus planos para sua futura loja de logros, Erik estava conversando com Charles sobre algo relacionado com suas carreiras no futuro e... Ela franziu a sobrancelha ao não ver Castiel e Teresa. Levantou a cabeça e olhou ao redor, olhando para trás ela simplesmente parou e olhou sem entender para o que via.

Teresa vinha andando devagar atrás deles e sobre seus ombros Castiel estava sentado, com as mãos segurando o tipo da cabeça da garota grifinória.

— Por que? – Sophie perguntou simplesmente.

— Castiel gosta de como ele pode ver todo mundo quando está em cima dos meus ombros – respondeu Teresa ainda andando calmamente. – Faz ele se sentir poderoso.

— Sim – continuou Castiel com um largo sorriso. –, e a Tess diz que é um bom exercício para ela também. Além disso, eu posso dizer “não” para qualquer um e ainda parecer incrível e intimidador.

— Mas... – comecou Charles mas Erik colocou a mão no braço dele negando com a cabeça.

— Só vamos continuar andando, Charls, só vamos continuar andando – disse o alemão puxando Charles gentilmente pelo corredor. – Dean e Harriet vamos também, próxima aula é de Transfiguração.

— Ooh, logo no primeiro dia e vamos ser destruídos pela Minerva – choramingou Harriet seguindo. – Por que me puniste desta forma, ó Senhor?

— Nos vemos mais tarde – disse Dean para todos e indo até Teresa. – Tess, minha guerreira temida, pode se abaixar para eu me despedir direito da minha torta?

Teresa revirou os olhos e de maneira impressionante, que deixou Sophie e Patrick de bocas abertas para como aquela garota podia ser linda e tão forte, se abaixou e Dean foi capaz de dar um beijo rápido em Castiel antes de correr atrás da Harriet, pulando em cima dela. E de maneira mais impressionante que fez tanto Patrick quanto Sophie se escorarem um no outro, Teresa levantou com Castiel ainda em seus ombros e seguiu pelo corredor para a sala de História da Magia.

O loiro lufano e a ruiva continuaram parados, ambos estupefatos por aquela moça que seguia como se não tivesse causado nenhum impacto neles.

— Vocês estão bem? – perguntou Fred quando percebeu que os dois ainda estavam parados.

Sophie e Patrick se olharam por um momento e depois para os gêmeos.

— Uh... – disse Sophie piscando várias vezes. – Que?

— Ele perguntou se estamos bem – disse Patrick ainda respirando fundo várias vezes.

— Claro que estamos – concordou Sophie balançando a cabeça várias vezes. – Vamos lá, temos uma aula para assistir! – e puxando Patrick, eles seguiram atrás de Teresa e Castiel.

Fred olhou confuso para a situação toda, Jorge se encontrava parecido até que arregalou os olhos e a boca.

— Oh – disse ele baixinho e então alto: – Oh!

— O que? – perguntou Fred para o irmão, os dois tornando a andar.

— Irmãozinho – disse Jorge rindo num tom surpreso. – Eu acho que está chegando o momento em que Sophie Potter será um perigo para toda Hogwarts.

Se possível, Fred estava mais confuso ainda.

— Do que você está falando, tonto?

— Espere e verá.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•        


Harry ficou contente de sair do castelo depois do almoço. A chuva do dia anterior parara; o céu estava claro, cinza-pálido e a grama parecia elástica e úmida sob os pés quando os garotos rumaram para a primeiríssima aula de Trato das Criaturas Mágicas.

Rony e Hermione não estavam se falando – o que não era surpresa para ninguém. Harry e Gabriel caminhavam ao lado dos dois em silêncio enquanto desciam os gramados em direção à cabana de Hagrid, na orla da Floresta Proibida.

Quando eles já estavam bem próximos, viram três costas bem conhecidas. Draco, falava animadamente com Crabbe e Goyle, que riam com gosto. Harry tinha quase certeza de qual era o assunto da conversa.

Hagrid já estava à espera dos alunos à porta da cabana. Vestia o casaco de pele de toupeira, com Canino, o cão de caçar javalis, nos calcanhares, e parecia impaciente para começar.

— Vamos, andem depressa! – falou quando os alunos se aproximaram. – Tenho uma coisa ótima para vocês hoje! Vai ser uma grande aula! Estão todos aqui? Certo, então me acompanhem!

Por um momento de apreensão, Harry pensou que Hagrid os levaria para a Floresta Proibida; o menino já tivera suficientes experiências desagradáveis ali para a vida inteira. No entanto, o guarda-caça contornou a orla das árvores e cinco minutos depois eles estavam diante de uma espécie de picadeiro. Não havia nada ali.

— Todos se agrupem em volta dessa cerca! – mandou ele. – Isso... Procurem garantir uma boa visibilidade... Agora, a primeira coisa que vão precisar fazer é abrir os livros...

— Como? – perguntou a voz fria e arrastada de Draco Malfoy.

— Que foi? – perguntou Hagrid.

— Como é que vamos abrir os livros? – repetiu o menino. Ele retirou da mochila seu exemplar de O Livro Monstruoso dos Monstros, amarrado com um pedaço de corda. Outros alunos fizeram o mesmo, alguns, como Harry, tinham fechado o livro com um cinto; outros os tinham enfiado em sacos justos ou fechado os livros com grampos.

— Espera – começou Gabriel olhando para todos como se cada um ali fosse um bando de idiotas. – Nenhum de vocês conseguiram abrir o livro?

Todos, menos Harry – que havia aprendido com Erik qual era o segredo –, Hermione e a aluna Rosie Green da Sonserina, negaram com a cabeça.

— Oh... – disse Hagrid parecendo desapontado. – Eu pensei que vocês iriam saber, não é tão complicado... Eu...

— Hagrid, querido, pare – disse Gabriel se aproximando do professor e batendo de leve em seu barrigão, sua voz suave que ele só usava com Hermione e Sam. – Eles não sabem porque são todos idiotas, não é sua culpa. – Gabriel então se voltou para todos, seus olhos frios e cheios de raiva que fez até Hermione se encolher atrás de Harry que se escolheu atrás de Rony que não tinha ninguém para se esconder atrás. – Usem o cérebro de vocês, que eu acredito que pelo menos um pouco existe em vocês! O que faz um animal confiar em você além de comida, seus idiotas?

Cada um dos alunos olharam em volta um para o outro sem saberem a resposta e com medo de dar a resposta errada. Gabriel fechou olhos e respirou fundo várias vezes, antes de abrir novamente e dizer num tom de falsa simpatia.

— Carinho – disse ele, e então aumentou o tom: – Carinho, suas bestas! É só fazer carinho nele e ele vai abrir! É cada uma!

Cada um ali deu um pulo com o último grito e começaram a acariciar o livro rapidamente, e realmente, de fato ele abriu.

— Eu... Eu achei que seria engraçado... – disse Hagrid ainda parecendo inseguro.

Malfoy abriu a boca e Harry sabia que dali sairia uma grande ofensa contra Hagrid mas antes que o loiro oxigenado pudesse dizer, Gabriel o venceu dizendo com a voz verdadeiramente gentil:

— E foi, querido! Meu irmão Luci achou uma ideia genial quando viu esse livro na minha lista e depois de rir que nem uma malévolo que ele é, mandou eu parabenizar o professor pela ideia e isso vindo dele quer dizer alguma coisa, acredite – disse Gabriel sorrindo e Hagrid abriu um largo sorriso voltando a ficar confiante.

— Bom – disse Hagrid num tom mais alto e alegre, batendo as mãos juntas. –, agora que vocês estão com os livros abertos, eu irei buscar pelas criaturas!

Ele se afastou na direção da floresta e desapareceu de vista.

— Nossa, essa escola está indo para o brejo! – falou Malfoy em voz alta. – Esse pateta dando aulas, meu pai vai ter um acesso quando eu contar...

— Cala a boca, Malfoy – retrucou Harry.

— Cuidado, Potter, tem um dementador atrás de você...

— Aaaaaaah! – guinchou Lilá Brown, apontando para o lado oposto do picadeiro.

Trotavam em direção aos garotos mais ou menos uma dezena dos bichos mais bizarros que Harry já vira na vida. Tinham os corpos, as pernas traseiras e as caudas de cavalo, mas as pernas dianteiras, as asas e a cabeça de uma coisa que lembrava águias gigantescas, com bicos cruéis cinza-metálico e enormes olhos laranja-vivo.

As garras das pernas dianteiras tinham uns quinze centímetros de comprimento e um aspecto letal. Cada um dos bichos trazia uma grossa coleira de couro ao pescoço engatada em uma longa corrente, cujas pontas estavam presas nas imensas mãos de Hagrid, que entrou correndo no picadeiro atrás dos bichos.

— Ai! – retrucou Gabriel após o grito de Lilá, colocando a mão no peito e olhando feio para a garota. – Garota não fica gritando assim não! Não sou obrigado.

— Upa! Upa! AÍ! – bradou Hagrid, sacudindo as correntes e incitando os bichos na direção da cerca onde se agrupavam os alunos.

Todos recuaram, instintivamente, quando Hagrid chegou bem perto e amarrou os bichos na cerca.

— Hipogrifos! – bradou Hagrid alegremente, acenando para eles. – Lindos, não acham?

Harry conseguiu entender mais ou menos o que Hagrid quis dizer. Depois que se supera o primeiro choque de ver uma coisa que é metade cavalo, metade ave, a pessoa começava a apreciar a pelagem luzidia dos hipogrifos, que mudava suavemente de pena para pêlo, cada animal de uma cor diferente: cinza-chuva, bronze, rosado, castanho brilhante e nanquim.

— Hagrid – suspirou Rosie Green dando pequenos passos para frente. – Oh, eles são tão lindos! Eu pensei que eles viviam na Noruega...

— Oh não, senhorita Green – respondeu Hagrid –, estes são seus primos distantes que moram por aqueles lados, Pássaros Trovões. Esses aqui vivem mais para o lado da Nova Zelândia, algo haver com o clima, eu diria.

— Eles são tão lindos assim? – perguntou Malfoy baixinho na direção de Rosie que olhou feio para ele antes de se voltar para as aves.

— Então – disse Hagrid, esfregando as mãos e sorrindo para todos. –, se vocês quiserem chegar mais perto...

Ninguém pareceu querer. Porém, Harry, Gabriel, Rony e Hermione – por Hagrid ser um grande amigo –, e Rosie por claramente estar apaixonada pelas aves, se aproximaram um pouco.

— Agora, a primeira coisa que vocês precisam saber sobre os hipogrifos é que são orgulhosos. – explicou Hagrid. – Se ofendem com facilidade, os hipogrifos. Nunca insultem um bicho desses, porque pode ser a última coisa que vão fazer na vida. Estes dois aqui em especial – apontou para um cinza e um outro dourado –, Bicuço – apontou para o hipogrifo cinza –, meu garoto favorito, e Madadh-allaidh Dona – o dourado –, esta aqui Harry, é a favorita da Sophie.
“Na verdade” Hagrid olhou atentamente para a hipogrifo dourada “, não tenho certeza se devo deixar vocês se aprocimarem dela. Ela só deixou dois alunos subirem nela para voar, Sophie, e o jovem David. Hum... É melhor eu deixar ela no canto dela, para bem... Não haver feridos.”

Com isso ele levou a hipogrifo dourada de volta pelo caminho que havia trazido. Não muito tempo depois, retornou mancando um pouco.

— Acho que tomei uma boa decisão – disse Hagrid.

Malfoy, Grabbe e Goyle não estavam prestando atenção; falavam aos cochichos e Harry teve o mau pressentimento de que estavam combinando a melhor maneira de estragar a aula.

— Vocês sempre esperam o hipogrifo fazer o primeiro movimento – continuou Hagrid. – É uma questão de cortesia, entendem? Vocês vão até eles, fazem uma reverência e aí esperam. Se o bicho retribuir o cumprimento, vocês podem tocar nele. Se não retribuir, então saiam de perto bem depressinha, porque essas garras machucam feio. Certo, quem quer ser o primeiro?

Em resposta, a maioria dos alunos recuou mais um pouco. Até Harry, Gabriel, Rony e Hermione se sentiram apreensivos. Mesmo Rosie parecia apreensiva. Os hipogrifos balançavam as cabeças de aspecto feroz e flexionavam as fortes asas; não pareciam gostar de estar presos daquele jeito.

— Ninguém? – perguntou Hagrid, com um olhar suplicante.

— Eu vou – disse Harry por fim.

Ouviu-se gente ofegar atrás dele e Lilá e Parvati murmuraram a mesma coisa:

— Aaah, não, Harry, lembra das folhas de chá!

— Calada. – retrucou Gabriel.

Harry riu baixo e respirou fundo, e pulou pela cerca do picadeiro.

— É assim que se faz, Harry! – gritou Hagrid. – Certo, então... Vamos ver como você se entende com o Bicuço.

E, dizendo isso, soltou uma das correntes, separou o hipogrifo cinzento dos restantes e retirou a coleira de couro. A turma do outro lado da cerca parecia estar prendendo a respiração.

Os olhos de Draco se estreitaram maliciosamente.

— Calma, agora, Harry – disse Hagrid em voz baixa. – Você fez contato com os olhos, agora tente não piscar... Os hipogrifos não confiam na pessoa que pisca demais...

Os olhos de Harry imediatamente começaram a se encher de água, mas ele não os fechou. Bicuço virava a cabeçorra alerta e fixava um cruel olho laranja em Harry.

— Isso mesmo – concordou Hagrid. – Isso mesmo, Harry... Agora faça a reverência...

Harry não se sentia nada animado a expor a nuca a Bicuço, mas fez o que era mandado. Curvou-se brevemente e ergueu os olhos.

O hipogrifo continuava a fixá-lo com altivez. Nem se mexeu.

 — Ah – exclamou Hagrid, parecendo preocupado. – Certo... Recue, agora, Harry, devagarinho...

Mas nesse instante, para enorme surpresa de Harry, o hipogrifo inesperadamente dobrou os escamosos joelhos dianteiros e afundou o corpo em uma inconfundível reverência.

— Muito bem, Harry! – aplaudiu Hagrid, extasiado. – Certo... Pode tocá-lo! Acaricie o bico dele, vamos!

Com a impressão de que recuar teria sido uma recompensa melhor, Harry avançou devagarinho para o hipogrifo e estendeu a mão. Acariciou seu bico várias vezes e o bicho fechou os olhos demoradamente, como se estivesse gostando.

A turma prorrompeu em aplausos, a exceção de Malfoy, Crabbe e Goyle, que pareciam profundamente desapontados.

— Certo então, Harry – falou Hagrid. – Acho que ele até deixaria você montar nele!

Isto era mais do que o toma lá dá cá proposto por Harry... Ele estava acostumado a montar vassouras; mas não tinha muita certeza se um hipogrifo seria a mesma coisa.

— Isso, suba ali, logo atrás da articulação das asas. – mandou Hagrid. – E cuidado para não arrancar nenhuma pena, ele não vai gostar nem um pouco...

Harry pisou no alto da asa de Bicuço e se içou para cima das costas do bicho, o bicho se ergueu. Harry não tinha muita certeza de onde deveria se agarrar; à sua frente tudo era coberto de penas.

— Pode ir, então! – bradou Hagrid, dando uma palmada nos quartos do hipogrifo.

— EPA! – gritou Harry.

Sem aviso, as asas de quase quatro metros se abriram a cada lado de Harry; ele só teve tempo de se agarrar ao pescoço do hipogrifo e já estava voando para o alto. Não foi nada semelhante a uma vassoura e Harry soube na hora qual dos dois preferia; as asas do hipogrifo adejavam desconfortavelmente dos lados, batendo por baixo de suas pernas e dando-lhe a sensação de que estava prestes a ser jogado no ar; as penas acetinadas escorregavam dos seus dedos e o garoto não se atrevia a se agarrar com mais força; em vez do vôo suave da Nimbus 2000, ele agora balançava para frente e para trás quando os quartos do hipogrifo subiam e desciam acompanhando o movimento das asas.

Bicuço deu uma volta por cima do picadeiro e em seguida embicou para o chão; essa foi a parte que Harry teve receio; ele jogou o corpo para trás, à medida que o pescoço liso do bicho abaixava, achando que ia escorregar por cima do bico, então, sentiu um baque quando os quatro membros desparelhados do bicho tocaram o chão. Por milagre, conseguiu se segurar e tornar a se endireitar.

— Muito bem, Harry! E muito bem Bicuço! – exclamou Hagrid próximo deles e logo tirando Harry de cima do animal. O novo professor então se abaixou e falou baixinho para o Potter: – Como estou me saindo no meu primeiro dia?

— Muito bem – respondeu Harry orgulhoso e então acrescentou: – Professor.

— Oh... – disse Hagrid sem graça e então se levantou, olhando para os outros alunos. – Muito bem, quem mais quer experimentar?

Encorajados pelo sucesso, os outros alunos subiram, cautelosos, pela cerca do picadeiro. Hagrid soltou os hipogrifos, um a um, e logo os garotos, nervosos, começaram a fazer reverências por todo o picadeiro. Neville fugiu várias vezes do dele, pois o bicho não estava com jeito de querer dobrar os joelhos.

Rony e Hermione praticaram no hipogrifo castanho, Gabriel estava com um preto, Rosie estava com seu próprio grupo com um hipogrifo rosa, e Harry apenas observava.

Malfoy, Crabbe e Goyle ficaram com Bicuço. Ele acabara de retribuir a reverência de Malfoy, que agora lhe acariciava o bico, com um ar desdenhoso.

— Isso é moleza – disse Draco com a voz arrastada, suficientemente alta para Harry ouvir. – Só podia ser, se o Potter conseguiu fazer.. Aposto que você não tem nada de perigoso, tem? – perguntou ao hipogrifo. – Tem, seu brutamontes feioso?

Aconteceu num breve movimento das garras de aço; Draco soltou um berro agudo e no momento seguinte, Hagrid estava pelejando para enfiar a coleira em Bicuço, enquanto o bicho fazia força para avançar no garoto, que caíra dobrado na relva, o sangue aflorando em suas vestes.

— Estou morrendo! – gritou Malfoy enquanto a turma entrava em pânico. – Estou morrendo, olhem só para mim! Ele me matou!

— Você não está morrendo! – disse Hagrid, que ficara muito pálido. – Alguém me ajude... Preciso tirar ele daqui...

Hermione correu para abrir o portão enquanto Hagrid erguia Malfoy nos braços, sem esforço. Quando os dois passaram, Harry observou que havia um corte grande e fundo no braço de Draco; o sangue pingava no gramado e o guarda-caça, com o garoto ao colo, subiu correndo a encosta em direção ao castelo.

Muito abalados, os alunos da aula de Trato das Criaturas Mágicas os seguiram caminhando normalmente. O grupo do Malfoy gritavam contra Hagrid.

— Deviam despedir ele, imediatamente! – disse Pansy Parkinon, que estava às lágrimas.

— Foi culpa do Malfoy! – retrucou Rosie cheia de raiva para cima da Parkinson, ela assim como o próprio grupo dela estavam bem irritados. – Javier escutou aquele idiota chamando o Bicuço de feioso! Hagrid avisou que eles se insultavam fácil!

Crabbe e Goyle flexionavam os braços, ameaçadores mas o tal Javier, Gabriel e uma outra aluna ruiva da Sonserina, Amélia, fizeram poses ameaçadoras de volta.

Eles continuaram segurando o caminho, a maioria dos alunos contra o grupinho do Malfoy gritando insultos um para o outro, até chegarem no castelo onde eles começaram a se separar. Cada um para suas devidas salas comunais.

— Vou ver se ele está bem! – exclamou Pansy, e os outros ficaram observando-a subir de corrida a escadaria de mármore.

Harry, Rony, Gabriel e Hermione subiram as escadas para a Torre da Grifinória.

— Vocês acham que ele vai ficar bem? – perguntou Hermione, nervosa.

— Claro que vai. Madame Pomfrey cura cortes em um segundo – disse Harry, que já tivera ferimentos muito mais sérios curados magicamente pela enfermeira. Assim como Sophie.

— Foi realmente ruim acontecer isso na primeira aula de Hagrid, vocês não acham? – comentou Rony, parecendo preocupado.

— Aquele bosta do Malfoy! – gritou Gabriel frustração. – Se não fosse por ele... Hagrid estava tão animado...

— Sempre se pode contar com o Malfoy para estragar as coisas para o Hagrid...

Eles ficaram ali juntos em um silêncio carregado de preocupação até o restante do grupo chegar. A noite já estava chegando.

— Ei... – saudou Patrick.

Cada um dos amigos se sentaram juntos, o ar pesado entre todos eles.

— Já sabemos da notícia – informou Fred se sentando ao lado de Rony no sofá.

— Justo no primeiro dia de Hagrid! – choramingou Charles chateado e sendo abraçado por Erik.

— Aquele idiota não tem jeito mesmo – rosnou Dean irritado com os braços cruzados, e sendo abraçado por Castiel.

— Onde está Soph? – perguntou Harry notando a ausência da irmã.

— Foi falar com Dumbledore. Assim que ela soube o que aconteceu com Hagrid, ela foi correndo falar com ele. – respondeu Teresa. – Espero que Dumbledore entenda que não foi culpa de Hagrid.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


— Se o senhor demitir o Hagrid eu nunca mais olho na sua cara – começou Sophie entrando que nem um furacão na sala de Dumbledore que levantou a sobrancelha esquerda para ela.

— Sophie...

— Foi o Malfoy! Ele fez isso de propósito! Guarde minhas palavras senhor, aquele braço dele nem deve ter sido ferido de forma grave, ele está fazendo drama para ferrar com o Hagrid!

— Sophie...

— Estou disposta para testemunhar para o Ministério da Magia que a culpa é do Malfoy! Eu não estava lá mas eles não precisam saber disso! Então eu vou mentir se for preciso...

— Eu não vou demitir Hagrid.

— E lhe digo mais, eu não me importo com as consequências em mentir, eu vou... – ela parou e olhou para o professor que a olhava bem humorado agora. –, eu vou calar a minha boca agora e deixar você falar.

— Obrigado, minha amiga – agradeceu Dumbledore. – Eu não vou demitir, Hagrid. Nunca faria isso, eu lhe prometo. Mas é a minha obrigação e dever como diretor enviar uma carta para os pais do senhor Draco Malfoy, avisando sobre o ocorrido. E como você já bem conhece Lúcio, sabe que muito provavelmente Hagrid ira ter que enfrentar um processo contra ele.

Sophie concordou em silêncio, sentindo a preocupação aumentar a cada palavra que Dumbledore falava.

— Lúcio vai fazer de tudo para garantir a morte do Bicuço, já tenha isso em mente. – disse Dumbledore. – Tentarei ajudar como puder, mas só o Tempo pode dizer o que vem a seguir.

— Eu ainda me ofereço para ir no julgamento, se ocorrer – disse Sophie séria e firme.

Dumbledore sorriu para ela, um sorriso cheio de carinho e paz que acalmou Sophie.

— Você mentiria para garantir que Hagrid ficasse bem então? Mesmo que isso manchasse sua integridade aos olhos do nosso Ministério e até atrapalhasse a arrumar um emprego em seu futuro? – perguntou Dumbledore.

Naquele momento Sophie não tinha percebido o teste por trás daquela pergunta, foi apenas no futuro que ela entendeu que foi ali, naquele momento, através daquela resposta dela, que Dumbledore começou a pensar nas possibilidades.

— Se mentir para o meu Ministério significa garantir que uma vida inocente viva, que um amigo querido não tenha que lidar com uma perda, que não ocorra uma tremenda injustiça – respondeu Sophie firme e séria. – Então sim. Eu mentiria até para o Santo Papa.

Dumbledore olhou para ela com aqueles olhos brilhando em algo que ela não conseguia entender. E então ele suspirou e foi até ela, e levemente bateu com o dedo indicador na testa dela três vezes.

— Anos em que comecamos essa amizade, Sophie – começou ele suavemente. – Conheço você tão bem quanto Remus e ainda assim, mesmo depois de todo esse tempo, ainda me surpreende.

Sophie abriu um largo sorriso para ele.

— Vou te manter informada sobre como tudo será. Se eu sentir ser necessário, você participará do julgamento.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


— O que acham que vai acontecer? Com Hagrid? – perguntou Jorge para os amigos enquanto seguia caminho para o Salão Principal.

— Eu não sei, e tenho medo só em pensar. – respondeu Harriet apreensiva.

— Teremos que esperar pra ver... – comentou Sam baixo.

Eles chegaram no Salão Principal com a esperança de verem Hagrid, mas o amigo não estava lá.

— Nada dele... – murmurou Castiel triste. – Vocês acham que...

— Não. – disse Dean antes que o namorado terminasse. – Nem pense nisso.

— Sophie também não está aqui – disse Erik olhando em volta.

Harry então observou a mesa da Sonserina. O grande grupo de Malfoy, que incluía Crabbe e Goyle, estava reunido, absorto em conversas. Harry teve certeza de que estavam inventando a própria versão para o ferimento de Malfoy.

Ele rosnou irritado e olhou para a entrada onde viu Sophie se aproximando de onde eles estavam.

— Onde esteve?

— Falou com o diretor?

— Sim e sim. – respondeu a Potter se sentando ao lado de Charles.

— E? – perguntou Castiel quase pulando em cima da ruiva.

— Ele disse que nunca iria despedir o Hagrid. Mas disse, que teria que mandar uma carta para o pai do Malfoy. Hagrid, provavelmente terá que enfrentar uma acusação em nome do Bicuço. Malfoy fará de tudo para que Bicuço seja condenado a morte. – disse Sophie triste e Harry pode perceber que a irmã estava com raiva. – Me ofereci a participar, ajudar o Hagrid no dia do julgamento, farei o possível para que as pessoas entendam que a culpa foi inteiramente daquele tonto.

Todos respiraram fundo com aquela informação, que por mais que lhes tenham trazido alívio, ainda os deixavam tristes e apreensivos com o futuro.

— Acho que perdi a fome... – murmurou Charles deitando a cabeça no ombro de Sophie que não perdeu tempo em acariciar os cabelos do amigo.

Harry viu que todos os amigos haviam perdido a fome. Suspirando, eles se levantaram, e saíram do Grande Salão lentamente.

— Bem, não se pode dizer que não foi um primeiro dia de aula interessante – comentou Rony, deprimido.

O grupo subiram para o salão comunal da Grifinória e se acomodaram em um canto, sendo eles, os únicos ali, tentaram fazer o dever de casa que os professores passaram, mas ficaram o tempo todo interrompendo-o para espiar pela janela.

Mas Sophie, que havia pegado o Mapa do Maroto para dar uma olhada no que acontecia na escola, agora estava olhando para ele com bastante atenção. Para os outros ela parecia bastante calma, mas para Erik, ele podia sentir que algo havia chamado atenção dela pois agora seu coração estava se acelerando. Ele já ia perguntar mas Harry exclamou:

— Tem luz na janela de Hagrid!

Samuel consultou o relógio.

— Se a gente andar depressa, pode descer para ver ele. Ainda é cedo...

— Não sei – disse Hermione incerta lentamente, e Harry viu que a amiga o olhava.

— Eu tenho permissão para andar pela propriedade. – disse o garoto incisivamente. – Sirius Black ainda não passou pelos dementadores ou passou?

— Bem, o que estamos esperando então? – perguntou Castiel já de pé e pulando animado.

Sophie fechou o Mapa depressa e o guardou em seu bolso antes de concordar que deveriam ir até a cabana de Hagrid. E assim, eles guardaram o material de estudo e se dirigiram ao buraco do retrato, felizes por não encontrar ninguém no caminho até a porta principal, porque não tinham tanta certeza assim de que podiam sair.

O gramado ainda estava úmido e parecia quase negro à luz das estrelas. Quando chegaram à cabana de Hagrid, eles viram Bicuço deitado ao lado da cabana e com ele estava a hipogrifo dourada, Madadh Dona.

— Vão na frente – disse Sophie para os amigos enquanto se aproximava devagar dos dois hipogrifos. – Quero ver como esses dois estão...

 

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Todos concordaram e partiram para a porta da cabana, bateram e uma voz resmungou rouca:

— Pode entrar.

Hagrid estava sentado em mangas de camisa à mesa de madeira escovada; o cachorro, Canino, tinha a cabeça no colo dele. Ao primeiro olhar, os garotos perceberam que o amigo andara bebendo muito; havia uma caneca de alpaca quase do tamanho de um balde diante dele e parecia ter dificuldade para focalizá-los.

— Imagino que seja um recorde – choramingou com a voz pastosa, quando os reconheceu. – Cálculo que nunca tiveram um professor que só durasse um dia.

— Mas você não foi despedido, Hagrid! – exclamou Castiel ansioso.

— Ainda não – respondeu ele, infeliz, tomando um grande gole do que havia na caneca. – Mas é só uma questão de tempo, não depois que Malfoy...

— Você não entendeu, Hagrid, você não vai ser despedido. Sophie conversou com Dumbledore – disse Erik se sentando ao lado do amigo.

— E escuta isso, garotão, Dumbledore disse que ele nunca despediria você – continuou Dean sorrindo. – Você vai continuar nos aguentando, grandão.

Hagrid olhou para o grupo à sua frente e voltou-se a chorar, desta vez, Harry pode perceber que de emoção.

— Como é que aquele idiota está? – perguntou Gabriel enquanto se sentavam. – Não foi grave, foi?

— Madame Pomfrey fez o melhor que pôde – disse Hagrid num tom inexpressivo. –, mas ele diz que continua doendo muito... Todo enfaixado... Gemendo...

— Ele está fingindo – disse Harry na mesma hora. – Madame Pomfrey sabe curar qualquer coisa. Ela fez crescer metade dos meus ossos no ano passado e fez Sophie sobreviver daquele balaço na cabeça. Guarde minhas palavras que Malfoy vai se aproveitar o máximo que puder do acidente.

— Os conselheiros da escola foram informados, é claro – continuou Hagrid, infeliz. – Acham que comecei muito grande. Devia ter deixado os hipogrifos para mais tarde... Que estudasse vermes ou outra coisa pequena... Só quis fazer uma primeira aula boa... Então a culpa é minha...

— Nem vem com essa! – disse Gabriel realmente bravo. – Você mesmo viu, Hagrid! Depois que o Harry voou, todos estavam se dando bem com os hipogrifos! Malfoy que insultou o Bicuço!

— É, isso é tudo culpa do Malfoy, Hagrid! – concordou Jorge sério.

— Somos testemunhas – acrescentou Harry. – Você avisou que os hipogrifos atacam quando são insultados. O problema é do Malfoy se ele não estava prestando atenção. Vamos contar ao Dumbledore o que realmente aconteceu.

— Vamos, sim, não se preocupe, Hagrid, vamos confirmar sua história. – concordou Rony.

— Até a Sophie já deixou claro para Dumbledore que estará com você para te ajudar no dia do julgamento. – disse Charles sorrindo.

— Vai ficar tudo bem, Hagrid – disse Patrick sorrindo. – Estamos com você.

Lágrimas saltaram dos cantos enrugados dos olhos de Hagrid, negros como besouros. E ele começou a soluçar alto e dando pulos de onde estava sentado.

— Acho que você já bebeu o suficiente, Hagrid – disse Teresa com firmeza. E apanhou a caneca na mesa, saindo da cabana para esvaziá-la.

— Ah, talvez ela tenha razão – reconheceu Hagrid. 

O guarda-caça levantou-se com esforço da cadeira e seguiu Teresa até o lado de fora, com o andar vacilante. Não muito tempo depois, os garotos ouviram barulho de água caindo.

— Que foi que ele fez? – perguntou Sam, nervoso, quando Teresa voltou trazendo a caneca vazia.

— Meteu a cabeça no barril de água – respondeu Teresa suspirando, guardando a caneca.

Não muito tempo depois Hagrid retornou.

— Assim está melhor – falou, sacudindo a cabeça como um cachorro e molhando os garotos. – Escutem, foi muita bondade vocês terem vindo me ver, eu realmente...

Hagrid parou de repente, encarando Harry como se tivesse acabado de perceber que ele estava ali.

— QUE É QUE VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FAZENDO, HEIN? – Hagrid bradou tão inesperadamente que os garotos deram um pulo de mais de um palmo. – VOCÊ NÃO PODE SAIR ANDANDO POR AÍ DEPOIS DO ANOITECER, HARRY! E VOCÊS! DEIXARAM-NO SAIR!

— Ai credo Hagrid, vai com calma com o drama – resmungou Gabriel saindo da  cabana e revirando os olhos.

O restante foi seguindo, cada um deles rindo. Harry também já estava saindo da cabana dando risada quando de repente sentiu um puxão e quando percebeu estirado como um saco de batatas no ombro de Hagrid.

— Mas o que...

— Vamos! – disse Hagrid aborrecido. – Vou levar vocês de volta à escola, e não quero pegar ninguém saindo para me ver depois do anoitecer. Eu não valho o risco

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Minutos antes após o grupo entrar na cabana.
        

— Sinto muito que isso esteja acontecendo, Bic – disse Sophie para o hipogrifo cinza que acenou com a cabeça em sinal de agradecimento.

Sophie sorriu gentilmente para ele antes de se voltar para Madadh-allaidh Dona que agora estava de pé e se aproximava dela. A Potter fez uma reverência, mas não foi necessário, a hipogrifo se aproximou dela e esfregou a cabeça contra os cabelos de Sophie. A ruiva se levantou e olhou para os olhos igualment dourados daquela hipogrifo que havia se dado tão bem.

— Hagrid me disse que o outro único que você deixou se aproximar se chamava David... Você pode me confirmar se... Se era o meu David? – perguntou Sophie baixinho para Madadh.

O aceno que recebeu em troca fez o sorriso de Sophie se tornar mil vezes maior cheio de felicidade.

— Obrigada, querida.

Madadh-allaidh Dona tornou a esfregar o rosto no cabelo de Sophie antes de se afastar e começar a se afastar. Sophie ficou parada olhando a bela criatura que a luz da lua tinha um brilho sobrenatural cheio de beleza e poder... Algo que só poderia ser descrito como Tempo. Sophie assistiu ela se afastar até que a hipogrifo parou, se virou na direção dela e bateu a pata no chão várias vezes.

— Quer que eu te siga? – perguntou a Potter confusa.

O aceno de confirmação foi o suficiente para Sophie correr atrás dela. As duas começaram a andar juntas para perto da floresta proibida, mais Madadh que liderava e a Potter seguia.

Madadh parou e ficou encarando a floresta e assim fez Sophie também, esperando para o que quer que aquela hipogrifo quisesse que ela visse. E ela tinha um palpite forte sobre o que seria.

— Sabe, não sei como me sentir mais uma vez e dessa vez é sobre o Malfoy – disse Sophie baixinho ainda olhando para as árvores. – Ele me dá um remédio para me ajudar contra os dementadores mas ainda continua sendo um babaca. Eu não sei... E minha cabeça dói quando eu não sei.

Ela ouviu um barulho atrás dela, e quando olhou, viu Hagrid enfiando o rosto em um barril de água.

— Mas ele mereceu o que o Bicuço fez com o braço dele. – continuou Sophie – Hagrid é bom demais para ter que aguentar esse tipo de coisa. Me preocupo com ele. – dito isso ela virou a olhar para a floresta quando a imagem de um enorme cão preto apareceu. Da mesma forma que a primeira vez naquela rua.

Sophie prendeu a respiração e novamente sentiu o coração acelerar de ansiedade. O cachorrão se aproximou um pouco mais e assim fez ela, nem mesmo notando que Madadh voltava para ficar com o Bicuço.

Por breves segundos Sophie ficou apenas olhando para o cão, observando cada detalhes até pegar algo que a fez ter certeza. Os olhos cinzas. Olhos cinzas que ela tinha memórias da infância, quando brincava com um cachorro e ele tinha olhos cinzas. Cachorro esse que se transformava em um homem.

Ela enfim soltou a respiracão trêmula, e com os lábios tremendo também, e os olhos brilhando de lágrimas seguradas, ela tirou o Mapa do Maroto do bolso e com a voz chorosa apontou a varinha para o pergaminho e sussurrou, nunca tirando os olhos do cachorro:

— Eu juro solenemente não fazer nada de bom.

 O cachorro continuou olhando para ela. Ela procurou pelo seu nome e logo o encontrou, seus joelhos que já estavam fracos enfim perderam toda a força e ela caiu de joelhos ao chão. Ela largou o mapa e a varinha, e encarando o cachorro, que esperava pacientemente, Sophie enfim deu um sorriso aguado e o cumprimentou:

— Olá Sirius...

O cachorro correu até ela e pulou em cima dela. Sophie não perdeu um segundo em abraçar o corpo dele apertado.

E Sirius Black lambia seu rosto, com o rabo balançando de alegria por finalmente abraçar sua afilhada.


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