TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 30
Capítulo 30 — Oito Minutos




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— Potter eu posso dizer que, se um balaço não te matou então nada irá te matar. – disse Madame Pomfrey depois de ver a cabeça de Sophie. – Sem contar que está se recuperando bem rápido. Eu esperava que você dormisse durante toda a semana. Aqui, beba. – a mulher ajudou Sophie a beber a água que era oferecida. 

— Isso é bom, certo? – perguntou Sophie sorrindo, depois de ter bebido. – Significa que sou uma garota bem forte.

— Muito bom! Mas ainda irá precisar descansar, creio que mais duas semanas serão suficientes para você. Mas devo avisar que seu nariz pode sangrar e você tenha alguns momentos de tontura antes que se recupere por completo. – avisou Madame Pomfrey. – Irei buscar uma poção que te fará dormir mais um pouco.

— Mas... Eu vou estar boa para o próximo jogo, não vou? – a ruiva perguntou ansiosa, evitando o olhar que Remus havia lançado para ela.

— Sim, Potter, você vai estar no próximo jogo. – respondeu a curandeira revirando os olhos enquanto ia embora.

Assim que ela saiu, Remus foi o primeiro a se sentar ao lado direito da cama dela, e a esquerda da de Harry que só estava sentado na cama. Rony e Hermione estavam sentados ao lado do Potter mais novo, e Erik, Dean, Jorge e Patrick nas cadeiras do lado esquerdo da cama de Sophie, Charles, Castiel, Harriet e Teresa estavam sentados no pé da cama dela. E Fred estava de pé por falta de lugar para ele se sentar.

— Então, o que eu perdi? – Sophie perguntou finalmente sorrindo para todos. – Começando pelo braço do Harry.

— Ah isso? – perguntou Harry levantando um pouco o braço que estava todo engessado. – Isso aqui é trabalho do nosso amado professor, Gilderoy Lockhart.

— O que ele fez?! – questionou Sophie de boca aberta.

— Antes de eu pegar o pomo e você levar um balaço na cabeça para me salvar, aquela coisa bateu com bastante força no meu braço. – explicou Harry calmamente. – Havia quebrado e estava doendo muito, enquanto quando eu peguei o pomo, acabei caindo da vassoura como você...

— Lockhart foi o primeiro adulto responsável a chegar em vocês dois. – continuou Dean. – E... Na hora que ele viu o braço do Harry quebrado, achou que era uma boa ideia virar um Mademo Pomfrey fajudo.

— Ah não... – Sophie fez careta.

— Acabou que o idiota conseguiu tirar todos os ossos no braço de Harry. – terminou Remus com um suspiro. – Juro que tentei matá-lo depois mas Hagrid me segurou.

— Você ainda vai ter sua chance, Moon. – Sophie sorriu para ele. – E as vassouras? Sobreviveram nisso tudo?

— Bem, sorte sua que vocês dois tem amigos muito bons. – cantarolou Dean dando um high-five com Jorge que sorria. – Eu consegui pegar a PhoenixFire antes que ela caísse no chão, e o Jorge conseguiu pegar a Nimbus 2000.

— Estão seguras nos dormitórios de vocês. – disse Jorge. – Estão nos devendo.

— Puff, não fizeram mais que a obrigação de vocês. – brincou Harry rindo. – Obrigado, caras.

— Obrigada. – agradeceu Sophie sorrindo com carinho para os dois.

— Estávamos bem preocupados com vocês. – comentou Teresa pegando a mão de Sophie. – Principalmente você...

— Foi tão ruim assim? – perguntou a ruiva lançando um olhar para Remus que estava olhando para as próprias mãos.

— Bem... – Erik começou passando a mão no pescoço. – Eu fui ver se você tinha pulso e... Bem...

— Fala logo, Erik, você não é de gaguejar... – resmungou Sophie.

— Você não tinha pulso. – terminou o Lehnsherr por fim.

Sophie olhou em total choque para o melhor amigo, piscando várias vezes sem acreditar no que havia acabado de ouvir.

— O que? – perguntou ela novamente baixinho.

— Por... Oito minutos, você estava morta. – disse Erik sério.

“Aqui, é a sua mente.” Alec havia dito para ela. “Estamos no limbo dela. Como eu disse, você quase morreu, aquele balaço te acertou com muita força. Porém, você do futuro se lembrou que eu te salvei, e aqui estou. Te salvando.”

Ela havia morrido. De fato havia morrido e... Alguém do seu futuro havia salvado a vida dela.

— Que bom que eu voltei, então... – sussurrou Sophie, escutando a música no fundo de sua mente novamente. – Eu tenho bastante sorte...

— Estão te chamando de fênix. – comentou Castiel. – E já tão inventando várias histórias sobre o assunto.

— Hogwarts sendo Hogwarts, então. – disse Sophie sorrindo. – E se alguém me chamar de fênix vai levar um soco direto no nariz.

— Eu disse que ela preferia ser chamada de “leoa”. – disse Patrick sorrindo para ela e Sophie piscou para ele.

— E o balaço? – perguntou Sophie novamente. – Descobriram alguma coisa? Foi enfeitiçado?

— Nunca saberemos. – respondeu Rony dando risadinhas. – Hermione explodiu a coisa.

Hermione corou e se explicou:.

— Ia acertar o Harry desacordado caído no chão. Eu não tive muita escolha.

— Você fez bem, Hermione. Não se preocupe. – disse Remus gentilmente para ela. – Agora, posso pedir um tempinho sozinho com meus afilhados, por favor?

— Claro, Remus! – respondeu Charles por todos já se levantando. – A gente volta mais tarde. – disse ele dando um beijo na mão da Potter antes de se afastar.

Rony e Hermione acenaram para eles e saíram. Harriet e Teresa deram beijos nas bochechas dela e depois nas de Harry e saíram também. Jorge, Dean e Patrick deram uma continência preguiçosa para eles antes de seguir os outros. Castiel beijou a ponta do nariz de Sophie, que riu, e um beijo na testa de Harry. Erik beijou a testa de Sophie – “não me assusta assim novamente” sussurrou ele – e com um breve aceno para Harry também saiu.

Por fim, quando Fred fez um movimento para dar um beijo em Sophie, Remus soltou um rosnado que claramente não havia conseguido segurar, e o Weasley com medo saiu as pressas dando um aceno rápido para eles.

— E o lobo paterno ciumento ataca novamente. – cantarolou Harry rindo.

Sophie sorriu também mas quando olhou com mais atenção para o rosto sério e bastante cansado do padrinho, o sorriso logo se foi. Ele tinha olheiras abaixo dos olhos que pareciam bastante vermelhos.

— Você está horrível. – disse ela e Remus bufou. – Eu não perguntei mas... Por quanto tempo estive fora?

— Três dias. – respondeu Remus.

— E você não dormiu em nenhum desses três dias, não é? – perguntou ela triste.

— Não, não dormi. – respondeu Remus com sinceridade.

Era sempre assim, eles não mentiam um para o outro sobre a questão de saúde ou sentimentos. Algo que aprenderam um com o outro desde do início em que começaram a morar juntos. Afinal, era só eles dois contra o resto do mundo. A confiança entre eles era a maior chave daquele relacionamento.

Sophie suspirou, olhando para ele com repreensão.

— Não me olhe assim. – irritou-se Remus. – O susto que levei quando você levou aquele balaço na cabeça e depois cair da vassoura! Eu sabia... Antes que Erik gritasse que você não estava respirando, eu sabia que você não tinha sobrevivido.

Sophie olhou para as próprias mãos.

— Por oito minutos. – continuou Remus. – Por oito minutos você não estava mais aqui.

Quando ela voltou a olhar para o rosto do padrinho, pode ver toda a devastação em seus olhos. E isso fez mais ainda a realidade que de fato ela havia morrido surgir em sua mente. E isso fez ela perceber que para Remus, ela deitada sem vida no gramado, era quase uma imagem de sua própria mãe, assim como Harry caído desacordado ao lado dela, seria uma imagem de James. Ela sabia que seu padrinho nunca havia chegado a ver como os corpos de seus pais estavam, mas agora, ela acreditava que ele tinha uma imagem de como era.

— Remus eu...

— Eu não posso perder você. Nenhum de vocês. – disse ele olhando tanto para quanto para Harry. – Doeria demais.

Sophie olhou para o irmão e depois de volta para o padrinho, estendeu o braço e pegou o braço de Remus, puxando ele para ela, e com cuidado, fez com que ele se debruçasse sobre ela para que assim, pudesse abraçá-lo.

Ainda o abraçando apertado, ela sentiu quando Harry, com o braço bom, passou por ela e Remus, os apertando. Remus abraçou os dois com força, os segurando com tudo que tinha. Desejando que nunca mais tivesse que passar por aquilo.

Eles não precisavam de palavras. Aquele abraço desajeitado dizia mais do que uma carta com mil milhões de “eu te amo”. Eles eram o que eram, e até o momento, eram tudo tinham. 

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


— SOPHIE! – gritou Gina entrando correndo na Ala Hospitalar pulando direto na cama da Potter, abraçando ela com bastante força.

— E a minha Weasley favorita ataca novamente! – disse Sophie sorrindo e abraçando a ruiva jovem de volta.

— Eu fiquei tão preocupada! – disse Gina se afastando um pouco, seus olhos estavam vermelhos de lágrimas. – Todos estavam chorando tanto! E ninguém me dizia o que tinha acontecido!

Aquela declaração fez novamente bater a sensação de que por oito minutos ela estava morta.

— Eu sinto muito por ter assustado, querida. – disse Sophie lançando olhares rápidos para os amigos ao redor, e voltando para Gina. – Mas como você pode ver, estou bem. Os outros estavam sendo dramáticos, apenas isso.

E assim Gina voltou a esconder o rosto no pescoço de Sophie, que abraçou novamente. Benjamin e Luna estavam lá agora também, e pelo olhar no rosto do Greenfire, ela soube que ele sabia que não havia sido apenas drama dos outros.

— Hum... Essa cena me lembrou quando seu pai, Erik, foi tentar entrar para o time da Sonserina de Quadribol como artilheiro e caiu da vassoura. – comentou Remus sorrindo, estava sentado ao lado de Erik e Charles. – Foi um tombo feio, mas felizmente ele só quebrou uma perna e um braço e quando Brian, seu pai Charles, descobriu, ele ficou louco de preocupação.
“Ele entrou na Ala Hospitalar todo desesperado, e estabanado como era, pulou em cima de Richard para abraçar ele. Assim como a Gina está com a Sophie. Richard soltou um grito bem alto quando sentiu o peso de Brian na perna quebrada.”

— Ai. – riu Patrick.

— Exatamente. – disse Remus sorrindo. – Richard perdoou ele no mesmo segundo. Mas isso não era inesperado, não importava a bobagem de que Brian Francis fizesse, Richard Lehnsherr estava lá para cuidar dele. 

Sophie sorriu ao ver Erik olhar cheio de carinho para Charles que estava todo encantado para com Remus. E ela simplesmente soube que, não importa o que acontecesse, Erik Lehnsherr estaria lá para cuidar de Charles Francis.

— Muito bem, já está na hora de todos vocês deixarem meus pacientes em paz. – disse Madame Pomfrey se aproximando deles. – A poção que eu dei para os dois Potter logo ira fazer efeito e eu não quero vocês aqui atrapalhando o sono deles. E estou incluindo você nisso, Lupin. – então ela viu Gina no colo de Sophie – Saía daí menina! Ela não pode carregar nenhum peso desnecessário!

Os dois Potter assistiram com diversão todos irem embora aos empurros de Madame Pomfrey, cada um deles garantindo que voltariam para eles assim que estivessem livres. E com gritos exagerados de Patrick, Jorge e Harriet que amavam eles, finalmente Pomfrey conseguiu os mandar embora.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Já era noite, Sophie e Harry já dormiam tranquilamente. Mas foi por pouco tempo, com um barulho como de um estalo, Harry havia despertado. Olhou para o teto da Ala Hospitalar e quase voltou a dormir mas havia percebido algo se movendo ao lado de sua irmã. Se levantou desajeitadamente por conta do braço enfaixado e se assustou ao encontrar Dobby, o elfo doméstico passando uma esponja com água na testa de sua irmã.

— Dobby?! – exclamou Harry chocado e um pouco alto, acordando Sophie.

— Mas o que...?? – questionou Sophie sonolenta olhando para o elfo que ainda estava com a esponja posicionada na testa da ruiva. – Dobby?

O elfo se afastou e olhou para Harry e para Sophie com os enormes olhos verdes marejados brilhando no escuro do local. E os irmãos puderam notar uma pequena lágrima escorrendo pelo rosto fino da criatura.

— Os irmãos Potter voltaram para a escola. – murmurou ele infeliz. – Dobby avisou. Sophie Potter havia prometido que não voltariam...

— Em minha defesa eu cruzei os dedos atrás das costas quando fiz essa promessa. – disse Sophie ficando vermelha. – Desculpe Dobby mas você não nos deu escolha...

— Os irmãos Potter ignoraram todos os meus avisos. Harry Potter devia ter voltado para casa assim que perdeu o trem. Dobby já estava planejando trazer Sophie Potter para perto do irmão quando Harry Potter conseguiu ir para Hogwarts de outra forma.

— Olha Dobby descu... – Sophie parou, e encarou o elfo como se estivesse o vendo pela primeira vez. – O que você quer dizer com “estava planejando”? Como você sabe que Harry perdeu...

O lábio de Dobby tremeu, e tanto Harry quantos Sophie entenderam.

— Foi você!— disse Harry. – Você impediu a barreira de deixar eu e o Rony passarmos!

— Com certeza, meu senhor – Dobby confirmou vigorosamente com a cabeça, as orelhas abanando. – Dobby se escondeu e esperou Harry Potter e selou o portão, e Dobby teve que passar as mãos a ferro depois – mostrou a Harry e Sophie os dez dedos compridos enfaixados –, mas Dobby não se importou, meu senhor, porque pensou que Harry Potter estava seguro e logo Sophie Potter também estaria, mas Dobby nunca sonhou que Harry Potter fosse chegar à escola por outro meio!

O elfo se balançava para a frente e para trás, sacudindo a cabeça feia.

— Dobby ficou tão chocado quando soube que Harry Potter tinha voltado a Hogwarts que deixou o jantar do seu dono queimar! Dobby nunca foi tão açoitado, meu senhor...

Harry afundou de volta nos travesseiros e Sophie ainda encarava o elfo chocada.

— Você quase fez com que Harry e Rony fossem expulsos! – disse ela furiosa.

— É melhor desaparecer antes que os meus ossos voltem, Dobby, ou eu ainda estrangulo você. – rosnou Harry tão furioso quanto.

Dobby deu um leve sorriso.

— Dobby está acostumado com ameaças de morte, meus senhores. Em casa, Dobby as recebe cinco vezes por dia.

O elfo assoou o nariz numa ponta da fronha imunda que usava, parecendo tão patético, que os dois Potter sentiram a raiva se esvair contra as suas vontades.

— Por que você usa isso, Dobby? – perguntou Harry curioso.

— Isso, meu senhor? – disse Dobby, puxando a fronha. – Isto é a marca de escravidão do elfo doméstico, meu senhor. Dobby só pode ser libertado se seus donos o presentearem com roupas, meu senhor. A família toma cuidado para não passar a Dobby nem mesmo uma meia, meu senhor, se não ele fica livre para deixar a casa para sempre.

Dobby enxugou os olhos saltados e disse de repente:

— Os irmãos Potter precisam ir para casa! Dobby achou que o balaço dele seria suficiente para fazer...

— O seu balaço? – perguntou Sophie, a raiva tornando a subir-lhe à cabeça. – Que é que você quer dizer com o seu balaço? Você fez aquele balaço tentar nos matar?

— Não matar, minha senhora, nunca matá-los! – disse Dobby, chocado. – Dobby quer salvar a vida dos irmãos Potter! Melhor mandá-lo para casa, seriamente machucado, do que ficar aqui, meu senhor! Dobby só queria que eles se machucassem o bastante para serem mandados para casa! Primeiro atacaria Harry Potter e depois o balaço iria atrás de Sophie Potter.

— Só isso?! – exclamou Harry furioso. – Pois adivinha só, Dobby?! Você matou ela! – ele disse cheio de raiva apontando para Sophie que estava em silêncio. – Por oito minutos! Ela morreu por oito minutos por causa da sua ideia estúpida de nos querer longe daqui!

Os olhos de Dobby voltaram a lacrimejar e ele olhou horrorizado e triste para Sophie, então, de repente estava se jogando nos braços dela chorando.

— Me perdoe minha senhora! Por favor, me perdoe! – chorava o elfo. – Dobby não queria! Dobby, monstro, mas Dobby não queria matar.

Sophie suspirou e deu tapinhas fracos nas costas do elfo.

— Suponho que você não vai nos contar por que queria nos mandar para casa aos pedaços? – ela perguntou suavemente.

— Ah, se ao menos os irmãos Potter soubessem! – gemeu Dobby enquanto se afastava, mais lágrimas escorrendo pela fronha esfarrapada. – Se eles soubessem o que significa para nós, para os humildes, para os escravizados, para nós escória do mundo mágico!Dobby se lembra de como era quando Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava no auge dos seus poderes, meus senhores! Nós, elfos domésticos, éramos tratados como vermes, meu senhor! É claro que Dobby ainda é tratado assim, meus senhores. – admitiu, enxugando o rosto na fronha. – Mas em geral, meus senhores, a vida melhorou para gente como eu desde que o senhor Harry Potter venceu Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Harry Potter sobreviveu, e o poder do Lorde das Trevas foi subjugado, e raiou uma nova alvorada, meu senhor, e Harry Potter brilhou como um farol de esperança para todos nós que achávamos que os dias de trevas nunca terminariam, meu senhor... E agora, em Hogwarts, coisas terríveis vão acontecer, talvez já estejam acontecendo, e Dobby não pode deixar Harry Potter ficar aqui, agora que a história vai se repetir, agora que a Câmara Secreta foi reaberta...

Dobby congelou, tomado de horror, e agarrou a jarra de água de Sophie sobre a mesa de cabeceira e quebrou-a na própria cabeça, desaparecendo de vista. Um segundo depois, tornou a subir na cama, vesgo, murmurando: “Dobby ruim, Dobby muito ruim...”

— Então há uma Câmara Secreta! – sussurrou Harry para a irmã. – E... você está me dizendo que ela já foi aberta antes? Me conte, Dobby?

Sophie agarrou o elfo pelo pulso ossudo quando viu a mão dele tornar a se aproximar devagarinho da jarra de água.

— Mas nem eu, nem Harry nascemos trouxas, como podemos estar ameaçado pela Câmara? – perguntou Sophie franzindo a testa.

— Ah, minha senhora, meu senhor, não pergunte mais nada ao pobre Dobby – gaguejou o elfo, os olhos enormes na escuridão. – Feitos tenebrosos estão sendo tramados em Hogwarts, mas os irmãos Potter não devem estar aqui quando acontecerem, vão para casa, irmãos Potter, vão para casa. Sophie e Harry Potter não devem se meter nisso, meus senhores, é perigoso demais...

— Quem é, Dobby? – perguntou Harry, enquanto Sophie ainda estava mantendo o pulso de Dobby preso para impedi-lo de bater outra vez na cabeça com o jarro de água. – Quem abriu a Câmara? Quem a abriu da outra vez?

— Dobby não pode, meu senhor, Dobby não pode, Dobby não deve falar! – guinchou o elfo. – Vão para casa, irmãos Poter, para casa!

— Não vou a lugar nenhum! – respondeu Harry com ferocidade. – Uma das nossas melhores amigas nasceu trouxa; ela será a primeira da lista se a Câmara realmente foi aberta...

— Harry Potter arrisca a própria vida pelos amigos! – gemeu Dobby numa espécie de êxtase de infelicidade. – Tão nobre! Tão valente! Mas ele e Sophie Potter precisam se salvar, devem, eles, não deve...

Dobby de repente congelou, suas orelhas de morcego estremeceram. Sophie e Harry ouviram, também. Havia ruído de passos no corredor.

— Dobby tem que ir! – suspirou o elfo, aterrorizado. Houve um estalo alto, e o punho de Sophie subitamente não estava segurando mais nada.

Os dois irmãos se olharam e rapidamente tornaram a afundar na cama, os olhos fixos no portal escuro da ala hospitalar enquanto os passos se aproximavam.

No momento seguinte, Dumbledore entrou no dormitório, usando uma longa camisola de lã e uma touca de dormir. Ao lado estava Remus que carregava uma extremidade de alguma coisa que parecia uma estátua. A Profª McGonagall apareceu um segundo depois ficando ao lado de Dumbledore enquanto Remus colocava a carga em uma cama.

— Minerva, chame Madame Pomfrey. – disse Dumbledore baixo.

A Profª McGonagall desapareceu rapidamente de vista, passando pelos pés da cama de Harry e Sophie. O dois ficaram deitados muito quietos, fingindo que dormiam e Remus se virou para o diretor.

— O que acha que pode ter acontecido com esse pobre rapaz? – perguntou ele, dando uma olhada para a cama onde os irmãos supostamente dormiam. – Parece petrificado...

— E está. – respondeu Dumbledore se aproximando do ser que estava na cama.

— Que aconteceu? – cochichou Madame Pomfrey para Dumbledore, debruçando-se sobre a estátua na cama.

— Mais um ataque. – respondeu Dumbledore. – Remus e eu o encontramos na escada.

— Havia um cacho de uvas ao lado dele. – informou a professora. – Achamos que ele estava tentando chegar aqui escondido para visitar os Potter.

Os estômagos de Harry e Sophie deram um tremendo salto. Lentos e cuidadosamente, os dois se ergueram alguns centímetros para poder ver a estátua na cama. Um raio de luar iluminava o rosto de expressão fixa.

Era Colin Creevey. Seus olhos estavam arregalados e, as mãos, erguidas diante dele, segurando a máquina fotográfica.

— Petrificado? – sussurrou Madame Pomfrey.

— Está. – respondeu Remus, olhando tristemente para o garoto. – Por Deus, quem faria isso com esse rapaz?

— Me estremeço de pensar... Se Albus e Remus não estivessem descendo para tomar chocolate quente... Quem sabe o que poderia... – Profª McGonagall não havia conseguido terminar.

Os quatro contemplaram Colin. Então Dumbledore se curvou e tirou a máquina fotográfica das mãos rígidas do menino.

— Você acha que ele conseguiu bater uma foto do atacante? – perguntou a professora, ansiosa.

Dumbledore não respondeu. Abriu a máquina.

— Santo Deus! – exclamou Madame Pomfrey.

Um jato de vapor saiu sibilando da máquina. Harry e Sophie, a três camas de distância, sentiram o cheiro acre do plástico queimado.

— Derretidas. – sussurrou Remus pegando a máquina fotográfica que Dumbledore oferecia. – Todas estão derretidas.

— O que significa isto, Albus? – perguntou pressurosa a Profª McGonagall.

— Significa que de fato a Câmara Secreta foi reaberta.

Madame Pomfrey levou a mão à boca. McGonagall arregalou os olhos para Dumbledore e Remus apenas olhou para as camas onde os irmãos que ouviam tudo estavam.

— Mas, Dumbledore... Com certeza... Quem?

— A pergunta não é quem.— respondeu Dumbledore, com os olhos postos em Colin. – A pergunta é, como ela foi reaberta.


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