TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 5
Capítulo 5 — Promessas em Cartas




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O tempo havia se passado em Hogwarts. Ter Aslan andando ao lado dela e até mesmo dormindo em sua cama – com ela deitada na barriga dele –, seus amigos sabendo a verdade sobre seu nome e sendo os melhores, e seus olhares trocados com o rapaz de olhos castanhos, tudo em Hogwarts estava simplesmente perfeito. Era tanta diversão e pequenas aventuras que Sophie quase ficou triste pela chegada do Natal.


Mas, essa tristeza logo foi embora quando se lembrou que voltaria para o Largo Grimmauld, voltaria para Remus. Sophie tinha certeza que nunca haveria coisa melhor do que voltar para os braços de seu padrinho. Durante boa parte do caminho para Londres, ela ficou olhando para a janela – conversando as vezes com os amigos – e pensando na pequena nota que havia colocado na mochila do rapaz de olhos castanhos sem que ele visse.

Vou para Londres. Espero que você tenha um feliz natal e se divirta com sua família. Obrigada, e te vejo daqui a alguns dias. – S.L.P.”

Ela sabia que não deveria ter colocado o “P” no final, mas ela não queria mentir para ele sobre seu nome também e aquela era a melhor forma de dizer para ele. Claro, ele nem pensaria no sobrenome Potter, e veria o “L” sendo Lupin ao invés de Lily. Mas o que importava, era que ela havia lhe desejado um feliz natal. Isso era o mais importante.

Assim que ela desceu do trem e encontrou Remus, ela correu para seus braços e o abraçou mais apertado do que um urso seria capaz, dizendo o quanto sentira falta dele e de tudo que tinha para contar sobre os últimos meses em Hogwarts.

Após se despedir de Fred, Jorge e Harriet, com a promessa de se encontrarem novamente após o Natal, Sophie e Remus partiram para o Largo Grimmauld. Naquela noite de sua chegada, ela e o padrinho ficaram boa parte acordados na cama dele, bebendo chocolates quentes enquanto ela falava tudo sobre a escola e também sobre Aslan, seu bichinho favorito em todo o mundo.

— Dumbledore disse que Aslan me escolheu por eu ser especial. – ela disse pensativa.

— Ele tem razão. – concordou Remus firme e orgulhoso dela.

— Mas, Moony, eu sou só eu. – Sophie retrucou olhando confusa para o padrinho. – Tem outros alunos em Hogwarts muito mais especiais que eu lá.

Ela disse isso pensando no rapaz de olhos castanhos que foi gentil e lhe dava segurança sem usar as palavras, na Ninfadora Tonks também da Lufa-Lufa, mesmo tendo dezesseis anos ela havia ajudado Sophie com algumas lições na biblioteca, em Harriet que tinha um jeito estranho porém incrível de ver tudo ao seu redor, e até mesmo no tal David que Laila e os outros elfos haviam mencionado antes.

— Tenho certeza que existem, moça. – Remus concordou enquanto acariciava os cabelos ruivos dela. – Mas, talvez Aslan tenha visto algo em você que não viu nos outros. Leões são cristuras muito leais e protetoras, se ele escolheu você, saiba que ninguém, nem mesmo eu, amara você tanto quanto ele.

Enfim, a Véspera de Natal havia chegado e eles passaram a tarde se divertindo, saindo na rua para brincar de “guerra de bola de neve” e oferecer cobertas e alimentos para aqueles que precisavam. No fim da tarde, fizeram uma ceia deliciosa e esperaram para a virada.

Quando deu meia-noite, 25 de Dezembro, Sophie entregou o presente de Remus, que era um livro do autor favorito dele, e Remus deu para ela um belo conjunto de bexigas de ouro maciço. Porém, estes não foram os únicos presentes que os dois ganharam.

Eles tambem receberam duas corujas dos Weasleys, uma era dos gêmeos Fred e Jorge para Sophie, que deram para ela um xadrez de bruxo de segunda mão – mas a Potter não trocaria por nenhum de primeira mão no mundo –, e a outra era da Sra.Weasley que fez dois suéteres para Remus e Sophie, o de Remus era azul e tinha um enorme “R” bordado da cor prata, e o de Sophie era vermelho e, além do “S” bordado na cor dourada, tinha um pequeno leão no peito. Eles não perderam tempo e logo estavam sorrindo um para o outro com os suéteres vestidos em seus corpos.

Depois teve mais uma coruja e essa era de Harriet que dera de presente tanto para Sophie como para Remus um modelo perfeito de uma galáxia em movimento, dentro de um grande globo de vidro.

Sophie e Remus também havia comprado presente para os Lovegood e os Weasley. Eles foram no Beco Diagonal e compraram bastante coisas e aproveitaram para comprar os presentes.

Mas, além desses presentes que eles receberam, teve um que deixou tanto Remus quanto Sophie mais felizes e esperanços do que nunca. Uma bela coruja entrou na sala quando os dois jogavam o xadrez de bruxo, deixou uma carta e saiu. Remus foi o que abriu e leu em voz alta.

Remus e Sophie,

Primeiro de tudo, sou eu, Sirius Black que está escrevendo esta carta para vocês. E em segundo de tudo, eu, Sirius Black, gostaria de informar que está morrendo de saudade de vocês e ainda acredita que os vera novamente.

Deus, como eu queria estar falando com vocês dois pessoalmente, abraçar apertado cada um e não soltar mais. Mas, enquanto estou preso aqui, essa é a única forma que tenho para falar. E agradeço a Dumbledore por isso, ele está aqui na minha frente, esperando calmamente que eu escreva essa carta para vocês.

Admito que, antes de Dumbledore aparecer hoje com as informações de que ano estamos, e que dia é hoje no mês, eu estava totalmente perdido no tempo. Perdi a contagem após o quinto ano aqui, mas agora poderei voltar para acompanhar o mundo de alguma forma. E graças a Dumbledore também, eu sei que Sophie entrou para seu primeiro ano em Hogwarts.

Ah minha amada mini-Lily, estou tão feliz. Assim que Dumbledore me informou de como você é uma aluna exemplar, aventureira e ainda por cima tem um leão de estimação, não sinto vergonha em dizer que chorei como uma criança. Eu queria tanto ter estado ai, com vocês dois, levar você para King's Cross junto com Remus, te incentivar a entrar no time de Quadribol e ser uma lenda como seu pai – e eu obviamente –, havia sido.

Só entre eu e você, mini-Lily, não ligue para o que Remus disser sobre o quadribol, eu também sou seu padrinho e o chefe da família, e você tem minha permissão para entrar e acabar com todos os sonserinos na vassoura.

Mas, saiba que estou extremamente orgulhoso de você, Sophie Potter. Você, minha magnífica ruiva, já é a minha bruxa favorita nesse mundo, e eu não tenho dúvidas de que você será maravilhosa em tudo, agora e no seu futuro.

Agora, para você Remus Lupin. Meu único amigo que sobreviveu comigo, meu companheiro mais querido. Deus, Remus, como eu sinto sua falta. O fato de você estar vivo e eu não estar ao seu lado, me machuca tanto quanto as mortes de nossos irmãos caídos.

É tão injusto e doloroso. E é minha culpa. Você tentou me parar, tentou me avisar para não ir atrás de Pettigrew. Inferno, você implorou que eu ficasse com você e Sophie para nos protegermos juntos. E o que eu fiz? Eu fui. E agora, aqui estou. Preso, com demônios e assassinos em minha volta – minha querida prima, que grita mais que o quadro da minha mãe, manda um oi –, sem vocês.

Aqui é tão cinza, Remus. Sinto falta da luz do sol, do verde da grama, do azul do céu e... Deus, estou parecendo aquele personagem daquele seu livro favorito que você leu para mim em Hogwarts, não estou? O tal de Frofro... Quase certeza que este não é o nome dele, mas tudo bem, você já sabe qual personagem que é.

Eu não sei o que dizer. Tem tantas coisas que eu gostaria de contar, mas que merecem ser ouvidas e não lidas. As vezes eu tenho medo, Remus, medo de que você deixe de acreditar em mim, e acredite que fui eu que matei aquelas pessoas. Até eu as vezes me peguei acreditando nessa loucura. Mas, então eu lembro de você, meu Remus Lupin, e sei a verdade. A verdade que você sempre vai acreditar em mim, assim como eu acredito em você.

Me perdoe por te lhe deixado sozinho para cuidar de Sophie e lidar com as noites de lobo. Me perdoe por ter sido estúpido. Me perdoe por tudo não dito entre nós.

Continue sendo um pai incrível para nossa garota, proteja ela e a ame como Lily e James a amava. Acredito em você, Moony.

E Sophie, se mantenha forte. E mostre para todos o que uma Potter com um leão é capaz! Mate eles com bondade.

E eu prometo, prometo! Que eu vou voltar para vocês. Não sei quando ou como, mas eu vou. E então direi olhando em seus olhos o quanto vocês significam para mim.

Feliz Natal, mini-Lily e Moony. Comemorem por mim.

Sirius Black,
Malfeito, feito.

Após eles pararem de chorar, Remus e Sophie passaram aquela noite relendo aquela carta, rindo e chorando mais. Em seus corações, a saudade que sentiam por Sirius Black era gigantesca, e dolorosa. O tanto que eles queriam abraçar aquele homem não havia limites, se pudessem, iriam até Azkaban e tiraria Sirius daquele inferno que era a prisão.

Mas eles não podiam. Então eles apenas se abraçavam e desejavam com todas as forças que aquela promessa de Sirius se realizasse.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•

 

 

Logo, o Natal havia passado e assim, Sophie havia voltado para Hogwarts com os gêmeos e Harriet. E por mais que todos os alunos ainda estivessem preguiçosos para voltar as lições, os professores não se importavam nem um pouco, mandando lição de casa uma após a outra e já falando sobre os exames que fariam no final daquele ano.

 

 

— Estamos em Janeiro e eles já estão falando de exames que vão acontecer em Maio! – resmungou Jorge fazendo lição de casa da Profª McGonagall.

 

 

Além da mudança com as lições, teve outra mudança que Sophie considerou muito bem-vinda. Aparentemente, o rapaz de olhos castanhos havia visto seu bilhete e, quando ela voltou, sem que ela tivesse visto, ele colocou um bilhete de resposta em sua mochila, que ela só encontrou na sala comunal quando foi fazer o dever de casa.

 

 

“Obrigado por ter me desejado feliz natal. Eu espero que você tenha tido um natal brilhante também. - D.A.T.L.”

 

 

E desde então, eles colocavam bilhetes na mochila um do outro sem que o outro notasse. Mas, eram apenas bilhetes curtos com algumas perguntas sobre lições da parte dela, e como era ter Aslan ao lado dela o tempo inteiro da dele. Ela nunca perguntou o nome dele e ele também nunca lhe informou. Mas, nomes era o que ela menos se importava naquela amizade única deles. Apenas ter seus olhares, mímicas e pequenos bilhetes bastava para ela e, ela acreditava que para ele também.

 

 

O tempo continuou passando, Sophie e Harriet já estavam prendendo os gêmeos nas cadeiras para estudarem para os exames que começavam a se aproximar.

 

 

— Juro por tudo que é sagrado, Frederico e Jorge Weasley, se vocês dois não se sentarem nessas cadeiras agora e estudarem para o exame eu mandar uma carta para a Sra. Weasley e ela ira responder com um berrador! – dizia Sophie irritada de rosto vermelho e apontando na direção das cadeiras. – Guardem minhas palavras!

 

 

Se Remus estivesse ali, ele teria acreditado que Lily Evans havia voltado a vida de tão parecida que Sophie era da mãe naquele momento.

 

 

Fred e Jorge, começaram a estudar enquanto davam alguns olhares com medo da ruiva. Já Harriet apenas ria enquanto a ruiva piscava para ela.

 

 

Por fim, os exames haviam sido feitos e Sophie Potter havia completado seu primeiro ano de forma perfeita, com boas notas em todas as matérias, mesmo para o desgosto de Snape que não teve outra escolha se não aceitar que era sim, uma aluna talentosa.

 

 

E lá estava ela, andando pelos gramados da escola com Aslan ao seu lado, aproveitando o último dia daquele primeiro ano em Hogwarts. Seu malão já estava pronto para partir no dia seguinte. Olhou para o leão ao seu lado e sentiu o peito se apertar, ela odiava da ideia de se afastar dele. Ela não gostava de se afastar daqueles que amava. A última vez que se afastou, seus pais foram mortos e Harry foi morar longe dela. Por isso ela quase havia desistido de ir para a escola, a ideia de se afastar de Remus havia deixado ela com medo de perdê-lo. E mesmo tendo ele mandando cartas para ela todo mês, ela ainda temia.

 

 

— Se eu pudesse eu te levaria comigo, Aslan. – ela disse, olhando para seu enorme leão e lhe acariciando a juba.

 

 

Aslan se aproximou do rosto dela e lhe deu uma grande e molhada lambida, fazendo ela rir e abraçá-lo.

 

 

— Sophie Potter, vejo que você e o jovem Aslan estão se dando muito bem.

 

 

Sophie se afastou do amigo e olhou para Albus Dumbledore que estava parado próximo a eles, com um sorriso gentil em seu rosto fofo de barba branca e óclinhos meia-lua.

 

 

— Olá senhor! – ela exclamou surpresa. – Sim, sim, eu e Aslan somos melhores amigos.

 

 

— Fico feliz em saber. Gostaria de caminhar comigo? – o diretor perguntou.

 

 

— Claro.

 

 

Assim os dois começaram a andar juntos naquele final de tarde, o sol já indo embora, e com Aslan andando devagar atrás deles. Eles andaram em silêncio por minutos até o diretor quebrá-lo.


— Acredito que meu presente para você e Remus, chegou sem problemas?

Sophie sorriu largo.

— Sim, senhor. Recebemos a carta de Sirius e, nós dois somos gratos pelo que fez. – ela disse. – Significa o mundo.

— Fico feliz. Achei que era necessário ir vê-lo e informar sobre a afilhada em Hogwarts. – Dumbledore disse suavemente. – Trazer-lhe um pouco de luz para um lugar tão escuro.

— É tão horrível assim? Aquela prisão? – Sophie perguntou mordendo o lábio e pensando em seu outro padrinho.

— Infelizmente, é. Sempre encarei uma prisão como um lugar para aqueles que fizeram ações terríveis pensassem sobre o que haviam feito para assim, aprenderem a ser pessoas melhores. - comentou o diretor. – Como meu sábio afilhado diz: “Segundas chances podem salvar mais vidas do que a primeira chance”.

— Nunca pensei nisso. – disse a Potter pensativa. – Segundas chances... Nunca me encontrei em uma situação que pedisse uma segunda chance.

— Um dia você irá, Sophie. – Dumbledore disse. – De qualquer forma, Azkaban não é um lugar para segundas chances. Azkaban se tornou o lugar para o fim. Muitos enlouquecem nas primeiras semanas, os Dementadores mexem com as cabeças daqueles que cometeram os crimes. Quanto mais suas almas estiverem perturbadas, melhor.

— E Sirius está sobrevivendo, não é? – Sophie perguntou sentindo medo pelo padrinho.

Dumbledore sorriu para ela.

— Ah sim, Sophie. Sirius tem muitas luzes dentro dele para se manter firme até o dia que será livre. – confirmou o diretor parecendo confiante. – Não se preocupe, ele é bastante forte.

Eles voltaram a andar em silêncio, porém desta vez, Sophie estava sentindo que era o diretor que estava esperando que ela falasse. Aproveitando, ela resolveu perguntar sobre seu irmão.

— Senhor, o meu irmão, Harry, ele... Como será quando ele estudar aqui? – ela perguntou timidamente. – Ele vai estudar aqui, certo?

— Certamente que vai, Sophie. – respondeu o bruxo mais velho. – Sobre como será quando ele chegar aqui, bem, me perdoe mas eu terei que pedir para você continuar mantendo o nome Lupin.

Sophie sentiu seu coração se afundar. Ela queria tanto dizer quem ela era para o irmão quando se conhecessem.

— Eu sei, Sophie, que você sofre por isso. Sei o quanto sofreu com os acontecimentos passados...

— Desculpe, senhor, mas acredito que quem mais sofre nessa história toda é o Harry. – ela o cortou. – Remus me contou sobre como os meus tios são, e eu realmente não gosto de imaginar como está sendo para ele ter que aguentá-los e ainda sem saber o que realmente aconteceu. Eu tive e tenho o Remus, foi uma infância feliz...

— Foi? Realmente foi uma infância feliz? – ele perguntou sério mas ainda num tom suave. – Sophie, você perdeu seus pais e seu irmão em um dia e não muito tempo depois perdeu seu outro padrinho. Ouso perguntar, quantas noites de pesadelo você viveu por isso? Quantas vezes chorou por ser Remus a sempre te segurar e não sua mãe ou seu pai?

Sophie sentiu o peito se apertar novamente, seus olhos se enchendo de lágrimas ao reviver aquelas noites e dias onde só queria seus pais de volta, onde queria os braços deles ao redor dela.

— Não diminua sua dor, seu luto pelos outros, Sophie. Não diminua seus sentimentos pois eles são importantes para a pessoa que você é.

As lágrimas então se soltaram, uma por uma caindo por sua bochecha. Ela e Dumbledore pararam de frente para o lago e Aslan voltou a se aproximar dela, lhe dando apoio.

— Eu sempre me pergunto... – soluçou. – ... Se eles tiveram tempo para se despedir um do outro. – ela fechou os olhos sentindo seu coração doer. – Eu sinto tanta falta deles. Eu só queria mais uma chance... Apenas para ouvi-los... Isso é tão injusto.

Ela sentiu o braço do diretor em seus ombros e então o abraçou com força enquanto chorava e molhava suas vestes roxas. Ela não soube dizer quanto tempo havia se passado com ela chorando nas vestes dele, mas ela se afastou, as lágrimas não caindo mais, mas seus olhos e rosto estavam bastante vermelhos.

— Me desculpe, senhor. – ela murmurou envergonhada. – Não queria ter chorado tanto... Estraguei suas vestes um pouco.

— Essa coisa velha? Ah eu já estava pensando em parar de usar mesmo, Minerva me disse que está ficando fora de moda. – comentou Dumbledore fazendo Sophie rir um pouco. – E não se desculpe por demonstrar um sentimento tão forte, Sophie. – continuou. – Principalmente o segundo mais forte que existe. Saudade.

Sophie acentiu.

— E qual é o primeiro? – ela perguntou franzindo a testa.

Dumbledore apenas sorriu e piscou para ela antes de se voltar para o lago. Agora, seu rosto estava sério quando voltou a falar:

— Agora, existem algumas coisas que eu gostaria de dizer sobre Lorde Voldemort e Peter Pettigrew.

— Que seria? – perguntou a ruiva. - Remus me contou sobre o que Pettigrew fez.

— Mas acredito que, Remus não lhe contou que Voldemort não sabe da sua existência. – retrucou o diretor.

— Ele não? - Sophie olhava surpresa para o bruxo ao seu lado. – Mas... Pettigrew...

— Peter Pettigrew era um homem bom. Muito bom. – Dumbledore disse parecendo triste. – E quando você nasceu, a guerra ainda não o havia quebrado. Ele te adorava, Sophie. Antes dele perder alguém muito importante, ele vivia pegando você no colo e fazendo o máximo para te fazer sorrir. Mesmo depois de ter perdido a pessoa importante, você era a única para quem ele sorriria e queria por perto.

Sophie estava mais que chocada. Pensar que o homem que traiu seus pais, sofreu por algo tão triste para fazer o que fez, e que antes de tudo ele a adorava, era algo que ela nunca esperaria ouvir sobre Peter. De repente, uma pequena parte se sentiu triste por ele.

— Voldemort queria apenas Harry. – Dumbledore continuou. – Foi Peter que deu a ideia para Lily entregar você para Remus e Sirius. Ele não queria que nada acontecesse com você, sendo assim, ele nunca informou para Voldemort da sua existência.

— Ele matou meus pais... Mas salvou minha vida. – Sophie sussurrou triste. – Eu não sei o que sentir em relação à ele.

Dumbledore pôs a mão no ombro dela.

— Deixe o tempo seguir e um dia, você saberá como se sentir verdadeiramente sobre Peter Pettigrew.

Sophie concordou em silêncio.

— Mas, ainda não entendo. Por que meu sobrenome tem que se manter escondido agora? Afinal Voldemort... – então ela parou e olhou para Dumbledore como se uma luz tivesse lhe mostrado o caminho. – A não ser que...

— Continue. – incentivou Dumbledore.

— ...Voldemort não esteja morto. Apenas fraco. – ela terminou com os olhos arregalados. – Depois de tudo, ele sobreviveu.

— Exato. – Dumbledore concordou. – E, se Voldemort ainda está vivo, significa que Harry ainda corre perigo. E você, você Sophie Potter, tem que me ajudar.

— Ajudá-lo com o que? – perguntou Sophie.

— Me ajudar em manter seu irmão seguro. – disse ele. – Harry tem um papel muito importante nessa história, eu sinto isso. Assim como você também.

— Sem ofensas, senhor, mas eu teria protegido meu irmão mesmo sem você pedir. – ela disse e Dumbledore riu.

— Claro, me perdoe por isso. Estou acostumado em um relacionamento diferente com meu irmão. – comentou o diretor.

— Mas, eu tenho que perguntar, terei que esconder meu nome por muito tempo? – perguntou ela.

— Eu não sei, Sophie. Vamos torcer para que não. – Dumbledore disse com um suspiro. – Como se sente?

Sophie respirou fundo e passou a mão sobre o peito.

— Voldemort deixou uma marca bem profunda, não só na testa de Harry, mas também em meu coração. – ela sussurrou.

— Marca essa, que mostrará sua força. – disse Dumbledore sorrindo com carinho. – Talvez não agora, mas um dia, essa marca será sua força.

Sophie suspirou e esperou que o diretor estivesse certo.

— Eu tenho isto comigo durante um bom tempo. – disse o diretor tirando uma carta do bolso. – Acho que está na hora de entregar para a legítima dona.

Sophie pegou a carta e a abriu. Seus olhos se encheram de lágrimas com o começo.

“Minha filha, Sophie Lily Potter,

Olá, minha pequena. Se você está lendo esta carta então significa duas coisas. A primeira é... que eu não estou mais com você e a segunda é que você completou seu primeiro ano em Hogwarts.

Minha Sophie, eu quero que você saiba que sou extremamente orgulhoso de você. E sempre serei. Assim como sua mãe também sempre será – ela está na cozinha agora preparando seu bolo de abacaxi favorito para seu aniversário –.

Acredite, me dói pensar num futuro onde não estou ao seu lado. Onde não fui eu e sua mãe que a levamos para pegar o seu primeiro trem. Me machuca demais, porque eu não queria te deixar sozinha, minha pequena. Mas, vale a pena. Porque só uma coisa poderia ter me matado tão jovem, e se isso foi eu protegendo sua mãe e seu irmão, então eu aceito a morte de bom grado.

E eu devo lhe pedir, Sophie, por favor não sofra muito por minha morte. Porque no fim, nenhum de nós ficamos muito tempo nessa terra de qualquer forma. E se você estiver angustiada com alguma coisa, ou ter medo do que está por vir, olhe para o céu de verão, quando as estrelas estão espalhadas pela noite aveludada. E quando uma estrela cadente passar pela escuridão, transformando a noite em dia... faça um desejo e pense em mim. Porque eu te prometo meu amor, eu sempre serei sua estrela quando precisar.

Faça a sua vida ser espetacular, Sophie Potter.

E lembre-se: você é minha, minha filha. Minha pra sempre. Eu te amo.

E sei que nos encontraremos novamente, mas até lá...

Seu pai, James Ian Potter. Malfeito, feito.

Sophie abraçou aquela carta contra o peito, fechou os olhos e deixou lágrimas silenciosas caírem por sua bochecha novamente.

— Amor. – Dumbledore disse de repente. – O sentimento mais forte, é o amor.

Sophie concordou e abraçou a carta mais apertado contra o peito como se fosse o próprio pai ali. Quando abriu os olhos novamente, ela olhou para aquele céu de verão onde as estrelas já estavam surgindo, transformando aquela noite em dia. E então, ela sorriu em meio as lágrimas pois uma estrela cadente havia acabado de passar. Ela desejou que o final de sua história fosse feliz e pensou em seus pais.


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