TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 33
Capítulo 33 — Os Primeiros e os Últimos




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— Então – Dumbledore começou após Sophie e Erik se sentarem em frente a ele em sua sala. –, como vocês estão se sentindo?

A Potter e o Lehnsherr se olharam, ambos ainda estavam confusos com o que havia acontecido, mas também se sentiam diferentes, havia um eco de força transitando entre eles e eles podiam sentir. E mais do que isso, eles se sentiam inteiros, como se até aquele momento faltava uma parte um do outro e agora ela estava em casa.

— Difícil de explicar... – Erik finalmente respondeu. – Estamos confusos mas... É algo que não conseguimos explicar. É muito... Forte.

— O que foi que aconteceu? – Sophie perguntou, sua testa estava franzida. – O que é isso que existe entre eu e o Erik?

Dumbledore murmurou e fez com que três xícaras de chá surgissem na mesa para eles. Erik pegou a xícara assim como a Sophie e os dois beberam devagar, sentindo o poder se acalmar.

Bràithrean Anam— falou Dumbledore calmamente. – Na língua comum, é traduzido para Irmãos de Alma. É o que vocês são.

— Nunca ouvi falar sobre isso. – disse Erik, a testa estava franzida.

— É um evento muito raro – disse Dumbledore –, e enquanto explico, por favor continuem tomando o chá, isso ira acalmar a eletricidade de sua magia que ainda esta em potência.

Os dois bruxos mais jovens concordaram e beberam o chá.

— Muito bem – começou Dumbledore calmamente –, o primeiro caso de Bràithrean Anam aconteceu a muitos anos atrás, antes mesmo de Hogwarts ou as outras escolas bruxas no mundo existirem. Guerras eram travadas entre os clãs bruxos antigos naquela época, revoluções ainda estavam acontecendo também. E no meio de tantas mortes, tantas guerras haviam dois jovens bruxos, uma garota e um rapaz, assim como vocês.
“A moça, a jovem e feroz Leona Edvige e o rapaz, o corajoso e de coração apaixonado Hektor Liorde. Os dois cresceram juntos, de fato, não havia amizade mais poderosa que a deles, nunca brigaram um com o outro, nunca se separavam, e pareciam sempre saber onde o outro estava e como ele estava se sentindo. Magia antiga corria na veia deles, não se sabe a verdadeira origem de tal conexão.
“Eles cresceram e a amizade deles era algo nunca visto. E eles se protegiam, sempre. Então, um dia, a guerra chegou no lugar em que eles viviam, bárbaros bruxos invadiram o lugar e a primeira coisa que fizeram foi separar os homens das mulheres. Com isso, separaram Leona de Hektor. Era óbvio o que iriam fazer tanto para as mulheres quanto para os homens, ninguém iria sobreviver daquele lugar, e tudo se tornaria cinzas. Os dois irmãos de alma sabiam disso também.”

Dumbledore suspirou e olhou tristemente para o teto, parecia estar pensando, mas não no passado que a história contava e sim sobre o futuro.

— No fim, os dois lutaram juntos contra todos os bárbaros e venceram. – continuou Dumbledore. – Eles eram um equilíbrio um do outro em uma luta, assim como eram normalmente em situações do cotidiano. Mas na luta, eles eram a mente e o coração do ponto de estratégia, eles sabiam o que o outro iria lançar antes que o feitiço fosse lançado e com isso poderiam complementar o outro de maneira precisa e perfeita. Eles foram o primeiro irmãos de alma a ser registrado em nossa história.

— O que aconteceu com eles? – Sophie perguntou, admiração visível em sua voz.

— Eles perceberam o quão fortes eram juntos, como poderiam conquistar para o lado em que eles concordaravam certo em toda a guerra. – respondeu Dumbledore. – No fim, eles eram bem conhecido pelo inimigo que em uma estratégia bem feita, os pegou. Era para os dois morrerem naquele dia, mas Leona não queria deixar que nada acontecesse com Hektor. Neste ponto da história, ninguém sabe dizer o que ela fez, só dizem que ela fingiu fugir junto com Hektor mas quando percebeu que só um conseguiria sair de onde estavam presos, ela se sacrificou.
“Empurrou Hektor, e usou um feitiço contra si mesma, um feitiço tão poderoso que causou uma explosão de luz matando todo os inimigos em volta dela... E matando a si mesma.”

Sophie e Erik ficaram em silêncio, ambos sentindo algo forte em ouvir aquela história dos primeiros irmãos de alma que existiram.

— Quando... Quando a Sophie morreu... Eu... – Erik parou e franziu a testa, olhando para as próprias mãos. – Eu senti. E doeu muito, como se metade de meu corpo tivesse sido arrancado de mim. Uma parte da minha alma... tivesse sumido... O que aconteceu com Hektor, depois dele ter sentido isso?

— Ele viveu. – respondeu Dumbledore o olhando triste para Erik. – Ele cuidou do filho que a própria Leona havia tido, e criou um filho próprio. Por mais machucado que sua estivesse, não, por mais que metade de si tivesse sumido, havia ainda conforto por conta do filho que Leona deixou. Um filho compartilha a mesma alma da mãe ou do pai dependendo da situação.
“Por isso que Remus ainda permanece bem, ainda quer continuar vivo, Sophie. Sua mãe era a irmã de alma de Remus, e você carrega metade da alma dela, assim como Harry carrega metade da alma de James que era irmão de alma de Sirius.”

Sophie segurou a mão de Erik com força, tentando transmitir segurança e amor para ele.

— Hektor teve uma vida longa – continuou Dumbledore. –, sua descendência continuou por longos e longos anos, e tenho motivos para acreditar que estou olhando para a prova na minha frente agora.

Os dois encararam o bruxo mais velho em repleta confusão.

— Como assim?

— Leona e Hektor foram os primeiros irmãos de alma que existiu em nosso mundo. – disse Dumbledore. – Até onde eu sei, vocês dois, são os últimos.

— Não existem mais irmãos de alma? – Sophie perguntou surpresa.

— É um evento raro, Sophie. Muito raro nos dias de horas, está se tornando extinto... Tenho quase certeza que vocês são os últimos. Sim. São os últimos. – disse Dumbledore olhando seriamente para eles. – Por mais que eu seja um estudioso sobre o assunto, eu acho... Que não existe ninguém melhor para falar sobre irmão de alma do que aquele que viveu com isso, não é mesmo?

Sophie sorriu de lado, entendendo o quem o diretor queria dizer. Erik parecia bastante pensativo mas concordou também.

— Vamos falar com Remus... Assim que pudermos.

 

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Harry havia saído da sala comunal não ligando para os protestos dos amigos. Ele precisava de ar e sem dúvida, precisava de sua irmã. No caminho para fora do castelo, Harry podia ver os alunos olhando para ele e sussurrando e isso o fez se sentir desconfortável e irritado.

Ele não podia ser o herdeiro de Slytherin... ou poderia? Ele não sabia muitas coisas sobre a família de seu pai apesar que Remus havia lhe dito que todos os Potter foram da Grifinória. No lado de fora do castelo, ele tentou dizer alguma coisa em língua de cobra mas as palavras não saíam. Pelo jeito, ele tinha que estar cara a cara com uma cobra para isso.

Mas eu estou na Grifinória... pensou ele ainda andando com a cabeça baixa “O Chapéu Seletor me colocou na Grifinória. Ele não teria me colocado na Grifinória se eu tivesse sangue de Slytherin...”

Então ele se deu conta. Ele havia pedido para o Chapéu Seletor colocá-lo na Grifinória. Ele grunhiu irritado e se sentou na grama em frente ao lago, Aslan que o estava seguindo, se sentou ao lado dele em completo silêncio.

— O que eu faço, Aslan? – ele perguntou depois de um tempo, com um suspiro. – Eu não posso ser o herdeiro de Slytherin! Não faz sentido.

— É claro que não faz sentido – disse a voz de Sophie vindo de trás dele. –, você é um Potter, e sabe quando um Potter foi parar na Sonserina até hoje? Nunca.

Ela se sentou ao lado dele, sorrindo de lado para ele. Harry sentiu o corpo se acalmar em ter Sophie ao lado dele e ela parecer tão tranquila sobre o assunto.

— Não digo isso por preconceito contra a Sonserina, o que é algo que você deve deixar de ter, já falei com você sobre isso. – disse ela apontando o dedo para o nariz dele. – Digo isso porquê realmente não tem sentido, pois como eu disse, todos os Potter foram parar na Grifinória.

— O Chapéu quis me colocar na Sonserina. – admitiu Harry baixinho. – Eu pedi para ele me colocar na Grifinória.

Sophie revirou os olhos.

— Isso não faz de você herdeiro do louco Slytherin, Harry. – disse ela calma. – Apenas faz de você alguém que escolheu a maçã ao invés do limão. Só isso.

— Mas...

— Presta atenção, pateta – disse Sophie séria agora. –, você ser da casa x não significa que você vai ser bom, ou mal, ou esperto ou burro. Existiram bruxos da Sonserina que fizeram coisas incríveis, existiram bruxos da Grifinória que fizeram coisas terríveis, existiram bruxos da Lufa-Lufa que foram mais inteligentes que já existiram, tenho certeza que o David se encaixa nessa descrição, e existiram bruxos da Corvinal burros que só por Deus. – disse ela agora sorrindo. – Entende onde quero chegar?

— A Casa não nos define?

— A Casa não nos define, Harry. – concordou Sophie piscando para ele. – Lembre-se disso, e nada pode ser usado para te machucar. Você é você, não o que uma Casa diz que você é.

Harry olhou para o lago novamente, observando o sol indo embora e refletindo na água. Lentamente um sorriso surgiu em seu rosto.

— Eu sou quem sou, e eu não sou o herdeiro de Salazar Slytherin.

— Viu só? Fácil, fácil. – Sophie também tinha um sorriso largo no rosto.

Eles ficaram em silêncio assistindo o sol de inverno indo embora com um por um tempo até Harry se lembrar do que havia acontecido antes do evento com a cobra.

— Ei – ele chamou – o que aconteceu com você e o Erik? Dumbledore explicou?

— Ah, bem...

 

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— Irmãos de Alma – disse Charles admirado. – Eu nunca li nada sobre isso...

— Eu também não – comentou Hermione tão admirada quanto Charles. – Temos que ir na biblioteca depois.

O Francis concordou.

O grupo todo estavam no canto da sala comunal da Grifinória ao lado da janela que mostrava a neve que havia começado a cair assim que o sol sumiu do céu. Sophie e Erik haviam contado tudo para todos que agora estavam com aparências bem admiradas.

— E vocês são os últimos? – perguntou Jorge, e a Potter e o Lehnsherr concordaram. – Que responsabilidade.

— Bem não é certeza – disse Sophie. – Dumbledore disse que tinha quase certeza sobre isso. Vai saber... Talvez existam outros...

— Bem – começou Castiel calmamente – isso só mostra o quão forte é a amizade de vocês.

— E como isso funciona? – perguntou Fred que ainda estava um tanto mal humorado por todos terem sentado próximos de Sophie antes dele. – Vocês ficam mais fortes?

— Não sabemos – respondeu Erik. – Pretendemos conversar com Remus assim que possível, ele vai saber mais falar sobre isso por ter tido experiência ao contrário de Dumbledore.

— Sobre força se tornou bem claro que vocês dois juntos não estão de brincadeira – disse Dean com a cabeça deitada no ombro de Teresa. – Quero dizer... Toda a explosão de luz e seus olhos brilhando... Aquilo já era prova o bastante para mim para nunca ficar contra vocês.

— É bem... De qualquer forma – Sophie estava com as bochechas vermelhas. – Espero que os outros alunos não fiquem falando sobre isso... Já foi um saco aguentar eles depois que acordei da morte.

— Bem – começou Harriet – eles estão divididos pelo que pude ouvir nos corredores. Uma parte está falando sobre você e Erik e a outra parte...

— Está falando sobre mim e a cobra, né? – perguntou Harry em resmungo.

Harriet concordou.

— Relaxa, Harry – comentou Rony bem humorado. – Você sabe como todos eles são fofoqueiros. É só ignorar.

— Eu concordo com o Rony. – disse Patrick. – É só fofoca, uma hora eles vão arrumar algo mais interessante para fofocar e tudo vai ficar bem.

Todos concordaram mas nada disseram sobre o pensamento que tiveram que era se o Harry não se metesse em nenhum outro problema ou fosse visto em outra cena de crime.

— Bem – começou Charles se levantando, fazendo Patrick escorregar pois estava escorado em seu ombro, e se espreguiçando. –, eu estou me sentindo cansado depois deste dia agitado, vou me retirar.

Erik se levantou abruptamente.

— Eu vou com você – disse ele apressado e firme, fazendo Charles arregalar os olhos e corar. – É melhor ninguém sair sozinho essa hora da noite.

Sophie estava segurando o largo sorriso que queria aparecer em seu rosto com força, mordendo o lábio e não olhando para Charles e Erik, porém ouvindo tudo que estava sendo dito entre eles.

— Ah... Obrigado, Erik – disse Charles num tom de voz bem mais tímido. – É muita gentileza... Mas você não precisa caso você quiser ficar aqui com os outros...

— Não, não eu... Estou cansado também, como você disse foi um dia exaustivo. – Erik sorriu levemente para ele.

Charles sorriu, suas bochechas estavam como os tomates premiados que Remus comprava nas feiras de domingo. Sophie já não estava mais conseguindo segurar o sorriso.

— Isso é uma ótima ideia – falou Dean de repente, e o sorriso de Sophie começou a cair. – Vamos todos juntos!

Castiel, Patrick e Harriet concordaram animados para o completo horror de Sophie, dando uma olhada rápida para Charles e Erik ela viu que os dois pareciam desapontados e isso foi a única motivação que a Potter precisava.

— NÃO! – ela gritou fazendo Dean, Castiel, Patrick e Harriet olhassem assustados para ela, assim como os outros membros do grupo. Sophie tossiu um pouco. – Quero dizer... Eu quero falar com vocês quatro, e precisa ser agora, acabei de lembrar.

— Sobre o que? – perguntou Castiel interessado voltando a se sentar.

— Sobre... Sobre... – Sophie realmente precisava fazer um curso sobre mentir. – Sobre...

— O Natal. – disse Teresa de repente sorrindo carinhosamente para Sophie. – Sophie e eu queríamos falar com vocês sobre uma coisa do Natal.

— Exatamente! – concordou Sophie sorrindo para Teresa. – É bem sério e tem que ser discutido hoje.

— Você precisa da gente aqui também, Sophie? – perguntou Charles bocejando.

— Não lindinhos – disse ela sorrindo para o Francis e o Lehnsherr. – Vão descansar, depois eu informo vocês sobre o Natal, vão lá meus doces de maracujá.

— Bem – Erik suspirou. – Boa noite pessoal – ele se inclinou e deu um beijo na testa de Sophie: – Boa noite, meine Liebling.

Sophie sorriu carinhosamente para ele que lhe retribuiu o sorriso antes de se virar e sair, Charles logo atrás de Erik acenando preguiçosamente para eles e sorrindo feliz na direção dela. Ela ficou sorrindo até a porta se fechar e os dois terem saído da sala comunal, e então se virou para o restante do grupo com o rosto sério.

— Escutem aqui, encrencas – ela disse apontando para cada um deles, mesmo para o trio que era inocente na história – Eu não vou deixar vocês atrapalharem o meu lindo casal de ter seus momentos juntos.

— É incrível como você foi de “lindinhos” e “doces de maracujá” com eles e “encrencas” para nós. – comentou Patrick sorrindo.

— Do que você está falando de qualquer forma? – perguntou Dean confuso.

— Charles gosta do Erik – comentou Jorge sorrindo. –, e desde do momento em que Sophie soube disso ela vem tentando fazer os dois ficarem próximos para conversarem mais e se conhecerem.

— E está óbvio que o Erik também gosta do Charles – continuou Teresa. –, mas eles são queridos demais para falar sobre isso.

— Exatamente – concordou Sophie. – Quero que eles se conheçam mais e tenham momentos sozinhos um com o outro. Como agora. E vocês quatro quase estragaram tudo! Agora pode ser a chance em que eles finalmente digam o que sentem e fiquem juntos para sempre!

— Você espera mesmo que isso aconteça agora enquanto eles vão para os dormitórios? – perguntou Castiel surpreso.

Sophie suspirou.

— Não – resmungou ela. – Essa sou eu, me iludindo mais uma vez. Me ignorem.

Ela colocou os braços na mesa e deitou a cabeça neles, observando a neve caindo enquanto o resto do grupo continuava conversando. Aslan foi se sentar ao lado dela, onde Erik estava sentado a pouco.

O leão empurrou Sophie um pouco com sua enorme cabeça e a ruiva olhou para ele curiosa.

— Que foi? – perguntou ela baixinho.

Aslan então olhou para a janela e depois para ela, e então colocou uma pata sobre os olhos e depois tirou. Sophie arregalou os olhos e olhou novamente para janela, percebendo o que aquela neve estava trazendo com ela.

— O Natal tá chegando. – ela disse, um sorriso lento se abrindo em seu rosto, e fazendo o grupo olhar para ela.

— E daí? – questionou Fred confuso.

— Cartas chegam no Natal. – ela disse simplesmente, sentindo o coração se esquentar.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Na manhã seguinte, a neve que começara a cair durante a noite se transformara numa nevasca tão densa que a última aula de Herbologia do período letivo foi cancelada. Deixando os alunos da Grifinória e da Lufa-Lufa de aula vaga e estragando o plano que Harry havia pensado na cama para se explicar com Justino sobre o acontecimento no Clube de Duelos.

Harry preocupava-se com isso sentado junto à lareira na sala comunal da Grifinória, enquanto Rony e Hermione aproveitavam o tempo para jogar uma partida de xadrez de bruxo. Sophie e o restante do grupo haviam ido estudar na sala comunal da Corvinal, mas Harry tinha quase certeza que era mentira e que eles haviam ido para uma festa dos alunos mais velhos que teria em uma sala vazia.

— Pelo amor de Deus, Harry – disse Hermione exasperada, quando um bispo de Rony desmontou um cavalo dela e o arrastou para fora do tabuleiro. – Vá procurar o Justino se isso é tão importante para você.

Então Harry se levantou e saiu pelo buraco do retrato, imaginando onde Justino poderia estar.

O castelo estava mais escuro do que normalmente era durante o dia, por causa da neve grossa e cinzenta que descia rodopiando pelo lado de fora das janelas. Transido de frio, Harry passou por salas onde havia aulas, captando vislumbres do que acontecia lá dentro.

A Profª. McGonagall gritava com alguém que, pelo que parecia, tinha transformado o colega em um texugo. Harry passou adiante, resistindo ao impulso de espiar para dentro e, lembrando que Justino talvez estivesse usando o tempo livre para tirar o atraso em alguma matéria, decidiu verificar primeiro na biblioteca. Foi nesse momento que percebeu que Aslan estava o seguindo. Ele se virou e olhou para o leão que parou junto com ele.

Não pode deixar de sorrir, isso sem duvida era o tipo de coisa que Sophie faria mesmo. E bem, ela fez.

— Ela mandou você ficar de olho em mim, não foi? – perguntou Harry se abaixando e acariciando a juba do felino.

Ele assentiu e ronronou. Harry suspirou e se levantou olhando em volta, o corredor se encontrava vazio.

— Vem, vamos até a biblioteca. 

Vários alunos da Lufa-Lufa que deviam estar na aula de Herbologia se achavam de fato sentados no fundo da biblioteca, mas não pareciam estar trabalhando. Entre as longas fileiras de estantes, Harry podia ver que suas cabeças estavam muito juntas e que aparentemente mantinham uma conversa absorvente. Não conseguia ver se Justino estava no grupo. Foi andando em direção a eles e, quando começou a ouvir alguma coisa do que diziam, parou para escutar melhor, escondido na seção da Invisibilidade. Aslan atrás dele.

— Então, em todo o caso – falava um menino forte. –, eu disse ao Justino para se esconder no nosso dormitório. Quero dizer, se Potter o escolheu  para sua próxima vítima, é melhor ele ficar pouco visível por uns tempos. É claro que o Justino estava esperando uma coisa dessas acontecer desde que deixou escapar para o Potter que vinha de família trouxa. Justino chegou até a contar que os pais tinham feito reserva para ele em Eton. Isto não é o tipo de coisa que se fale assim, com o herdeiro de Slytherin à solta, não é mesmo?

— Então decididamente você acha que é o Potter, Ernie? – perguntou, ansiosa, uma menina loura de marias-chiquinhas.

— Ana – disse o garoto forte, solenemente –, ele é um ofidioglota. Todo mundo sabe que isso é a marca do bruxo das trevas. Você já ouviu falar de um bruxo decente que soubesse falar com cobras? Chamavam o próprio Slytherin de língua de serpente.

Seguiram-se muitos murmúrios depois disso e Ernie continuou:

— Lembram o que estava escrito na parede? Inimigos do herdeiro, cuidado. Potter teve um problema com o Filch. Logo em seguida a gata de Filch é atacada. Aquele aluno do primeiro ano, o Creevey, estava aborrecendo Potter no jogo de  Quadribol, tirando fotos dele estirado na lama. Logo em seguida, Creevey foi atacado.

— Mas ele sempre pareceu tão gentil – disse Ana em dúvida. –, e foi ele quem fez Você-Sabe-Quem desaparecer. Ele não pode ser tão ruim assim, pode?

Ernie baixou a voz, misterioso, os alunos da Lufa-Lufa se curvaram mais para frente, e Harry se aproximou mais para poder captar as palavras de Ernie.

— Ninguém sabe como foi que ele sobreviveu àquele ataque do Você- Sabe-Quem, quero dizer, ele era só um bebê quando a coisa toda aconteceu. Devia ter explodido em pedacinhos. Só um mago das trevas realmente poderoso poderia ter sobrevivido a um ataque daqueles. – e baixando a voz até quase um  sussurro, continuou: – Vai ver é por isso que Você-Sabe-Quem queria matá-lo para começar. Não queria outro bruxo das trevas concorrendo com ele. Que outros poderes será que o Potter anda escondendo?

Ao ouvir todas aquelas baboseiras, Aslan soltou um rosnado alto e Harry que já havia ouvido demais saiu da sessão de invisibilidade com o leão junto. Olhou para todos os alunos que ali estavam que pareciam assustados com sua presença e alguns olhavam para Aslan que soltava altos rosnados.

— Olá. – disse Harry, tentando manter a calma. – Estou procurando o Justino Finch-Fletchley.

Os receios dos garotos da Lufa-Lufa claramente se confirmaram. Todos olharam cheios de medo para Ernie.

— Que é que você quer com ele? – erguntou Ernie com a voz trêmula.

— Eu queria dizer a ele o que realmente aconteceu com aquela cobra no Clube dos Duelos.

Ernie mordeu os lábios brancos, tomou fôlego e disse:

— Nós estávamos todos lá. Vimos o que aconteceu.

— Então vocês repararam que depois que falei com a cobra ela recuou? – perguntou Harry.

— Só o que eu vi – disse Ernie, insistente, embora tremesse enquanto falava. – foi você falando em língua de cobra e açulando o bicho para cima de Justino.

Aslan já estava com as garras e os dentes a mostra pronto para atacar Ernie que havia soltado um grito estrangulado da garganta ao perceber.

— Aslan. – disse Harry fazendo o leão se recompor. – Vocês são tão burros que não são capazes de saber a diferença entre uma cobra ir pra cima de alguém e se afastar?! – irritou-se Harry a voz trêmula de raiva para Ernie. – A cobra nem encostou nele! Pelo contrário, se virou para mim!

— Por pouco. E caso você esteja tendo novas idéias – acrescentou  depressa –, é melhor eu informá-lo que pode investigar minha família por nove gerações de bruxos, e que o meu sangue é tão puro quanto o de qualquer outro, portanto...

— Portanto, eu não ligo a mínima para o tipo de sangue que você tem! – tornou dizer Harry furioso. — Por que eu iria querer atacar pessoas que nasceram trouxas?

— Ouvi falar que você detesta os trouxas com quem mora - Disse Ernie na mesma hora.

— Então você pegou uma conversa fora de contexto sobre mim falando sobre os trouxas com moro e deduziu, ó grande Sherlock Holmes, que eu detesto todos eles? – questionou Harry, a voz agora pingando ironia pura. – Então por favor, ó sábio lufano, passe o verão comigo e essa família de trouxas com que convivo e sinta na pele todo o abuso físico que sou obrigado a passar com eles! Todas as ameaças e surras, tenho certeza que você vai amar todos eles também.

Ernie estava com as bochechas vermelhas e os outros alunos estavam com as cabeças baixas. Harry suspirou e disse por fim:

— É impossível morar com os Dursley e não detestá-los. Eu gostaria de ver você no meu lugar.

E dando meia-volta, saiu furioso da biblioteca, ganhando um olhar de reprovação de Madame Pince, que estava lustrando a capa dourada de um grande livro de feitiços.

Harry saiu pelo corredor às tontas, mal reparando aonde ia, tal era a sua fúria. O resultado foi que bateu em alguma coisa muito grande e sólida, que o derrubou no chão.

Aslan o pegou antes que batesse no chão.

— Ah, olá, Harry. – disse a voz grossa de Hagrid.

O rosto de Hagrid estava inteiramente oculto pelo gorro de lã esbranquiçado de neve, mas não podia ser mais ninguém pois ele praticamente ocupava o corredor com aquele seu casacão de pele de toupeira. Um galo morto pendia de suas enorme mãos enluvadas.

— Tudo bem, Harry? – perguntou ele, empurrando o gorro para trás para poder falar. – Você não está em aula?

— Cancelada – disse Harry, levantando-se. – Que é que você está fazendo aqui?

Hagrid ergueu o galo inerte e Aslan tentou pular para pegar, os olhos brilhando.

— É o segundo que matam neste período letivo. – explicou. – Ou é raposa ou bicho-papão e preciso permissão do diretor para lançar um feitiço em volta do galinheiro. Aslan, espero que não seja você... Apesar que... você só gosta das comidas que os Elfos fazem, não é?

O leão balançou a juba de forma exibida. Hagrid riu, e por debaixo das sobrancelhas grossas e salpicadas de neve, ele examinou Harry com mais atenção.

— Você tem certeza de que está bem? Está cheio de calor e zanga...

Harry não conseguiu se forçar a repetir o que Ernie e o resto dos garotos da Lufa-Lufa tinham andado dizendo.

— Não é nada. É melhor eu ir andando, Hagrid, encontrar com Hermione e Rony. A gente se vê.

Ele se afastou, a cabeça inchada com o que Ernie dissera a seu respeito. Aslan rapidamente já estava ao seu lado. 

O Justino estava esperando uma coisa dessas acontecer desde que deixou escapar para o Potter que vinha de família trouxa.

Harry subiu a escada batendo os pés e entrou em outro corredor que estava particularmente escuro; os archotes tinham sido apagados por uma corrente de ar forte e gelada que entrava por uma vidraça solta. Estava na metade do corredor quando caiu estendido em cima de uma coisa que havia no chão.

Virou-se para ver melhor em cima do que caíra e sentiu o estômago derreter.

Justino Finch-Fletchley jazia no chão, duro e frio, uma expressão de choque fixa no rosto, os olhos, sem visão, voltados para o teto. E não era tudo. Ao lado dele outro vulto, a visão mais estranha que Harry já encontrara.

Era Nick Quase Sem Cabeça, que agora deixara de ser branco-pérola e transparente e se tornara preto e fumegante, e que estava imóvel na horizontal, a mais de um metro e meio do chão. Sua cabeça estava quase inteiramente solta, e seu rosto tinha uma expressão de choque idêntica à de Justino.

Harry ficou em pé, a respiração rápida e superficial, o coração produzindo uma espécie de rufo de tambor em suas costelas. Fora de si, olhou para um  lado do corredor deserto e para o outro e viu uma fila de aranhas que se afastava o mais depressa possível dos corpos. Os únicos sons que ouvia eram as vozes abafadas dos professores nas salas de aula de cada lado.

Aslan já estava em posição de ataque como se estivesse esperando por algo. Ele estava sentindo, ele sentia que o monstro estava ali. Aslan rosnou e rosnou olhando para o teto, andando de um lado para o outro.

Harry estava petrificado quando escutou:

“Leão... Comida... Mestre chamando... Chamando... Eu voltarei...”

Harry fechou os olhos sentindo o som daquela voz correr por todo o seu corpo como um veneno.

Ele poderia correr e ninguém saberia que estivera ali. Mas não podia simplesmente deixá-los caídos... Tinha que procurar ajuda. Alguém acreditaria que ele não tivera nada a ver com aquilo?

Enquanto estava parado, cheio de pânico, uma porta se abriu com uma batida. Pirraça, o poltergeist saiu em disparada.

— Ora, é o Potter Pirado! – zombou ele, entortando os óculos de Harry ao passar por ele. – Que é que o Potter está aprontando? Por que é que o Potter está rondando...

Pirraça parou no meio de uma cambalhota no ar de cabeça para baixo, deparou com Justino e Nick Quase Sem Cabeça. Desvirou-se na mesma hora, encheu os pulmões de ar e, antes que Harry pudesse impedi-lo, gritou:

— ATAQUE! ATAQUE! MAIS UM ATAQUE! NEM MORTAL NEM FANTASMA ESTÃO SEGUROS! SALVEM SUAS VIDAS! ATAAAAAQUE!

Bam – bam – bam— porta atrás de porta se escancarou ao longo do corredor que foi invadido por um mundão de gente. Durante vários minutos, a cena era de tal confusão que Justino correu o risco de ser esmagado, e as pessoas não paravam de passar através de Nick Quase Sem Cabeça. Harry se viu imprensado contra a parede enquanto os professores gritavam pedindo calma.  
A Profª. McGonagall veio correndo, seguida por seus alunos em sua cola, um dos quais ainda tinha os cabelos listrados de preto e branco. Ela usou a varinha para produzir um alto estampido e restaurar o silêncio, e mandou todos de volta para as salas de aula. Nem bem o corredor se esvaziara um pouco quando Ernie, o garoto da Lufa-Lufa chegou, ofegante, à cena.

— Apanhado na cena do crime! – berrou Ernie, o rosto lívido, apontando dramaticamente para Harry.

No momento que Ernie gritou aquilo, Aslan que ainda estava em posição de ataque, rugiu alto fazendo com que Ernie gritasse e se escondesse atrás dos outros alunos.

— Esse é o monstro! Esse é o monstro! – gritou ele escondido e apontando para Aslan.

— Agora já chega, Macmillan! – disse a professora ríspida.

Pirraça subia e descia no ar, e agora sorria malvadamente observando a cena; adorava o caos. Enquanto os professores se curvavam sobre Justino e Nick Quase Sem Cabeça, examinando-os, Pirraça começou a cantar:

— Ah, Potter, podre, veja o que você fez. Matar alunos não é nada cortês...

— Já chega, Pirraça! – vociferou a Profª. McGonagall e Pirraça saiu voando de costas e estirando a língua para Harry.

Justino foi levado para a ala hospitalar pelo Profº. Flitwick e o Profº. Sinistra, do departamento de astronomia, mas ninguém sabia o que fazer com Nick Quase Sem Cabeça. Por fim, a Profª. McGonagall conjurou um grande leque de ar, e entregou-o a Ernie com instruções para abanar Nick Quase Sem Cabeça até o andar de cima.

Ernie obedeceu e abanou Nick como se fosse um aerofólio silencioso. Assim, Harry, Aslan e a professora ficaram a sós.

— Por aqui, Potter. – falou ela.

— Professora – disse Harry depressa. –, eu juro que não...

— Isto não está mais em minhas mãos, Potter. – interrompeu ela tristemente.

Os dois caminharam em silêncio, viraram um canto e ela parou diante de uma gárgula de pedra feíssima.

— Bolo de limão! – disse.

Era evidentemente uma senha, porque a gárgula logo ganhou vida e afastou-se para o lado, ao mesmo tempo que a parede atrás dela se abria em dois. Mesmo temendo o que o aguardava, Harry não pôde deixar de se admirar. Atrás da parede havia uma escada em caracol que subia suavemente, como uma escada rolante. Nem bem ele e a Profª. McGonagall pisaram nela, Harry ouviu a parede fazer um barulho seco e se fechar às costas dos dois. Subiram em círculos, cada vez mais altos, até que por fim, ligeiramente tonto, Harry viu uma porta de carvalho reluzindo à sua frente, com uma aldrava em forma de grifo.

Soube então aonde tinha sido levado. Ali devia ser a residência de Dumbledore

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Sophie estava sentada de frente para Dumbledore. Tinha uma mão cobrindo o rosto e tentava processar o que havia sido dito para ela.

Mais cedo após a última aula dela que era o Trato das Criaturas Mágicas junto com os lufanos, ela, Patrick e Castiel estavam indo para a sala onde aconteceria uma festa com os alunos mais velhos naquela tarde para ajudar a arrumar o local junto com os que já estavam lá. Mas no caminho ela se lembrou que queria falar com Dumbledore sobre a ofidioglocia de Harry.

E lá estava ela. Não conseguindo acreditar no que o dreitor havia acabado de lhe explicar.

— Como isso pode... – ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro. – Eu não consigo... Não quero acreditar nisso.

— Eu também não queria. – disse Dumbledore olhando para a jovem. – Mas não existe outra explicação. 

— Ele está tão assustado... Se ele souber disso... Foi um sacrifício fazer ele entender ontem que não tinha nada de Slytherin. E agora isso.

— Seria bom, ele não saber. Por enquanto, pelo menos. Como você disse, ele já está com muitos problemas por conta desses ataques. – disse Dumbledore. – Mas depois quando tudo for resolvido...

Sophie suspirou e foi até o vão onde mostrava a parte de baixo da sala de Dumbledore e onde, para a surpresa de Sophie, estava Harry e Aslan. Harry olhava para o poleiro de Fawkes que pegava fogo.  

— Harry? – chamou Sophie assustando o irmão.

— Sophie? – exclamou ele surpreso. – Você não ia pra uma festa?

— É bem mais tarde. – respondeu ela.

Dumbledore apareceu ao lado de Sophie e olhou para Harry.

— Olá, Harry. – disse ele sério.

— Ah... Professor, senhor, seu pássaro, eu não pude fazer nada... ele simplesmente pegou fogo. – disse Harry assustado.

Sophie sorriu e desceu as escadas sendo seguida por Dumbledore que agora também sorria.

— Ah e já não era sem tempo! – respondeu Dumbledore. – Estava com essa aparência horrível há dias; venho dizendo para ele se apressar e Sophie até sugeriu atacar fogo nele. – Sophie riu e foi acariciar a juba de Aslan. – Mas é uma pena, Harry, que só o viu quando queimou. 

Tanto Sophie quanto Dumbledore deram uma risadinha com a cara de espanto que Harry havia feito.

— Fawkes é uma fênix, Harry. As fênix pegam fogo quando chega a hora de morrer e tornam a renascer das cinzas. Olhe só...

Harry olhou em tempo de ver um pássaro minúsculo, amarrotado, recémnascido botar a cabeça para fora das cinzas. Era tão feio quanto o anterior.

— É feio quando nasce mas quando já é adulto se torna uma bela ave. – disse Sophie sorrindo para Fawkes.

— Na realidade ela é muito bonita quase o tempo todo, tem uma plumagem vermelha e dourada. Criaturas fascinantes, as fênix. São capazes de sustentar cargas pesadíssimas, e suas lágrimas têm poderes curativos e são animais de estimação muitíssimo fiéis. – disse Dumbledore, sentando-se na escrivaninha.

— O que faz aqui, Harry? – perguntou Sophie ficando ao lado de Dumbledore. Um ato um tanto inconsciente da parte dela. – Tenho certeza que o senhor já sabe. – disse olhando para Dumbledore que concordou.

Antes que Harry pudesse dizer algo  a porta da sala se escancarou com estrondo, e Hagrid entrou, um olhar selvagem nos olhos, o gorro encarrapitado no alto da cabeça desgrenhada e o galo morto ainda balançando em uma das mãos.

— Não foi Harry, Prof. Dumbledore! – disse Hagrid pressuroso. – Eu estava falando com ele segundos antes daquele garoto ser encontrado, ele nunca teria tido tempo, meu senhor..

— Hagrid... – Dumbledore tentou dizer alguma coisa, mas Hagrid continuou falando, sacudindo o galo, agitado, fazendo voar penas para todo o lado.

Aslan olhava para o galo balançando com os olhos brilhando e pronto para pular.

—... Não pode ter sido ele, eu juro até na frente do Ministro da Magia se precisar..

— Hagrid, eu...

—... O senhor pegou o garoto errado, meu senhor, eu sei que Harry jamais...

— Hagrid. – disse Dumbledore em voz alta. – Eu não acho que Harry tenha atacado essas pessoas.

— Exatamente! E eu digo mais... Ah. – acalmou-se Hagrid, o galo pendurado imóvel a um lado. – Certo. Então vou esperar lá fora, diretor.

— Vá. – concordou Dumbledore sorrindo.

Nesse momento Aslan deu um enorme salto mas Hagrid já havia se virado e se afastado, e o leão caiu sem nenhum galo em sua boca.

— Então.. – começou Sophie olhando para Harry e Dumbledore. – Houve outro ataque?

— Sim. Justino Finch-Fletchley e Nick Quase-Sem-Cabeça. – respondeu Harry abaixando a cabeça.

— Nick?! Por Deus, nem os fantasmas estão seguros! – exclamou Sophie surpresa. – Mas o que isso tem haver... ah. – ela passou as mãos no rosto cansada. – Você estava na cena, não estava?

— Sim, mas foi um acidente! – disse Harry apressado.

— Eu sei que foi um acidente, se acalme. – retrucou Sophie. – O que estava fazendo no corredor?

— Eu... estava procurando por Justino para explicar sobre o acontecimento no Clube de Duelos. Fui na biblioteca primeiro, depois eu peguei o caminho para esse corredor. Eu nem fazia ideia para onde ia. Estava nervoso....

— Nervoso? – perguntou Dumbledore.

— Sim.. eu... tive uma pequena briga com minha amiga. – disse Harry olhando para os quadros na parede. 

Dumbledore continuou em silêncio. Harry olhou novamente para ele e viu que ele agora tirava as penas de galinha da mesa enquanto Sophie ainda o olhava.

— O senhor não acha que fui eu, professor? – repetiu Harry esperançoso enquanto Dumbledore espanava as penas de galo de cima de sua escrivaninha.

— Não, Harry, não acho. – seu rosto novamente grave. – Mas ainda assim quero falar com você.

Harry esperou nervoso enquanto Dumbledore o estudava, as pontas dos seus longos dedos juntas.

— Preciso lhe perguntar, Harry, se tem alguma coisa que você gostaria de me perguntar – disse gentilmente. – Qualquer coisa.

Harry não soube o que dizer. Pensou em Draco gritando:  “Vocês vão ser os primeiros, seus sangues-ruins!” e na Poção de Polissuco que estava cozinhando no banheiro da Murta Que Geme. Depois pensou na voz sem corpo que ouvira várias vezes e se lembrou do que Castiel comentara: “Ouvir vozes não é exatamente normal no nosso mundo, Harry.” Pensou ainda no que todos andavam dizendo dele...

— Não – disse Harry por fim. – Não tem nada, não, professor..

—Muito bem, pode ir. – disse Dumbledore.

Harry concordou e saiu da sala com Aslan atrás dele. Sophie se sentou em frente ao diretor e o olhou.

— Ele está mentindo. – disse Dumbledore. – Fique de olho nele, Sophie. Essa história está longe de acabar, e não quero que o mesmo erro que cometi ano passado ocorra novamente.

— Eu sei. Eu também não quero. – disse Sophie pensativa. – Quando você percebeu? Sobre o motivo dele ser ofidioglota?

— Ouso dizer que tinha minhas dúvidas desde do dia que o entreguei para os Dursleys. Mas minhas dúvidas se tornaram reais quando Severus havia me dito sobre o acontecimento no clube de duelo. Então se tornou claro, que Lorde Voldemort havia passado alguns dos poderes dele para Harry.


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