TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 52
Capítulo 52 — Noite de Setembro




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22 de Setembro de 1981, Casa dos Potter.

— Sabe, estou começando a desconfiar que Sirius quer roubar minha afilhada até ela dizer que ele é o seu padrinho favorito – Lily sorriu de lado ao ouvir o comentário de seu irmão de alma.

Olhou para cima, e o viu entrando na pequena biblióteca que tinha na casa, e se aproximando onde ela se encontrava sentada perto da janela com uma xícara de chá na mão e o livro de “O Hobbit” na outra.

— Bem, então ele está se iludindo. – disse Lily sorrindo. – Até James sabe que você é o favorito dela.

Remus estufou o peito com orgulho e Lily sentiu o quão feliz ele ficava em saber daquilo. O que fez seu coração se esquentar por seu irmão, que merecia acima de tudo, apenas felicidade e amor. Vê-lo todo pomposo por Sophie, só fazia Lily ter certeza que a escolha que havia tomado uns dias atrás estava mais que certa.

— Claro que eu sou, afinal, sou eu que dou chocolate para ela – disse o lupino sorrindo e se sentando ao lado dela. – Você está bem? Parece preocupada e triste...

Lily mordeu o lábio inferior e fechou o livro, acariciando a capa. Lágrimas brotaram em seus olhos, ao ler o nome do livro, era impossível não se lembrar de seu querido David, e de Marion e Logan... Já ia fazer dois anos desde da morte, não só daquele casal maravilhoso como também de uma família inteira dos Lungbarrow e Noble. Dois anos em que nem ela e James haviam visto David novamente, não desde do enterro.

E para piorar, hoje era aniversário dele. Oh, ela realmente esperava que ele estivesse tendo um dia incrível, onde quer que Dumbledore esteja cuidando e protegendo ele.

Lily suspirou. 

— É talvez eu esteja um pouco... mal. – disse Lily baixinho e olhando de volta para o lado de fora da janela.

— Lily, se for por causa de Voldemort, você sabe que vocês estão seguros. – disse Remus colocando a mão no ombro da amiga. – Eu nunca deixaria que alguma coisa acontecesse com vocês e Sirius também não deixaria. Tudo vai dar certo...

— Será? – perguntou Lily olhando para o irmão. – Lembra quantos éramos quando começamos? Já faz... Tanto tempo e essa guerra parece não ter fim, Remus. Perdemos os Lungbarrow e Noble, perdemos os McKinnon, Hannah... Brian, Richard... Sinto falta do Peter mas a guerra destruiu tanto ele que mesmo hoje em dia não o conheço mais...

Remus abaixou os olhos e Lily sentiu o quanto era tão doloroso para ele se lembrar de Brian e Richard, e pensar em quanto Peter havia mudado após a morte de Hannah, quanto era para ela.

— Só... Eu não paro de pensar no que pode acontecer, tenho pesadelos que Voldemort vai entrar por aquela porta e... – Lily parou para respirar fundo e com a mão tremula largou a xícara na mesinha ao lado e secou as lágrimas que desciam em seu rosto. – Remus eu estou com tanto medo. Eu estou morrendo de medo. Não sei o que fazer.  E eu sei que James também está, ele acha que eu não vejo por trás daquele sorriso dele o quão assustado ele está, mas eu vejo. Toda madrugada eu acordo e ele não está na cama, ele está no quarto das crianças, deitado na cama da Sophie segurando ela tão apertado.

Lily fechou os olhos e respirou fundo novamente.

— Cada dia... Cada dia eu perco um pouco de esperança.

— Lily... – Remus sussurrou e então passou os braços em volta dela, a puxando para mais perto dele. – Por favor não perca a esperança, eu... Por favor não.

Lily escondeu o rosto nas roupas dele, deitando a cabeça em seu peito.

— Eu não posso dizer o que vai acontecer no futuro, Lily – continuou ele apertando mais o corpo dela contra o dele. – Mas, ouso prometer que vai ficar tudo bem com vocês.

— Não pode prometer isso, querido – disse Lily sorrindo em meio as lágrimas silenciosas que caiam.

— Mas eu prometo mesmo assim. – disse ele firme. – E eu prometo que protegerei Sophie, até a minha morte.

Lily sorriu, cada vez mais segura do passo que estava para seguir.

— Eu sei que sim.

E enquanto sentia ele acariciando seus braços e costas, se permitiu deixar o choro vir com tudo, se permitiu deixar todo aquele medo, preocupação, aquela tristeza ir embora com suas lágrimas por um tempo.

— “Velha alma, suas feridas estão à mostra. Eu sei que você nunca se sentiu tão sozinha, mas aguente, levante a cabeça, seja forte. Oh, espere, espere até ouvir eles vindo... Aí vêm eles, oh... Apenas pegue um anjo pelas asas, implore por qualquer coisa agora. Implore agora por mais um dia. Pegue um anjo pelas asas, é hora de contá-lo tudo isso, peça-o força para ficar” – cantou Remus baixinho. – “Você pode, você pode fazer qualquer coisa, qualquer coisa. Você pode fazer qualquer coisa...”

Aos poucos, Lily se acalmou e enfim, parara de chorar. Sentiu os lábios de Remus lhe dando um beijo em seus cabelos e sorriu.

— Você é minha irmãzinha, Lily. Cuidarei de você. – disse ele com a voz transbordando carinho.

Passou minutos naquele silêncio acolhedor até Lily enfim levantar a cabeça e olhar para o rosto de seu irmão de alma que a olhava com amor.

— Irmão, eu quero te pedir algo...

— Que não seja os meus chocolates. – brincou ele.

— Idiota – resmungou Lily rindo. – Não, não são seus preciosos chocolates. Eu quero pedir que... Por segurança de Sophie, eu quero que ela vá morar com você. Eu sinto que ela estaria mais segura com você...

Remus respirou fundo, ficando sério. Ele olhou para o rosto dela por o que pareceu um longo tempo e enfim respondeu:

— Bem, você sabe que eu acredito que ela realmente estaria segura com vocês mas, pelo seus olhos eu sei que é importante para você. Apesar de não concordar porque eu sei o que isso significa. – disse ele, mas então suspirou e beijou a testa dela enquanto lhe acariciava os cabelos. – Eu cuidarei dela com orgulho, Sirius vai adorar e acho que irá tentar de tudo para ser o favorito dela.

— Obrigada, irmão.

— Mas você tem que prometer que não vai desistir da esperança. – disse Remus sorrindo triste.

Lily sorriu em troca, acariciando sua bochecha.

— Está bem, é uma promessa. – respondeu Lily.

Após dizer isso a porta foi aberta e uma garotinha de cabelos ruivos e rosto fofinho corado, com olhos castanhos-esverdeados, entrou. Olhava tudo ao seu redor até enfim focar sua atenção nos dois adultos que agora sorriam para a garotinha.

A pequena ruiva abriu um sorriso com pequenos dentinhos de leite e continuou andando desajeitada até o colo da mãe que a pegou.

— Mamãe... Munnie, poquê vocês etão aquie? – perguntou Sophie desajeitadamente.

— Porque eu e o tio Moony estávamos conversando – respondeu Lily sorrindo com um enorme carinho brilhando em seus olhos.

— Mas você tá' com o olhios vemeios... mamãe táva choando? – perguntou Sophie levantando as mãozinhas gordinhas até o rosto da mãe e acariciando.

— Não meu amor, a mamãe estava só...

Mesmo para sua filha de três anos, Lily não sabia como dar uma mentira boa.

— Eu estava contando uma piada para a mamãe aqui, e ela riu tanto que chorou de tanto rir – mentiu por ela que estava grata.

— Aaaah agora eu etedi! – exclamou Sophie sorrindo para Lily e então olhando para Remus. – Tio Munnie, espela aí.

Do colo de Lily, ela pulou até o colo de Remus que riu e pegou a pequena e a puxou para perto de seu peito.

— Diga minha ruiva favorita...

— Pensei que eu era a sua ruiva favorita – disse Lily sorrindo.

— Isso foi antes desse meu anjinho aqui nascer. – respondeu Remus sorrindo. – Diga Sophie.

— Hoje eu ovi o papai falando para o tio Padzie quie queria guada a mamãe num potinho...

— Ora, que fofo da parte dele – comentou Lily para Remus que riu.

— Eu, peguntei poque ele vai faze issu e ele dissie que seia para potegê a mamãe e ele dissie que me colocalia num potinho também junto com o Harrie. – continuou Sophie brincando com a barba um pouco crescida de Remus.

— Bom isso mostra que ele se preocupa com vocês. – dissem Remus sorrindo para a afilhada.

— Sim! – exclamou a Potter mais jovem animada. – E entaum, eu pensei que eu colocaia você num potinho. – disse Sophie sorrindo para o padrinho.

— Você me colocaria num potinho? – perguntou Remus rindo com carinho para Sophie.

— Sim para te poteger. – disse Sophie sorrindo com a própria ideia. – E eu colocalia o tio Padzy e o tio Petê junto com você. – disse Sophie animada.

— Bom, então estamos todos seguros. Fico feliz – disse Remus olhando para Lily e depois para Sophie. – Obrigado por nos proteger Sophie.

— Sem... Semp... Semprie.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


01 de Setembro de 1993, Expresso de Hogwarts.

— Gente, eu to legal, é sério. – dizia Sophie para Remus, Erik e o restante dos amigos que faziam várias vezes perguntas do bem estar da garota.

— Olha, se eu fosse vocês, eu ouviria ela. – disse Harriet que estava ao lado de Harry que também já estava acordado e comia um pedaço de chocolate. – Ela se irritar aí quero ver vocês aguentarem.

— Pelo menos coma o chocolate. – disse Remus estendendo o pedaço de chocolate para a afilhada que revirou os olhos mas pegou.

O Lupino se virou para Harry que parecia estar em outro mundo enquanto comia o chocolate.

— Harry? Você está bem? - Perguntou Remus se sentando em frente ao afilhado.

— Tem certeza que você ouviu alguém gritando? – perguntou Rony ao lado do amigo.

Quando o Potter mais novo acordou, uma das primeiras coisas que ele havia dito era sobre uma mulher que gritava enquanto ele desmaiava.

— Tenho – respondeu Harry pensativo. – Eu realmente ouvi um grito. Feminino.

Cada um dentro da cabine se entre olhou preocupados com a saúde tanto de Harry quanto de Sophie que ainda estava estranhamente quieta. Remus suspirou e se virou para o restante do grupo.

— Vocês podem me deixar a sós com Sophie e Harry? – perguntou ele gentilmente.

— Claro, nós iremos... comprar alguns doces... vamos. – Charles puxando Castiel e juntos empurrando os outros para fora da cabine, fechando a porta em seguida.

— O que você ouviu? – perguntou Remus virando-se para Sophie.

— Do que você está falando? – perguntou Sophie fingindo de desentendida.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando. – retrucou Remus sério para a ruiva. – O que você ouviu quando o dementador te atacou?

— Como você sabe...?

— Eu vou ser professor de Defesa Contra as Artes das Trevas de vocês e você acha que eu não sei o efeito que os dementadores causam em suas vítimas? – perguntou Remus cruzando os braços e olhando para a afilhada. – Agora, o que você ouviu?

Sophie ficou olhando em silêncio para o padrinho por um tempo antes de enfim suspirar e responder:

— Tom Riddle. A risada dele e... eu senti a mesma dor que eu senti naquela noite. Da maldição Cruciatus.

— Certo... – sussurrou Remus não gostando de lembrar daquela noite. – Harry, você ouviu uma mulher gritando?

— Sim. – concordou o garoto olhando para Remus com os olhos curiosos.

Remus concordou com a cabeça.

— Bem, a razão pela qual eu pedi para que os outros saíssem é, bem... os dementadores eles estão entre as criaturas mais malignas que vagam pela Terra. Infestam os lugares mais escuros e imundos, se comprazem com a decomposição e o desespero, esgotam a paz, a esperança e a felicidade do ar à sua volta. Até os trouxas sentem a presença deles, embora não possam vê-los. Chegue muito perto de um dementador e todo bom sentimento, toda lembrança feliz serão sugados de você. Se puder, o dementador se alimentará de você o tempo suficiente para transformá-lo em um semelhante... Desalmado e mau. Não deixará nada em você exceto as piores experiências de sua vida. – explicou Remus sério, olhando tanto para Harry quanto para Sophie. – E hoje, eles trouxeram para vocês dois, lembranças de momentos horríveis... Sophie, você vivenciou novamente a dor da maldição que o próprio Voldermot lançou em você, algo que até hoje não sei como não te matou mas que sou muito grato por, e Harry... – nisso Remus parou e olhou para baixo. – O grito... provavelmente pertence à... Lily. Sua mãe.

Harry arregalou os olhos e abriu a boca, o coração de repente estava apertado e doendo. Ele havia escutado o grito de sua mãe?

— Provavelmente o dia em que Voldemort a matou. Por isso eu pedi para os outros saírem, achei que vocês iriam querer que eles não soubessem disso. Por enquanto ou nunca. – disse Remus ainda olhando para baixo. – Eu sinto muito.

Sophie suspirou e olhou para a janela, o trem já voltara a andar. Passou a mão no rosto e fechou os olhos para se acalmar.

“A dor vai retornar mais forte quando acordar, esteja preparada para isso. Eu tentei reduzi-la o máximo que pude para que seja pelo menos suportável... Mas você vai carregar ela pelo resto da sua vida assim como o ferimento que Frodo recebe do Rei Bruxo de Angmar na Torre do Vento.”

Ela se lembrava com clareza das palavras de Alec, sabia que a dor estava vivendo dentro dela e para sempre viveria. Mas naquele mesma noite ela havia aprendido a aceitá-la, e abraçá-la como uma parte de si que não iria embora. Uma parte de si que era tão ela quanto qualquer outra.

Mas aparentemente os Dementadores iriam fazer aquela dor ser tão intensa quanto quando Sophie a recebeu. Ela suspirou e tirou as mãos do rosto, olhando para Remus e para Harry que não estava mais com o rosto surpreso, parecia triste, provavelmente porque a última coisa que ele iria querer ouvir de sua mãe, era seu grito de dor.

— Vai ser sempre assim? – perguntou o Potter mais novo. – Toda vez que um dementador...

— Sim, provavelmente. Mas eu farei questão que nenhum dementador se aproxime de vocês dois novamente. Para falar a verdade pretendo ensinar, vocês dois, assim como os alunos mais velhos um feitiço para se proteger deles. – respondeu Remus.

— Que feitiço? – perguntou Harry.

— O único muito bom em repelir o dementador. Foi o que eu usei para expulsar o dementador do trem. – disse Remus calmamente. – Será bastante útil. Para ambos.

— Por que um dementador estava aqui, de qualquer forma? – questionou Sophie confusa.

— Revistando o trem atrás de Sirius Black – respondeu Remus para Sophie. – Dumbledore não irá ficar feliz com que aconteceu aqui, podem ter certeza disso.

Sophie concordou e então olhou com atenção para seu padrinho.

— Você está bem? – perguntou ela para ele. – O dementador não... sei lá, fez você se lembrar de nada desagradável? – perguntou ela olhando preocupada para ele.

— Apenas as lembranças que eu já tenho todos os dias... os mesmos pesadelos nos quais estou acostumado. – respondeu Remus agora com um sorriso fraco no rosto. – Não se preocupe, eu vou ficar bem. Terminem o chocolate enquanto eu vou ter uma conversa com o maquinista. Volto logo.

Dizendo isso, Remus deu dois beijos nas testas de Sophie e Harry e saiu. Não demorou muito e os amigos entraram na cabine, perguntando para eles se eles estavam bem.

— O que aconteceu? Quando a gente desmaiou? – perguntou Harry para os outros.

— Bem, depois que você desmaiou, Remus saltou por cima de você, foi ao encontro do dementador, puxou a varinha – contou Hermione.

—... e disse: “Nenhum de nós está escondendo Sirius Black dentro da capa. Vá.” Mas o dementador não se mexeu, então ele lançou um feitiço com o nome estranho e o dementador saiu... – terminou Samuel.

— Nessa hora foi quando o dementador veio na nossa direção. – continuou Erik. – Mas antes disso você começou a sentir muita dor, a mesma que sentiu quando... Bem, você sabe quando. E então você caiu de joelhos e começou a gritar.

— Quando o dementador passou por nós você enfim desmaiou e Erik ficou muito fraco – continuou Dean. – Eu te peguei no colo e Patrick ajudou ele, juntos trouxemos para dentro da cabine.

— Você não desmaiou? – perguntou Sophie para o irmão de alma.

— Não mas foi por bem pouco.

— Quando vocês entraram na cabine, as luzes voltaram e o trem voltou a andar.

— E ninguém mais desmaiou então? – perguntou Harry para os amigos que negaram com a cabeça. – Fico feliz.

— Vocês estão bem mesmo, certo? – Perguntou Gina que estava ao lado de Neville.

Tanto Sophie quanto Harry concordaram com a cabeça e olharam para o lado de fora.

— Foi horrível. - Disse Benjamin numa voz mais alta do que de costume. – Vocês sentiram como ficou frio quando ele entrou?

— Eu me senti esquisito. – disse Gabriel, sacudindo os ombros, desconfortável. – Como se eu nunca mais fosse sentir alegria na vida...

Depois disso ninguém mais falou nada, todos ainda impactados pela presença do dementador. Minutos depois, Remus havia voltado e se sentou no meio entre Sophie e Harry.

— Não se preocupe Moony, tudo está bem quando termina bem. – disse Harry descanso no ombro do padrinho.

— Pena que eu acho que isso está longe de terminar. – respondeu Remus com um suspiro.

Sophie também deitou a cabeça nos ombros do padrinho e olhou para a passagem a fora que passava, pela chuva que caía... Quando se lembrou.

— Quando eu desmaiei... Havia um raio? Forte e brilhante? – perguntou ela baixinho olhando para os amigos.

— Na verdade, sim – concordou Teresa. – Nunca vi nada igual, iluminou o trem e só sumiu quando... – ela franziu a testa.

— Quando? – perguntou Sophie.

— Bem, quando você acordou. – terminou Patrick.

Todos pareciam confusos com aquela nova percepção mas Sophie apenas sorria suavemente.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Enfim, finalmente eles haviam chegado. Estavam de volta à Escola de Magia e Bruxaria. Hogwarts. O trem parou na estação de Hogsmeade e todos já saíram juntos.

— Alunos novos por aqui! Por aqui alunos novos! – a voz alta de Hagrid foi ouvida pelo grupo que logo foi avistado pelo meio-gigante. – Olá pessoal!

O grupo acenou rapidamente com a mão e saiu, acompanharam o resto da escola pela plataforma e desceram para uma trilha enlameada, cheia de altos e baixos, onde no mínimo uns cem coches os aguardavam, cada qual, Harry só podia supor, puxado por um cavalo invisível, porque os garotos embarcaram em um, fecharam a porta e o veículo saiu andando, aos trancos e balanços, formando um cortejo.

— Certo, obviamente não irá caber todos nós nesse coche. Vamos nos separar. – disse Remus para os garotos.

— Eu, Erik, Dean, Charles, Castiel, Harriet, Teresa, Patrick, Fred e Jorge – disse Sophie apontando para uma carruagem. – Você, com os pirralhos. – apontou para a carruagem ao lado.

Enquanto os mais velhos entravam rapidamente na carruagem, cada um dos ditos “pirralhos” estavam mostrando gestos ofensivos para suas costas enquanto Remus negava com a cabeça.

— Nos vemos lá dentro! – gritou Castiel rindo enquanto o coche se afastava.

Gabriel, se abaixou pegou uma pedra enorme e antes que Remus tivesse a chance de impedir, atacou com tudo na direção do rosto do irmão. Por muito pouco não havia acertado.

— TE AMO TAMBÉM, IRMÃOZINHO – gritou o Collins mais velho rindo.

— Enfim, chegando em Hogwarts – suspirou Charles feliz. – Mesmo tendo os testes esse ano, estou feliz em estar de volta.

— Todos estamos, Charls – disse Patrick sorrindo.

Eles ficaram conversando por alguns minutos até Castiel começar a ouvir algo do lado de fora do coche.

— Calem a boca, pragas! – exclamou o Collins e todos ficaram quietos, olhando confusos para ele. – Estão ouvindo?

Todos atentaram os ouvidos e através da chuva eles ouviram o som de pés e palmas batendo com força, junto com assobios e vários ecos de vocês. Eles se olharam confusos e então, Jorge pegou a varinha e com um movimento abriu a parte de cima do coche, nenhum deles se importando se iriam se molhar mais. A curiosidade estava os matando.

Eles ficaram de pé e olharam em volta, vários alunos estavam com os corpos de fora batendo as mãos e os pés, criando um ritmo de música que eles conheciam bem.

— Meu Deus – disse Sophie entendendo. – São os alunos do sexto ano!

— Por que eles estão fazendo isso? – perguntou Charles confuso.

— Aaah a lenda do sexto ano musical é verdade! – exclamou Castiel com os olhos arregalados.

— Sexto ano musical? – perguntou Teresa confusa.

Enquanto isso o som ao redor se tornava mais e mais alto.

— A lenda diz que os alunos do sexto ano estão tão felizes de estarem livres dos N.O.M.S que ao chegar em Hogwarts sem essa pressão toda, eles começam a cantar tudo que acontece – explicou Dean já rebolando junto com Castiel e Sophie.

Erik, Charles e Teresa ainda estavam confusos mas o restante já havia se rendido e estavam dançando as batidas dos alunos mais velhos. E então de repente, num único coro, o sexto ano começou a cantar:

Do you remember the 01st night of September?— cantaram todos pulando em seus coches. – Love was changing the minds of pretenders, while chasing the clouds away!

Naquele momento todos do grupo estavam dançando juntos, mesmo Erik duro como uma pedra estava se deixando ser liderado numa dança sem sentido com Charles. E estava feliz demais para reclamar.

Our hearts were ringing, in the key that our souls were singing, as we danced in the night— continuaram cantando os outros alunos – Remember, how the stars stole the night away!

Ah, ah, ah! Ba-dee-ya, say, do you remember? Ba-dee-ya, dancin' in September! Ba-dee-ya, never was a cloudy day!

Dean, Castiel e Sophie estavam batendo as bundas um no outro. Harriet estava dançando a dança do pinguim, Teresa e Patrick estavam rodando de um lado para o outro, e Fred e Jorge estavam esfregando os pés no chão molhado do coche. Cada um deles estavam rindo.

E então eles se juntaram com os alunos do sexto e do sétimo ano:

Ba-du-da, ba-du-da, ba-du-da, ba-du
Ba-du-da, ba-du, ba-du-da, ba-du!

— Se ano que vem for assim, eu to mais que feliz em passar esses N.O.M.S com louvor – gritou Harriet pulando.

My thoughts are with you! Holding hands with your heart to see you, only blue talk and love. Remember, how we knew love was here to stay!— continuou a cantaria cada vez mais alta. – Now December found the love, that we shared in September! Only blue talk and love! Remember, the true love we share today!

Nesse momento, as carruagens viraram na curva e então Hogwarts estava mais próxima do que nunca. O castelo cheio de luzes iluminadas, em seu explendor em meio a chuva, estava esperando por aqueles alunos para encherem seus corredores com novas histórias para serem vividas.

Hey, hey, hey! Ba-dee-ya, say, do you remember?— os alunos agora cantavam apontando para o castelo, cheios de carinho para o lar. – Ba-dee-ya, dancin' in September! Ba-dee-ya, never was a cloudy day!

— ESTAMOS EM CASA! – gritaram uns alunos do sexto ano num coche próximo ao do grupo, e todos que haviam escutado gritaram alegres.

The bell was ringing! Our souls were singing! Do you remember? Never was a cloudy day, yeaw!— as carruagens estavam chegando na entrada, algumas já haviam parado enquanto a música chegava ao seu fim. – There was a Ba-dee-ya, say, do you remember?Ba-dee-ya, dancin' in September!
Ba-dee-ya, golden dreams were shiny days!

O grupo pulou da carruagem quando finalmente havia parado, e ainda dançavam enquanto subiam as escadas com os alunos mais velhos. Enfim a última parte da música sendo cantada:

Ba-dee-ya, dee-ya, dee-ya! Ba-dee-ya, dee-ya, dee-ya! Ba-dee-ya, dee-ya!

Foi subindo as escadas que os amigos viram dois dementadores parados na entrada, de cada lado. Era uma sorte os outros alunos estarem tão concentrados na música e dança para não os terem notado, mas Sophie foi mais atingida, um eco forte de dor e uma risada abafaca ecoou em sua mente.

— Acha mesmo que Sirius viria para cá? Com essas coisas aqui? – perguntou Harriet olhando para os dementadores com medo.

— Se tem uma coisa que Remus me ensinou sobre Sirius Black é que algumas pessoas têm o dom de ter a astúcia e a audácia lado a lado. E bem, Sirius é uma dessas pessoas. – respondeu Sophie séria ao olhar para os dementadores.

Assim que eles entraram, ela sentiu-se tonta e com a cabeça girando para todos os lados. A adrenalina da dança já estava saindo de seu corpo, dando lugar para cansaço e fome.

— Você precisa comer – diss Erik perto dela, colando os braços ao redor de sua cintura. – Está fraca.

— Sim...

Eles foram para um canto da entrada, e esperaram Sophie recuperar suas forças. Não muito tempo depois os mais novos do grupo haviam chegado também e se juntaram a eles.

— Tudo bem? – perguntou Harry para a irmã.

— Só recuperando as forças – disse Sophie batendo de leve no ombro do irmão mais novo. – Vamos lá, to morrendo de fome.

Eles já estavam entrando no Salão Principal quando a Profª McGonagall apareceu na frente do grupo.

— Srta. Potter, Sr. Potter e Srta. Granger venham comigo. – disse a professora para os três, sem dar espaço para discussão.

— Cara, vocês nem chegaram direito e já aprontaram? – perguntou Patrick rindo para os três que seguiram a professora.

Sophie, Harry e Hermione se viraram para eles e lhes mostraram a lingua antes de seguirem caminho. Os três atravessaram o saguão, seguindo a professora, subiram a escadaria de mármore e seguiram por um corredor. Já na sala, um pequeno aposento com uma grande e acolhedora lareira, a professora fez sinal para que os três se sentassem.

Ela própria se sentou à escrivaninha e disse sem rodeios:

— O Prof. Lupin mandou à frente uma coruja para avisar que vocês dois tinham passado mal no trem. – disse olhando para os irmãos.

— Que fofoqueiro – resmungou Sophie e Harry concordou.

Antes que McGonagall brigasse com eles, ouviu-se uma leve batida na porta e Madame Pomfrey, a enfermeira, entrou com seu ar eficiente. Harry e Sophie sentiram os rostos corarem.

Já era bastante ruim que tivessem desmaiado, ou o que fosse, sem todo mundo ficar fazendo aquele alvoroço.

— Estamos bem – disse Harry apressado – Não precisamos de nada...

— Ah, então foram vocês? – exclamou Madame Pomfrey, ignorando o comentário de Harry e se curvando para examiná-lo mais de perto. – Suponho que tenham feito outra vez alguma coisa perigosa. – dito isso ela se curvou para examinar Sophie dessa vez.

— Foi um dementador, Papoula. – informou McGonagall.

As duas, trocaram olhares misteriosos e Madame Pomfrey deu um muxoxo de desaprovação.

— Postar dementadores em volta da escola – murmurou, afastando os cabelos de Harry e sentindo a temperatura na testa dele. – Esses dois não serão os últimos a desmaiarem. É, ambos estão úmidos de suor e molhados de chuva, por Deus garota estava dançando na chuva com aqueles sonhadores do sexto ano?! Enfim, eles, os dementadores, são terríveis e o efeito que produzem nas pessoas que já são delicadas...

— Não somos delicados! – exclamou Sophie fazendo bico.

— Claro que não são – disse Madame Pomfrey distraída, agora tomando o pulso da Potter.

— Do que é que eles precisam? – perguntou a Profª McGonagall, decidida.

— Repouso? Quem sabe não fosse bom passar a noite na ala hospitalar?

— Estamos ótimos! – exclamou Harry, levantando-se de um salto com Sophie ao lado.

— Bem, eles deviam, no mínimo, tomar um chocolate. – disse Madame Pomfrey, que agora tentava examinar os olhos de Sophie.

— Já comi chocolate – disse Sophie. – Remus, quero dizer, o Prof. Lupin me deu. Deu a todos nós.

— Deu, foi? – exclamou a bruxa-enfermeira em tom de aprovação. – Eu disse que ele seria um maravilhoso professor! Eu disse!

— Vocês tem certeza de que estão se sentindo bem? – perguntou a Profª McGonagall bruscamente.

— Sim. Só estamos com fome professora – respondeu Sophie sorrindo para a bruxa.

— Muito bem. Por favor esperem aí fora enquanto dou uma palavrinha com a Srta. Granger sobre sua programação para o ano letivo, depois podemos descer juntos para a festa.

Os dois irmãos saíram com Madame Pomfrey, que seguiu para a ala hospitalar, resmungando sozinha. Eles só precisaram esperar uns minutinhos; Hermione apareceu com um ar muito feliz, acompanhada pela professora, e todos desceram a escadaria de mármore para o Salão Principal.

Assim que chegaram, Sophie viu Aslan, seu leão, deitado no chão, parecia triste, seus amigos faziam de tudo para animar o animal mas nada fazia ele mudar de expressão.

— Aslan? – chamou Sophie alto para que o leão escutasse.

Aslan rapidamente se levantou e virou para onde Sophie estava. Assim que viu a ruiva, a expressão do felino mudou para alegre e deu um alto rugido assustando a todos – fazendo alguns caírem até – e logo em seguida ele correu até ela.

— Olha o melhor leão do mundo! – exclamou Sophie rindo e abrindo os braços.

 Aslan estava tão animado que pulou em cima de Sophie que caiu para trás, porém o leão foi rápido em mudar as posições fazendo a Potter cair em cima da barriga dele enquanto continuava abraçando o corpo da ruiva, com as enormes patas grudadas em seu corpo.

— Pelo visto sentiu minha falta não é? – perguntou Sophie rindo já sentindo falta de ar, e olhando para Harry que estava ao lado dela rindo também.

— Não pode culpá-lo – comentou Harry.

Aslan então largou Sophie que saiu de cima dele e o leão esfregou a juba nas pernas de Harry que acariciou suas orelhas e pelos.

— Ele também sentiu sua falta – comentou Hermione sorrindo para Harry.

Depois, os três, mais o leão, se sentaram ao lado dos amigos. Sophie sentou-se ao lado de Erik, com Aslan do seu outro lado – expulsando Olívio novamente que apenas revirou os olhos, acariciou a juba do leão, deu um rápido beijo na bochecha da Potter que corou e saiu para se sentar em outro lugar. Na mesa já estavam todos do grupo, o que significava que a seleção dos alunos já havia sido feita.

— Nunca mais se atrase para uma cerimonia. – comentou Charles para ela, enquanto dava petiscos na boca de Baguera.

— Verdade. Assim que Aslan viu que você não estava aqui, ele ficou triste. Que nem tu ficou quando viu que David não voltava mais – comentou Jorge e Sophie fez uma careta para o amigo ao lhe lembrar daquele início de ano letivo triste. – Caiu no chão e ficou deitado até a hora que você chegou. Você tinha que ver. Nada que fazíamos mudava alguma coisa.

Sophie sorriu com carinho para Aslan e beijou sua juba.

— Também te amo, querido. – disse ela para o leão que ronronou.

— Vocês nem notaram como o padrinho de vocês se encontra maravilhoso sentado lá na mesa principal? – perguntou Castiel para os dois Potter.

Nisso tanto Sophie quanto Harry olharam para a mesa e viram Remus sentado no lugar que ano passado havia sido de Lockhard. Ele estava sério mas assim que viu os dois Potter olhando para ele, ele sorriu e lhes piscou.

— Estou orgulhosa – comentou Sophie para Erik.

— Todos estamos. – disse o ruivo sorrindo.

— O que vocês acham que ele irá passar para nós? – perguntou Hermione com expectativa.

— Com certeza muitas coisas incríveis – respondeu Samuel tão animado quanto ela.

Nessa hora Dumbledore se levantou e todos ficaram quietos até...

— MELHOR DIRETOR DE HOGWARTS!!!! – gritaram os gêmeos Weasley fazendo Dumbledore rir enquanto o restante dos amigos tampavam os rostos.

— Obrigado senhores Weasley. Guardarei essas palavras de carinho. – disse Dumbledore sorrindo.

O Prof. Dumbledore, embora muito velho, sempre dava uma impressão de grande energia. Tinha alguns palmos de cabelos e barbas prateados, óculos de meia-lua e um nariz muito torto. Em geral era descrito como o maior bruxo da era atual, mas não era esta a razão do motivo de Harry e Sophie o respeitava. Não era possível deixar de confiar em Albus Dumbledore, e quando Harry o contemplou sorrindo radiante para os alunos à sua volta, sentiu-se calmo, pela primeira vez, desde que o dementador entrara na cabine do trem. E ao olhar para Sophie, Harry soube que a irmã também estava mais calma.

— Sejam bem-vindos! – começou Dumbledore, a luz das velas tremeluzindo em suas barbas. – Sejam bem-vindos para mais um ano em Hogwarts! Tenho algumas coisas a dizer a todos, e uma delas é muito séria. Acho que é melhor tirá-la do caminho antes que vocês fiquem tontos com esse excelente banquete...

O diretor pigarreou e prosseguiu:

— Como vocês todos perceberam, depois da busca que houve no Expresso de Hogwarts, a nossa escola passou a hospedar alguns dementadores de Azkaban, que vieram cumprir ordens do Ministério da Magia.

Ele fez uma pausa e Harry se lembrou do que o Sr. Weasley comentara sobre a insatisfação de Dumbledore quanto ao fato de os dementadores estarem montando guarda na escola.

— Eles estão postados em cada entrada da propriedade e, enquanto estiverem conosco, é preciso deixar muito claro que ninguém deve sair da escola sem permissão. Os dementadores não se deixam enganar por truques nem disfarces, nem mesmo por capas de invisibilidade. – acrescentou ele brandamente, e Harry e Rony se entreolharam. – Não faz parte da natureza deles entender súplicas nem desculpas. Portanto, aviso a todos e a cada um em particular, para não darem a esses guardas razão para lhes fazerem mal. Apelo aos monitores, e ao nosso monitor e monitora chefes, para que se certifiquem de que nenhum aluno entre em conflito com os dementadores.

Percy, que estava sentado a algumas cadeiras de distância de Harry, estufou o peito outra vez e olhou à volta cheio de importância.

Dumbledore fez nova pausa; percorreu o salão com um olhar muito sério mas ninguém se mexeu nem emitiu som algum.

— Lembrem-se, que apesar desse tempo sombrio que eles trazem para o nosso lar, ainda é possível encontrar a felicidade mesmo nas horas mais sombrias, se a pessoa se lembrar de ascender a luz. – e com isso ele piscou para os alunos que sorriram. – Agora, falando de coisas mais agradáveis – continuou ele. –, tenho o prazer de dar as boas-vindas a dois novos professores este ano. Primeiro, o Prof. Lupin, que teve a bondade de aceitar ocupar a vaga de professor de Defesa contra as Artes das Trevas.

 A mesa da Grifinoria se explodiu em aplausos pois grande parte dela conhecia Remus por ter participado da festa que teve no ano passado quando o herdeiro de Slytherin e o monstro haviam sido mortos assim como todos aqueles que haviam sido petrificados haviam voltado ao normal. A mesa da Corvinal, Sonserina e Lufa-Lufa também aplaudiam ao novo professor que sorria surpreso com tantas palmas.

— Por essa ele não esperava – comentou Rony sorrindo.

— Fico feliz em saber que o Prof. Lupin já é amado por todos. – disse Dumbledore sorrindo para Remus que Sophie pode ver de longe estava corando.

— Olhem a cara do Snape! – sibilou Gabriel.

O olhar do Prof. Snape, mestre de Poções, passou pelos professores que ocupavam a mesa e se deteve em Lupin. Era fato sabido que Snape queria o cargo de professor de Defesa contra as Artes das Trevas, mas até Harry, que o detestava, se surpreendeu com a expressão que deformou o seu rosto macilento. Era mais do que raiva: era desprezo. Harry conhecia aquela expressão bem demais; era a que Snape usava sempre que o avistava.

— Quanto ao nosso segundo contratado – continuou Dumbledore. – Bem, lamento informar que o Prof. Ketrleburn, que ensinava Trato das Criaturas Mágicas, aposentou-se no fim do ano passado para poder aproveitar melhor os membros que ainda lhe restam. Contudo, tenho o prazer de informar que o seu cargo será preenchido por ninguém menos que Rúbeo Hagrid, que concordou em acrescentar essa responsabilidade docente às suas tarefas de guarda-caça.

O grupo de amigos se entreolharam e no mesmo segundos soltaram gritos e palmas para Hagrid assim como todos da Grifinoria, Sonserina, Lufa-Lufa e Corvinal.

— HAGRID! HAGRID! HAGRID! HAGRID!  – gritavam todos do grupo batendo palmas.

O grupo foi o último a parar de aplaudir e quando o Prof. Dumbledore recomeçou a falar, eles viram que Hagrid estava enxugando os olhos na toalha da mesa.

— Bem, acho que, de importante, é só o que tenho a dizer. Vamos à festa!

As travessas e taças de ouro diante das pessoas se encheram inesperadamente de comida e bebida. Harry e Sophie que estavam famintos se serviram de tudo que conseguiu alcançar e começaram a comer.

Foi um banquete delicioso; o salão ecoava as conversas, os risos e o
tilintar de talheres. O grupo de amigos conversavam sobre tudo e mais um pouco e todos estavam ansiosos para falarem com Hagrid.

Sabiam o quanto significava para ele ser nomeado professor. O guarda-caça não era um bruxo diplomado; fora expulso de Hogwarts no terceiro ano por um crime que não cometera. Harry, Rony, Hermione, Charles e Sophie é que tinham limpado o seu nome no ano anterior.

Finalmente, quando os últimos pedaços deliciosos de torta de abóbora tinham desaparecido das travessas de ouro, Dumbledore anunciou que era hora de todos se recolherem e os meninos tiveram a oportunidade que aguardavam.

— Hagrid! – exclamou Hermione quando se aproximaram da mesa dos professores.

— Graças a vocês! – disse Hagrid, enxugando o rosto brilhante de lágrimas no guardanapo e erguendo os olhos para os garotos. – Nem consigo acreditar... Grande homem, o Dumbledore... Veio direto à minha cabana quando o Prof. Kettleburn disse que para ele já chegava... É o que eu sempre quis...

— Você merece Hagrid! – disse Sophie sorrindo para o meio-gigante

— Obrigado Sophie! Obrigado a todos! – disse Hagrid voltando-se a chorar.

— Muito bem, já chega de conversas. Hora de dormir. Hagrid por favor pare de chorar. Srta. Potter, o professor Dumbledore espera por você em sua sala. Pode ir. Enquanto aos outros, já para seus próprios dormitórios.

Sophie pegou a senha com a professora e se despediu dos amigos com a promessa de vê-los no dia seguinte. Ela ainda esperou no Salão Principal por um tempo com Aslan ao seu lado, até a entrada estar com fácil acesso para ela passar e seguiu caminho, mas foi pega de surpresa ao ser chamada:

— Pensa rápido, Potter.

Ela se virou abruptamente a tempo de ver algo ser jogado na direção dela e com rápido reflexo, pegou. Olhou para a mão e viu que uma cápsula cheia de comprimidos, como remédios. Confusa ela olhou na direção da pessoa que lhe jogou e viu Draco Malfoy escorado na parede oposta.

— O que é isso? – ela perguntou suspeita.

— Ouvi que você desmaiou – comentou o Malfoy e Sophie revirou os olhos.

— Não to com tempo para suas zombarias, Malfoy...

— Ouvi você gritando. – continuou Malfoy e Sophie percebeu pelo seu tom que ele não estava zombando. – Você parecia com dor.

Sophie olhou para ele com confusão, sem realmente entender onde ele queria chegar. Ela olhou para Aslan que olhava desconfiado para o garoto loiro, mas não rosnava. Ela voltou a olhar para Malfoy.

— Sim. Os dementadores fazem isso comigo aparentemente – respondeu ela por fim, ainda desconfiada.

Malfoy concordou com a cabeça e olhou para o lado antes de tornar a olhar para ela.

— Meu pai sabia que haveria dementadores aqui – disse ele. – Por conta do Black. A pedido da minha mãe ele foi até o Japão. Sabia que lá é o único país que tem um remédio que diminui o efeito dos dementadores?

— Não... Não sabia que isso era possível. – comentou Sophie surpresa.

Malfoy concordou.

— Também não. Mas eles são um povo bem avançado – disse Malfoy. – Mamãe pediu para meu pai ir até lá para comprar esse remédio.

— Deve ter custado uma fortuna.

— E custou. – concordou Malfoy. – Então não toma ele todo em uma semana e fica longe dos dementadores. – terminou apontando para a cápsula de comprimidos na mão dela.

Sophie olhou surpresa para o objeto em sua mão e depois para o garoto mais novo.

— O que?

— Os dementadores não tem muito efeito em mim, ao contrário de você – disse ele dando de ombros. – Eu estaria desperdiçando isso aí.

Sophie abria e fechava a boca, uma parte dela não sabia se acreditava enquanto outra podia ver claramente que ele estava falando a verdade.

— Mas e você? – perguntou ela por fim.

— Tenho outro.

Mentira.

— Só... – Malfoy negou com a cabeça e se começou a se afastar, ainda olhando para ela. – Se cuida, Potter.

E se virou, indo embora. Sophie ainda ficou parada, olhando para onde Malfoy havia estado e depois para a cápsula. Por fim colocou o objeto em seu bolso e partiu para a sala de Dumbledore, sua cabeça doendo de tanto pensar naquele momento.

 

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Harry, Rony, Hermione, Fred e Jorge se reuniram aos outros colegas da Grifinória que ocupavam toda a escadaria de mármore e agora, muito cansados, caminharam por mais corredores e mais escadas até a entrada secreta para a torre da Grifinória. Uma grande pintura a óleo de uma mulher gorda vestida de rosa perguntou-lhes:


— A senha?

— Já estou indo, já estou indo! – gritou Percy lá do fim do ajuntamento. – A nova senha? Fortuna Major!

— Ah, não! – exclamou Neville Longbottom com tristeza. Ele sempre tinha dificuldade para se lembrar das senhas.

Depois de atravessar o buraco do retrato e a sala comunal, as garotas e garotos tomaram escadas separadas. Harry subiu a escada circular sem pensar em nada exceto na sua felicidade por estar de volta. Quando chegaram ao dormitório redondo com as camas de colunas que já conheciam, Harry, olhando a toda volta, se sentiu finalmente em casa.


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