TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 50
Capítulo 50 — No Caldeirão Furado




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10 de Agosto de 1978, Sede da Ordem da Fênix.

Lily Evans estava sentada no sofá da sala principal da Sede da Ordem, em sua frente estava vários papéis, desde cartas realmente importantes até cartas idiotas do Ministério da Magia. Não era exatamente o trabalho que ela queria estar fazendo, ter que ler e responder aquilo tudo, mas em sua condição de grávida... Bem, ela não iria arriscar a própria vida e mais importante, a vida de sua filha não nascida indo em missões de puro risco.

— De zero a dez, quanto você quer atacar cada um desses papéis no fogo?

Lily riu baixo e olhou para Marion Lungbarrow que acabara de chegar, carregando em seu colo estava o jovem David Lungbarrow com seu sorriso enorme característico e seus olhos castanhos mais brilhantes do que qualquer outro que ela já havia visto.

— Um grandioso dez – respondeu a Evans. – E como vai esse garoto tão lindo?

— Eu vou muitu bem, tia Lily! – respondeu David alegre e orgulhoso. – Eu já sei lê um pagina de um livro interu!

— Ele não para de falar dessa grande conquista – comentou Marion revirando os olhos mas ainda sorrindo, e se sentando ao lado da ruiva. – E de todos os livros para o Logan fazer ele ler, foi justo “O Hobbit”.

— Eei, é o meu livro favorito – riu a Evans batendo de leve no ombro da amiga. – É o seu livro favorito também, David?

— Uhum! – concordou o garoto batendo palmas alegre. – Numa... Toca... No chão... – ele fechou os olhos, bastante concentrado terminou de recitar: – Vivia um Hobbit! Há!

— Muito bem! Continue assim e deixarei você ler para Sophie dormir – brincou Lily bagunçando os cabelos do jovem.

Se possível, David parecia mil vezes mais feliz e mais encantado que nunca antes.

— Agora que ele não fica mais quieto – riu Marion. – Precisa de ajuda com alguma coisa aqui?

Lily olhou marota para Marion, ela sabia muito bem que a amiga havia sido chamada naquele dia por Moody, e se o humor do Comandante da Ordem significasse alguma coisa, fazia muito sentido o porquê todos estavam querendo evitá-lo. Até mesmo, nesse caso, sua favorita.

— Ele está na cozinha – cantarolou Lily sorrindo.

— Obrigada por avisar, irei continuar evitando a cozinha agora – respondeu Marion em resmungo. – Sério que ele gritou com Dumbledore?

— Garota, estou surpresa que você não escutou da sua casa, porque eu tenho certeza que até o Inferno foi capaz de ouvir – disse Lily rindo baixo. – Ele tá pior que mulher na TPM esses dias.

— Acha que essa fofura, vai acalmar ele? – perguntou Marion apontando para o filho que estava rabiscando algo em uma das cartas que iria para o lixo.

— Por mais corajoso que o jovem David seja, eu não o colocaria perto daquela fera – Por que ele está assim de qualquer forma?

— Markos, Melders, Lestranges, Blacks... Escolha o seu veneno – resmungou Marion passando a mão no rosto. – Mas provavelmente são mais os Marko e Melders mesmo.

— Maélie Melder ainda quer vingança, então? – perguntou Lily um tanto preocupada pela amiga.

Era conhecido por ambos os lados, da Ordem e Comensais, a grande rivalidade que existia entre Marion e Maélie Melder.

Maélie é a Comensal mais poderosa de todas do lado de Voldemort, braço esquerdo do Lorde das Trevas e o direito de Sebastian Marko. Então de certo, alguém que todos da Ordem queriam ver presa e nunca mais livre no mundo. E certa vez quase aconteceu. Em uma missão em que Marion havia ido com Moody, eles encontraram Sebastian e Maélie juntos e por todos é dito como uma das lutas mais brutais e assustadoras já vista até então.

Marion havia conseguido derrotar a Melder, mas Sebastian havia conseguido derrotar Moody, e com um ainda de pé, eles conseguiram escapar. Mas Maélie nunca esqueceu daquela derrota e desde então procura vingança contra Marion, algo que preocupa todos da Ordem meno a própria.

— Ela só vai parar de querer vingança quando tiver me derrotado – respondeu Marion com um suspiro. – Aquela francesa... Eu já disse o quanto odeio francesas?

— Você não tem uma descendência francesa? – brincou Lily.

Marion choramingou.

— Todos temos um passado sombrio, Lily Evans.

— Se você diz...

Nesse momento a voz de Moody foi ouvida da cozinha:

— Lungbarrow! Eu sei que você já chegou a seis minutos! Pare de fofocar e venha aqui!

— E lá se foi minha chance de fugir – resmungou Marion se levantando e deixando David no sofá ao lado de Lily. – Tudo bem ele ficar com você?

— Não existe companheiro melhor que ele – respondeu Lily acenando para ela. – Agora vai, o Senhor das Torturas lhe espera. E lembre-se, ele sente cheiro de medo.

Marion riu e saiu da sala, indo finalmente se encontrar com o Comandante. Lily suspirou e se encostou no sofá, largando os papéis e descansando a vista.

— Tia Lily? – chamou David baixinho.

Lily olhou para ele e viu que o mesmo estava ainda rabiscando o papel, mas algo em sua postura parecia diferente. Ele parecia mais tímido, quase que preocupado até. E isso a preocupou.

— O que foi, David-Davi? – ela perguntou acariciando seus cabelos macios e despenteados.

— Você... Você... – ele parou de desenhar e começou a puxar a orelha esquerda, um hábito nervoso que Lily só havia visto Logan fazer. Aparentemente o filho tinha a mesma mania. – Você acha que eu sou estanho? Ou... Ou chato?

Ele ainda não estava olhando para ela, mas o tom de medo e vulnerabilidade em sua voz foi capaz de fazer o coração de Lily se partir. Foi o chute vindo de dentro da sua barriga que fez ela perceber que estava demorando para responder e jovem garoto já estava começando a tremer.

— Oh David, querido – ela finalmente disse puxando ele para seu colo, e o ajustando da melhor maneira para ambos ficarem confortáveis. David escondeu o rosto no pescoço dela. – Claro que você não é chato! Você é o garoto mais legal que eu conheço, e olha que já vi muitos garotos.

— Mas eu sou estanho, não sou? – ele perguntou baixinho.

— Depende. – disse Lily levantando a cabeça da criança, olhando-o nos olhos. – Estranho ruim? Isso você nunca vai ser. Agora estranho bom? Você é o melhor.

— Issu existi? – perguntou o Lungbarrow coçando o olho direito e ainda olhando para Lily com o esquerdo.

— Claro que sim, olha para mim, eu sou muito estranha – disse Lily orgulhosa. – James é mais ainda, e não vamos começar a falar sobre o quão estranho Sirius Black realmente é!

David riu baixinho e concordou, seu jeito alegre estava retornando aos poucos.

— Da onde isso veio, pequeno homem? – perguntou Lily, chamando David pelo apelido que James lhe dera. – Chato e estranho? Alguém foi mal com você?

David olhou para baixo e suspirou, parecendo realmente triste.

— É que... Aparentemente, essa é uma palavra que eu eu aprendi ontem tia Lily, aparentemente, eu falo muito, tipo muito muito muito muito muito... – dizia David gesticulando com as mãozinhas e fazendo careta. – Falo muito muito muito de coisas que eles não querem saber... O que não faz sentido! Como eles não querem saber sobe a Terra Média?!

— Um absurdo, de fato – concordou Lily entendendo muito bem o que o jovem estava passando, sendo que ela própria teve que aguentar isso das suas vizinhas que gostavam mais da Petúnia do que dela própria.

— E aparentemente, sou estanho poquê fico procurando por criaturas e to sempre com um livo na mão.

Lily se segurou para não rir. Era incrível como o garoto conseguia falar palavras difíceis em um momento e no outro não conseguia falar “livro” ou “porquê” certo.

— Então isso me fez pensar – continuou David tornando a ficar triste. – Se eles acham isso... Então... Então... Sophie não vai gostar de mim. Poquê sou estanho e chato... Como posso ser o protetô dela, tia Lily? Se ela não gostá de mim...

— Ei, ei, ei – Lily o cortou antes que começasse a entrar em depressão. Deus sabe como aquele garoto já adorava sua filha ainda não nascida, a ideia dela não gostar dele, faria ele a criatura mais triste do mundo, disso ela tinha certeza. – David, querido, presta bem atenção, Sophie vai te adorar tanto quanto você a adora. Devo te lembrar quem escolheu o nome dela?

— Fui eu! Eu escolhi e ela gostou! Ela chutou minha mão! Eu lembro! – exclamou David animado colocando as duas mãozinhas na barriga grávida da Evans, e como se sentisse, Sophie chutou duas vezes. – Ela chutou!

Lily não conseguia não ficar encantada em como parecia existir alguma conexão entre aqueles dois. Era estranho e impressionante, e ela adorava. Adorava a ideia que sua filha tinha alguém tão incrível esperando por ela, e assim não ficar sozinha.

— Viu? Acha mesmo que ela não gostaria de você, sendo que vive chutando de alegria quando você está por perto? – perguntou Lily sorrindo com carinho para ele. – Mesmo que você fosse a pessoa mais tagarela do mundo, a mais estranha possível, eu te garanto, ela vai continuar te adorando. Continue sendo você mesmo David, e você vai atrair a atenção necessária de pessoas que realmente se importam com você e que estarão com você pra sempre. Esses garotos da sua rua... Apenas os ignore, eles não valem a pena.

David olhou para o rosto de Lily e depois de volta para a barriga dela, e o seu característico sorriso feliz de garoto estava de volta em seu rosto. E seus olhos brilhavam.

— Obigado, tia Lily! – ele agracedeu lhe dando um abraço forte. – E obigado, Sophiee!

Lily sorriu e abraçou ele de volta, se sentindo calma e feliz, menos ansiosa com o mundo ao seu redor e com sua gravidez. Esse era o poder de David Lungbarrow, ele fazia tudo, se tornar melhor em apenas ser ele. E ela rezava para que o Universo lhe fosse gentil, e cuidasse daquela alma preciosa, pois ela sabia que ele iria cuidar do mundo quando crescesse.

Ela sentiu um beijo em sua testa e quando abriu os olhos, viu James parado acima deles com um sorriso carinhoso e os olhos transbordando de amor, o que a deixou mais feliz e calma.

— Você vai ser a melhor mãe desse mundo, minha querida. – ele sussurrou apenas para ela ouvir.

E isso era toda a força e confiança que ela precisava para ter logo, Sophie Potter no mundo.

 

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12 de Agosto de 1993, Beco Diagonal.

 

 

Harry estava bastante contente em estar o mais longe possível da casa dos tios. Junto com a irmã, o padrinho e os amigos, ele mais do que bem naquele último mês de férias no Caldeirão Furado. No dia seguinte ao acidente com a Guida e a chegada ao Caldeirão Furado, Remus levou todos para Gringotes para que cada um pegasse dinheiro para se divertirem enquanto estavam no Beco Diagonal e também para passarem mais um ano em Hogwarts – que já estava guardado separadamente para que eles não gastassem.


Os cinco se divertiram bastante, desde de comprar vários doces até brinquedos ou livros sobre grandes histórias. Iam até ir aonde desejassem, desde que não saísse do Beco Diagonal, e como essa longa rua de pedras era repleta das lojas de magia mais fascinantes do mundo, Harry não sentia desejo algum de romper a palavra dada por Remus e Fudge, e voltar ao mundo dos trouxas.

Eles passavam os dias longos e ensolarados explorando as lojas e comendo à sombra dos guarda-sóis de cores vivas à porta dos cafés, as vezes eles ficavam conversando ou mostrando as próprias compras, ou apenas assistindo os outros bruxos que passavam por eles.

Harry agradecia por ter Remus e Erik com ele e Sophie, pois se não fosse pelos dois, tanto ele quanto a irmã teriam gastado tudo que tinham. Muitas vezes ele ficou tentado a comprar algumas coisas que eram bem caras – e mesmo desnecessárias –, mas Erik sempre o impedia.
    
Mas a coisa que mais testou a força de vontade de Harry apareceu em sua loja preferida, a Artigos de Qualidade para Quadribol, uma semana depois do menino ter chegado ao Caldeirão Furado.
   
A loja estava com várias pessoas amontoadas em frente, e Harry e Sophie, amantes de Quadribol foram entrando com jeitinho e se espremendo entre as bruxas e bruxos até conseguirem ver um tablado recentemente erguido, em que haviam montado a vassoura linda e até parecida com a que Sophie tinha.

— Acabou de ser lançada... um protótipo – comentava um bruxo de queixo quadrado para o companheiro.

— É a vassoura mais rápida do mundo, não é, papai? – perguntou a vozinha aguda de um menino mais novo do que Harry, que se pendurava no braço do pai.

— O time internacional da Irlanda acabou de mandar um pedido para sete desses vassourões! – informou o proprietário da loja aos presentes. – É o time favorito para a Copa Mundial!

Uma bruxa corpulenta, na frente de Harry, se mexeu e ele pôde ler o cartaz ao lado da vassoura:

“FIREBOLT

Fabricada com tecnologia de ponta, a Firebolt possui um cabo de freixo, superfino e aerodinâmico, acabamento com resistência de diamante e número de registro entalhado na madeira. As cerdas da cauda, em lascas de bétula selecionadas à mão, foram afiladas até atingirem a perfeição aerodinâmica, dotando a Firebolt de equilíbrio insuperável e precisão absoluta. A Firebolt atinge 240km/Hora em dez segundos e possui um freio encantado de irrefreável ação. Cotação a pedido.”

— Você compraria? – perguntou Harry para a irmã depois que eles saíram da vitrine.

— Tá brincando? Eu tenho uma vassoura com o nome em minha homenagem! Nenhuma vassoura no mundo se compara para mim depois da Löwin – respondeu Sophie sorrindo. – A Firebolt é uma bela vassoura, de fato. Mas eu não compraria para mim. E você? Compraria?

Harry olhou para trás, onde estava aquela bela vassoura e então se lembrou de sua Nimbus 2000.

— Nah. Prefiro ficar com a minha que nunca me deixou na mão.

 


— Bom homem!

 

 

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— Quando eu soube que a Firebolt havia chegado aqui, sabia que Peter estaria também – disse Remus enquanto subiam as escadas para o quarto onde se encontrava o criador da LöwinFire. – Vai ser bom, ele dar uma olhada na sua vassoura, ver se está tudo em ordem.

— Então ele é o criador da Firebolt também? – perguntou Sophie animada.

— Um dos nomes por trás, sim – concordou Remus parando em frente a uma porta com o número 15, e batendo nela.

— Entre!

Eles entraram no quarto e o homem na frente de Sophie era bem diferente do que ela esperava. Para um criador de vassouras, ela realmente esperava alguém mais velho, mas Peter Bishop parecia ter trinta anos, um pouco mais velho que Remus até. Um homem baixo de olhos azuis acinzentados, cabelos curtos e barba raza.

— Remus! Meu amigo que bom te ver! – exclamou Peter puxando o Lupin para um abraço.

E americano.

— Bom te ver também, Peter. – respondeu Remus. – Como tem estado? Muito trabalho?

— Terminei minha mais recente obra um mês atrás, a Firebolt, acho que foi graças a ela chegando aqui que você soube de minha estadia – comentou Peter sorrindo e se virando para Sophie. – Você deve ser Sophie Potter?

— Um prazer senhor – disse Sophie esticando a mão que não segurava a vassoura.

— Peter, apenas, garota. Senhor é o meu pai – brincou ele e então seus olhos se voltaram para Löwin. – Olha ela ai, minha mais perfeita criação. Eu digo que ela é mais linda que a Firebolt, o design foi mais obra do meu pai para aquela lá. Mas essa aqui...

— Tem muita diferença? – perguntou Remus se encostando na parede.

— Oh se tem! Firebolt foi criada para jogadores profissionais dos campeonatos como a Copa Mundial, por isso quem tem mais controle é o bruxo e não a vassoura. – respondeu Peter levando a vassoura até a cama, deitando ela ali e indo até sua bolsa. – Mas Löwin, eu dei mais vida para ela, dei para ela conexão com quem iria voar nela, no caso, você Sophie.
“Eu fiz outra, depois da Löwin, exatamente igual na verdade, só que de cor azul profundo, tão linda quanto esta. Dei para um jovem amigo que vive viajando, dei o nome de Unwetter, em homenagem ao nome que ele é conhecido em muitos lugares. Assim como você, jovem leoa.”

Sophie sorriu e corou, se sentindo sem jeito. Peter piscou para ela gentilmente e com as mãos cheias de materiais, voltou-se a mexer na vassoura.

— De qualquer forma, a Löwin e a Unwetter são as únicas assim, capazes de se conectarem com seus motoristas. E pretendo que continue assim, torna esses os meus trabalhos mais especiais. – disse Peter com orgulho.

— Sabe o que tornaria mais especial? – perguntou Remus sorrindo.

— Eu tenho uma suspeita do que você vai dizer, mas continue. – retrucou Peter nem olhando para o Lupin.

— Cinto de segurança! – exclamou Remus orgulhoso. – Estou te dizendo, é importante e seguro. Simplesmente perfeito!

Peter olhou para Sophie e sem Remus ver, começou a fazer careta para ela, o que fez a jovem rir.

— Peter, quer prestar atenção?! É uma sugestão séria – resmungou Remus.

Não muito tempo depois, Peter havia terminado o que quer que tenha feito com a Löwin e entregou a vassoura para a legítima dona.

— Está mais rápida, mais atenta e provavelmente sua conexão com ela está mais forte. – explicou Peter sorrindo. – Ignore a Firebolt, Sophie Potter, pois tem a vassoura certa para você.

— Obrigada, Peter. – ela agradeceu bastante animada.

Peter piscou para ela e se voltou para Remus.

— Sua sugestão de cinto de segurança foi anotada e eu prometo igorá-la.

— Muito gentil da sua parte – retrucou Remus apertando a mão de Peter. – Mande um beijo para Olívia por mim.

— Pode deixar, ela queria ter vindo mas agora sendo aurora chefe do departamento dela no FBWI, não tem tempo nem pra respirar direito. – brincou com um suspiro.

 

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23 de Agosto de 1993, Caldeirão Furado.

— RUIVAAAAAA!!!

Sophie nem teve tempo de se virar quando o furacão, vulgo, Dean Winchester pulou em cima dela, fazendo os dois rolarem pelo chão enquanto o loiro se enrolava nela num abraço de urso.

— DEAN! SAI! SEU RIDÍCULO! – gritou Sophie tentando se soltar do garoto mas ele era mais forte.

— Oh, eu senti sua falta Sophie Potter! Tanto! Parece que faz anos que não nos vemos! – continuou Dean puxando ela para mais perto.

Os dois ainda estavam caídos no chão.

— Cara, por que você é assim? – perguntou Samuel passando por eles, indo em direção a Harry. – Envergonha toda a família.

Remus, Sophie, Charles, Harriet, Erik e Harry estavam tomando café no Hall de entrada do Caldeirão Furado quando o restante do grupo-família começou a chegar. Os primeiros foram os Winchester, Dean e seu irmão mais novo, Samuel acompanhados por seus pais, Mary e Robert – ou Bobby para os mais íntimos.

— Oi, Sam! – cumprimentou Harry feliz ao garoto da sua idade que se sentou ao seu lado. – Boas férias?

— Horríveis – resmungou o garoto. – Os parentes da mamãe no Kansas são péssimos.

— Os parentes da minha também são, entendo a sua dor – disse Harry batendo de leve nas costas do amigo.

— Olha o lobo mais lindo da savana! – brincou Bobby se sentando ao lado de Remus e o abraçando de lado. – Bom te ver, garoto.

— Você é só três anos mais velho que eu, Bobby, para de me chamar de garoto – resmungou o Lupin empurrando o homem de lado. – Sério, Mary, como você aguenta?

— Eu o amo, o que posso fazer? – brincou Mary dando um beijo na bochecha de Remus. – Como você está?

— Estou bem, e vocês?

Nesse momento, Dean finalmente largou Sophie e os dois se levantaram do chão, o Winchester já indo cumprimentar o restante do grupo.

— Olha o meu garoto favorito, aqui – disse Dean abraçando a cabeça de Erik e bagunçando os cabelos do alemão. – Deus sabe como senti falta dessa cara de tubarão.

— Hermione já chegou? – perguntou Samuel para Harry, ignorando as idiotices do irmão mais velho.

— Não, na última carta ela falou que iria esperar os Weasley. A Sra. Weasley buscaria ela – respondeu Harry. – Gabriel vem hoje também?

— Por que você acha que aquele idiota está tão feliz? – retrucou Sam apontando para Dean que estava dando vários beijos no rosto de Harriet. – Os Collins estão vindo e com isso, Castiel.

— O amor da minha vida, irmãozinho – disse Dean enfim largando Harriet e indo para Charles, com isso vendo Baguera no colo do mesmo. – Ooooh!! Você arrumou um filho!

— Esse é o Baguera, Dean – disse Charles entregando o filhote para o Winchester. – Fique a vontade para dar todo esse carinho para ele ao invés de mim.

— Há, espertinho – retrucou Dean acariciando o filhote. – Você não vai escapar de mim tão facilmente.

— Teresa e Patrick estão voltando hoje também? – perguntou Harriet animada.

— Escutei o meu nome?

Todos olharam para a entrada e viram Patrick Jane parado com os braços abertos e um largo sorriso em seu rosto.

— Abram espaço que o palhaço chegou! – disse o loiro se aproximando dos amigos. – Senhor e Senhora Winchester, um prazer. Senhor Lupin, um prazer também. De resto, apenas oi.

— É assim que você trata seus amigos que você não vê a tanto tempo? – perguntou Harriet rindo.

— To tentando ser malvado – respondeu Patrick. – Acham que combina comigo?

— Cara, você chegou dizendo “abram espaço que o palhaço chegou” – retrucou Dean fazendo careta. – Isso já é a sua resposta.

— Oooh, e quem é essa fofura? – Patrick pegou Baguera do colo de Dean que olhou feio para o outro loiro. – A ititititi, ti coisinha mais fofa! Qual é o seu nome?

— Baguera, o novo integrante da família – respondeu Charles sorrindo. – Encontrei ele na rua e peguei.

— Abençoado seja você, Charles Francis! – disse Patrick se abaixando e beijando a testa do amigo. – Ele é perfeito!

— Obrigado, Patrick, eu sei que sou o ápice da perfeição – disse Castiel Collins entrando no hall com seu irmão mais novo, Gabriel, junto. – Estou de volta, vadi...

— Olha a língua – cortou Erik apontando para o Collins mais velho.

— Vidinhas... Estou de volta, vidinhas! – disse Castiel olhando feio para o Lehnsherr que sorria ironicamente para ele. – Como vocês...

Ele não teve tempo de terminar antes que Dean Winchester, vulgo seu namorado, fosse pra cima dele com um abraço de urso e o puxando para o fundo escuro que tinha ali no hall.

— Nojentos. – resmungou Gabriel revirando os olhos. – Olá feijõezinhos de todos os sabores.

— Oi Gabe – responderam de volta.

Gabriel, assim que viu Samuel e Harry foi se sentando ao lado deles – de Sam, mais precisamente.

— Como foram as férias? – perguntou o Winchester mais novo.

— Miguel continuou se exibindo por coisas inúteis, Luci voltou pra Los Angeles no primeiro dia, o que fez o pai ir buscar por ele mas acabou trazendo a namorada detetive junto, Amen está fazendo yoga, Castiel subiu na geladeira gritando “essa casa é um pesadelo” e eu me escondi no meu quarto. – respondeu Gabriel como se fosse mais um dia normal. – Isso responde sua pergunta?

— Pelo menos foi mais divertida que as nossas – respondeu Harry. – Você tem tudo isso de irmão?

— Mais, na verdade. Mas esses são os meus favoritos. A minha favorita ainda não chegou?

— Hermione?

— A minha única garota favorita nesse mundo, Potter. Na verdade, é um empate entre ela e a Rosie, mas são as únicas que valem a pena.

— Ainda não chegou.

Nesse momento Dean e Castiel voltaram, ambos parecendo bem satisfeitos, o que fez cada um ali revirar os olhos.

— Como vocês estão, meus abençoados? – perguntou o Collins mais velho e indo direto para Charles, lhe dando um forte abraço. – Aaah, senti muito falta do meu irmão gêmeo.

— E nenhuma falta minha? – perguntou Sophie sorrindo para o Collins.

— Querida, todos os dias eu sinto sua falta – respondeu Castiel puxando a ruiva para seus braços também, lhe dando um forte abraço. – Como você está?

— Melhor agora com você aqui, lindo – respondeu a Potter piscando para ele.

— Continua assim e eu vou largar o Dean para ficar com você – brincou Castiel dando um selinho na amiga. – Mas de verdade, estou tão feliz em estar de volta. Papai e os irmãos esse ano foram um pesadelo.

— Pelo menos mamãe não foi dessa vez – comentou Gabriel e Castiel fez o sinal da cruz em agradecimento. – A mulher é louca.

— É aqui o hospício?

E finalmente os últimos integrantes daquele louco grupo havia chegado. Os Weasley, junto com Hermione Granger e Teresa Lisbon haviam chegado.

— Agora com vocês aqui, é o hospício completo! – respondeu Harriet sorrindo.

E então se seguiu uma série de abraços e perguntas de “tudo bem?” “como foram as férias?” por longos minutos antes de cada um se sentar na mesa. Os adultos se sentaram juntos no final da mesa, Harry, Hermione, Rony, Samuel, Gabriel e Gina no meio, e o restante do grupo em outro canto da mesa.

— É verdade que você transformou a sua tia em um balão? – perguntou Hermione num tom muito sério.

— Você fez o que?! – exclamou Gabriel surpreso enquanto Sam olhava chocado para Harry. – Harry Potter, seu devaço! Está se tornando meu humano favorito desse jeito.

— Eu não tive intenção – respondeu Harry, enquanto Rony rolava de rir, e Gina segurava a risada. – Simplesmente... perdi o controle. Não só eu como a Sophie também!

— Perder o controle já estou acostumado – comentou Sam dando de ombros. – Dean sempre perde o controle.

— Não tem a menor graça, Rony – disse Hermione rispidamente. – Francamente, fico admirada que Harry não tenha sido preso, ou pior expulso.

— Hermione, vamos conversar sobre prioridades – falou Samuel enquanto Gabriel agora ria junto com Rony.

 

•••


— Vocês já compraram os materiais? – perguntou Jorge para Sophie que concordou.

— Bem, eu, Erik, Charles, Harriet e Harry sim. Mas o restante chegou hoje assim como vocês. – respondeu Sophie.

— Vamos todos hoje, então – disse Teresa que estava com a cabeça deitada no ombro de Harriet. – Quanto mais cedo melhor.

 

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E assim naquele mesmo dia, os que haviam chegado foram comprar os materiais que precisavam para o novo ano letivo.

— Olhem só para isso – disse Rony quando eles se encontraram na calçada da sorveteria, tirando uma caixa comprida e fina de uma sacola e abrindo-a. – Uma varinha nova em folha. Trinta e cinco centímetros e meio, salgueiro, contendo um fio de cauda de unicórnio. E compramos todos os nossos livros... – Ele apontou para uma grande saca embaixo da cadeira. – E aqueles livros monstruosos, hein? O balconista realmente chorou quando dissemos que queríamos quatro.

— E isso tudo o que é, Mione? – perguntou Harry, apontando não para uma, mas para três sacas estufadas na cadeira junto à amiga.

— Louca – resmungou Gabriel negando com a cabeça para a amiga.

— Bem, é que vou fazer mais matérias novas do que vocês, não é? Comprei os livros de Aritmancia, de Trato das Criaturas Mágicas, de Adivinhação, de Estudo das Runas Antigas, de Estudo dos Trouxas...

— Ela se inscreveu em todas as aulas! – disse Sam exasperado. Hermione revirou os olhos. – Justo quando eu disse para ela não fazer isso!

— Para que é que você vai fazer Estudo dos Trouxas? – perguntou Rony, revirando os olhos para Harry. – Você nasceu trouxa! Sua mãe e seu pai são trouxas! Você já sabe tudo sobre trouxas!

— Mas vai ser fascinante estudar os trouxas do ponto de vista dos bruxos – disse Hermione muito séria.

— Você está planejando comer ou dormir este ano, Mione? – perguntou Harry, enquanto Rony e Gabriel davam risadinhas abafadas. A garota não ligou para os dois.

— Ainda tenho dez galeões – disse ela examinando a bolsa. – É meu aniversário em setembro, e mamãe e papai me deram um dinheiro para eu comprar um presente de aniversário antecipado.

— Que tal um bom livro? — perguntou Gabriel inocentemente.

— Não, acho que não – disse Hermione controlando-se. – O que eu quero mesmo é uma coruja. Quero dizer, Harry tem a Edwiges e Rony tem o Errol...

— Não tenho, não – respondeu Rony. – Errol é uma coruja de família. Meu mesmo só tenho o Perebas. – E tirou o rato de estimação do bolso. – Quero mandar examinar ele – acrescentou, pousando Perebas no colo. – Acho que o Egito não fez bem a ele.

Perebas estava mais magro do que de costume, e seus bigodes pareciam decididamente caídos.

— Não quero que Sophie o veja assim, ela ficou bem preocupada com ele quando ele ficou doente, antes de te conhecermos Harry – comentou Rony com um suspiro. – Ela vai ficar mais preocupada se vê-lo assim.

— Tem uma loja para criaturas mágicas ali – disse Harry, que agora conhecia o Beco Diagonal como a palma da mão. – Você podia ver se eles têm algum produto para o Perebas, e Mione podia comprar a coruja.

Assim dizendo, eles pagaram os sorvetes e atravessaram a rua para ir a Animais Mágicos. Não havia muito espaço dentro da loja. Cada centímetro das paredes estava escondido por gaiolas. Era malcheirosa e barulhenta porque os ocupantes das gaiolas guinchavam, gritavam, palravam, sibilavam. A bruxa ao balcão estava ocupada ensinando a um bruxo como cuidar de um tritão com dois rabos, por isso os cinco aguardaram, examinando as gaiolas.

Havia dois enormes sapos roxos que engoliam, com um ruído aquoso, um banquete de moscas-varejeiras mortas. Uma tartaruga gigante, o casco incrustado de pedras preciosas, cintilava junto à janela. Lesmas venenosas, cor de laranja, subiam lentamente pela parede do seu aquário, e um coelho branco e gordo não parava de se transformar em cartola de cetim e novamente em coelho, com um grande estalo. Havia ainda gatos de todas as cores, uma gaiola barulhenta de corvos, uma cesta de engraçadas bolas de pelo creme que zuniam alto, e, em cima do balcão, um gaiolão de ratos negros e luzidios que brincavam de dar saltos se apoiando nos longos rabos lisos.

O bruxo do tritão de dois rabos saiu e Rony se aproximou do balcão.

— É o meu rato – disse à bruxa. – Ele tem andado meio indisposto desde que voltamos do Egito.

— Põe ele aqui no balcão – pediu a bruxa, tirando do bolso um par de pesados óculos de armação preta.

Rony catou Perebas do bolso interno e depositou-o ao lado da gaiola dos seus companheiros de espécie, que pararam os saltitos e correram para as grades para ver melhor. Como todo o resto que Rony possuía, Perebas, o rato, era de segunda mão (pertencera ao
irmão de Rony, Percy) e era um pouco maltratado. Ao lado dos reluzentes ratos na gaiola, ele parecia particularmente lastimável.

— Hum – fez a bruxa, levantando Perebas. – Que idade tem esse rato?

— Não sei – respondeu Rony. – Ele é bem velho. Foi do meu irmão.

— Matuzálem – brincou Gabriel. – E muito feio também.

— Que poderes ele tem? – perguntou a bruxa, examinando Perebas atentamente.

— Ah... – A verdade é que Perebas jamais revelara o menor vestígio de poderes interessantes. O olhar da bruxa se deslocou da orelha esquerda e esfiapada de Perebas para a pata dianteira, que tinha um dedinho a menos, e deu um muxoxo alto.

— Este aqui já sofreu muito na vida – disse ela.

— Já estava assim quando Percy me deu – respondeu Rony se defendendo.

— Não se pode esperar que um rato comum ou rato de jardim como esse viva mais do que uns três anos – disse a bruxa. – Agora se o senhor estiver procurando alguma coisa mais resistente, talvez goste de um desses...

Ela indicou os ratos negros, que imediatamente recomeçaram a saltar. Rony resmungou:

— Exibidos.

— Bem, se o senhor não quiser outro, pode experimentar um tônico para ratos – disse a bruxa, levando a mão embaixo do balcão e apanhando um frasquinho vermelho.

— Está bem. Quanto... UI!

Rony se encolheu quando uma coisa enorme e laranja saiu voando do teto da gaiola mais alta e aterrissou na cabeça dele, e em seguida avançou e bufou com violência para Perebas.

— NÃO BICHENTO, NÃO! – gritou a bruxa, mas Perebas escapuliu entre as suas mãos como uma barra de sabão molhado, aterrissou de pernas abertas no chão e disparou para a porta.

— Perebas! – berrou Rony, correndo atrás do rato; Gabriel e Harry estavam rindo da cena toda enquanto seguia o amigo.

O garoto levou quase dez minutos para recuperar Perebas, que se refugiara embaixo de um latão de lixo à porta da Artigos de Qualidade para Quadribol. Rony tornou a enfiar o rato trêmulo no bolso e se endireitou, massageando os cabelos.

— Que foi aquilo?

— Ou um gato muito grande ou um tigre muito pequeno – disse Harry.

— Seja o que for, eu amei ele. – disse Gabriel fazendo Rony mostrar um gesto grosseiro com a mão.

— Aonde foi a Mione?

— Provavelmente comprando a coruja.

Eles refizeram o caminho pela rua apinhada de gente até a Animais Mágicos. Quando iam viram Hermione e Samuel sairem, mas a garota não trazia coruja alguma. Seus braços envolviam com firmeza um enorme gato laranja.

— Você comprou aquele monstro? – perguntou Rony, boquiaberto.

— Ele é lindo, não é? – disse Hermione radiante.

— Hermione Granger, eu amo você! – exclamou Gabriel animado para com o gato e já acariciando o pelo do mesmo.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Sophie, junto com seu grupo estavam entrando novamente no hall do Caldeirão Furado. Todos já estavam com as compras feitas, e guardadas em seus devidos quartos, e agora estavam prontos para uma boa refeição. Mas assim que chegaram, viram Rony e Hermione sentados de cada lado na mesa, aparentemente brigando novamente enquanto Gabriel, Harry e Gina riam e Samuel estava lendo.

— Eles não param de brigar? Jesus Cristo – comentou Fred enquanto continuavam se aproximando.

Quando próximos o suficiente, viram que no colo de Hermione residia um lindo gato gordo laranja.

— Olha, Mione encontrou o Garfield! – riu Dean fazendo Sophie, Erik, Patrick e Teresa rirem enquanto o resto ficava confuso pela referência trouxa.

— Estou avisando Hermione, mantenha esse seu bicho sanguinário longe do Perebas ou vou transformá-lo em abafador de bule! – disse Rony olhando bem irritado para o gato no colo da amiga.

— Ele é um gato Ronald, o que esperava? É da natureza dele – retrucou Hermione tão irritada quanto Rony.

— Um gato, foi isso que te disseram? Parece mais um porco peludo se quer saber. – resmungou Rony fazendo Harry quase cair da cadeira de rir.

— Ah, essa é boa, vindo do dono dessa escova de sapato velha e fedorenta. – retornou Hermione, e agora foi a vez de Gabriel quase cair da cadeira.

Enquanto Fred, Jorge e Dean foram até o balcão para pedir bebidas para todos, o restante do grupos enfim se sentou ao lado dos mais jovens.

— Certo, Skinner e Freud, chega de brigar por hoje – disse Sophie ao se sentar ao lado de Mione. – Qual o nome dele? – perguntou agora acariciando as orelhas peludas do gato que ronronava.

— Bichento. – respondeu Mione contente. – Depois das compras dos materiais, fomos até a loja de criaturas mágicas, eu queria uma coruja mas então vi esse gato lindo...

— Que de lindo não tem nada – resmungou Rony mas Hermione o ignorou.

— E peguei ele no lugar. – terminou a Granger. – Aproveitamos para ver o que tem de errado com o Perebas também.

Sophie se virou preocupada para Rony enquanto o restante continuava dando atenção para o Bichento e Baguera que estavam se dando bem em cima da mesa.

— O que ele tem? – perguntou a Potter para o Weasley.

— A bruxa da loja disse que é velhice... – respondeu Rony puxando Perebas e sem deixar o gato ver, entregando para Sophie. – Não deixa o monstro laraja ver.

Sophie concordou e se levantou, ficando de costas para a mesa, abriu a mão e olhou com atenção para Perebas que realmente parecia bem mais velho do que nunca, e mais acabado também.

— Pelo jeito o Egito não te fez bem, não é? – perguntou ela baixinho com dó dele. – Vai ficar tudo bem, rato manhoso, aguenta firme. – continuou ela sorrindo e acariciando a cabeça do mesmo. – Vou falar para Aslan não tentar te caçar esse ano.

O rato fechou os olhos e esfregou a cabecinha na mão de Sophie, e a ruiva não pode evitar revirar os olhos com carinho.

— Tá, tá, também gosto de você, seu manhoso, agora de volta para o seu dono – disse ela tornando a fechar a mão e sem deixar Bichento ver, entregou para Rony que não perdeu tempo em colocar o rato no bolso. – Ele vai ficar bem, é um rato forte e rápido.

— Eu espero – concordou Rony com um suspiro. – Mas com esse monstro laranja por perto agora...

— Eu já disse Rony, ele é um gato. É da natureza dele – disse Hermione revirando os olhos.

Samuel, provavelmente percebendo que os dois começariam a brigar novamente, rapidamente tentou mudar de assunto.

— E o Egito, como é lá? – perguntou o Winchester mais novo para o ruivo.

— É um máximo, tinha muitas coisas lá, múmias, tumbas, até o Perebas se divertiu! – disse Rony ficando animado e pegando algo no bolso, era uma foto dele com a família. – Olha aqui, esse é o Gui e tá vendo aqui atrás? São as Pirâmides...

— Sabia que os egípcios veneravam os gatos? – perguntou Hermione distraidamente.

— Sim, assim como os escaravelhos. – retrucou Rony.

Dessa vez todos reviraram os olhos, cada um ali já sabendo que aquele ano seria onde os dois mais iria brigar durante o ano letivo. Dean, Fred e Jorge retornaram neste momento.

— Aaah não! Não está mostrando essa foto pra todo mundo, está? – perguntou Jorge se sentando ao lado do irmão mais novo.

— Eu não mostrei pra ninguém. – disse Rony para o irmão que já havia pegado a foto.

— Não, pra ninguém... a não ser pro Tom... – disse Jorge imitando a voz de Rony de uma maneira ridícula.

— Pra empregada da manhã... – continuou Fred.

— Pro Remus... – continuou Jorge.

— Mary e Bobby...

— E para aquele bruxo da Bélgica! – terminou Jorge. – Francamente, pare de mostrar para todo mundo.

— Ei, cadê as bebidas? – perguntou Castiel quando Dean se sentou ao lado dele.

— Aparentemente nossos adultos responsáveis avisaram para Tom e os outros funcionários não nos derem nenhuma bebida a não ser água – resmungou o Winchester. – Pelo menos em Hogwarts eles não estão por perto.

— O que isso significa, Dean Thomas Winchester? – Dean arregalou os olhos com a voz de sua mãe logo atrás deles.

Samuel abriu um largo sorriso, assim como cada jovem sentado naquela mesa, todos olhando diretamente para Dean que ainda estava congelado como uma estátua e com os olhos arregalados.

— Corra como uma vaca louca. – disse Teresa e assim Dean fez.

 

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30 de Agosto de 1978, Hospital Especial da Ordem.

Lily estava segurando sua filha. Depois de meses de gravidez e dores, mudanças de humor e comidas misturadas, finalmente ela estava segurando a criatura mais preciosa de sua sua vida. Sua, Sophie Lily Potter. Uma linda bebezinha de pequenos tufos de cabelo ruivos, olhos até então verdes claros, e rostinho redondo gordinho.

Para Lily, era a criatura mais linda do mundo. Do Universo até. E era sua, sua com o homem que ela amava.

— Querida? – chamou James. – A visita mais especial de hoje acabou de chegar.

— Mais especial que o padrinho principal dela? – perguntou Lily sorrindo.

Mais cedo, nem uma hora depois do nascimento de Sophie, ela e James haviam dado a notícia a Remus, de que ele seria o padrinho principal dela. O homem que cuidaria de Sophie em primeiro lugar se caso algo acontecesse com os pais, o homem a quem eles confiavam a vida de sua pequena garotinha sem pensar duas vezes.

— Olha, o Remus pode ser o padrinho principal, mas nossa filha só tem um protetor supremo além de mim – disse James sorrindo e entrando no quarto de mãos dadas com o pequeno David que tinha os olhos arregalados de expectativa e bastante animado.

— Ah, isso é verdade – concordou Lily se sentando melhor na cama. – Acredito que esse jovem protetor quer conhecer sua protegida?

David abriu e fechou a boca várias vezes mas no fim apenas acenou com a cabeça bastante rápido e forte, o que fez os dois recentes pais rirem. James então pegou David no colo e com cuidado se sentou ao lado de Lily, e a mulher tirou a manta do rosto de Sophie – que dormia –, enfim mostrando sua bebê para o jovem garoto.

— Oh... – sussurrou David, seus olhos mais arregalados e mais brilhantes que nunca. – Oh... Ela... Oh.

— Achou que Sophie o quebrou – brincou James rindo baixo. – E ela nem tem um ano.

— Imagina quando for mais velha, então. – retrucou Lily e riu da careta enciumada do parceiro. – David, essa é a Sophie.

— Sophie... – sussurrou David ainda não tirando os olhos dela. – Ela é tão pequena... Sophie? Pode me ouvir?

Sophie se mexeu no colo de Lily e esticou os bracinhos, assim como havia feito mais cedo quando escutou a voz de James e Remus. Lily se emocionou, as lágrimas já estavam saindo de seus olhos, e o próprio James estava com um largo sorriso carinhoso.

David, por sua vez estava com a boca arregalada e bastante encantado. Ele esticou a própria mão, e colocou o dedo indicador na mão da bebê que não perdeu a chance, e segurou com força.

— Oh... Oh! – disse David abrindo e fechando a boca novamente. – Tio Jamie, tia Lily, ela esta segurando minha mão! Ela está segurando minha mão!

— Estamos vendo, pequeno homem – disse James rindo baixo.

— Ela gosta de mim como eu gosto dela – continuou David colocando a própria mão em cima da outra mão de Sophie. – E eu gosto muito de você, Sophie, muito mesmo. Mais do que eu gosto de “O Hobbit”!

Sophie se mexeu novamente e levou a mão de David para mais perto de si, abraçando como se fosse seu ursinho de pelúcia para dormir.

— Você ainda não se apresentou, querido – disse Lily sorrindo.

David arregalou os olhos para Lily e concordou. Então, como se fosse algo extremamente importante, ele respirou fundo e olhando para Sophie, ele disse com a voz um tanto tremula:

— Olá Sophie, eu sou David Alec Lungbarrow – disse ele e sorriu. – Seu companheiro e seu protetor... Depois do  tio Jamie.

Sophie então abriu os olhinhos sonolentos e olhou para o rosto próximo de David, e de James que estava logo atrás do garoto. Ela olhou para cima, onde estava o rosto de Lily, e depois olhou novamente para David. No dia em que nasceu, Sophie Potter sorriu.

 

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31 de Agosto de 1993, Caldeirão Furado.


Por mais que o dia anterior havia sido divertido, comemorando o aniversário de sua afilhada, comprando besteiras e e brincando com ela e seus amigos, Remus se encontrava tenso naquele último dia das férias.

A verdade era que Remus estava preocupado com Sirius, e com o que poderia acontecer. Ele não sabia qual era o plano que o Black tinha, mas sabia que podia ser arriscado. Muito arriscado. Ele conhecia Sirius, ele foi um dos garotos mais esperto com quem Remus havia estudado e vivido. Sirius sabia fazer um plano engenhoso mas ao mesmo tempo, os planos dele podiam ser arriscados e dessa vez, se ele fosse pego, não seria uma suspensão que levaria.

Eles estavam todos terminando de jantar. Tom, juntou quatro mesas na sala, e os Potter, Lupin, Lehnsherr, Francis, Weasley, Winchester, Jane, Lisbon, Collins, Lovegood e Granger agora estavam aproveitando sua última noite de férias.

O Sr. Weasley pôs um jornal que segurava de lado e Harry viu a foto de Sirius Black, agora muito conhecida, encarando todos na mesa.

— Então eles ainda não pegaram o homem? – perguntou o Potter mais novo.

— Não – respondeu o Sr. Weasley, parecendo muito sério. – O Ministério nos tirou do nosso trabalho normal para tentar encontrá-lo, mas até agora não tivemos sorte.

— Black é esperto Arthur. Sabe disso. – disse Remus para Arthur, se sentindo sempre desconfortável com o assunto. – E você sabe muito bem que ele só será encontrado quando quiser ser. O próprio Dumbledore disse isso.

— É, eu sei – concordou o Sr.Weasley com um suspiro. – Mas tente dizer isso para Fudge...

— Nós receberíamos uma recompensa se o apanhássemos? – perguntou Rony. – Seria bom ganhar mais um dinheirinho...

— Agora está falando uma língua que eu gosto, Rony – disse Gabriel olhando com expectativa para o Sr. Weasley.

— Não sejam ridículos – disse o Sr. Weasley, que a um olhar mais atento parecia muito tenso. – Black não vai ser apanhado por um bruxo de treze anos. Os guardas de Azkaban é que vão levá-lo de volta, escreva o que digo.

Remus e Sophie deram um olhar discreto e suspiraram. Nesse momento Percy se aproximou do grupo com seu ar pomposo.

— Olá – disse o rapaz como se estivesse falando com o próprio Ministro.

— Percy! – exclamou Fred, levantando e fazendo uma grande reverência. – É simplesmente esplêndido encontrá-lo, meu caro...

— Maravilhoso! – concordou Jorge imitando o ato do irmão para Percy. – Absolutamente maravilhoso.

— Agora chega – interrompeu-os a Sra. Weasley.

— Mãe! – exclamou Fred como se tivesse acabado de avistá-la, e lhe fazendo uma reverência exagerada: – É realmente formidável encontrá-la...

— Eu já disse que chega. – rosnou a Sra. Weasley. – Pessoal, suponho que tenha sabido das nossas eletrizantes novidades? – ela apontou para o distintivo de prata novinho em folha no peito de Percy. – É o segundo monitor-chefe na família! – exclamou, inchada de orgulho.

— E o último. – resmungou Jorge para Sophie que sorriu.

— Não duvido nada. – retrucou a Sra. Weasley, franzindo a testa de repente. – Estou reparando que até hoje vocês dois não foram promovidos a monitores.

— E para que é que nós queremos ser monitores? – perguntou Fred, parecendo se indignar até com a própria idéia. – Isso tiraria toda a graça da vida.

Gina abafou o riso e Remus abaixou a cabeça dando um risada baixa, o restante do grupo riu alto sem vergonha. Bobby mais ainda com uma gargalhada alta.

— Vocês deviam dar um exemplo melhor para sua irmã! – ralhou a Sra. Weasley. – O que Remus, Mary e Bobby vão pensar de vocês dois?!

— Gina tem outros irmãos para lhe dar exemplo, mãe. – disse Percy com altivez. – Vou para o quarto...

Ele desapareceu e Jorge deixou escapar um suspiro.

— Bem que a gente tentou trancar ele numa pirâmide. – disse para os amigos. – Mas a mamãe flagrou a gente no ato.
    
Todos riram e o fim do jantar se seguiu, eles continuaram conversando e se divertindo.

— Como vamos para a estação de King’s Cross amanhã, papai? – perguntou Rony enquanto enfiava a colher em um suntuoso pudim de chocolate.

— O Ministério vai mandar dois carros. – respondeu o Sr. Weasley. Todos ergueram os olhos para ele.

— Quanta pompa vocês recebem – comentou Bobby. – O máximo que recebo do meu Ministério é o meu salário, e ai de mim se reclamar.

— Por quê? – perguntou Teresa, curiosa. – Não o do salário, mas do Ministério nos mandar carros...

— Bem, como não temos mais nenhum – respondeu o Sr. Weasley. –, e como trabalho lá, eles vão me fazer esse favor...

Sua voz era displicente, mas Harry não pôde deixar de notar que as orelhas do Sr. Weasley tinham ficado vermelhas, iguais às de Rony quando o pressionavam.

— E ainda bem! – disse a Sra. Weasley, animada. – Vocês fazem idéia de quanta bagagem têm juntos? Que bela figura vocês fariam no metrô dos trouxas...

O fim do jantar se seguiu, até enfim, a hora de Remus finalmente dar as boas novas para todos que ainda não sabiam.

— No início dessas férias, Dumbledore me fez uma visita com uma proposta que não pude negar – disse Remus sorrindo para todos, e realmente se sentindo orgulhoso. – Vocês estão olhando para o mais novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas de Hogwarts!

O grito e as palmas que se seguir foi capaz de acordar até a pessoa com o sono mais pesado no Caldeirão Furado. Não só vinha da mesa daquela família, mas os hóspedes que ainda estavam no hall também parabenizaram Remus.

— Vai ser o melhor professor que Hogwarts já teve! – disse Hermione batendo palmas ainda.

— Parabéns, Sr. R! – disse Dean. – Agora sim vamos aprender algo que preste!

— Você merece mais do que todos, Moony! – disse Jorge.

— Dumbledore não poderia ter escolhido melhor! - Disse Castiel animado.

Molly e Mary se aproximaram e ambas lhes deram um forte abraço e beijos em ambas as bochechas.

— Parabéns, querido. Você merece. – disse Molly sorrindo com um enorme carinho em seus olhos.

Eles continuaram comemorando por mais tempo, mas quando começou a ficar muito tarde, a Sra. Weasley e a Sra. Winchester começaram a despachar cada um para seus quartos.

— Todo mundo já está de mala pronta ou não? – perguntou Molly.

Nesse momento, Percy apareceu no topo da escada dizendo:

— Rony ainda não guardou todas as coisas novas no malão. Largou tudo em cima da minha cama.

— É melhor você subir e guardar tudo direito, Rony porque não vamos ter tempo amanhã. – diss a Sra. Weasley alto, para o filho mais novo que correu para o andar de cima, dando um esbarrão em Percy.

Assim, um a um foram subindo para os quartos para verificar as coisas para o dia seguinte. Rony e Percy estavam hospedados no quarto ao lado de Harry, Remus e Sophie. Do outro lado estavam Charles, Castiel, Teresa e Harriet, seguidos por Dean, Patrick, Erik, depois Samuel, Gabriel e Hermione e por fim os Weasley e Winchester.

Remus havia ficado conversando com o casal Weasley e Winchester, e Sophie havia se juntando em um quarto com os amigos.

Já, Harry acabara de fechar e trancar seu malão quando ouviu vozes zangadas através da parede, e foi ver o que estava acontecendo.

A porta do quarto doze estava entreaberta e Percy gritava:

— Estava aqui, em cima da mesa de cabeceira, eu o tirei para polir...

— Eu não peguei, está bem? – berrava Rony em resposta.

— Que está acontecendo? – perguntou Harry.

— Meu distintivo de monitor-chefe sumiu. – pespondeu Percy virando-se irritado para Harry.

— E o tônico para ratos de Perebas também. – falou Rony, jogando as coisas para fora do malão para procurá-lo. – Acho que deixei o frasco no bar...

— Você não vai a lugar nenhum até achar o meu distintivo! – berrou Percy.

Harry revirou os olhos.

— Eu vou buscar o remédio do Perebas. Já fiz a mala, de qualquer jeito. – disse Harry a Rony, e desceu.

Harry estava no corredor a meio caminho do bar, agora mal iluminado, quando ouviu outras vozes zangadas e três mais calmas que vinham da sala. Um segundo depois, ele as reconheceu como sendo as do Sr. e da Sra. Weasley, Mary e Bobby, e de Remus. Hesitou, sem querer que eles soubessem que os ouvira discutindo, mas a menção do seu nome o fez parar, e, num segundo momento, se aproximar da porta da sala.

— ... Não faz sentido não contar a ele. – O Sr. Weasley dizia, veemente. – O garoto tem o direito de saber. Tentei dizer isso a Fudge, mas ele insiste em tratar Harry como criança. O menino já tem treze anos e...

— Arthur, a verdade iria aterrorizar Harry! – retrucou a Sra. Weasley com a voz esganiçada. – Você quer mesmo mandar Harry de volta à escola com essa ameaça pairando sobre a cabeça dele? Pelo amor de Deus, ele está feliz sem saber de nada! Remus você concorda?

— Se fosse Dean ou Samuel com isso em seus ombros, eu contaria para eles. – disse Bobby parecendo mais sério do que nunca, a primeira vez que Harry escutou aquele tom na voz do pai de Dean e Sam.

— Eu concordo... Com o Arthur e Bobby. Desculpe Molly, mas eu acredito que se Harry souber sobre isso, ele fique atento. Não vai demorar muito até ele perceber a alta segurança que Fudge vai fazer para ele. – disse Remus com os braços cruzados.

— E eu não quero fazê-lo infeliz, quero deixá-lo de sobreaviso! – retrucou o Sr. Weasley. – Você sabe como são o Harry e o restante do grupos! Todos eles, andando por aí sozinhos, já foram parar na Floresta Proibida duas vezes! Mas Harry não pode fazer isto este ano! Quando penso o que poderia ter acontecido a ele na noite em que fugiu de casa! Ele e Sophie, convenhamos. Para Black, ter dois Potter a sua disposição... Se o Nôitibus não os tivessem apanhado, aposto que eles estariam mortos antes do Ministério encontrá-lo.

— Mas eles não estão mortos, estão são e salvos, então qual é o sentido...

— Remus? – chamou Mary num tom preocupado.

— Desculpe é que... o que Arthur falou agora me deixou um pouco mal. – disse Remus devagar.

— Oh querido... viu o que você fez, Arthur?! – ralhou Molly, parecia estar quase batendo no marido. – Está tudo bem querido. Arthur não há motivo de falar para o Harry! Ele e Sophie tem o Erik e o próprio Remus vai estar em Hogwarts! Sem contar que o próprio Dumbledore!

— Molly, dizem que Sirius Black é doido, e talvez seja, mas ele foi suficientemente esperto para fugir de Azkaban, e isto é uma coisa que todos supõem que seja impossível. Já faz três semanas e nem sinal dele, e não dou a mínima para o que Fudge vive declarando ao Profeta Diário, estamos tão próximos de apanhar Black quanto estamos de inventar uma varinha que funcione sozinha. A única coisa de que temos certeza é que Black está atrás de...

— Mas Harry está perfeitamente seguro em Hogwarts. – disse Mary.

— Achávamos que Azkaban era perfeitamente segura. Se Black foi capaz de sair de Azkaban, então é capaz de entrar em Hogwarts.

— O garoto Arthur aqui está certo – disse Bobby. – Estamos falando sobre Hogwarts ser segura e tudo isso, mas vamos lembrar dos dois últimos anos? Ano passado um Basilisco estava andando naquela escola... E eu nem sabia o que um Basilisco era até Mary me mostrar, e deixa eu falar uma coisa me literalmente me caguei.

— Informações demais, Bobby – disse Remus.

Passou um silêncio e Molly tornou a dizer:

— Mas ninguém tem realmente certeza de que Black esteja atrás de Harry...

Ouviu-se um baque seco na mesa e Harry não teve dúvida de que o Sr.Weasley tinha dado um soco na mesa.

— Molly, quantas vezes preciso lhe dizer a mesma coisa? A imprensa não noticiou porque Fudge não queria que houvesse escândalo, mas Fudge foi até Azkaban noites antes em que Black fugiu. Desde daquela noite, Black começou a planejar! Os guardas lhe disseram que Black andava falando durante o sono havia algum tempo. Sempre as mesmas palavras: “Ele está em Hogwarts... Ele está em Hogwarts.”

“Black é desequilibrado, Molly, e quer ver Harry morto. Se você quer saber, ele provavelmente acha que se matar Harry vai trazer Você-Sabe-Quem de volta ao poder. Black perdeu tudo naquela noite em que Harry deteve Você-Sabe-Quem, e passou doze anos sozinho em Azkaban pensando nisso...”

Fez-se silêncio. Harry chegou mais perto da porta, desesperado para ouvir mais.

— Bem, Arthur, você deve fazer o que acha que é certo. Mas está se esquecendo de Albus Dumbledore. Acho que nada poderá fazer mal a Harry em Hogwarts enquanto Dumbledore for o diretor. Suponho que ele esteja sabendo de tudo isso.

— Claro que sabe. Tivemos que lhe perguntar se se importava que os guardas de Azkaban tomassem posição junto às entradas da escola. Ele não ficou muito satisfeito, mas concordou.

— Não ficou satisfeito? Por que não ficaria satisfeito, se os guardas estão lá para agarrar o Black? – perguntou Bobby.

— Dumbledore não gosta dos guardas de Azkaban. – disse Remus calmo. – Ninguém gosta, na verdade. Eles são... Horríveis, acredite.

— Depois do basilisco, garoto... Acredito até se você me contar que existem dragões dançarinos. – disse Bobby.

— Pois é, esse é o problema. Estar lidando com um bruxo como Black, por vezes a gente tem que se aliar com gente que se prefere evitar. Se eles salvarem Harry... Então nunca mais direi uma palavra contra eles, os dementadores. – disse o Sr. Weasley cansado. – Já está tarde, é melhor irmos dormir. Amanhã o dia será cheio.

Harry ouviu as cadeiras serem mexidas. O mais silenciosamente que pôde, correu pelo corredor até o bar e desapareceu de vista. A porta da sala se abriu, e alguns segundos depois o ruído de passos lhe informou que os Weasley, Winchester e Remus estavam subindo as escadas.

O frasco de tônico para ratos estava debaixo da mesa à qual o grupo se sentara mais cedo. Harry esperou até a porta do quarto do Sr. e da Sra. Weasley se fechar, depois tornou a subir levando o vidro.

Encontrou Fred e Jorge agachados nas sombras do patamar, rindo a mais não poder de ouvir Percy desmontar o quarto que ocupava com Rony, à procura do distintivo.

— Está conosco – sussurrou Fred a Harry – Andamos dando uma melhorada nele.

No distintivo agora se lia Tremendo Chefão.

Harry forçou uma risada, foi entregar a Rony o frasco de tônico para ratos, depois foi para o quarto, quando entrou viu que Remus ainda não estava no quarto assim como Sophie. E suspirou.

Então Sirius Black estava atrás dele. Isto explicava tudo. Fudge ter sido indulgente porque ficara aliviadíssimo de encontrá-lo vivo. Fizera Harry prometer não sair do Beco Diagonal onde havia um grande número de bruxos para vigiá-lo. E ia mandar dois carros do Ministério para levá-los à estação no dia seguinte.

Harry ficou deitado ouvindo a gritaria abafada no quarto vizinho e imaginando por que não se sentia mais apavorado. Sirius Black matara treze pessoas com uma maldição; O Sr. e a Sra. Weasley obviamente pensavam que Harry entraria em pânico se soubesse da verdade. Menos Remus e Bobby. Mary Winchester não deixou sua posição clara na conversa. Mas os dois homens pareciam certos de que Harry entenderia.

Mas, por acaso, Harry concordava inteiramente com a Sra.Weasley que o lugar mais seguro da terra era aquele em que Albus Dumbledore acontecesse de estar. As pessoas não diziam sempre que Dumbledore era a única pessoa de quem Lorde Voldemort já tivera medo? Com certeza Black, sendo o braço direito de Voldemort, não teria também igual medo do diretor?

E agora havia os guardas de Azkaban de quem todos não paravam de falar. Eles pareciam deixar as pessoas paralisadas de pavor e, se estavam de prontidão a toda volta da escola, as chances de Black entrar lá pareciam muito remotas.

Não, considerando tudo, a coisa que mais incomodava Harry era o fato de que suas chances de visitar Hogsmeade agora eram zero. Ninguém iria querer que Harry deixasse a segurança do castelo até Black ser apanhado; aliás, Harry suspeitava que todos os seus movimentos seriam atentamente vigiados até que o perigo passasse.

Olhou zangado para o teto escuro. Será que achavam que ele não sabia se cuidar? Já escapara de Lorde Voldermort três vezes; não era um completo inútil...

— Eu sei me cuidar. Sou um Potter.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Assim que a conversa terminou, Remus subiu as escadas e foi em direção ao quarto de Erik onde ele sabia que Sophie estaria. Bateu na porta e colocou a cabeça para dentro, procurou por Sophie e a viu deitada nas pernas de Castiel relendo o livro “O Hobbit” lhe dado por David no Natal de noventa e um.

— Posso falar com você? – perguntou Remus para a sobrinha.

— Sempre. – respondeu Sophie dando um leve sorriso.

A ruiva se levantou e entregou o livro para Charles e seguiu o padrinho para fora do quarto. Remus desceu as escadas com ela ao seu lado. Ao invés de ir para o Beco Diagonal ele foi pela saída que leva para o mundo dos trouxas.

Assim que saiu um vento leve soprou em seu rosto e ele fechou os olhos. Respirou fundo, e andou até um carro velho parado na rua e se sentou no capô. Sophie o seguiu, ele olhou para o céu e viu as estrelas brilhando com o céu azul escuro e uma linda lua para iluminar o mundo. Sentiu o coração se apertar e olhou para Sophie.

— Sinto falta dele. – sussurrou para a afilhada que o olhou com gentileza e suavidade, tão parecida como James e Lily olhavam para ele quando passava por um momento ruim. – Eu sinto falta de todos eles.

E se permitiu chorar toda aquela saudade e dor que vinha sentindo desde que visitou a Casa dos Gritos. E Sophie, o puxou para mais perto, lhe dando um forte abraço e acariciando seu cabelo.


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