TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 37
Capítulo 37 — Um Diário e a Raposa Brilhante




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Uma hora antes.

— Um... dois... três... 

Apertando o nariz, Harry bebeu a poção em dois grandes goles. Tinha gosto de repolho passado do ponto de cozimento.

Imediatamente seu estômago começou a revirar como se ele tivesse acabado de engolir duas cobras – dobrado ao meio, ele se perguntou se ia enjoar –, depois uma sensação de queimação se espalhou rapidamente da barriga até as pontinhas dos dedos dos pés e das mãos – em seguida, ele caiu de quatro, sem ar e teve a sensação de que estava se derretendo, quando a pele de todo o seu corpo borbulhou como cera quente – e, antes que seus olhos e mãos começassem a crescer, os dedos engrossaram, as unhas alargaram, os nós dos dedos se estufaram como parafusos de cabeça de lentilha – os ombros se esticaram dolorosamente e um formigamento na testa lhe informou que seus cabelos estavam crescendo em direção às sobrancelhas – as vestes se rasgaram quando o peito se alargou como uma barrica rompendo os aros – os pés se tornaram um suplício dentro dos sapatos quatro números menor...

Tão de repente quanto começara, tudo cessou. Harry estava deitado no piso frio como pedra, ouvindo Murta gargarejar mal-humorada no boxe da ponta. Com dificuldade, sacudiu fora os sapatos e ficou em pé. Então era assim que a pessoa se sentia, na pele de Goyle. Com a mão enorme tremendo, ele despiu as vestes antigas, que estavam agora no meio das canelas, vestiu as novas e amarrou os sapatos abotinados de Goyle. Ergueu a mão para afastar os cabelos dos olhos e só encontrou fios duros e curtos, que vinham até o meio da testa. Então percebeu que os óculos estavam anuviando sua visão porque Goyle obviamente não precisava deles, tirou-os e perguntou:

— Vocês dois estão bem? – A voz baixa e irritante de Goyle saiu de sua boca.

— Estou – veio o rosnado profundo de Crabbe da sua direita.

Harry destrancou a porta e foi até o espelho rachado. Goyle o encarou com aqueles olhos opacos e fundos. Harry coçou a orelha. Goyle também.

A porta de Rony se abriu. Eles se entreolharam. Exceto que parecia pálido e chocado, Rony era indistinguível de Crabbe, do corte de cabelo em cuia até os braços compridos de gorila.

— Isso é incrível – disse Rony, aproximando-se do espelho e cutucando o nariz chato de Crabbe. – Incrível.

— É melhor irmos andando – disse Harry, afrouxando o relógio que ficara apertadíssimo no pulso grosso de Goyle. – Ainda temos que descobrir onde fica a sala comunal da Sonserina. Só espero que a gente encontre alguém para seguir...

Rony, que estivera observando Harry, disse:

— Você não sabe como é esquisito ver o Goyle pensando. – Bateu então na porta de Hermione. – Vamos, precisamos ir...

Uma voz aguda respondeu.

— Eu... eu acho que afinal não vou. Vão indo sem mim.

— Bora, Mione, você não deve ter ficado pior que a gente. A Green não é feia como aquela Pansy...

— Não... verdade... acho que não vou. Vocês andem depressa, estão perdendo tempo...

Harry olhou para Rony intrigado.

Assim você está mais parecido com o Goyle. É assim que ele fica toda vez que um professor faz uma pergunta.

— Mione, você está bem? – perguntou Harry através da porta.

— Muito bem... muito bem... vão andando...

Harry consultou o relógio. Cinco dos preciosos sessenta minutos já se tinham passado.

— Na volta nos encontramos aqui, está bem? – falou ele.

Os dois garotos abriram a porta do banheiro com cautela, verificaram se a barra estava limpa e saíram.

— Não balance os braços desse jeito – murmurou Harry para o amigo.

— Hein?

— Crabbe mantém os braços meio duros...

— Que tal assim?

— É, assim está melhor...

Deste modo, eles partiram para a sala comunal da Sonserina que Erik havia explicado para eles onde ficava. Eles tinham acabado de passar pelo Salão Principal quando a pessoa que eles queriam surgiu na frente deles.

— Ah! – exclamou Malfoy. – Finalmente encontrei vocês! Onde estavam? Comendo no Salão Principal até agora? Vamos logo, quero que vejam uma coisa realmente engraçada.

Fez um sinal para Harry e Rony o seguirem e assim eles continuaram o caminho para a sala comunal da Sonserina. Malfoy continuou falando:

— Sabem – ele começou. – Aquele Weasley engomadinho, o Peter Weasley...

— Percy – corrigiu Rony sem pensar. Harry lançou um olhar irritado para o amigo que fechou a boca.

— É, é, que seja. – Malfoy fez um gesto com a mão como se estivesse espantando uma mosca, muito parecido com o que Sophie fazia. – Tenho visto ele rondando por aqui um bocado ultimamente. Perto da nossa sala. E aposto como sei o que está aprontando. Ele acha que vai pegar o herdeiro de Slytherin sozinho!

Draco deu uma risada curta e debochada. Harry e Rony se entreolharam animados. O garoto parou junto a um trecho da parede de pedra, liso e úmido.

— Qual é a senha mesmo? – perguntou Malfoy para Harry.

— Ah... É... – Harry estava nervoso tentando lembrar a senha que Erik havia lhe dito, mas não foi preciso.

— Ah! Lembrei – disse Malfoy se voltando para a parede de pedra. – Astuciosos como as cobras do Norte!— disse Draco, sem parar para ouvir, e uma porta de pedra escondida na parede deslizou. Draco entrou e Harry e Rony o seguiram.

A sala comunal da Sonserina era um aposento comprido e subterrâneo com paredes de pedra rústica, de cujo teto pendiam correntes com luzes redondas e esverdeadas. Um fogo ardia na lareira encimada por um console de madeira esculpida e ao seu redor viam-se as silhuetas de vários alunos da Sonserina em cadeiras de espaldar alto.

— Esperem aqui – disse Draco a Harry e Rony, indicando duas cadeiras vazias mais afastadas da lareira. – Vou buscar, meu pai acabou de me mandar...

Imaginando o que Draco iria lhes mostrar, Harry e Rony se sentaram, fazendo o possível para parecer à vontade. Draco voltou um minuto depois trazendo um papel que parecia ser um recorte de jornal.

Enfiou-o na cara de Rony.

— Isso vai fazer vocês darem uma boa gargalhada.

Harry viu os olhos de Rony se arregalarem de choque. Ele leu o recorte depressa, deu uma risada forçada e o entregou a Harry.

A notícia fora recortada do Profeta Diário e dizia:

 

INQUÉRITO NO MINISTÉRIO DA MAGIA

 

 

Arthur Weasley, Chefe da Seção de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas foi multado hoje em cinquenta galeões, por enfeitiçar um carro dos trouxas.

 

 

O Sr. Lúcio Malfoy, membro da diretoria da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde o carro enfeitiçado bateu no início deste ano, pediu hoje a demissão do Sr. Weasley.

 

 

“Weasley desmoralizou o Ministério” – declarou o Sr. Malfoy ao nosso repórter. “Ficou claro que ele não está qualificado para legislar, e o seu projeto de lei para proteger os trouxas deveria ser imediatamente esquecido.”

 

 

O Sr. Weasley não foi encontrado para comentar essas declarações, embora sua mulher tenha dito aos repórteres para se afastarem da casa e ameaçado mandar o vampiro da família atacá-los.

 

 

— E aí? – perguntou Draco impaciente quando Harry devolveu o recorte. – Vocês não acham engraçado?

 

 

— Ha, ha, ha – riu Harry desanimado. – Absolutamente hilário! – forçou um baita sorriso.

 

 

— Arthur Weasley gosta tanto de trouxas que devia partir a varinha e ir se juntar a eles – disse Draco desdenhoso. – Pela maneira como se comportam, nem dá para dizer que os Weasley são puros sangues.

 

 

A cara de Rony – ou melhor de Crabbe – se contorceu de fúria.

 

 

— Qual é o problema, Crabbe? – perguntou Draco com rispidez.

 

 

— Dor de estômago – grunhiu Rony.

 

 

— Então vá para a ala hospitalar e trate isso. Não quero você deixando o dormitório podre porque comeu demais. – diss Draco sufocando o riso. – Ei, sabem, estou admirado que o Profeta Diário ainda não tenha noticiado todos esses ataques – continuou, pensativo. – Suponho que Dumbledore esteja tentando abafar o caso. Ele vai ser despedido se isso não parar logo. Meu pai diz que Dumbledore foi a pior coisa que já aconteceu a Hogwarts. Ele adora trouxas. Um diretor decente nunca deixaria escória como o Creevey entrar.


Draco começou a tirar fotografias com uma máquina imaginária e fez uma imitação cruel mas exata de Colin: “Potter, posso bater uma foto sua, Potter! Pode me dar o seu autógrafo? Posso lamber os seus sapatos, por favor, Potter?”

Ele deixou cair as mãos e olhou para Harry e Rony.

— Que é que há com vocês dois?

Em atraso, Harry e Rony forçaram uma risada, mas Draco pareceu satisfeito; talvez Crabbe e Goyle sempre fossem lentos para entender as coisas.

— São Potter, o amigo dos sangues ruins – disse Draco lentamente. – Ele é outro que não tem espírito de bruxo, ele e a irmã dele... Sophie Potter, a rainha da escola. Se tivessem espírito de bruxo de verdade não andariam andaria por aí com aquela Granger sangue ruim metida a besta. E tem gente que acha que Harry Potter é o herdeiro de Slytherin.

Harry e Rony esperaram com a respiração suspensa: Draco estava certamente a segundos de contar que era ele – mas então...

— Eu bem gostaria de saber quem é – disse com petulância. – Até poderia ajudar.

O queixo de Rony caiu de um jeito que Crabbe pareceu ainda mais tapado do que de costume. Felizmente, Draco não reparou. Draco estava franzindo a testa para o chão quando negou com a cabeça.

— Não... Não ajudaria. – disse ele baixinho como se estivesse pensando.

Harry, pensando rápido, disse:

— Você deve ter uma ideia de quem está por trás disso tudo...

— Você sabe que não tenho, Goyle. Quantas vezes preciso lhe dizer isso? – retrucou Draco com maus modos. – E meu pai não quer me contar nada sobre a última vez que a Câmara foi aberta, tampouco. É claro, foi há cinquenta anos, antes do tempo dele, mas ele sabe tudo que aconteceu e diz que o caso foi abafado e que vai levantar suspeitas se eu souber de muita coisa.

— Você deve estar animado com os ataques. – continuou Harry se sentindo desapontado a cada minuto.

— Na verdade não. – disse Malfoy virando de costas e olhando para a janela, que dava a visão do lago. Harry e Rony viram um sereiano passando pela janela e fazendo vários sinais para Malfoy, que retribuiu os sinais como se estivesse conversando com a criatura com as mãos. O sereiano acenou com a cabeça e seguiu nadando. Malfoy se virou para Harry e Rony. – Eu não me importo quem o monstro pegar. Não vou ganhar nada com isso.

Ele deu de ombros.

— Mas uma coisa eu sei, a última vez que a Câmara Secreta foi aberta, um sangue ruim morreu. Então aposto que é uma questão de tempo até um deles ser morto... E isso me faz pensar... Por quanto tempo Granger vai continuar viva neste castelo? Ou outro aluno trouxa.

Rony crispava os punhos enormes de Crabbe. Harry, sentindo que o amigo poderia se denunciar se avançasse em Draco, lançou a Rony um olhar de alerta e disse:

— Você sabe se a pessoa que abriu a Câmara na última vez foi apanhada?

— Ah, é claro... seja lá o que for foi expulso – disse Draco. – Com certeza ainda está em Azkaban.

— Azkaban? – perguntou Harry intrigado.

— Azkaban, a prisão de bruxos, Goyle – disse Draco, olhando para ele incrédulo. – Sinceramente, se você fosse mais devagar, andaria para trás.

Mexeu-se inquieto na cadeira e continuou:

— Meu pai diz para eu ficar na minha e deixar o herdeiro de Slytherin fazer o trabalho. Diz que a escola precisa se livrar de toda a sujeira dos sangues ruins, mas para eu não me meter. É claro que ele está com as mãos cheias nesse momento. Sabem que o Ministério da Magia revistou a nossa propriedade na semana passada?

Harry tentou botar na cara de Goyle uma expressão de preocupação.

— É... – disse Draco. – Felizmente não encontraram muita coisa. Papai tem um material para Artes das Trevas muito valioso. Mas felizmente, temos a nossa câmara secreta embaixo da sala de visitas...

— Ho! – exclamou Rony.

Draco olhou. O mesmo fez Harry. Rony corou. Até seus cabelos começavam a ficar vermelhos. O nariz também estava crescendo – o tempo deles se esgotara e Rony começava a voltar ao normal e, pelo olhar de horror que de repente lançou a Harry, devia estar acontecendo o mesmo com o amigo.

Os dois se levantaram depressa.

— O remédio para o meu estômago – rosnou Rony e, sem mais demora, atravessou correndo toda a extensão do salão da Sonserina, atirou-se à parede de pedra e saiu pelo corredor na esperança de que Draco não tivesse notado nada.

Harry sentiu os pés derraparem nos enormes sapatos de Goyle e teve que levantar as vestes à medida que iam encolhendo; os dois se precipitaram pelas escadas que levavam ao saguão de entrada, onde se ouviam as batidas abafadas que vinham do armário em que haviam trancado Crabbe e Goyle. Deixando os sapatos ao lado da porta eles subiram de meias e a toda velocidade a escada de mármore em direção ao banheiro da Murta Que Geme.

— Bom, não foi uma perda total de tempo – ofegou Rony, fechando a porta do banheiro ao passarem. – Sei que não descobrimos quem é o atacante, mas vou escrever a papai amanhã e dizer para ele revistar embaixo da sala de visitas de Malfoy.

Harry contemplou seu rosto no espelho rachado. Voltara ao normal. Colocou os óculos enquanto Rony socava a porta do boxe de Hermione.

— Mione, saia daí, temos um monte de coisas para lhe contar...

— Vão embora! – disse Hermione esganiçada.

Harry e Rony se entreolharam.

— Qual é o problema? – perguntou Rony. – Você já deve ter voltado ao normal agora, nós...

Mas a Murta Que Geme atravessou de repente a porta do boxe. Harry nunca a vira com a cara tão feliz.

— Aaaaaah, esperem até ver. Está horrível...

 

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— E foi isso. – terminou Harry de contar para eles.

Ao fim do relato, o rosto de Hermione havia começado a mudar um pouquinho ao normal e o rabo parecia ter diminuído pois não era mais visto saindo das cobertas da cama. Mas ela ainda continuava a cada poucos minutos a vomitar bolas de pelo.

— Bom – começou Jorge. –, pelo menos algo bom saiu para o nosso pai nessa história toda.

— Sim – disse Rony sorrindo. – Vou escrever para ele amanhã mesmo!

— O que foi aqueles sinais que Malfoy fez para os sereianos? – perguntou Harry para Dean e Erik.

— Como vivemos debaixo do lago, e as janelas nos mostra o fundo dele, muitas vezes os sereianos passam por ela. – explicou Dean.

— E antigamente, um bruxo da nossa casa chamado Jason Orin, se interessou em aprender a falar com os sereianos e através da linguagem de sinais ele conseguiu. – continuou Erik calmo. – Jason, não querendo que os outros alunos da Sonserina deixassem de falar com os sereianos, ensinou eles a usarem a linguagem de sinais de uma maneira que só os sereianos e nós sonserinos entendemos. A geração passou o ensinamento. Sempre que novos alunos entram, os alunos do sexto e sétimo ano ensinam os do primeiro.

— Isso é bem legal – comentou Harriet admirada.

— Sim, é – concordou Dean orgulhoso. – Os alunos da Sonserina usam muito essa linguagem para conversarem entre si quando não querem que outros alunos das outras casas saibam.

— Uma linguagem secreta, então. – disse Teresa.

— Exato. – concordou Erik.

— Isso é tão incrível. – disse Hermione baixinho após parar de vomitar novamente.

— Como você está se sentindo, minha amiga? – Charles perguntou gentilmente para Hermione.

— Horrível. – ela respondeu tristemente. – É tão nojento... Pelos e pelos... Urgh! Eu odeio vocês dois por me meterem nisso. – ela apontou para Harry e Rony antes de tornar a vomitar bolas de pelos enquanto os dois tornavam a rir.

— Patetas. – resmungou Sophie para Erik balançando a cabeça.

— Até demais. – concordou o alemão.

 

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No fim, Hermione permaneceu na ala hospitalar várias semanas ao invés de um dia. Houve uma boataria sobre o seu sumiço quando o resto da escola voltou das férias de Natal, porque naturalmente todos pensaram que ela fora atacada. Foram tantos os alunos que passaram pela ala hospitalar tentando dar uma olhada nela que Madame Pomfrey pegou outra vez as cortinas e pendurou-as em torno da cama da garota, para lhe poupar a vergonha de ser vista com a cara peluda.

Harry e Rony iam visitá-la toda tarde. Quando o novo período letivo começou, eles lhe levavam os deveres de casa do dia. Numa dessas visitas, Sophie, Teresa e Patrick haviam ido juntos.

— Se tivessem crescido bigodes de gato em mim, eu teria tirado umas férias dos deveres – disse Rony, despejando uma pilha de livros na mesa de cabeceira de Mione.

— Pare de ser bobo, Rony, tenho que me manter em dia – disse Mione decidida. Seu estado de ânimo melhorara muito desde que todos os pelos desapareceram do seu rosto, e os olhos estavam voltando lentamente à cor castanha. – Suponho que não encontraram nenhuma pista nova? – acrescentou aos sussurros, de modo que Madame Pomfrey não a escutasse.

— Nada. – concordou Patrick focando os olhos na madeira que estava entalhando e que começava a ganhar forma do que parecia ser um tigre.

Por ele ser um rapaz calmo e paciente, ele adquiriu o habito de fazer formas com madeiras de árvores como diversão.

— Eu tinha tanta certeza de que era Draco – disse Rony, pela centésima vez.

— Supera, Rony, pelo amor de Deus. – resmungou Sophie revirando os olhos. – O lado bom é que não houve mais nenhum outro ataque até agora.

— Eu concordo. – disse Teresa sorrindo suavemente. – Vamos torcer para que eles diminuam agora...

— Que é isso? – perguntou Harry, apontando para alguma coisa dourada que aparecia por baixo do travesseiro de Mione.

— É só um cartão desejando que eu fique boa logo – disse Mione depressa, tentando escondê-lo, mas Rony foi mais rápido. Puxou o cartão, abriu-o e leu em voz alta:

“À senhorita Granger desejo uma rápida convalescença.

Seu professor preocupado,
Gilderoy Lockhart, Ordem de Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa contra as Forças das Trevas, cinco vezes vencedor do Prêmio do Sorriso Mais Simpático do Mundo do Semanário dos Bruxos.”

Rony, Sophie e Patrick olharam para Mione enojados. Teresa e Harry estavam com as mãos nos rostos balançando a cabeça negativamente.

— Sério, Mione? – perguntou Sophie com a sobrancelha esquerda erguida.

— Você dorme com isso debaixo do travesseiro?— perguntou Patrick. – Metade da carta são os títulos dele.

Mas Mione não precisou responder por que Madame Pomfrey apareceu para lhe dar a medicação noturna. Os cinco saíram da Ala Hospitalar juntos.

— O Lockhart é o cara mais populista que você já conheceu ou o quê? – perguntou Rony aos outros ao começarem a subir as escadas para a Torre da Grifinória onde os outros estariam esperando por eles.

Snape passara tanto dever de casa tanto para o ano do Harry quanto para o da Sophie, que os dois irmãos e os amigos estavam começando a ver poções em tudo que olhavam. Rony estava acabando de comentar que esperava que Erik soubesse quantos rabos de rato devia usar na Poção de Arrepiar Cabelos para poder ajudar ele e Harry, quando um vozerio no andar de cima chegou aos ouvidos dos cinco.

— É o Filch – murmurou Harry enquanto subiam depressa a escada e paravam, escondidos, apurando os ouvidos.

— Acham que mais alguém foi atacado? – perguntou Rony tenso.

Os cinco ficaram quietos, as cabeças inclinadas na direção da voz de Filch, que parecia um tanto histérica.

— ... sempre mais trabalho para mim! Enxugando o chão a noite inteira, como se já não tivesse o suficiente para fazer! Não, isto é a última gota, vou procurar o Dumbledore...

Os passos dele cessaram e os cinco ouviram uma porta bater a distância.

Os garotos esticaram as cabeças para espiar mais além do canto. Filch, pelo que viam, estivera em seu posto de vigia habitual: estavam mais uma vez no local em que Madame Nor-r-ra fora atacada. Viram imediatamente a razão dos gritos de Filch. Uma grande inundação se espalhava por metade do corredor e aparentemente a água ainda não parara de correr por baixo da porta do banheiro da Murta Que Geme.

Quando Filch parou de gritar, eles puderam ouvir os lamentos da Murta ecoando pelas paredes do banheiro.

— O que será que aconteceu com ela? – Teresa perguntou olhando para os quatro que deram de ombros.

— Vamos até lá ver – disse Sophie e, levantando as vestes bem acima dos tornozelos, eles atravessaram aquela agueira até a porta com o letreiro INTERDITADO, não lhe deram atenção, como sempre, e entraram.

Murta Que Geme chorava, se é que isso era possível, cada vez mais alto e com mais vontade do que nunca. Parecia ter-se escondido no seu boxe habitual. Estava escuro no banheiro porque as velas haviam se apagado com a grande inundação que deixara as paredes e o piso encharcados.

— Que foi, Murta? – perguntou Harry.

— Quem é? – engrolou Murta, infeliz. – Vêm jogar mais alguma coisa em mim?

Sophie e Harry meteram os pés na água até o boxe dela.

— Por que iríamos jogar alguma coisa em você? – perguntou Sophie.

— É a mim que você pergunta! – gritou Murta, surgindo em meio a mais uma onda líquida, que se espalhou pelo chão já molhado. – Estou aqui cuidando da minha vida e alguém acha que é engraçado jogar um livro em mim...

— Mas não deve machucar se alguém joga um livro em você – argumentou Rony. – Quero dizer, ele atravessa você, não é mesmo?

Patrick, Teresa e Harry olharam para o garoto enquanto Sophie já se encolhia sabendo o que viria a seguir, pois Rony havia dito a coisa errada. Murta se estufou e gritou com voz aguda:

— Vamos todos jogar livros na Murta, porque ela não é capaz de sentir! Dez pontos se você fizer o livro atravessar a barriga dela! Muito bem, ha, ha, ha! Que ótimo jogo, eu não acho!

— Mas afinal quem jogou o livro em você? – perguntou Patrick.

— Eu não sei... Eu estava sentada na curva do corredor, pensando na morte, e o livro atravessou a minha cabeça – disse Murta olhando feio para os garotos. – Está lá, foi levado pela água...

Harry, Sophie, Rony, Patrick e Teresa espiaram embaixo da pia para onde Murta apontava. Havia um livro pequeno e fino caído ali. Tinha uma capa preta e gasta e estava molhado como tudo o mais naquele banheiro. Harry adiantou-se para apanhá-lo, mas Rony de repente esticou o braço para impedi-lo.

— Que foi?

— Você está maluco – disse Rony. – Pode ser perigoso.

— Perigoso? – perguntou Harry rindo. – Deixe disso, de que jeito poderia ser perigoso?

— Quer parar de ser paranóico, Ronald? – perguntou Patrick rindo também e se levantando junto com Teresa.

Rony continuou protestando.

— Os livros que o Ministério da Magia tem confiscado, papai me contou, tinha um que queimava os olhos da pessoa. E todo mundo que leu Sonetos de um bruxo passou a falar em rima para o resto da vida. E uma velha bruxa em Bath tinha um livro que a pessoa não conseguia parar de ler! Passava a andar com a cara no livro, tentando fazer tudo com uma mão só. E...

Sophie e Harry reviraram os olhos. E o garoto pegou o livro mesmo assim.

— Tá, tá, já entendi e já peguei o livro, pode parar agora. – resmungou Harry de pé observando a capa do livro, Sophie e os outros ao lado dele.

Eles viram num instante que era um diário, e o ano meio desbotado na capa lhe informou que tinha cinquenta anos de idade. Abriu-o ansioso. Na primeira página, mal e mal conseguiu ler o nome “T. S. Riddle”, em tinta borrada.

— Calma aí – disse Rony, que se aproximara cautelosamente e espiava por cima do ombro do amigo. – Conheço esse nome... T. S. Riddle recebeu um prêmio por serviços especiais prestados à escola há cinquenta anos.

— Como é que você sabe? – perguntou Teresa admirada.

— Porque Filch me fez polir o escudo desse homem umas cinquenta vezes durante a minha detenção – disse Rony com raiva. – Nunca estava bom o suficiente para ele! Aquele velho nojento! Se vocês tivessem que limpar tantas vezes o nome de uma pessoa como foi o meu caso, vocês também se lembrariam.

Harry separou as páginas molhadas. Estavam completamente em branco. Não havia o menor vestígio de escrita em nenhuma delas, nem mesmo Aniversário de tia Magda ou dentista às três e meia.

— Não entendo por que alguém quis se descartar dele – comentou Patrick, curioso. Olhos franzidos para o diário.

Sophie, por sua vez, apenas observava o diário com um bico. Achava o objeto interessante, mesmo ele não tendo nada escrito.

Harry virou as costas do livro e viu impresso o nome de uma papelaria na rua Vauxhall, em Londres.

— O dono deve ter nascido trouxa – disse Harry pensativo. – Para ter comprado um diário na rua Vauxhall...

— Bom, não vai servir para você – disse Rony. E baixando a voz: – Cinquenta pontos se você conseguir fazer ele atravessar o nariz da Murta.

Patrick, Teresa e Sophie bateram um de cada vez na parte de trás da cabeça do Weasley enquanto Harry meteu o diário no bolso.

 

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Na próxima semana que se passou, Hermione ainda estava na Ala Hospitalar, e Sophie já não estava mais tão preocupada com sua melhora sendo que a garota já estava com o rosto quase humano novamente e o rabo que tinha antes já havia sumido.

Porém, assim que ela parou de se preocupar com Hermione, outro membro importante em sua amizade chamou sua preocupação. E este, era Charles Edgar Francis. E ela não havia sido a única a notar o comportamento de Charles nos últimos dias. Patrick, Teresa e Erik haviam notado completamente – o último parecendo mais preocupado de todos.

Em algum momento quando Sophie não estava olhando, algo havia acontecido com Charles pois ele estava triste e parecendo distante dos outros. Quase parecendo querer evitar estar na presença deles. Sophie estava pensando na melhor forma de falar com ele mas simplesmente não conseguia pensar em nada, não queria parecer intrusa e não queria afastar ele mais do que já parecia estar.

E Erik parecia estar no mesmo dilema que ela.

Ela suspirou e parou de escrever a redação para Aritmancia, e cruzou os braços olhando para a janela, onde o céu estrelado estava vasto e belo. O reflexo da lua sendo visto claramente no lago. Aslan estava ao lado dela, também olhando pela janela, até o mesmo leão se virar e olhar para ela.

— Eu deveria ir falar com ele, não deveria? – ela perguntou com um suspiro. – Eu realmente não sei o que fazer aqui, Aslan. Eu sinto que Charles está escapando pelos meus dedos e nem sei o porquê.

Ela respirou fundo e segurou o anel que Remus havia lhe dado. Observando atentamente o desenho do cervo e depois o desenho da estrela. Os símbolos que representavam seu pai e Brian Francis, o pai de Charles.

— O que o senhor faria, James Ian Potter? – ela se perguntou baixinho. E sorriu no mesmo instante. – Você já teria ido falar com ele a muito tempo, não é? No mesmo instante em que percebeu que ele estava se afastando.

Assim, ela se decidiu e correndo para o dormitório das garotas, ela pegou o Mapa do Maroto que estava esquecido na primeira gaveta e então partiu para fora da sala comunal com Aslan logo atrás dela. Enquanto descia as escadas, procurou por Charles no mapa e logo o encontrou parado nos gramados do castelo. Ela parou de andar e leu o que estava escrito no mapa:

“Charles Francis. Chorando.”

Sophie guardou o mapa com rapidez e sem se importar se havia amassado ou não e desceu correndo o mais rápido que podia. Aslan correndo ao lado dela. Derrapando e quase caindo da escada, ela enfim chegou a saída do castelo e com uma olhada rápida em volta viu a silhueta de Charles sentado um pouco afastado do lago. Ela respirou fundo e se acalmou, não querendo assustar o amigo.

— Charles? – ela chamou baixinho.

Charles levantou a cabeça rapidamente, com os olhos arregalados. E Deus, ela sabia que os olhos de seu amigo eram maravilhosos, mas naquele momento, eles brilhavam tanto por conta das lágrimas num tom tão cristalino e puro, tão carregado de inocência que ao mesmo que tempo ser algo lindo de se olhar, conseguia ser também algo triste.

— Oh minha amiga... – ele disse miserável.

Sophie se sentou ao lado dele e Aslan se sentou do outro.

— Charles... O que aconteceu? – ela perguntou baixinho.

Charles negou com a cabeça e respirou fundo. A respiração trêmula.

— Por favor, me deixe te ajudar – Sophie continuou, lentamente colocando uma mecha do cabelo dele atrás da orelha. – Eu notei como você tem se afastado e tem estado quieto... Na verdade não só eu. Por favor, me diga o que aconteceu...

— É uma história muito longa. – ele sussurrou ainda não olhando para ela.

— Eu tenho todo o tempo do mundo para você, meu amigo. – disse Sophie firme.

Charles então olhou nos olhos dela, e deve ter visto sinceridade ali porque ele concordou e após respirar fundo novamente ele começou a falar.

— Eu cresci... Assim como você, sem um pai. – começou ele devagar. – Mas diferente de você, eu ainda tinha uma mãe... Sharon.

Sophie escutou com atenção Charles contar para ela o começo de uma história que o próprio Charles havia escutado da governanta da casa Joanne Baker. De como, um ano após a morte de Brian Francis, Sharon saiu de casa um dia e mais tarde voltou casada com o hoje padrasto de Charles, Kurt Azazel Marko. Junto vinha também o único filho de Kurt, Caím Alastair Marko.

O Francis falou para ela como Sharon era uma mulher fria e que não interagia com Charles, que o ignorava o tempo inteiro e deixava que Caím batesse em Charles. Nessa parte Sophie estava se sentindo doente; pois pelo que Charles estava contando, Caím usava ele como saco de luta, dando os mais fortes e dolorosos socos em lugares que doiam mais no corpo, até chutes.

Kurt, por sua vez, nunca levantou um dedo contra Charles mas também nunca fez nada para impedir que as surras não acontecessem. Joanne, a governanta era a única que fazia o máximo para cuidar de Charles, dar comida para ele e tratá-lo como um filho.

— Por mais que seja o meu desejo pedir ajuda para o Ministério – disse Charles cansado. – Kurt é muito rico, muito rico. E fica dando doações generosas para lá ou outras instituições como o St. Mungos.

— Como Lúcio. – disse Sophie irritada.

— Exatamente. – concordou Charles. – Ele é muito influente lá. O que a minha palavra faria contra a dele? Seria ouvida e esquecida.

— Eu sinto muito, Charles. – sussurrou Sophie triste. – Deus... O Remus nunca soube de nada disso. Ele estava tão feliz com a perspectiva de se encontrar com Sharon... Quando ele souber que ela é uma traidora igual Pettigrew...

— Você acha que ela é isso? – Charles perguntou triste.

— O que mais seria? – perguntou Sophie de volta. – Eu te falei sobre Peter Pettigrew e a traição contra os meus pais. Hoje, em meu coração, começo a encontrar lugar para perdoar Peter, até mesmo sinto pelo caminho que ele tomou após a morte da mulher que ele amava. Quem sabe... Teria sido isso para Sharon também, Charles. Que a morte de Brian tenha a ferido tanto... Que ela só viu que só tinha um caminho. Eu não sei... A mente das pessoas é complicada demais para se entender.

— Sim. – concordou Charles triste. – Eu... Eu estava me afastando, agindo da forma que você presenciou porque Kurt me mandou uma carta. Verdade, ele nunca me agrediu... Fisicamente. Mas, verbalmente é outra história. Muitas vezes quando ele está irritado ele grita comigo, me chama de nomes, diz coisas tão horríveis quanto aquela que Snape me disse uma vez dois anos atrás.

— Eu lembro. – disse Sophie fechando as mãos em punhos. – Eu e David comentamos sobre isso, sabe. Tentamos te encontrar assim que soubemos o que Snape havia lhe dito. Como não te encontramos, David partiu para falar com Dumbledore. E Dumbledore prometeu que falaria com Snape.

— Eu agradeço, Sophie – Charles sorriu suavemente. – Para você, e David... Onde quer que ele esteja agora.

Sophie assentiu sorrindo suavemente também.

— Enfim... Kurt me mandou uma carta... Eu já joguei no fogo porém... As palavras ainda são doloridas não é mesmo? Lembro de cada uma que li... – Charles fechou os olhos e recitou a palavras escritas na carta: – “Você é patético. Ninguém em sã consciência será seu amigo. Você é estranho, você é um problema, Charles. Um problema que sua mãe, eu, Hogwarts inteira somos obrigados a aturar.”— Charles parou, abriu e fechou a boca tantas vezes mas não conseguia terminar a última parte, até que ele suspirou e finalmente disse: “Você seria melhor morto.”

Sophie estava com os olhos arregalados para tanta maldade dita para um garoto tão gentil como Charles. Tão horrível que ela não foi capaz de resistir, a não ser puxar o amigo para um abraço, segurando-o apertado. Charles por sua vez se segurou nela enquanto chorava baixo.

— Palavras machucam, Sophie – ele sussurrou. –, palavras ruins são como laminas afiadas que são capazes de matar. E ler aquela carta... Doeu tanto... Eu queria chorar tanto no mesmo momento em que li... mas me segurei, me mantive firme... Eu sou um problema? Eu...

— Não, Charles! – Sophie exclamou se afastando um pouco dele para olhá-lo nos olhos, e segurou os dois lados de seu rosto. – Não, meu amigo, você está longe ser um problema! Você é maravilhoso, é gentil, um querido! Você nem me conhecia e ainda sim se preocupou comigo quando me viu chorando por um livro, e porque não queria que eu me sentisse sozinha, escreveu uma carta para mim me dando esperança para um casal que eu amo.

Charles ainda deixava as lágrimas caírem mas seus olhos estavam arregalados e surpresos para ela.

— Charles Edgar Francis, você nunca será um problema – disse Sophie firmemente. – Você... Você é esperança, meu amigo. Com esses olhos brilhantes e este sorriso gentil, e sempre pensando no lado bom, tendo certeza que tudo vai ficar bem... Você é simplesmente cheio de esperança e gosta de espalhar isso para mim, para os outros.

Um sorriso lento começava a surgir nos lábios de Charles, não mostrava os dentes, mas já era algo para Sophie.

— E eu quero que você preste muita atenção em mim – ela continuou. – Você não seria melhor morto. Nunca. O mundo seria cinza se isso acontecesse. E estou falando sério. Você é precioso, e este mundo precisa de você por muito tempo ainda.

Sophie olhou para baixo e viu o anel, pegou ele e olhou para a estrela que simbolizava Brian.

— Aqui – ela disse apontando para o desenho da estrela. –, seu pai simbolizava uma estrela Charles.

Ela olhou para o céu e sorriu.

— Olhe para cima. – ela pediu.

Charles olhou, e bem acima deles, uma estrela brilhante estava iluminando mais que as outras. E ele sabia o suficiente de Astronomia para saber que não era a estrela Sirius.

— A estrela Raposa Brilhante – disse Sophie com um largo sorriso. – Qual era o patrono do seu pai mesmo? Que Remus havia dito...

— Uma raposa. – ele sussurrou.

— É para você, Charles – disse Sophie gentilmente. – Olhe como ela brilha para você. E para tudo que você faz, meu amigo.

Sophie olhou para o rosto de Charles e ela sabia, vendo aquele sorriso largo brilhante, tão brilhante quanto aquela estrela, e para os olhos carregados de esperança, que Charles Francis ficaria bem.

— Não importa quantas mentiras Kurt Marko lhe diga – ela terminou. – O brilho do seu pai apaga cada palavra.

Charles ainda olhava para a estrela, e deixou uma última lágrima cair. E Sophie decidiu, ela sempre colocaria Charles na frente dela em tudo, seja num momento simples ou num momento de perigo. Ela cuidaria dele, assim como ela sabia que James Potter cuidou de cada um dos amigos.

E também já estava completamente decidido que ele iria passar as férias com ela e Remus.


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