TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 32
Capítulo 32 — A Dança de Duelista




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Após a conversa entre Sophie e Erik, eles saíram da sala, indo para onde o clube de duelos iria acontecer. E se Sophie parecia nunca querer sair do lado de Erik e vice-versa, ninguém – nem mesmo Fred – ousou questionar o motivo. 

Os dois chegaram no Grande Salão. As longas mesas de jantar tinham desaparecido e surgira um palco dourado encostado a uma parede, cuja iluminação era produzida por milhares de velas que flutuavam no alto. O teto voltara a ser um veludo negro, e a maior parte da escola parecia estar reunida sob ele, as varinhas na mão e as caras animadas.

Eles logo ficaram ao lado do restante do grupo.

 — Quem será que vai ser o professor? – perguntou Castiel enquanto se reuniam aos alunos que tagarelavam sem parar. – Alguém me disse que Flitwick foi campeão de duelos quando era moço, talvez seja ele.

— Seria tão incrível se fosse ele!! – exclamou Charles animado com um largo sorriso em seu rosto, suas bochechas estavam vermelhas.

Erik sorriu com carinho para ele.

— Desde que não seja... Bosta. – Patrick começou mas logo parou ao ver quem vinha entrando.

Gilderoy Lockhart já subia no palco, resplandecente em suas vestes ameixa-escuras, acompanhado por ninguém mais do que Snape, em sua roupa preta habitual.

Lockhart acenou um braço pedindo silêncio e disse em voz alta:

— Aproximem-se, aproximem-se! Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo? Excelente! O Prof. Dumbledore me deu permissão...

— Por que tinha que ser ele? – resmungou Dean fazendo careta ao lado de Teresa.

— Eu queria o Flitwick. – choramingou Charles agora triste. E Erik olhou feio na direção de Lockhart por fazer o Francis ficar decepcionado.

— Não se preocupe, Charles. – tranquilizou o alemão com a voz suave para o menor. – Tenho certeza que Flitwick adoraria lhe mostrar alguns truques de duelos.

E o sorriso de Charles havia voltado mil vezes maior, assim como suas bochechas se tornaram incrivelmente mais vermelhas que antes. Por um motivo diferente.

 — Essa eu quero ver. – comentou Harry irônico para Sophie apontando para Lockhart e Snape. E a Potter mais velha riu com ele.

— Deixem-me apresentar a vocês o meu assistente, Prof. Snape. – disse Lockhart, dando um largo sorriso, acenando para o outro professor. – Ele me conta que sabe alguma coisa de duelos e desportivamente concordou em me ajudar a fazer uma breve demonstração antes de começarmos. “Agora, não quero que nenhum de vocês se preocupe, continuarão a ter o seu professor de Poções mesmo depois de eu o derrotar, não precisam ter medo!”

— Não seria bom se os dois acabassem um com o outro? – cochichou Rony para Dean e Teresa e os dois concordaram.

O lábio superior de Snape crispou-se. Harry ficou imaginando por que Lockhart continuava a sorrir; se Snape estivesse olhando para ele daquele jeito, Harry já estaria correndo o mais depressa que pudesse na direção oposta.

Lockhart e Snape se viraram um para o outro e se cumprimentaram com uma reverência; pelo menos, Lockhart cumprimentou com muitos meneios, enquanto Snape curvou a cabeça, irritado. Em seguida, os dois ergueram as varinhas como se empunhassem espadas.

— Como vocês vêem, estamos segurando nossas varinhas na posição de combate normalmente adotada. – disse Lockhart aos alunos em silêncio – Quando contarmos três, lançaremos os primeiros feitiços. Nenhum de nós está pretendendo matar, é claro.

— Eu não teria certeza disso. – murmurou Sophie para Erik, observando Snape arreganhar os dentes.

— Um... Dois... Três...

Os dois ergueram as varinhas acima da cabeça e as apontaram para o oponente; Snape exclamou:

Expelliarmus!— viram um lampejo vermelho ofuscante e Lockhart foi lançado para o alto: voou para os fundos do palco, colidiu com a parede, foi escorregando e acabou estatelado no chão. E não foi surpresa para ninguém quando boa parte dos alunos pulou dando “vivas”. Hermione e Harriet dançava nas pontas dos dedos para ver melhor.

— Vocês acham que ele está bem? – guinchou a Lovegood tampando a boca com a mão.

— Quem se importa? – perguntaram os gêmeos bastante alegres.

Lockhart foi-se levantando tonto. Seu chapéu caíra e os cabelos ondulados estavam em pé.

— Muito bem! – disse, cambaleando de volta ao palco. – Isto foi um Feitiço de Desarmamento, como viram, perdi minha varinha, ah, muito obrigado, Srta. Brown... Sim, foi uma excelente demonstração, Prof. Snape, mas se não se importa que eu diga, ficou muito óbvio o que o senhor ia fazer, se eu tivesse querido detê-lo teria sido muito fácil, mas achei mais instrutivo deixá-los ver...

Snape tinha uma expressão assassina no rosto. Lockhart possivelmente notou porque acrescentou:

— Chega de demonstrações! Vou me reunir a vocês agora e separá-los aos pares. Prof. Snape, se o senhor quiser me ajudar...

Os dois caminharam entre os alunos, formando os pares. Lockhart juntou Neville com Justino Finch-Fletchley, Sophie e Erik permaneceram juntos e ninguém mudaria isso, os gêmeos estavam juntos também, Castiel contra Dean, Patrick contra Teresa, e Charles contra Harriet. Hermione se juntou com uma aluna do segundo ano da Sonserina quase do tamanho de Mione, seus cabelos eram verdes e o seu olho esquerdo era castanho e o outro verde, Rose Green; Hermione sorriu tímida para a garota que lhe retribuiu. Mas antes que Harry e Rony pudessem se juntar, Snape chegou.

— Acho que está na hora de separar a equipe dos sonhos – caçoou. – Weasley você luta com Finnigan. Potter.

— Nós somos a equipe dos sonhos. – resmungou Sophie para Erik que sorriu fino.

Harry já estava fazendo careta.

— Sr.Malfoy, venha cá.  – chamou Snape com um sorriso horroroso no rosto. – Vamos ver o que o senhor faz com o famoso Potter.

Malfoy se aproximou com arrogância, sorrindo.

— De frente para os seus parceiros! – mandou Lockhart, de volta ao tablado. – E façam uma reverência!

Sophie e Erik fizeram uma reverência respeitosa um para o outro, seus rostos estavam sérios mas seus olhos estavam carregados de carinho um pelo outro.

— Vou pegar leve com você, Potter. – disse Erik maroto.

— Não, você não vai. – retrucou Sophie sorrindo para ele.

Erik riu baixo.

Já, Harry e Malfoy mal inclinaram as cabeças, e não tiraram os olhos um do outro.

— Preparar as varinhas! – gritou Lockhart. – Quando eu contar três, lancem seus feitiços para desarmar os oponentes, apenas para desarmá-los, não queremos acidentes, um... Dois... Três...

Harry ergueu a varinha bem alto, mas Malfoy começara no “dois” e seu feitiço atingiu Harry com tanta força que parecia que ele levara uma frigideirada na cabeça. Ele cambaleou, mas tudo parecia estar em ordem, e, sem perder mais tempo, Harry apontou a varinha direto para Malfoy e gritou:

Rictusempra!
       
Um jorro de luz prateada atingiu Draco no estômago e ele se dobrou, com dificuldade de respirar.

— ISSO HARRY!! – gritou Castiel pulando em cima de Dean. – PEGA ELE! FRITA ELE! FAZ PURÊ!

— Eu disse desarmar apenas! – gritou Lockhart assustado por cima das cabeças dos combatentes, quando Malfoy caiu de joelhos; Harry o golpeara com o Feitiço das Cócegas, e ele mal conseguia se mexer de tanto rir.

Harry recuou, com a vaga impressão de que seria pouco esportivo enfeitiçar Malfoy ainda no chão, mas isso foi um erro; tomando fôlego, Malfoy apontou a varinha para os joelhos de Harry, e disse engasgado:

Tarantallegra!— E no segundo seguinte as pernas de Harry começaram a sacudir descontroladas numa espécie de marcha rápida.

— Parem! Parem! – berrou Lockhart, mas Snape assumiu o controle.

Finite Incantatem!— gritou ele; os pés de Harry pararam de dançar. Malfoy parou de rir e eles puderam erguer a cabeça.

Uma névoa de fumaça verde pairava sobre a cena. Neville e Justino estavam caídos no chão, ofegantes; Rony estava segurando um Simas branco feito papel, pedindo desculpas pelo que sua varinha quebrada pudesse ter feito; Hermione e Rose haviam parado também, as duas elogiavam uma a outra; Castiel ainda estava em cima de Dean que não sabia mais o que fazer para tirar o Collins de cima dele; Patrick estava caído no chão com Teresa vitoriosa apontando a varinha na cara dele – mas se o rosto totalmente cheio de carinho que o loiro estava direcionando para ela fosse indicação de alguma coisa, ele não havia ligado nem um pouco que havia perdido –; Charles e Harriet estavam paralisados olhando para Erik e Sophie que ainda lutavam, e de repente, todos pararam apenas para olhá-los também.

Ela como assistir uma dança. Os dois se moviam com facilidade e pareciam saber qual feitiço era o que o outro iria lançar antes de ser gritado, desviavam e pulavam. Os dois tinham sorrisos orgulhosos em seus rostos, desafio pairava entre eles, era como assistir duas almas lutadoras se conectando. E então...

— EXPELLIARMUS!

— EXPELLIARMUS!

Os dois gritaram juntos e as varinhas voaram de suas mãos, indo para as mãos um do outro. A varinha de Sophie agora estava na mão de Erik e vice-versa. Os dois se olhavam, arfando e suando, seus rosto estavam em expressões completas de choque e prazer.

E o silêncio foi quebrado pelos aplausos que se iniciaram com Charles, Castiel e Harriet e terminaram com todos ali na sala assobiando e gritando.

— Muito bem feito! Bem feito mesmo Sr. Lehnsherr e Srta. Potter, um duelo lindo! – exclamou Lockhart batendo palmas para os dois. – Ai, ai-ai, ai-ai... – Exclamou Lockhart, passando por entre os duelistas, para ver o resultado das outras lutas. – Levante, Macmillan... Cuidado, Miss Fawcett... Aperte com força, vai parar de sangrar em um segundo, Boot...

Erik e Sophie se aproximaram um do outro, e devolveram as devidas varinhas.

— Isso foi simplesmente incrível. – sussurrou Sophie para o alemão que concordou. – Eu me senti... Uau.

— Viva?

— Muita viva, é. – eles sorriram. – Eu não sei como mas eu sabia qual feitiço você ia lançar antes de você dizer, foi loucura! E brilhante!

— E eu sabia quais movimentos você faria a seguir também. – comentou Erik. – Acha... Acha que isso tem haver com o que temos?

— É possível. – concordou Sophie. – Viu só? Eu disse que ser meu amigo valeria a pena.

— Não deixe que isso lhe suba a cabeça. – resmungou o Lehnsherr puxando ela para lhe bagunçar os cabelos ruivos.

— Acho que é melhor ensinar aos senhores como se bloqueia feitiços hostis. – disse Lockhart, parando no meio salão. Ele olhou para Snape, cujos olhos negros brilhavam, e desviou rápido o seu olhar. – Vamos arranjar um par voluntário, Srta. Potter e Sr. Lehnsherr, por favor.

Os dois se olharam e sem pensarem duas vezes, correram para a bancada. Eles ficaram de frente um para o outro e nem mesmo Lockhart teve a coragem de tentar lhes dar alguma lição sobre o que fazer. E Snape já conhecendo Erik Lehnsherr, sabia muito bem que qualquer ideia que desse para o rapaz ele ignoraria então ficou em silêncio.

Sophie e Erik fizeram reverências e prepararam a varinha. Eram para bloquearem feitiços hostis, mas os dois estavam tão encantados com aquela sincronia em luta que estavam tendo que esqueceram os alunos ao redor e focaram em seus movimentos e pensamentos.

Erik escorregou o pé para trás, e Sophie escorregou o dela para frente. Os braços das varinhas se levantaram em ataque mas nenhum deles lançou nada. De repente, suas mentes estavam conectadas uma na outra e as varinhas eram a ponte entre elas. Então não foi atoa que todos – mesmo Snape – ficaram surpresos quando eles começaram a lançar feitiços um no outro sem dizer os nomes dos ditos feitiços.

Sophie desviou e lançou, Erik se abaixou e contra-atacou. Era uma dança, movimentos de ataque e proteção, a sincronia em cada passo, em cada feitiço. Eles sabiam o que estavam fazendo, e eram apenas eles. O restante dos alunos não estavam mais presentes. Mesmo o mundo parecia ter parado sob seus pés.

E então, os dois lançaram um feitiço ao mesmo tempo, os feitiços se colidiram e a ponte entre as varinhas estava a mostra para todos. Parecia ser o Priori Incantatem, mas não era. Aquilo era algo mais raro, magia antiga.

Pontem de Inferorum Animas.

As cores dos feitiços, antes eram laranja e azul, agora estava em uma só cor. Prateado, e estava iluminando todo o Salão Principal. E onde para todos os outros, estava sendo um show de iluminação, para Sophie e Erik era bem diferente. Os dois estavam sentindo a conexão das varinhas, e a eletricidade correndo por seus sangues, eles podiam sentir suas próprias almas como se sentia o coração batendo, eles podiam ver a iluminação por dentro de seus olhos, e então uma enorme onda de força e coragem batendo sobre eles. Para qualquer outro que sentisse aquilo seria demais para se sentir, mas para a Potter e o Lehnsherr era como se estivessem inteiros, seus corpos estivessem mais fortes do que nunca, e como se eles pudessem derrotar o pior bruxo que já existiu juntos.

Oh, Lorde Voldemort deveria temer se estivesse vendo aquilo.

E então, a mente dos dois se acendeu, os olhos deles brilharam e eles respiraram como se o ar que estivesse ao redor deles fosse novo.

— SE ABAIXEM! – ao longe Snape gritou.

E uma explosão de luz bateu sobre o Grande Salão, iluminando até mesmo o lado de fora do castelo. E quando a iluminação sumiu, todos olharam para Sophie e Erik. Os dois estavam parados, ainda de pé, as varinhas ainda apontadas um para o outro. Seus olhos ainda carregavam um brilho carregado de pura magia, os de Erik estavam da cor do próprio oceano furioso batendo na tempestade e os de Sophie eram puro ouro, matéria solar. E para todos ao redor, eles pareciam carregar algo eterno, algo etéreo.

— O que foi isso?! – foi Rony quem primeiro perguntou, olhando tão chocado quanto todos os outros alunos e os dois professores.

Erik e Sophie piscaram e balançaram a cabeça, e seus olhos voltaram as cores normais. E eles pareciam tão confusos e surpresos quanto todos os outros.

— Sophie, Erik – uma voz calma e suave, cheia de sabedoria que todos daquela escola conheciam chamou. Era Dumbledore, ele estava parado na entrada do Grande Salão, olhando para os dois. – Me acompanhe, por favor.

Sophie e Erik se olharam e em silêncio saíram do palco, indo atrás de Dumbledore.

Ficou-se silêncio e então o burburinho se iniciou. Todos falando sobre o que havia acontecido e o que haviam visto, e claro acrescentando exageros em várias partes.

— Certo, certo – chamou Lockhart alto mas ninguém lhe deu ouvidos. – Pessoal! Alunos! Foco aqui por favor! – ele chamou mais alto mas continuou sendo ignorado.

Snape revirou os olhos e soltou um assobio tão alto que quase deixou metade dos alunos surdos.

— Obrigado, Prof. Snape. – Lockhart sorriu e piscou para o outro professor que apenas o olhou com nojo. – Caros alunos, o que vimos agora entre Lehnsherr e Potter foi sem dúvida muito bonito, mas ainda estamos aqui para aprendermos feitiços. Então convido outro par para mostrar como bloquear feitiços hostis. Então... Longbottom e Weasley...

— Uma má idéia, Prof. Lockhart. – disse Snape, deslizando até ele como um enorme morcego malévolo. – Longbottom causa devastação até com o feitiço mais simples. E a varinha de Weasley mataria nós todos com até mesmo um feitiço de ajuda. – O rosto redondo e rosado de Neviile ficou ainda mais rosado e Rony ficou mais vermelho, da pura força do ódio, Harry tinha certeza. – Que tal Malfoy e Potter? – sugeriu Snape com um sorriso enviesado.

— Outro Potter! Ótima idéia! – disse Lockhart, fazendo um gesto para Harry e Draco irem para o meio do salão, enquanto os demais alunos se afastavam para lhes dar espaço. – Agora, Harry – disse Lockhart. – Quando Draco apontar a varinha para você, você faz isto.

Ele ergueu a própria varinha, tentou um complicado floreio e deixou-a cair. Snape abriu um sorriso quando Lockhart a apanhou depressa, dizendo:

— Epa, minha varinha está um tanto excitada depois desse show que vimos...

Snape aproximou-se de Malfoy, curvou-se e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O garoto riu também. Harry ergueu os olhos, nervoso, para Lockhart e disse:

— Professor, podia me mostrar outra vez como se bloqueia?

— Apavorado? – murmurou Malfoy, falando baixo para Lockhart não poder ouvi-lo.

— Querias! – respondeu Harry pelo canto da boca. Lockhart deu uma palmada bem-humorada no ombro de Harry.

— Faça exatamente como fiz, Harry!

— O quê, deixar cair a varinha?

Mas Lockhart não estava mais escutando.

— Espere! – gritou Charles subindo em cima do palco e se aproximando do ouvido de Harry. Todos observaram o Potter e o Francis abrirem um sorriso.

— Valeu demais, Charls!

Charles piscou para ele e voltou-se para os amigos.
     
— UM... DOIS... TRÊS!

Draco ergueu a varinha depressa e berrou:

Serpensortia!

A ponta de sua varinha explodiu. Harry observou, perplexo, uma comprida cobra preta se materializar, cair pesadamente no chão entre os dois e se erguer, pronta para atacar. Os alunos gritaram recuando rapidamente, abrindo espaço.

— Não se mexa, Potter. – disse Snape tranquilamente, sentindo visível prazer de ver Harry parado imóvel, cara a cara com a cobra irritada. – Vou dar um fim nela...

— Permita-me! – gritou Lockhart. E brandiu a varinha para a cobra, ao que se ouviu um grande baque; a cobra, em lugar de desaparecer, voou três metros no ar e tornou a cair no chão com um estrondo. Enraivecida, sibilando furiosamente, ela deslizou direto para Justino Finch-Fletchley e se levantou de novo, as presas expostas, armada para o bote.

Harry não teve certeza do que o fez agir assim. Nem ao menos teve consciência de decidir fazer o que fez. A única coisa que soube foi que suas pernas o impeliram para frente como se ele estivesse sobre rodinhas e que gritou tolamente para a cobra “Deixe-o em paz!” E milagrosamente – inexplicavelmente – a cobra desabou no chão, dócil como uma mangueira grossa e preta de jardim, seus olhos agora em Harry. Ele sentiu o medo dissolver-se. Sabia que a cobra não atacaria ninguém agora, embora não pudesse explicar como o sabia.

Harry olhou para Justino, sorrindo, esperando o colega parecer aliviado,
intrigado ou até grato, mas certamente não zangado nem apavorado.

— De que é que você acha que está brincando? – gritou, e antes que Harry pudesse responder alguma coisa, Justino virou-lhe as costas e saiu do salão enfurecido.

Snape se adiantou, acenou a varinha e a cobra desapareceu com uma pequena baforada de fumaça preta. Snape, também, olhou Harry de modo inesperado: era um olhar astuto e calculista e Harry não gostou. Teve também uma vaga consciência dos cochichos sinistros que percorriam o salão.

Então sentiu alguém puxá-lo pelas vestes.

— Vamos – disse a voz de Rony ao seu ouvido. – Mexa-se, vamos... – Rony guiou-o para fora do salão, Hermione e o restante do grupo corriam para acompanhá-los.

Quando atravessaram o portal, as pessoas de cada lado recuaram como se tivessem medo de apanhar uma doença. Harry não tinha a menor idéia do que estava acontecendo, e nem ninguém do grupo explicaram nada até terem arrastado o amigo até a sala comunal da Grifinória, naquele momento vazia. Então Rony empurrou Harry para uma poltrona e Charles disse:

— Você é um ofidioglota. Por que não nos contou?

— Eu sou o quê? – perguntou Harry.

— Um ofidioglota! – disse Patrick. – Você é capaz de falar com as cobras!

— Eu sei. Quero dizer, é a segunda vez que faço isso. Uma vez no zoológico açulei, por acaso, uma jibóia contra o meu primo Duda, uma longa história... Ela estava me contando que nunca tinha estado no Brasil e eu meio que a soltei sem querer, isso foi antes de saber que era bruxo.

— Uma jibóia contou a você que nunca tinha ido ao Brasil? – repetiu Rony baixinho.

— E daí? Aposto que um monte de gente aqui pode fazer isso.

— Ah, não. De jeito nenhum. Isto não é um dom muito comum. Harry, isto não é legal. – retrucou Hermione.

— O que não é legal? – perguntou Harry começando a ficar com muita raiva. – Qual é o problema com todo mundo? Escuta aqui, se eu não tivesse dito àquela cobra para não atacar Justino...

— Ah, então foi isso que você disse? – perguntou Dean.

— Que quer dizer com isso? Vocês estavam lá, vocês me ouviram...

— Ouvimos você falar esquisito – respondeu Castiel. – Língua de cobra.

— Você podia ter dito qualquer coisa, não admira que o Justino tenha entrado em pânico, parecia que você estava convencendo a cobra a fazer alguma coisa, deu arrepios, sabe... – disse Jorge olhando para os amigos e depois pra Harry.

Harry ficou de boca aberta.

— Eu falei uma língua diferente? Mas, eu não percebi, como posso falar uma língua sem saber que posso falá-la?

Todos sacudiram a cabeça sem saber responder. Harry não conseguia entender o que havia de tão horrível.

— Querem me dizer o que há de errado em impedir uma enorme cobra de arrancar a cabeça do Justino? Que diferença faz como foi que eu fiz isso, desde que o Justino não precise se associar ao clube dos Caçadores Sem Cabeça?

— Faz diferença sim. – disse Hermione com firmeza – Harry, presta atenção: tem uma razão para o símbolo de Sonserina ser uma serpente. Salazar Slytherin era ofidioglota, ele podia falar com as cobras também.

— Exatamente – confirmou Harriet. – E agora a escola inteira vai pensar que você é o tetra-tetra-tetra-tetra-neto ou coisa parecida...

— Mas eu não sou! – disse Harry, sentindo um pânico que não conseguia explicar – Não posso ser.

— Ele viveu há mil anos. Pelo que se sabe, você podia ser. – comentou Teresa.

— Os boatos sobre você ser o Herdeiro de Slytherin vão voltar. Isso é péssimo! – disse Fred.

Harry já não ouvia mais o que os amigos diziam. Precisava de ar, precisava encontrar Sophie. Ele precisava da irmã.


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