TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 44
Capítulo 44 — A Estrela está Voltando




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— Sabe, Minerva – começou o Prof. Dumbledore pensativo –, acho que tudo isto merece uma boa festança. Será que eu poderia lhe pedir para avisar às cozinhas?

Harry e Rony abriram largos sorrisos enquanto Erik balançava a cabeca e Remus revirava os olhos.

— Certo – disse a professora, eficiente, encaminhando-se também para a porta. – Vou deixar você lidar com Potter e Weasley, concorda?

— Com certeza.

— Espera, professora, eu irei com a senhora. – disse Erik se levantando do lado de Remus para se juntar com a professora. – Ofereço minha ajuda, se quiser.

— Obrigada, Lehnsherr. Eu aceito. – respondeu a professora.

E assim eles saíram. Harry e Rony olharam inseguros para Dumbledore, enquanto Remus estava sentado de braços cruzados esperando pelo o que sairia dali.

Harry estava apreensivo. Que será que a professora quisera dizer com aquele lidar com eles. Certamente – certamente – eles não iriam ser castigados?
 
— Estou-me lembrando que disse a ambos que teria de expulsá-los se infringissem mais um artigo do regulamento da escola. – começou Dumbledore calmamente.

Rony abriu a boca horrorizado e Harry congelou totalmente.
 
— O que prova que até o melhor de nós às vezes precisa engolir o que disse. – continuou o diretor, sorrindo. – Os três, vocês e Sophie, receberão prêmios especiais por serviços prestados à escola e... Vejamos... É, acho que duzentos pontos para a Grifinória, por cabeça.

Rony ficou tão vermelho que parecia as flores de Lockhart para o Dia dos Namorados, e tornou a fechar a boca.

— Ora, isso é muito gentil da sua parte professor! – todos olharam para o topo da escada da sala, onde Sophie estava encostada sorrindo. Aslan estava ao lado dela, firme e orgulhoso. – Estou lisonjeada.

— O senhor está mimando essa garota, diretor. Tenha cuidado. – brincou Remus sorrindo para a afilhada que piscou para ele.

Sophie se sentou ao lado de Remus que passou o braço em volta do ombro dela, a puxando para um abraço confortável e quente. Harry sorriu para os dois, e Dumbledore riu.

— De fato, meu amigo. Sinto que estou indo por um caminho sem volta. – brincou ele piscando para Sophie que lhe sorriu marota. – Mas um de nós parece que está caladissimo sobre a parte que teve nesta aventura perigosa vivida hoje. – acrescentou Dumbledore. – Por que tão modesto, Gilderoy?

Harry se assustou. Esquecera-se completamente de Lockhart. Virou-se e viu o professor parado a um canto da sala, um sorriso vago ainda no rosto. Quando Dumbledore lhe dirigiu a palavra, ele espiou por cima do ombro para ver com quem o diretor estava falando.

— Oh, ele ainda está vivo – comentou Sophie olhando surpresa para o professor. – É errado eu estar decepcionada?

— Se comporta. – resmungou Remus.
 
— Prof. Dumbledore – disse Rony depressa. –, houve um acidente lá na Câmara Secreta. O Prof. Lockhart...

— Eu sou professor? – perguntou Lockhart, ligeiramente surpreso. – Nossa! Acho que fui inútil, não fui?

— Ele tentou lançar um Feitiço da Memória, e a varinha estava virada para ele. – explicou Rony, calmamente, a Dumbledore.

— Sabem o nome disso? Karma. – comentou Sophie sorrindo largo.
 
— Ai, ai – disse Dumbledore, balançando a cabeça, seus longos bigodes prateados tremendo. – Impalado com a própria espada, Gilderoy?

— Espada? – repetiu Lockhart confuso. – Não tenho espada. Mas esse menino tem – E apontou para Harry. – Ele pode lhe emprestar uma.

— Importa-se de levar o Prof. Lockhart à enfermaria, também? – pediu Dumbledore a Rony. – Gostaria de dar mais uma palavrinha com Harry e Sophie.

Rony concordou e Remus se levantou.

— Eu vou com você, Rony. Melhor duas pessoas para lidar com... – Remus olhou com nojo para Lockhart. – Isso.

E assim os dois saíram segurando Lockhart pelos braços. Sophie e Harry se voltaram para Dumbledore que os olhava.

— Com qual dos dois quer começar? – perguntou Harry.

— Com você, se não se importa. – disse Dumbledore. – Sente-se, por favor.

Harry obedeceu, sentindo-se inexplicavelmente nervoso.

— Gostaria que eu saísse ou posso ficar? – perguntou Sophie já se deitando no sofá.

— Não tenho problemas em ela ouvir. – disse Harry ao olhar questionador de Dumbledore para ele.

— Então fique, Sophie... Já se deitou mesmo. – brincou o diretor antes de se voltar para o Potter mais novo, agora sério. – Antes de mais nada, Harry, eu quero lhe agradecer. Não apenas você, como a você, Sophie, também. Serei eternamente grato pelo que passaram hoje. Por Gina, Aslan e pela escola. – disse Dumbledore com os olhos novamente cintilantes. – Vocês devem ter mostrado verdadeira lealdade a mim lá na Câmara. Nenhuma outra coisa teria levado Fawkes até vocês. Eu sou muito grato.

Ele alisou a fênix, que voara para o seu joelho. Harry sorriu, sem jeito, diante do olhar do diretor que o observava.
 
— Com que então vocês dois conheceram Tom Riddle. – continuou Dumbledore, pensativo. – Imagino que ele estivesse interessadíssimo em você, Harry.

De repente, uma coisa que estava preocupando Harry, escapou de sua boca.

— Prof. Dumbledore... Riddle disse que eu sou igual a ele. "Uma estranha semelhança" foi o que me disse...

— Foi mesmo? – perguntou Dumbledore olhando pensativo para o garoto por baixo das grossas sobrancelhas prateadas. – E o que é que você acha Harry?
 
— Acho que não sou igual a ele! – exclamou ele, mais alto do que pretendia. – Quero dizer, pertenço... Pertenço a Grifinória, sou...

Mas se calou, uma dúvida furtiva surgia em sua mente.

— Professor – recomeçou após um momento. – O Chapéu Seletor me disse... Que eu teria sido bem-sucedido na Sonserina. Todo mundo achou que eu era o herdeiro de Slytherin por algum tempo... Porque falo a língua das cobras...

— Quando esse chapéu pomposo te disse essa besteira?! – exclamou Sophie de repente.

— Naquela noite... Quando Justino foi atacado com o Nick. Antes de vocês aparecerem do andar de cima... Ele comentou que, bem... Comentou isso.

Sophie bufou, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Dumbledore disse:

— Você fala a língua das cobras, Harry – disse ele lentamente. –, porque Lorde Voldemort, que é o último descendente de Salazar Slytherin, sabe falar a língua das cobras. A não ser que eu muito me engane, ele transferiu alguns dos seus poderes para você na noite em que lhe fez essa cicatriz. Não era uma coisa que tivesse intenção de fazer, com toda certeza...

— Voldemort deixou um pouco dele em mim? – perguntou Harry, estupefato.

— Parece que sim.
 
— Então eu deveria estar na Sonserina. – disse, olhando desesperado para Dumbledore. – O Chapéu Seletor viu poderes de Slytherin em mim, e...

— Pôs você na Grifinória – completou Dumbledore, serenamente. – Ouça, Harry. Por acaso você tem muitas das qualidades que Salazar Slytherin prezava nos alunos que selecionava, não só você como Sophie também. – ele olhou para a parte de trás de Harry onde a irmã estava. – E o seu dom raro de falar a língua das cobras, criatividade, determinação, um certo desprezo pelas regras – acrescentou, os bigodes tremendo outra vez. – Contudo, o Chapéu Seletor colocou você na Grifinória. E você sabe o porquê. Pense.

— Ele só me pôs na Grifinória. – disse Harry com voz de derrota. – Porque pedi para não ir para a Sonserina...

— Exatamente! – exclamou Dumbledore, abrindo um grande sorriso. - O que o faz muito diferente de Tom Riddle. São as nossas escolhas, Harry que revelam o que realmente somos, muito mais do que as nossas qualidades. – Harry ficou sentado na poltrona, atordoado. – Se quiser uma prova, Harry, de que pertence à Grifinória, sugiro que olhe para isto com maior atenção.
 
Dumbledore apanhou a espada de prata suja de sangue que estava em cima de sua mesa e entregou-a Harry. Embotado, Harry revirou-a, os rubis rutilaram à luz da lareira. E então viu o nome gravado logo abaixo da bainha.

Godric Gryffindor.

— Somente um verdadeiro membro da Grifinória poderia ter tirado isto do chapéu, Harry. – concluiu Dumbledore com simplicidade.

Durante um minuto nenhum dos dois falou. Depois Dumbledore abriu uma gaveta de sua mesa e tirou uma pena e um tinteiro.

— O que você precisa, Harry, é de comida e de um bom sono. Sugiro que desça para a festa enquanto escrevo a Azkaban, precisamos ter o nosso guarda-caça de volta. E preciso preparar o anúncio para o Profeta Diário, também. – acrescentou pensativo. – Vamos ter que contratar um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas... Ai, ai, parece que gastamos esses professores muito
depressa, não é mesmo?

— Mas dessa vez você estava pedindo para não dar certo ao aceitar Lockhart como professor. – comentou Sophie fazendo Dumbledore e Harry rirem.

Harry, por um minuto pensou em sugerir ao diretor alguém para ser professor e quando ia falar, a porta foi aberta com tanta violência que bateu na parede e voltou.
 
Lúcio Malfoy achava-se parado ali, com uma expressão furiosa no rosto. E encolhendo-se por trás de suas pernas, todo enfaixado, achava-se Dobby.

— Ah – resmungou Sophie. – É assombração demais por uma noite, pelo amor de Deus.

— Boa noite, Lúcio. – cumprimentou Dumbledore em tom agradável, lançando um olhar bem humorado para Sophie.

O Sr. Malfoy andou em passos rápidos até a mesa em que Dumbledore estava sentado e lançou um olhar desagradável para Sophie e Harry. Dobby disparou atrás dele, agachando-se à barra de sua capa, um olhar de abjeto terror em seu rosto.

O elfo trazia nas mãos um trapo manchado com que tentava terminar de limpar os sapatos do Sr. Malfoy. Seu dono, aparentemente, saíra com muita pressa, porque não só trazia os sapatos engraxados pela metade como também os seus cabelos, em geral assentados, estavam despenteados. Sem dar atenção ao elfo que se sacudia aos seus tornozelos pedindo desculpas, ele fixou os olhos frios em Dumbledore.

— Então! – Disse Lúcio. – Você está de volta. Os conselheiros o suspenderam, mas mesmo assim você achou que devia voltar a Hogwarts.

— Bom, sabe, Lúcio – respondeu Dumbledore sorrindo serenamente –, os outros onze conselheiros entraram em contato comigo hoje. Foi como se eu tivesse sido apanhado por uma tempestade de corujas, para lhe dizer a verdade. Eles tinham ouvido falar que a filha de Arthur Weasley fora morta e queriam que eu voltasse imediatamente. Parece que acharam que afinal eu era o melhor homem para enfrentar a situação. Contaram-me coisas muito estranhas... Vários deles pareciam pensar que você ameaçara enfeitiçar a família deles se não concordassem em me suspender.
 
O Sr. Malfoy ficou mais pálido do que costumava ser, mas seus olhos ainda pareciam fendas de fúria.

— Meu Deus, eu estou surpresa. – comentou Sophie cheia de ironia, se levantando para ficar atrás da cadeira de Dumbledore. Olhando friamente para Malfoy.

Lúcio olhou feio para ela e depois voltou-se para Dumbledore.

— Então, você já fez os ataques pararem? – zombou. – Já apanhou o culpado?

— Apanhamos. – respondeu Dumbledore com um sorriso.

E?— tornou o Sr. Malfoy, ríspido. – Quem é?
 
— A mesma pessoa da última vez, Lúcio. Mas agora, Lorde Voldemort agiu por intermédio de outra pessoa. Por intermédio do seu diário. – Dumbledore segurou o livrinho com o enorme buraco no centro, observando, atentamente, o Sr. Malfoy. Assim como Sophie.

Harry, porém, observava Dobby.

O elfo agia de maneira muito estranha. Seus olhos estavam fixos em Harry, cheios de significação, e ele apontava primeiro para o diário, depois para o Sr. Malfoy, e por fim dava murros na própria cabeça.

— Entendo... – disse o Sr. Malfoy lentamente para Dumbledore.

— Um plano engenhoso. – comentou Dumbledore com a voz inexpressiva, ainda encarando o Sr. Malfoy nos olhos. – Porque se Harry aqui – Malfoy lançou um olhar rápido e incisivo ao garoto. – Sophie e seu amigo Rony Weasley não tivessem descoberto este livro, ora, Gina Weasley teria levado toda a culpa. Ninguém teria sido capaz de provar que ela não agira de livre e espontânea vontade...

O Sr. Malfoy ficou calado. Seu rosto de repente se transformara numa máscara.

— E imagine – continuou Dumbledore. –, o que teria acontecido então... Os Weasley são uma de nossas famílias puro sangue mais importantes. Imagine o efeito que isto teria em Arthur Weasley e na sua lei de proteção aos trouxas, se descobríssemos que sua própria filha andava atacando e matando alunos nascidos trouxas... Foi uma sorte o diário ter sido descoberto e as memórias de Riddle apagadas. Caso contrario, quem sabe quais seriam as conseqüências...

O Sr. Malfoy fez um esforço para falar.

— Teve muita sorte. – disse secamente.

Sophie abriu um sorriso para o bruxo. Enquanto nas costas dele, Dobby continuava a apontar, primeiro para o diário, depois para Lúcio Malfoy e por fim dava murros na própria cabeça. E Harry subitamente entendeu. Fez sinal a Dobby e este recuou para um canto, agora torcendo as orelhas para se castigar.

— O senhor não quer saber como foi que Gina chegou a esse diário, Sr. Malfoy? – perguntou Harry.

Lúcio Malfoy voltou-se contra ele, e Sophie franziu a testa confusa para o irmão.

— Como vou saber como essa menininha burra chegou ao diário? – perguntou ríspido.

— Porque foi o senhor quem deu o diário a ela. – disse Harry e Sophie olhou chocada para os dois. – Na Floreios e Borrões. O senhor apanhou o velho exemplar de Transfiguração que ela levava e escorregou o diário para dentro dele, não foi?

Ele viu as mãos brancas do Sr. Malfoy se fecharem e se abrirem. Se um olhar pudesse matar, o bruxo estaria sendo torturado primeiro de acordo com a forma que Sophie o olhava agora.

— Prove. – sibilou.

— Ah, ninguém vai poder fazer isso – disse Dumbledore, sorrindo para Harry. – Não agora que Riddle desapareceu do livro. Por outro lado, eu aconselharia você, Lúcio, a não sair distribuindo o material escolar que pertenceu a Lorde Voldemort. Se mais algum objeto chegar a mãos inocentes, acho que Arthur Weasley é um que vai providenciar para que seja rastreado até você...

Lúcio Malfoy ficou parado por um instante, e Harry viu distintamente sua mão direita fazer um gesto involuntário como se quisesse alcançar a varinha. Em vez disso, ele se virou para o elfo doméstico.

— Vamos embora, Dobby!

Abriu a porta com violência e quando o elfo veio correndo para alcançá-lo, ele o chutou porta afora. Eles ouviram Dobby guinchar de dor por todo o corredor.

Harry ficou parado um instante, pensando com todas as suas forças. Então lhe ocorreu...

— Prof. Dumbledore. – disse apressado. – Por favor, posso devolver esse diário ao Sr. Malfoy?

— Claro, Harry – disse Dumbledore tranqüilamente. – Mas se apresse. A festa, já se esqueceu?

Harry concordou e saiu correndo porta a fora com o diário em mãos.

 

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— Divirta-se! – gritou Sophie ao ver o irmão sair correndo. – Eu aposto que ele vai libertar o Dobby.

— Ah, então aquele era o famoso elfo que lhes avisou sobre o perigo que Hogwarts enfrentaria este ano? – perguntou Dumbledore sorrindo. – Interessante.

Sophie sorriu para o amigo mais velho e foi se sentar de frente para ele, onde Harry estava a poucos minutos atrás.

— Então – disse abrindo os braços. – O que gostaria de falar comigo?

— Como você está se sentindo? – perguntou o diretor.

Sophie sorriu um pouquinho mais e se encostou na mesa do amigo, colocando os braços nela e deitando o queixo neles. Suspirou e olhou para Dumbledore.

— Vou ficar bem. – ela disse calmamente.

— É claro que vai – concordou Dumbledore com carinho. – Ainda sente a dor da maldição?

Sophie concordou com a cabeça.

— É como um eco. – disse a Potter. – É como ondas, indo e vindo sobre todo o meu corpo... Mas não me machuca.

— Você está aceitando essa dor, e seu corpo está entendendo que vai conviver com ela para sempre. – disse Dumbledore, olhando triste para ela. – Me desculpe, minha amiga. Eu não queria que chegasse a isso.

— Assim como eu queria que muitas coisas não tivessem acontecido, senhor – concordou Sophie se recostando na cadeira e sorrindo sabiamente para Dumbledore. – Mas um mago cinzento, me ensinou que não nos cabe decidir se queremos isso e aquilo em tais momentos. Mas, o que nos cabe é decidir o que fazer com o tempo que nos é dado. Eu posso me trancar no quarto e chorar por essa dor fazer parte da minha vida e por todos os outros motivos ou eu posso me levantar, me preparar para o próximo dia e descobrir o que mais vai acontecer.

Dumbledore tinha um largo sorriso para ela agora, e seus olhos brilhavam com orgulho.

— Me lembre de agradecer a pessoa que lhe apresentou "O Senhor dos Anéis" – brincou ele fazendo Sophie rir. – Mas você está certa e fico feliz por isso, Sophie. Você está crescendo.

— Acho que as situações que me cercam estão me obrigando a crescer, senhor. – comentou Sophie com um suspiro.

— De fato, minha amiga. – concordou Dumbledore. – E... Em relação ao seu medo?

— Quais dos?

— De Harry desaparecer – Sophie engoliu em seco. –, de todos que você se importa desapareçam.

E isso fez Sophie parar por um momento. Ela havia melhorado em relação a aquele medo, até chegou ao ponto em que ela chegava a ficar quase uma semana sem pensar nele, sem ter medo do Harry ou agora o Erik e o Charles terem desaparecido. Mas então, Aslan foi pego.

Ela olhou para o leão que agora estava deitada no mesmo sofá onde ela havia estado a pouco tempo. Ele estava bem e descansando, mas ainda sim não apagava o medo que ela sentiu quando ouviu que ele havia sido pego. Que ele poderia estar morto. Por um momento, Aslan desapareceu de sua vida. E o medo estava mais vivo do que nunca.

— Ainda esta firme. – respondeu a Potter por fim, voltando a olhar para o diretor. – E admito que... É capaz de existir por muito tempo.

 

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— Sr. Malfoy – Harry chamou sem fôlego, derrapando ate parar – Tenho uma coisa para o senhor... – E forçou a meia fedorenta que havia tirado no meio do caminho, e o diário na mão do bruxo.

— Que di...?
 
O Sr. Malfoy arrancou a meia do diário, atirou-a para o lado, depois olhou, furioso, do livro estragado para Harry.

— Você vai ter o mesmo fim sangrento dos seus pais um dia desses, Harry Potter. – disse baixinho. – Eles também eram tolos e metidos.

E virou-se para ir embora.

— Venha, Dobby. – mas Dobby não se mexeu. – Eu disse, venha.
 
Mas Dobby não se mexeu. Segurava no alto a meia pegajosa e nojenta de Harry, admirando-a como se fosse um tesouro inestimável.

— O meu dono me deu uma meia. – disse o elfo cheio de assombro. – O meu dono deu a Dobby uma meia!

— Que foi? – cuspiu o Sr. Malfoy. – Que foi que você disse?

— Ganhei uma meia. – continuou Dobby, incrédulo. – Meu dono atirou a meia e Dobby a apanhou, e Dobby... Dobby está livre.

Lúcio Malfoy ficou imóvel, encarando o elfo. Então, atirou-se contra Harry.

— Você me fez perder o criado, seu moleque!

Mas Dobby gritou:

— O senhor não fará mal a Harry Potter!

Ouviu-se um forte estampido, e o Sr. Malfoy foi lançado para trás. Rolou pelas escadas, três degraus de cada vez, e aterrissou como se fosse um monte disforme no patamar de baixo. Ele se levantou, o rosto lívido, e puxou a varinha, mas Dobby ergueu um dedo longo e ameaçador.

— O senhor irá embora agora. – disse com ferocidade, apontando para o Sr. Malfoy. – O senhor não tocará em Harry Potter. O senhor irá embora agora.

Lúcio Malfoy não teve escolha. Com um último olhar rancoroso aos dois, puxou a capa para junto do corpo num rodopio e desapareceu depressa de vista.

— Harry Potter libertou Dobby! – exclamou o elfo com voz aguda, erguendo a cabeça para Harry, seus olhos redondos refletindo o luar que entrava pela janela mais próxima. – Harry Potter deu liberdade a Dobby!

— Foi o mínimo que pude fazer, Dobby. – disse Harry sorridente. – Mas, por favor, me prometa que nunca mais vai tentar salvar a minha vida ou da minha irmã.

A cara feia e escura do elfo se abriu de repente num sorriso largo e cheio
de dentes.
 
— Aliás, eu só tenho uma pergunta, Dobby. – disse Harry enquanto o elfo puxava a meia com as mãos trêmulas. – Você disse para Sophie e eu que toda essa história não estava ligada a... Você-Sabe-Quem. E bem... Era.
 
— Foi uma pista, meu senhor. – disse Dobby arregalando os olhos. – Estava lhe dando uma pista. O Lorde das Trevas, antes de mudar de nome, podia ser nomeado livremente, entende?
 
— Certo – concordou Harry sem muita convicção. – Você não é o melhor em dar dicas, mas tudo bem. Bom, é melhor irmos andando. Vai haver uma festa e minha amiga Mione e meu amigo Charles já devem estar acordados a essas horas...

Dobby atirou os braços em torno da cintura de Harry e apertou-o.
 
— Harry Potter é muito maior do que Dobby pensou! – soluçou. – Diga adeus a Sophie Potter por mim, meu senhor. E adeus, Harry Potter!

E com um estampido final, desapareceu.

— Sophie vai gostar de saber disso. – murmurou Harry sorrindo.

— E de fato gostei – disse Sophie sorrindo, encostada na parede. –, mas eu já imaginava que você ia libertar o Dobby. É bem a sua cara.

Harry olhou para ela, e abriu um largo sorriso ao vê-la bem junto com Aslan ao lado. O garoto foi até ela e a abraçou, finalmente. Ele estava muito aliviado por ela estar bem, estar viva.

— Você me assustou hoje. – ele disse ainda abraçado nela.

— É a minha vingança por você ter me assustado no seu primeiro ano, irmãozinho. – brincou Sophie bagunçando o cabelo do Harry.

Nenhum dos dois viram Remus se aproximando deles até o lobo os abraçarem apertado e com força.

— Por que vocês simplesmente não podem agir como alunos normais? – perguntou Remus fazendo os dois rirem.

— Porque somos Potter – respondeu Sophie beijando a bochecha do padrinho.

— E os Potter não são normais. – continuou Harry. – Charles e Hermione acordaram?

— Vamos para a festa, e vocês vão ver.

E Harry estivera em muitas festas de Hogwarts, mas nenhuma igual aquela.

Todos estavam de pijamas, e a comemoração durou a noite inteira. Ele e Sophie haviam acabado de entrar no Grande Salão quando Hermione e Charles apareceram correndo na direção deles aos gritos de "Vocês solucionaram o mistério! Vocês solucionaram o mistério!"

E então Jorge, Fred, Dean, Castiel e Patrick levantaram ele, Sophie e Rony no com vários vivas e agradecimentos dos alunos enquanto Harriet chorava e Teresa acalmava a corvina. Mais tarde, Sophie estava conversando com alguns alunos da Sonserina sobre os eventos na Câmara quando Fred se aproximou, pedindo para falar.

— Eu gostaria de pedir perdão – disse o ruivo. – Eu devia ter ouvido meu irmão e... Bem, minha burrice quase custou nossa amizade. Fui infantil.

Sophie revirou os olhos.

— Eu te perdoe faz tempo, Frederico. – disse ela cruzando os braços. – De fato você foi idiota, mas como eu disse antes. Somos jovens e idiotas, faz parte cometer erros. Mas entenda, como você estava agindo... O seu tratamento comigo foi... Muito ruim.

— Eu sei. – disse Fred abaixando a cabeça. – Eu queria parecer legal... No fim me tornei alguém muito diferente do que meu pai me ensinou. Quase um Percy.

— Oh, não Fred não se insulte assim – brincou a ruiva falando o Weasley rir. – Só existe um Percy, ele já é uma vergonha suficiente, certo?

— Tem razão.

— Faz assim – Sophie juntou o braço com o do Weasley. –, quando você começar a namorar com uma garota que esteja realmente interessada lembre-se em sempre pedir conselhos para o seu grupo. Sim?

— Fechado.

— E em nome de tudo que é sagrado, Fred Fabian Weasley, não peça em namoro a próxima garota em público!

E assim como teve o pedido de desculpas de Fred. Teve também Justino saindo às pressas da mesa da Lufa-Lufa para apertar a mão de Harry com força e pedir desculpas infindáveis por ter suspeitado dele.

E a festa foi melhorando, pois Hagrid apareceu às três e meia, dando socos fortes nos ombros de Harry e Rony, e pegando Sophie no colo em um enorme abraço enquanto chorava alto sobre como maravilhosa ela era por tê-lo defendido.

E Harry tinha certeza que em alguem momento Sophie havia feito Remus, o Sr. e a Sra. Weasley subirem em cima de Aslan que rugia e corria para todos os lados.

A festa se tornou mais barulhenta quando a Profª McGonagall se levantou com um enorme sorriso no rosto para anunciar que todos os exames tinham sido cancelados como um presente da escola ("Ah, não!" exclamou Mione triste com Charles dando leve batidas nas costas dela), e logo em seguida teve Dumbledore anunciando que o Prof. Lockhart não poderia voltar no próximo ano, porque precisava se afastar para recuperar a memória. Muitos professores participaram dos aplausos que saudaram esta última notícia.

— Que pena! – comentou Rony, servindo-se de uma rosquinha com geléia. – Eu estava começando a gostar dele.

 

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O restante do trimestre final passou numa névoa resplandecente de sol. Hogwartss voltou ao normal com apenas algumas diferenças – as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas foram canceladas, e Lúcio Malfoy foi dispensado do cargo de conselheiro. Draco parou de se exibir pela escola como se fosse dono do lugar. Pelo contrário, parecia cheio de rancor e mágoa. Por outro lado, Gina Weasley voltou a ser absolutamente feliz ao lado de Benjamin e Luna.

— Quer saber, Erik – comentou Sophie dois dias antes do último dia em Hogwarts. – Estou pronta para voltar para Londres.

— Se isso significa você se aquietar e parar de quase morrer – disse Erik sorrindo para a Potter. – Então, eu também estou pronto.

Enfim o último dia havia chegado, e antes de Sophie ir para o Expresso de Hogwarts, ela correu para a sala de Dumbledore.

— Sophie – cumprimentou ele sorrindo. –, vai se atrasar.

— Eu só... – Sophie parou e deu de ombros. – Era Gellert Grindelwald o bruxo por quem você se apaixonou, não era?

— Sim.

Sophie concordou com a cabeça e sorriu admirada.

— O senhor é cheio de surpresas, não? – ela brincou ainda sorrindo, e Dumbledore bufou bem humorado. – Bem, eu não me importo por ter sido... Bem, Grindelwald que você era apaixonado ou por você ter chegado a se juntar a ele. Na verdade, isso me faz admirar o senhor ainda mais.

— E por que? – perguntou Dumbledore.

— Porque mostra que você é tão humano quanto qualquer outro bruxo nesse castelo. Que comete erros e aprende com eles. – respondeu Sophie se aproximando mais do diretor. – Espero aprender muito com o senhor ainda, professor.

Ela estendeu a mão para ele, um largo sorriso no rosto. Dumbledore riu e pegou a mão oferecida, balançando-a.

— E eu com você, Sophie Potter.

Ela piscou para o amigo e então se afastou, mas antes de sair se virou para ele e disse:

— E quer saber, o senhor era e ainda é muita poção para o caldeirão de segunda mão que é Grindelwald. – e saiu.

Dumbledore ficou olhando para a porta fechado bastante encantado. E então balançou a cabeça com um suspiro, olhou para a estante de livros que havia no canto escondido da sala e como fazia muitas vezes, foi até ele. Fechou os olhos e puxou o livro Van Gogh: O fim em suas artes, e a estante se afastou para mostrar o que estava escondido ali.

Quando Dumbledore abriu os olhos novamente, estes estavam tristes olhando para o que estava ali em sua frente.

— Ela é uma garota formidável – disse a diretora Dilys atrás dele, em um dos quadros. –, assim como seu afilhado, Dumbledore.

— Eu sei. – concordou Dumbledore baixo. – Por isso eu tenho que tentar.

— Dumbledore – disse Fineus num tomei de repreensão. –, você não pode fazer isso. É contra tudo...

— Eu sei, Fineus. – disse Dumbledore num tom grave. – E acredite quando eu disse que veria isso acontecer pelo bem de um futuro, era real... Mas agora é mais do que isso. Muito mais.

— Você se apegou ao garoto e a garota. – disse Everardo num tom piedoso. – Você entende que ninguém conseguiu fazer o que você pretende, não é? É uma magia poderosa, magia que trabalha com o Tempo e o Tempo é a mais poderosa magia do mundo.

— Ninguém tentou fazer o que eu pretendo, Everardo. – disse Dumbledore ainda olhando para objeto.

— Você pode estar arriscando um futuro próspero – disse Dexter. –, entende isso? Querendo ou não, o rapaz e a moça são importantes.

— A profecia da Alma já esta acesa. – disse Armando.

— Eu fui até o Ministério – concordou Dumbledore. – Ela está acesa mas ainda não está cantando a profecia. Eu ainda tenho uma chance.

— E vale a pena? Eles valem a pena?

— Vocês estão vendo essa imagem, estão vendo cada parte dela – disse Dumbledore grave. – Ela é a maior prova de que sim.

— Então, meu amigo – disse Everardo calmo. – te desejo toda a sorte do mundo.

 

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O caminho de volta para Londres havia sido calmo, graças a Charles ele havia usado feitiço de extensão dentro da cabine e assim todos do grupo – mais Gina, Ben e Luna – estavam em uma só cabine.

— Vem cá – começou Jorge. – Vocês também acharam o Percy meio estranho esses meses?

— Ele é estranho, Jorge. – disse Fred fazendo os amigos rirem. – Mas sim.

— Me pergunto o motivo...

— É que ele tá namorando. – disse Gina de repente.

Fred deixou cair uma pilha de livros na cabeça de Jorge e Sophie que estava acariciando os cabelos de Castiel, deu um baita puxão surpresa.

— Que?! — exclamaram tanto Fred, Jorge e Dean.

— É aquela monitora da Corvinal, Penelope Clearwatet. Foi para ela que esteve escrevendo o verão todo. Eles têm se encontrado escondido por toda a escola. Um dia eu peguei os dois se beijando numa sala vazia. Vocês não vão caçoar dele, vão? – acrescentou Gina ansiosa.

— Gina, querida – disse Dean sorrindo. – Jamais.

— Nunca passou pela minha cabeça. – disse Fred também sorrindo.

— Jamais faríamos isso.

— Mas a grande questão é... – começou Patrick fazendo todos olharem para ele.  – Como alguém pode estar namorando ele?

E para aquela pergunta, ninguém tinha uma resposta.

Enfim, quando chegaram em King's Cross, todos desceram e foram falar com os familiares. E após Sophie e Harry darem um forte abraço em Remus, os irmãos ficaram por perto quando Erik foi até eles puxando a própria mãe junto.

Edie Lehnsherr era uma mulher com a aparência de 33 anos, magra e alta, com o rosto forte e olhos verdes carregados de força e amor materno. E no momento em que ela avistou Remus, foi emocionante. Sophie sentiu vontade de chorar com a emoção transbordando não só a mulher como também seu padrinho que não perdeu tempo em puxá-la para um abraço apertado.

— É tão bom te ver. – sussurrou Remus emocionado.

— É bom te ver também querido. – disse Edie ao se afastar. – Olhe só para você, continua tão lindo quanto me lembrava.

— E digo o mesmo para você, minha amiga. – Remus bateu o dedo indicador no nariz dela fazendo-a rir. – Aqui, essa é Sophie e este aqui Harry. Ambos filhos de James e Lily.

Edie olhou para os irmãos e o sorriso que ela abriu só podia ser descrito com o de felicidade genuína.

— É, eu vejo muito daqueles dois em vocês – disse ela, fazendo os dois Potter sorrirem. – É um prazer, de verdade.

— O prazer é nosso, Sr. Lehnsherr. – disse Sophie.

— Me chamem de Edie, querida.

Nesse momento Charles também se aproximava com uma mulher loira e mais alta que Edie, tinha uma aparência gentil e sorria para o moreno de olhos azuis com carinho enquanto o seguia. Quando Edie viu Charles, a surpresa em seu rosto era clara.

— Você o encontrou. – ela sussurrou para Remus que sorriu.

— Foi mais Sophie, do que eu, minha amiga. – sussurrou Remus de volta. – Charles, conheça sua madrinha, Edie Lehnsherr.

E o sorriso que surgiu no rosto de Charles era um dos mais brilhantes já dado, assim como era o sorriso de Erik cheio de carinho dado para ele. E enquanto o Francis jovem conversava com Edie, junto de Erik, Sophie e Harry, Remus foi falar com Joanne.

— Eu esperava ver Sharon aqui... – ele disse confuso para a mulher. – Como ela tem estado, Joanne?

— Oh, Remus... Creio que a notícia que tenho para você vai quebrar seu coração. – ela disse com melancolia.

E de fato quebrou. Remus ouviu a explicação rápida de Joanne enquanto os mais jovens ainda estavam conversando com Edie que agora estava acompanhada da Sra. Weasley, o Sr. Lovegood, o Sr. Collins – pai solteiro de Castiel e Gabriel –, e a Sra. Winchester, mãe de Dean e Samuel.

— Ela ama ele, eu sei que ama. Mas... Sharon está perdida, e não sei como podemos ajudá-la. – terminou Joanne com um suspiro.

— Quais são as chances dela ser como Pettigrew? – perguntou Remus triste.

— Eu prefiro acreditar em nenhuma. – respondeu Joanne fiel a sua senhora. Mas então sorriu suavemente para Remus, passando a mão suavemente na bochecha dele como uma mãe. – Mas fico feliz, Remus, por vê-lo novamente, me da esperança para um futuro feliz para o pequeno senhor Francis.

Os dois olharam para Charles que estava sorrindo e rindo ao lado de Erik e Sophie.

— Não quero ele perto dos Marko. – disse o Lupin olhando para Joanne.

— Assim como eu também não. – concordou Joanne. E isso era tudo para eles concordarem em onde Charles passaria as férias.

Eles se juntaram com o restante e enfim começaram a sair da estação. Remus foi conversando com Edie um pouco afastado dos outros que iam na frente.

— Perder Richard me machucou muito, Remus. – disse Edie após Remus ter-lhe perguntado como havia passado em todos aqueles anos desde da morte de Richard. – Teve momentos que eu pensei que não seria capaz de conseguir vencer os monstros, mas meu pequeno guerreiro me salvou. – ela sorriu para onde Erik se encontrava. – Ele sempre esteve lá por mim, cuidou de mim quando eu devia ter cuidado dele. – ela suspirou. – E agora, vendo uma família perdida reunida, e ele tão... Não sozinho... me trás muita felicidade.

Remus sorriu suavemente, abraçando a mulher pelos ombros.

— Ele e Sophie são irmãos de alma. – disse ele.

Edie olhou para ele com os olhos arregalados e depois tristeza.

— Bem, isso é uma notícia triste. – disse ela e Remus ficou triste pois no fundo ele concordava. – Afinal, irmãos de alma parecem ser amaldiçoados.

Remus suspirou e beijou o topo dos cabelos da mulher. Assim, eles passaram pela passagem e lá para o desanimo de não só ele como também Harry e Sophie, os Dursley estavam esperando.

Remus foi para o lado do afilhado.

— Acho melhor eu ir – sussurrou o garoto. – Vocês vão me buscar... Não vão?

— É claro que vamos. – disse Remus firme, se ajoelhando em frente a Harry. – Logo você estará em casa.

— Lembre-se, somos o que somos... – começou Sophie e Harry terminou.

— E somos tudo que temos. – então ele olhou para o restante dos amigos atrás de Remus e Sophie. – E somos enorme.

Sophie sorriu e abraçou o garoto e Remus abraçou os dois.

— Tchau, Harry! – despediram-se toda a família enquanto o garoto seguia para os tios.

— Tchau pessoal – disse ele alto sorrindo, feliz. – Tchau irmã, tchau padrinho!

Remus sentiu o coração se aquecer ao ouvir Harry o chamado de padrinho, do mesmo jeito que sentiu quando Sophie o chamou de pai.

— Tchau afilhado. – sussurrou Remus.

 

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Sirius se levantou calmamente e se deixou ser arrastado pelos dois aurores que ali estavam. Entrou na sala de visita onde Cornélio Fudge, Ministro da Magia se encontrava sentado em uma cadeira com um jornal em mãos.

Sirius se sentou em frente para o bruxo e não pode deixar que um meio sorriso escapasse de seus lábios ao perceber que Fudge estava surpreso com o jeito normal que ele estava, e não delirando como muitos prisioneiros daquele lugar miserável.

— Bom dia, Ministro. Ou devo dizer boa tarde? Ou boa noite? Honestamente não faço a menor ideia em que período do dia estamos. Está sempre escuro e chuvoso aqui. – disse Sirius dando de ombros. – Como anda a vida, meu caro?

— Vai... bem. – respondeu Fudge surpreso e assombrado. – E é tarde agora. Três da tarde de uma terça-feira.

— De que ano? – perguntou Sirius colocando os braços na mesa. – Mês e ano, se não se importa.

— Julho, do dia cinco, do ano mil novecentos e noventa e três. – respondeu Fudge confuso.

Sirius sorriu, sem se importar com a cara de espanto de Fudge. Seus afilhados iam fazer treze e quinze anos, estavam crescendo e ele estava ali. Preso, sem poder vê-los. Sem poder fazer nada.

Ele suspirou e se encostou novamente na cadeira de braços cruzados. Respondeu todas as perguntas que Fudge lhe fazia e quando ja estava mais que entediado pediu pelo jornal que estava no canto esquecido da mesa. Fudge pareceu assustado e Sirius não pode deixar de revirar os olhos. Ora, não era como se ele fosse usar um maldito jornal para fugir de Azkaban!

Depois de alguns minutos de relutância, Fudge lhe entregou o jornal e Sirius leu a primeira página e sorriu ao ler o familiar nome "Weasley". Ele conhecia aquela família. Pessoas boas e carinhosas. Ele se surpreendeu ao ver quantos filhos Molly e Arthur agora tinham. Olhou para cada um deles, quando algo chamou sua atenção por completo.

Era um jovem, um pouco alto e com sardas nas bochechas. Mas isso era o de menos para Sirius, pois não havia sido o jovem em si que tinha lhe chamado a atenção. Havia sido o pequeno animal que estava no ombro do rapaz. Um rato. Não um rato comum. Ah não... Ele conhecia aquele rato. Havia vivido tempo demais com aquele maldito rato para reconhece-lo. O traidor. A maldição de sua vida. Peter Pettigrew.

Ele leu novamente a notícia e uma única palavra foi o suficiente para fazer seu coração entrar em crise. Hogwarts.

Sophie e Harry estavam em Hogwarts. E isso significava que seu afilhado e sua afilhada corriam perigo. Ele não podia deixar que aquele animal nojento, traidor, podre, fizesse mal as suas crianças. Não podia. Havia chegado a hora. Ele iria sair dali. Ele voltaria para Sophie... para Harry e principalmente... para o seu amado Remus. Havia chegado a hora.

Sirius estava tão absorto em pensamentos que não percebeu as repetitivas palavras que estava dizendo em voz alta, e que causaria grande dificuldade para ele no futuro:
 
Ele está em Hogwarts... Ele está em Hogwarts... Ele está em Hogwarts...


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