TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 25
Capítulo 25 — Ecos do Futuro e Vozes Invisíveis




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Tudo estava escuro, Sophie não fazia ideia de onde estava, tudo que sabia era que tudo, absolutamente tudo estava escuro. No fundo de sua mente, ela sentia duas presenças, ao seu redor, cheiro de chuva que ainda parecia distante de chegar. Das duas presenças em sua mente, uma era bastante forte e cheia de calma e segurança, e a outra parecia estar fraca e com medo. Sozinha.

— Ajude–o, Pôr do Sol. Seja o centro da Tempestade Iminente, acorde–o. – sussurrou a voz calmante e velha de seus pesadelos.

Ela olhou em volta procurando pela pessoa que deveria ajudar, mas não viu nada. Porém, ela ouviu, começou baixinho e depois foi aumentando, gemidos e choros de dor. Parecia tão desamparado e assustado que partiu seu coração em apenas ouvir.

— Ele precisa de você. Os monstros estão o alcançando, os monstros irão pegá–lo, você precisa elevar o poder que existe dentro dele, Pôr do Sol. Ele está morrendo. – disse a voz, seu tom agora continha tristeza e urgência.

— Como eu faço isso?! – Sophie perguntou desesperado em meio aos gemidos e choros de dor da pessoa.

Assim que ela fez aquela pergunta, ao fundo ela viu uma luz rápida surgir e depois sumir, como um relâmpago.

— Sua voz, você é o coração dele, apenas sua voz é o bastante para levantá–lo. – falou a voz com força.

— Tempestade! – ela gritou com todas as forças que tinha, e um relâmpago brilhante surgiu no fundo, maior que o primeiro. – Tempestade, você precisa acordar! Você precisa lutar!

Ela arregalou os olhos com a aproximadade que o relâmpago começou a surgir e dessa vez, um trovão ecoou por aquele lugar escuro. O coração dela começou a acelerar de força e vontade de iluminar aquele lugar com os raios, os gemidos e choros da pessoa haviam parado, mas ela ainda sentia que a presença dele estava inseguro, mas faltava pouco para aquela insegurança sumir.

— Inimigos você precisa combater! – ela gritou com mais força e o relâmpago agora estava bem ao lado dela e dessa vez iluminou a sala por quase um minuto. – Nenhum deles vão te derrotar!

Um estrondo de trovão estremeceu seu corpo, mas aquilo só serviu para ela se sentir mais segura. Ela não estava com medo do barulho ou dos raios, ela se sentia segura, se sentia forte por eles.

— Seu corpo pode se encontrar fraco, Tempestade, mas sua alma me tem – ela não sabia de onde aquelas palavras saiam dela, mas ela continuou: – eu sou o seu coração, e juntos, além do impossível iremos chegar, até a onde o sol alcançar. Estamos separados de corpo agora, mas nossas mentes estão unidas, vamos querido, por favor não desista de mim, levante–se!

O trovão e o relâmpago surgiram juntos e dessa vez, duraram por mais de um minuto, Sophie sorriu quando sentiu a presença em sua mente cheia de força e segurança, não estava mais sozinho e estava pronto para se levantar como raio e trovão em propulsão para lutar. E no fundo de sua mente, ela ouviu uma voz escocesa, cheia de carinho e amor:

— Obrigado, garota preciosa.

Olhos chocolates antes do último relâmpago surgir com uma iluminação sobrenatural e um trovão que a fez pular da cama, se sentando de forma abrupta.

No fundo de sua mente uma canção tocava baixa até sumir, deixando apenas um zumbido gentil distante.

Pela janela um raio iluminou o céu seguido por um trovão baixo, mas não estava chuvendo. Sophie se levantou, com cuidado para não machucar Aslan e foi até a janela que mostrava o horizonte. Não havia sinal de chuva, o céu estava limpo e o sol do amanhã já estava começando a surgir. Mas no fundo, ela sentia.

— Sophie – a voz sonolenta de Teresa surgiu em ao seu lado baixinha. – Tudo bem?

— Tudo, Tessie. – respondeu Sophie ainda olhando para o lado de fora da janela. – Só um sonho estranho... Olha o tempo.

Teresa ficou mais ao lado dela, e olhou para o céu.

— Vai fazer calor. – sussurrou Teresa.

— Sim, mas, é mais que isso. – retrucou Sophie franzindo a testa para o céu distante. – Uma tempestade está se aproximando.

— Como assim? Olha pro céu, acho que uma tempestade está bem longe acontecer. – falou Teresa confusa.

Sophie sorriu de lado.

— Não importa quanto tempo demore, Tessie, a tempestade sempre chega onde ela está destinada a chegar. – disse Sophie olhando para a amiga que ainda olhava confusa para o céu. – De qualquer forma, eu não vou dormir mais, vamos tomar café?

— Por favor.

— Vamos, Aslan, hora da refeição mais importante do dia! – disse Sophie dando um tapinha na juba do leão que estava se espreguiçando.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Assim que Sophie e Teresa chegaram no Salão Principal, já viram pelo menos dez alunos já acordado – o que não era muito comum para um sábado de manhã –, entre eles, na mesa da Lufa-Lufa já estavam Patrick, Castiel, Charles e Erik sentados juntos, e só isso já fez o dia de Sophie se tornar mil vezes melhor do que qualquer outro.

Já era o segundo fim de semana deles em Hogwarts, os dias com Erik e Charles haviam se tornado um dos melhores que ela já havia tido, ainda mais com a aproximidade se Castiel, Patrick, Teresa e Dean para com o grupo.

— Bom dia! – cumprimentou a ruiva os amigos, se sentando ao lado de Erik enquanto Teresa se sentava ao lado de Patrick. – Como estão, minhas pessoas favoritas?

— Com sono. – respondeu Patrick bocejando. – Castiel me derrubou da cama, sinceramente eu não acho isso atitude de amigo.

— É atitude de amigo sim. – retrucou Castiel. – Você dorme demais, Jane!

— A Harriet também dorme demais e o Charles não vai no quarto dela para acorda-lá. – resmungou Patrick fazendo careta.

— Na verdade eu não vou porque não tem como garotos entrarem nos dormitórios das garotas. – comentou Charles dando de ombros, recebendo sorrisos de Teresa e Sophie.

— Charls, você precisa parar de andar com o Castiel, ele é má influência para você. – falou Patrick.

— E você é uma boa influência, né? – perguntou Teresa, a sobrancelha esquerda levantada para o loiro.

— Eu não disse isso, mas obrigado Lisbon por me considerar uma boa influência! – respondeu Patrick sorrindo para a morena.

— Ele te pegou nessa. – disse Erik sorrindo. – Você não levanta tão cedo nos fins de semana, Sophie, o que aconteceu, caiu da cama?

— Sonho estranho. – respondeu ela dando de ombros.

— Agora, acho que deveríamos aproveitar essa oportunidade em que os gêmeos não estão aqui para perguntar – começou Patrick olhando diretamente para Sophie. –, o que você estava pensando quando aceitou namorar com Fred?

Sophie, que estava bebendo suco de laranja, assim que escutou a pergunta, começou a tossir e boa parte do líquido voou para a cara de Castiel que fez careta de nojo.

— Desculpe, Cas. – ela pediu para o garoto e então voltou-se para Patrick. – O que?!

— O que? Todos estamos nos fazendo essa pergunta! – retrucou Jane. – Vocês nem agem como namorados.

— Isso é verdade. – concordou Teresa. – O Wayne e a Grace não saem de perto um do outro...

— Mas você sempre parece arrumar um jeito de ficar o mais afastada do Fred possível. – continuou Castiel.

— Não sou grudenta. – respondeu Sophie rapidamente.

— Harriet disse que o pedido de namoro foi em público. – comentou Charles timidamente.

— Muito bem lembrado, Charles! – exclamou Patrick orgulhoso. – Pressão! Essa é a resposta, você aceitou por pressão.

— Temos um detetive aqui. – resmungou Sophie evitando os olhos dos amigos.

— Consultor, eu vou ser consultor de detetives. Deixo a parte de detetive para a Teresa. – cantarolou Jane sorrindo. – Foi isso, não foi?

Sophie não respondeu, mas ela sabia que seu silêncio seria ouvido como confirmação.

— Isso foi burrice. – disse Erik sério para ela.

— Eu não sabia o que fazer, tá legal? – retrucou Sophie irritada. – Ele estava lá na minha frente, todo esperançoso esperando por um “sim”, e Harriet estava fazendo sinal de joinha para mim... E tinha alguns estranhos olhando a cena também. – ela suspirou afastando o prato, havia perdido a fome. – Quando me dei conta, havia dito sim.

— Ah, Soph. – Castiel balançou a cabeça para ela. – Deve ter sido um terror.

Sophie bufou, lembrando claramente do dia.

— Você tem que terminar com ele. – disse Erik com os braços cruzados.

— Eu concordo com nosso tubarão branco. – falou Patrick. – Isso só vai acabar em briga.

— Mas e se for apenas a estranheza da situação? – Sophie perguntou olhando para eles. – Eu e ele somos amigos desde do primeiro trem, talvez eu esteja apenas me acostumando com isso tudo.

— Sophie... – Teresa começou.

— Não, gente, sério, talvez seja o certo. Quero dizer, ele é seguro para um namoro, eu o conheço... Quem sabe, no final da tudo certo. – ela disse sorrindo fraco.

Todos se entre-olharam e concordaram.

— O máximo que esse benefício da dúvida para esse namoro pode acontecer se der errado, é uma briga. – concordou Charles. – É o seu direito, Sophie, se você acha que deve continuar seguindo em frente, então que assim seja, estamos com você.

— Valeu, gente. – ela sorriu para eles. – Eu sei que você é contra, então se no fim der errado, pode ficar avontade para dizer que me avisou. – ela sussurrou para o Lehnsherr que sorriu de lado.

— Vou me lembrar disso.

Sophie não sabia a explicação para sua amizade com Erik ter crescido de maneira tão forte, e cheia de confiança, mas ela estava extremamente feliz em ter aquele garoto ao lado dela.

— Te achei!

Sophie pulou de onde estava sentada e olhou para Olívio Wood que estava de pé ao lado dela, dando pequenos pulos ansiosos.

— Mas o que...

— Prática de quadribol, agora!

— Eu ainda to de pijama...

— Pode voar de pijama, então.

— Minha vassoura está no dormitório.

Olívio choramingou.

— Urgh, ta bom, vai se trocar e pega sua vassoura, estarei esperando por você na quadra! – disse ele já correndo para fora do grande salão.

— Bom dia para você também, Olívio! – gritou Patrick rindo. – Bem, o dever de jogadora chama.

— Fazer o que né, eu dou vida para esse time. – ela piscou para os amigos enquanto se levantava.

— Vamos esperar pela Harriet e o Dean e iremos te ver. – informou Castiel.

— Tá bom, até mais tarde!

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Harry havia acabado de sair de seu dormitório com as vestes de jogo e segurando sua Nimbus 2000. Estava morrendo de sono, era cedo demais mas nada podia fazer para voltar a dormir já que Olívio resolvera que aquele era um bom horário para o primeiro treino do time da Grifinória.

Acabara de chegar ao buraco do retrato quando ouviu um estardalhaço às suas costas, e Colin Creevey apareceu correndo escada abaixo, a máquina fotográfica balançando feito louca ao pescoço e alguma coisa segura na mão.

— Ouvi alguém dizer o seu nome na escada, Harry! Olhe só o que tenho aqui! Mandei revelar, queria lhe mostrar...

Harry examinou confuso a foto que Colin sacudia debaixo do seu nariz. Numa foto preto e branco, um Lockhart em movimento puxava com força um braço que Harry reconhecia como seu. Ficou satisfeito ao ver que o seu eu fotográfico resistia bravamente e recusava a se deixar arrastar para dentro da foto. Enquanto Harry observava, Lockhart desistiu e se largou, ofegante, contra a margem branca da foto.

— Você autografa? – perguntou Colin, ansioso.

— Não – disse Harry sem rodeios, olhando para os lados para verificar se a sala estava realmente deserta. – Desculpe, Colin, estou com pressa, prática de quadribol...

E atravessou o buraco do retrato.

— Uau! Espere por mim! Nunca vi um jogo de quadribol antes!

Colin subiu pelo buraco atrás de Harry.

— Vai ser bem chato – disse Harry depressa, mas o garoto não lhe deu atenção, seu rosto iluminava-se de excitação.

— Você foi o jogador da casa mais novo em cem anos, não foi, Harry? Não foi? – perguntou Colin, caminhando ao lado dele. – Você deve ser genial. Eu nunca voei. É fácil? Esta vassoura é sua? É a melhor que existe?

— Na verdade a melhor que existe é a minha.

Harry sorriu e olhou para trás, sua irmã saía do buraco do quadro também vestida com as roupas do time e segurando a PhoenixFire.

— Bom dia, doce irmã! – cumprimentou Harry.

— Bom dia, querido irmão! – ela bagunçou o cabelo dele. – Olá Colin.

Os olhos de Colin se iluminavam mais quando Sophie estava presente. Harry, porém, não sabia se era pelo fato dela ser irmã dele ou por estar apenas encantado por ela.

— Sophie! Oi! Puxa você também é jogadora do time?! – ele havia ficado mais animado que antes. – Você deve ser tão incrível quanto Harry, né?! Vocês dois juntos voando! Puxa!

Harry não sabia como se livrar do coleguinha. Era como ter uma sombra extremamente tagarela. E pelo sorriso forçado de Sophie, ela estava tão cansada do garotinho quanto ele.

— Eu não entendo bem de quadribol – disse Colin sem fôlego. – É verdade que tem quatro bolas? E duas ficam voando em volta dos jogadores tentando tirá-los de cima das vassouras?

— É – disse Harry a contragosto, conformado em explicar as regras complicadas do quadribol. – Chamam-se balaços. Há dois batedores em cada time armados de bastões para rebater os balaços para longe do seu time. Fred e Jorge Weasley batem pela Grifinória.

— E para que servem as outras bolas? – perguntou Colin, derrapando dois degraus porque olhava boquiaberto para Harry.

— Bem, a goles, a bola vermelha meio grande, é a que faz os gols. Três artulheiros em cada time atiram a goles um para o outro e tentam metê-la entre as balizas na extremidade do campo, são três postes compridos com aros na ponta. Sophie é uma artilheira.

— Uau, Sophie! – Sophie fingiu estar tão animada quanto Colin. – E a quarta bola...

— ... é o pomo de ouro – disse Harry –, e é muito pequena, muito veloz e difícil de agarrar. Mas é isso que o apanhador tem que fazer, porque um jogo de quadribol não termina até o pomo ser capturado. E o apanhador que agarra o pomo para o time ganha cento e cinquenta pontos a mais.

E você é o apanhador da Grifinória, não é? – perguntou Colin cheio de admiração e respeito.

— Sou – respondeu Harry enquanto deixavam o castelo e começavam a atravessar o gramado encharcado de orvalho. – E tem o goleiro também. Ele guarda as balizas. É isso, em resumo.

— Colin, você não vai poder entrar no vestiário, vai lá nos bancos para poder assistir o treino, sim? – pediu Sophie dando um leve empurrão no garoto para as bancadas.

— Eu estarei lá, podem contar comigo! Estarei torcendo por vocês! – e saiu correndo.

Os outros jogadores do time da Grifinória já estavam no vestiário. Wood era o único que parecia realmente acordado. Fred e Jorge estavam sentados, os olhos inchados e os cabelos despenteados, ao lado de Ká Bell que parecia estar cabeceando contra a parede em que se encostara. E tinha Angelina Johnson, ao lado dela, que bocejava.

— Finalmente! Meus dois pomos de ouro! – exclamou Olívio ao vê-los. – Agora, eu queria ter uma conversinha com vocês antes de irmos para o campo, porque passei o verão imaginando um programa de treinamento completamente novo, que acho que vai fazer toda a diferença...

Wood ergueu um grande diagrama de um campo de quadribol, em que estavam desenhadas muitas linhas, setas e cruzes em tinta de cores diversas. Depois, puxou a varinha, deu uma batidinha no desenho, e as flechas começaram a se deslocar pelo diagrama como lagartas.

Quando Wood deslanchou um discurso sobre as novas táticas, a cabeça de Fred Weasley despencou no ombro de Jorge e ele começou a roncar.

O primeiro quadro levou quase vinte minutos para ser explicado, mas havia outro por baixo daquele, e um terceiro por baixo do segundo. Harry mergulhou num estupor durante a falação interminável de Wood. E pelo olhar vazio de Sophie direcionado á uma pequena aranha que passava no chão, ela também não estava prestando atenção.

— Então – disse Wood, finalmente, arrancando Harry de uma irrealizável fantasia sobre o que estaria comendo no café da manhã, naquele instante, no castelo. – Ficou claro? Alguma pergunta?

— Tenho uma pergunta, Olívio – disse Jorge, que acordara assustado. – Você não podia ter explicado tudo isso ontem quando a gente estava acordado?

Wood não gostou.

— Agora, ouçam aqui, vocês todos – disse, amarrando a cara. – Nós devíamos ter ganhado a taça de quadribol no ano passado. Somos sem favor nenhum o melhor time da escola. Mas, infelizmente, devido a circunstâncias fora do nosso controle...

Harry se mexeu cheio de culpa no banco. Estivera inconsciente na ala hospitalar no último jogo do ano anterior assim como Sophie, o que significava que a Grifinória tivera dois jogadores a menos e sofrera sua pior derrota em trezentos anos.

Wood esperou um instante para recuperar o próprio controle. A última derrota, visivelmente, continuava a torturá-lo.

— Então, este ano, vamos treinar mais do que jamais treinamos... Muito bem, vamos colocar as nossas teorias em prática! – gritou Wood, agarrando a vassoura e saindo do vestiário.

Com as pernas dormentes e ainda bocejando, o time o acompanhou. Tinham passado tanto tempo no vestiário que o sol já estava todo de fora, embora ainda se vissem restos de névoa sobre o gramado do estádio. Quando Harry entrou em campo, viu Rony, Mione, Harriet, Charles, Erik, Patrick, Teresa e Castiel sentados nas arquibancadas.

— Vocês ainda não acabaram? – gritou Rony surpreso.

— Nem começamos – respondeu Harry, olhando com inveja a torrada com geleia que Rony e Mione tinham trazido do Salão. – Wood esteve ensinando novas jogadas ao time.

Ele montou na vassoura, meteu o pé no chão para dar impulso e saiu voando seguindo a liderança de Sophie. O ar frio da manhã bateu em seu rosto, acordando-o com muito mais eficiência do que a longa conversa de Wood. Era uma sensação maravilhosa estar de volta a um campo de quadribol.

Ele e Sophie voaram pelo estádio inteiro apostando corrida com a irmã, ela venceu duas vezes e ele uma.

— Que clique-clique esquisito é esse? – gritou Fred passando por eles.

Harry olhou para as arquibancadas. Colin estava sentado em um dos lugares mais altos, a máquina fotográfica levantada, tirando fotos seguidas, o som estranhamente ampliado no estádio deserto.

— Olhe para cá, Harry! Sophie! Para cá! – gritava se esganiçando.

— Eu devia ter dito para ele que meu sobrenome era Lupin. – resmungou Sophie.

— Somos irmãos, temos que compartilhar nossos fardos. – retrucou Harry sorrindo marotamente para ela.

— Quem disse tal bobagem?

— Remus.

— Aquele lobo velho diz cada coisa ridícula.

— Quem é aquele? – perguntou Olívio irritado.

— A gente não tem ideia. – mentiu Sophie fazendo cara de inocente.

— Por que aquele aluninho de primeiro ano está tirando fotos? Não gosto disto. Pode ser um espião da Sonserina, tentando descobrir o nosso novo programa de treinamento. – continuou Olívio olhando para Colin como se ele fosse a pior escória que já existiu.

— Ele é da Grifinória – informou Harry depressa.

— E o pessoal da Sonserina não precisa de espião, Olívio – acrescentou Jorge.

— Por que você está dizendo isso? – perguntou Wood irritado.

— Porque eles vieram pessoalmente – respondeu Jorge apontando.

Vários alunos de vestes verdes estavam entrando em campo, de vassouras na mão.

— Eu não acredito! – sibilou Wood indignado. – Reservei o campo para hoje! Vamos cuidar disso.

— Lá vem meleca. – sussurrou Sophie para Harry que concordou.

Os dois desceram de forma rápida e pisaram ao chão com duas formas de elegância. A elegância de Sophie e a elegância de Harry, isso já é alto explicativo.

— Flint! – berrou Wood para o capitão da Sonserina. – Está na hora do nosso treino! Levantamos especialmente para isso! Pode ir dando o fora!

Marcos Flint era ainda mais corpulento do que Wood. Tinha uma expressão de trasgo astucioso quando respondeu:

— Tem bastante espaço para todos nós, Wood.

Angelina e Kátia tinham se aproximado também. Não havia mulheres no time da Sonserina, para ficarem, ombro a ombro, com ar de desdém, encarando as jogadores da Grifinória.

Sophie olhou para Dean que estava um pouco afastado do time da Sonserina, e pela cara que o Winchester estava, ela tinha certeza que ela não ia gostar do que estava para acontecer.

— Mas eu reservei o campo! – disse Wood, praticamente cuspindo de raiva. – Eu reservei!

— Ah, mas tenho um papel aqui assinado pelo Prof. Snape. “Eu, Prof. Snape, dei ao time da Sonserina permissão para praticar hoje no campo de quadribol, face à necessidade de treinarem o seu novo apanhador.”

— Vocês têm um novo apanhador? – perguntou Wood, distraído. – Onde?

E por trás dos seis jogadores grandalhões surgiu diante deles um sétimo, menor, com um sorriso que se irradiava por todo o rosto pálido e fino. Era Draco Malfoy.

— Olha, tenho que dizer, tem que ter coragem – comentou Sophie rindo. – Porque noção não tem nenhuma mesmo.

— Está sentindo isso, Sophie? – perguntou Angelina sorrindo para a ruiva. – Cheiro de inveja.

— Sinto isso toda vez que esbarro no Malfoy, Angel. – respondeu Sophie. – Então o filho do papai conseguiu uma vaga no time da Sonserina. Bravo, Draco! Devemos nos preocupar?

Dean sorriu largo para ela.

— Engraçado você falar do pai do Draco, Potter. – retrucou Flint sorrindo. – Olha o presente generoso que ele nos deu.

Os sete mostraram as vassouras. Sete cabos polidos, novos em folha, e sete conjuntos de letras douradas, formando as palavras Nimbus 2001, reluziam sob os narizes dos jogadores da Grifinória, ao sol do amanhecer. Mas para o desprazer dos Sonserinos, Sophie realmente soltou uma risada sem ser de sarcasmo. 

— Agora eu entendi! – exclamou Sophie parando de rir mas ainda com um sorriso maroto no canto dos lábios. – Lúcio pagou para o filho entrar! Oh mas é muita generosidade dele! Preciso realmente mencionar para o diretor sobre como ele pode gastar esse dinheiro! Um sofá novo cairia bem naquela sala. – ela deu de ombros e se voltou para os sonserinos irritados em sua frente. – Mas eu fico feliz por você ter encontrado um apanhador, Flint realmente fico. Mas, como sou uma cidadã que se preocupa com meus colegas, já deixo avisado Malfoy, tenha cuidado nos dias de jogo. Ouvi dizer que nessa época do ano os balaços são bem nervosinhos. – piscou para o loiro que pareceu ficar assustado por alguns momentos.

Flint tentou uma última vez abalar o time da Grifinória, que gracas a Sophie, ainda estava bem firme e sem medo daquelas vassouras.

— São as 2001! São as mais rápidas...

— Não importa a velocidade da vassoura, meu caro Flint. – retrucou Sophie sem deixar o rapaz terminar. – O que importa é o que você pode fazer em cima dela. Boa sorte lidando com esse aí – acenou para Draco –, conhecendo ele, só entrou no time para ficar indo atrás do Harry e não do pomo.

Dean começou a tossir e Sophie sorriu mais largo sabendo que o amigo estava disfarçando a risada. Mas, seu sorriso se tornou mais genuíno quando viu que ele era o único que não estava segurando uma Nimbus 2001.

Harry viu uma movimentação pelo canto do olho, e quando olhou, viu o grupo invadindo o campo e correndo até eles.

— Que é que está havendo? – perguntou Rony já próximo de Harry. – Por que vocês não estão jogando? E que é que ele está fazendo aqui?

Olhava para Draco, reparando nas vestes de Quadribol com as cores da Sonserina que o garoto usava.

— Sou o novo apanhador da Sonserina, Weasley. – disse Draco, presunçoso. - O pessoal...

Sophie bufou uma risada.

— Permita-me corrigi-lo, Malfoy. Você não é um apanhador. Primeiro que você não é rápido nem para entender uma ironia, então baixa a bola. – retrucou Sophie revirando os olhos. – O pai dele pagou para ele entrar. – disse ela para o grupo.

Teresa, Hermione e Harriet olhavam com nojo para Malfoy. Erik, Patrick, Castiel e Charles estavam sérios.

— Cala a boca, Potter. – Draco finalmente disse irritado.

— Não fala com ela assim. – Patrick disse de repente dando um passo ficando ao lado de Sophie.

Seu rosto estava mais sério do que Harry jamais havia visto. Teresa olhava para ele entregar orgulho e surpresa, assim como os outros integrantes do grupo.

— Olha, não se mete. – disse Draco vermelho.

— Eu me meto sim, você não pode falar com ela assim. – disse Patrick seu tom de voz calmo porém cheio de frieza.

— Tá tudo bem, Pat. – Sophie tocou no braço do amigo. – Obrigada.

— Pelo menos ninguém do time da Grifinória teve de pagar para entrar. – falou Mione com aspereza. – Entraram por puro talento.

Malfoy ficou mais irritado.

— Ninguém pediu sua opinião, sujeitinha de sangue-ruim! – rosnou ele com o rosto inteiro vermelho.

A raiva e choque estavam claras no rosto do time da Grifinória, e do grupo. Se expressões pudessem matar, Draco já estaria morto pelos rostos de Sophie, Patrick, Teresa e Erik. Harry estava sem entender o porque todos haviam ficado assim, mas não tempo de perguntar nada pois Rony, que estava com o rosto mais vermelho que qualquer um ali, partiu para cima de Malfoy e Harry teve que ser rápido para segurar o amigo.

— Seu idiota! Estúpido! Nojento! Eu vou lavar sua boca com Limpa Gnomo seu miserável! – gritava Rony tentando escapar dos braços de Harry.

Draco agora estava rindo junto com o time da Sonserina – menos Dean, que já havia se juntado para ficar ao lado do grupo –, porém sua risada morreu logo, seu rosto ficou pálido, e ele começou a tossir muito. Flint e os outros alunos começaram a perguntar o que havia acontecido e a resposta de Malfoy foi... Vomitar uma enorme lesma.

— Draco! – exclamou Flint enojado. – Você come lesma?!

— Oh jamanta, ele tá quase morrendo, é melhor levar ele para a Ala Hospitalar se quiser ter o seu apanhador vivo. – gritou Olívio rindo.

— Não acabou aqui, Wood! A vitória é nossa este ano! – rosnou Flint se afastando junto com os outros, levando um Malfoy que não parava de vomitar lesmas um segundo sequer.

Harry se virou rindo para os amigos mas sua risada parou quando viu o rosto choroso de Hermione. Ele não perdeu tempo e foi até ela a puxando para um abraço de lado, acariciando as costas dela enquanto ela escondia o rosto no peito dele. Harry olhou para o restante dos amigos, que olhavam para Mione com tristeza.

— Olive, a gente tem muito tempo para treinar depois. – disse Sophie para o capitão do time. – Somos o time perfeito, mesmo que eles tenham essas vassouras bonitas, nós temos talento como nossa Mione disse. Vamos deixar esse treino pra depois?

Olívio sorriu para ela, e de repente – para o desagrado de Fred –, ele se aproximou dela e deu um beijo gentil na testa dela.

— Vai cuidar do seu grupo, ruiva. Você já nos deu bastante força por hoje. – ele disse se afastando.

Sophie sorriu para os colegas de time e com uma piscada para eles, se voltou para o grupo.

— Vamos para o Hagrid.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


— O que foi que aconteceu? – perguntou Hagrid assim que estavam todos acomodados na cabana do meio-gigante. 

— Malfoy. – respondeu Harry olhando para Mione que estava triste. – Ele chamou a Hermione... ah.. bom eu não sei direito o que quer dizer. 

Sophie estava sentada na mesa olhando para a janela com Erik ao lado dela falando baixinho com ela. Patrick e Castiel estavam olhando tudo em volta da cabana de Hagrid, Teresa e Charles estavam junto de Harry consolando Hermione. Dean, Fred, Harriet, Jorge e Rony estavam sentados juntos.

Hermione se levantou e ficou de costas para todo mundo.

— Me chamou de sangue-ruim. – disse ela com a voz trêmula. 

— Ele não fez isso! – exclamou Hagrid assustado. 

— O que isso quer dizer? – perguntou Harry por fim.

— Quer dizer sangue-sujo. – respondeu Patrick ainda olhando em volta. – Sangue-ruim é a pior ofensa para alguém que nasceu trouxa, cujo os pais não sejam bruxos...

— Alguém como eu. Não é coisa que se diga numa conversa civilizada. – disse Hermione ainda de costas. 

— O problema Harry, é que existem bruxos... – começou Teresa. – Como os da família de Malfoy. Que se acham melhores do que todos por serem o que os outros chamam de sangue-puro.

— Isso é horrível. – falou Harry sentindo bastante nojo de Draco.

— É nojento. – disseram Harriet, Castiel e Rony.

— E é ridículo falarem isso. Sangue-sujo! Não existe um bruxo hoje que não seja mestiço ou coisa pior. O importante é que ainda não inventaram um feitiço que nossa Mione não consiga fazer. – falou Hagrid fazendo Hermione olhar para ele com um pequeno sorriso. – Vem cá. – estendeu a mão para a garota e ela segurou. – Não ligue para isso, Hermione. Não quero que pense nisso nem mais um minuto, tá bem?

Hermione sorriu e enxugou as pequenas lágrimas que saíam.

— Bem, agora que nossa adorável Hermione está sorrindo novamente, posso perguntar. – falou Patrick com um largo sorriso. – Quem lançou o Cara de Lesma no Malfoy?

Todos olharam com expetativa para Erik e Teresa, porém, a pessoa que levantou a mão surpreendeu todos.

— Charles?! – exclamaram os gêmeos com os olhos arregalados para o rapaz.

Charles Francis tinha um sorriso brincalhão no rosto.

— Ele mereceu. – disse o rapaz dando de ombros. – Não vou ficar encrencado, vou?

Sophie riu alto e se levantou puxando Charles para um abraço apertado.

— Você é um coração precioso, Charles Francis! Lembre-se sempre disso! – ela disse alegre dando um beijo na bochecha dele que corou.

— É isto, estou adotando um irmão. – falou Castiel puxando um papel do bolso das vestes. – E é você, Charles. Assine aqui. 

Charles riu e deu um empurrão leve em Castiel. Hermione por sua vez deu um abraço repentino no garoto que após um minuto surpreso, abraçou ela de volta.

— Obrigada. – sussurrou a garota.

Charles sorriu feliz.

— Aqui por você sempre que precisar, Mione. – sussurrou o garoto de volta.

— Muito bem feito, Charles! Bem feito! – Hagrid bateu palmas para Charles.

— Ei, Hagrid, antes de entrarmos você disse que pensou que era o Prof. Lockhart. Por que? – perguntou Fred com a testa franzida.

— Aquela coisa estava me dando conselhos para manter um poço livre de algas! – rosnou Hagrid, tirando um galo meio depenado de cima da mesa bem esfregada e pousando nela o bule de chá. – Como se eu não soubesse! E ainda fez farol sobre um espírito agourento que ele espantou. Se uma única palavra do que disse for verdade eu como a minha chaleira.

Sophie riu assim como os amigos. Harry ficou surpreso ao ver Hagrid falando mal de outro professor, o guarda-caça nunca foi de falar isso – nem mesmo sobre Snape –. Já Mione, que havia soltado Charles, havia ficado séria e disse alto:

— Acho que você está sendo injusto. É óbvio que o Prof. Dumbledore achou que ele era o melhor candidato para a vaga... 

— Ele era o único candidato - disse Hagrid, oferecendo-lhes um prato de quadradinhos de chocolate. – E quero dizer o único mesmo. Está ficando muito difícil encontrar alguém para ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas. As pessoas não andam muito animadas para assumir esta função. Estão começando a achar que esta enfeitiçada. Ultimamente ninguém demorou muito nela.

— Isso é verdade. – concordou Sophie. – E ele tem razão Mione, o próprio diretor me disse que ele não teve escolhas. Sem contar que Lockhart estava mandando cartas para ele o tempo todo pedindo para o emprego.

— Eu tenho é dó. – comentou Dean.

— Harry. – disse Hagrid abruptamente como se tivesse lhe ocorrido um pensamento repentino. – Tenho uma reclamação sobre você. Ouvi falar que andou distribuindo fotos autografadas. Como é que não ganhei nenhuma?

Furioso, Harry desgrudou os dente de chocolate.

— Não andei distribuindo fotos autografadas! – disse alterado. – Se Lockhart e Malfoy continuam a espalhar este boato...

Mas, então, ele viu que Hagrid estava rindo, assim como todos do grupo, e parou.

— Só estou brincando. – disse, dando palmadinhas amigáveis nas costas de Harry, fazendo-o enfiar a cara na mesa. – Eu sabia que não tinha dado. Eu disse a Lockhart que você não precisava fazer isso. Você é mais famoso do que ele sem fazer a menor força.

— Aposto como ele não gostou disso. – comentou Harry erguendo a  cabeça esfregando o queixo.

— Acho que não. – respondeu Hagrid, com os olhos cintilando. – E então falei que nunca tinha lido um livro dele e ele resolveu ir embora.

— Hagrid você quer participar da nossa campanha Defesa Contra Gilderoy Lockhart? – perguntou Jorge fazendo todos rirem. 

— Podem contar comigo! – respondeu o meio gigante rindo. – Venham ver o que andei plantando. – convidou ele quando todos terminaram de beber o chá.

Na pequena horta nos fundos da casa havia uma dúzia das maiores abóboras que os garotos já vira. Cada uma tinha o tamanho de um pedregulho.

— Estão crescendo bem, não acham? – perguntou Hagrid alegre. – Para a Festa das Bruxas... Até lá já devem estar bem grandes.

— Que é que você está pondo na terra? – perguntou Harry.

Hagrid espiou por cima do ombro para ver se estavam sozinhos.

— Bom, tenho dado, sabe, uma ajudinha...

Harry e  Sophie repararam no guarda-chuva florido de Hagrid encostado na parede dos  fundos da cabana. Eles sempre tiveram razões para acreditar até aquele momento que aquele guarda-chuva não era bem o que parecia; na verdade, tinham a forte impressão de que a velha varinha escolar de Hagrid se escondia dentro dele. O guarda-caça fora expulso de Hogwarts no terceiro ano, mas nenhum dos irmãos descobrira a razão - era só mencionar o assunto, e ele pigarreava alto e se tornava misteriosamente surdo até que se mudasse de assunto.

— Um feitiço de engorda? – perguntou Mione, num tom de quem se diverte e desaprova. – Bem, você fez um bom trabalho.

— Foi o que a irmãzinha de vocês disse.  comentou Hagrid, fazendo sinal a  Rony, Fred e Jorge. – Encontrei-a ainda ontem. – Hagrid olhou de esguelha para Harry, a barba mexendo. – Ela me disse que estava só dando uma olhada pelos jardins, mas eu calculo que estava na esperança de encontrar alguém na minha casa. – E piscou para Harry. – Se alguém me perguntasse, ela é uma que não recusaria uma foto...

— Ah, cala a boca. – disse Harry voltando para dentro da cabana.

Todos riram e voltaram para dentro também. Ficaram conversando com Hagrid sobre várias coisas até dar a hora do almoço. Eles partiram com pressa direto para o castelo, afinal, Harry, Fred e Jorge ainda não haviam comido nada e estavam com as barrigas rocando bastante.

— Então... – Sophie começou a dizer para Dean, eles dois eram os últimos do cortejo para o castelo. – Você não está segurando uma Nimbus 2001.

— Não preciso de uma. – disse Dean sorrindo. – Essa aqui nunca me deixou na mão, confio mais nela do que em qualquer outra. – falou ele levantando a vassoura Impala 67, que era de cor preta como a Nimbus 2001 mas com um formato mais robusto. – E a última coisa que eu quero é ter algo haver com Lúcio Malfoy.

Sophie sorriu para ele.

— Agora, eu tenho que dizer – começou ele olhando para ela. – Você e Fred, é algo que não deveria estar acontecendo.

— Você também não! – choramingou a ruiva.

— Ah então os outros já comentaram? Bom. – ele riu. – É sério, ruiva, existem limites para idiotices e você está passando todos eles.

— Cala a boca, Winchester. – resmungou ela.

Ele parou de andar e a segurou no braço, a parando junto. Então estendeu a mão para ela.

— Certo, é o seguinte Potter, se você fazer mais pontos que eu no jogo de quadribol, eu serei seu elfo doméstico por duas semanas, se eu vencer então você vai tomar juízo.

Sophie olhou do rosto do amigo e para a mão dele, o sorriso maroto em seu rosto já era a resposta de Dean.

— Fechado. – ela disse apertando a mão dele. – É bom você ser um elfo doméstico muito bom.

— E é bom o seu juízo voltar assim que o jogo acabar.

Eles riram juntos e continuaram seguindo os amigos que já estavam entrando no castelo.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Assim que Harry e Rony pisaram no Salão Principal, a professora Minerva os abordou:

— Aí estão vocês, Potter, Weasley. – A Profª McGonagall veio em direção a eles, com a cara séria. – Vocês dois vão cumprir suas detenções hoje à noite.

— O que nós fizemos, professora? – perguntou Rony, contendo, nervoso, um arroto.

Você vai polir as pratas na sala de troféus com o Sr. Filch. E nada de magia, Weasley, no muque.

Rony engoliu em seco. Argo Filch, o zelador, era detestado por todos os alunos da escola.

— E você, Potter, vai ajudar o Prof. Lockhart a responder às cartas dos fãs.

— Ah, n..., professora, não posso ir também para a sala de troféus? – perguntou Harry desesperado.

— É claro que não – respondeu ela, erguendo as sobrancelhas. – O Prof. Lockhart fez questão de que fosse você. Oito horas em ponto, os dois.

Harry e Rony continuaram curvados para o Salão Principal, no pior estado de ânimo possível, Hermione atrás deles, com aquela expressão bom-vocês-desobede-ceram-ao-regulamento enquanto o restante dos amigos seguravam as risadas. Eles se sentaram na mesa da Corvinal daquela vez.

Harry nem apreciou o empadão tanto quanto pretendera. Os dois, ele e Rony, acharam que tinham se dado muito mal.

Sophie e Dean chegaram minutos depois, se sentando ao lado de Teresa e Charles.

— Filch vai me prender lá a noite inteira – disse Rony, com a voz deprimida. – Nada de magia! Deve ter umas cem taças naquela sala. Não entendo nada de limpeza de trouxas.

— O que a gente perdeu? – perguntou Sophie confusa.

— Nossas detenções. – choramingou Harry tristemente.

— Meu querido irmão terá que limpar a Sala de Troféus com Filch sem usar magia, e o seu querido irmão terá que ajudar Lockhart a escrever as cartas para os fãs. – cantarolou Jorge bebendo suco.

— Isso é terrível! McGonagall não pode ter sido tão cruel! – exclamou Sophie surpresa. – Eu me refiro as cartas, só para deixar claro.

— Você não pode me salvar? – perguntou Harry já sentindo um pouco de esperança.

— Desculpe querido irmão, mas creio que não posso fazer nada em relação à isso. – respondeu Sophie colocando a mão no ombro do irmão. – E vamos ser sinceros, vocês merecem.

— Sim, mas eu podia ter tido qualquer outra detenção e ficaria feliz! Mas a professora disse que Lockhart ficou insistindo que minha detenção devia ser ajudando ele. – resmungou Harry.

— Ah Harry, não é tão ruim... – disse Mione tentando acalmar o garoto.

— Quer fazer por mim? 

— Ah... eu.. tenho... lição de casa para terminar sabe... – falou a garota de pressa ficando vermelha e virando um pouco o rosto.

— Foi o que eu pensei. – respondeu Harry sorrindo de lado.

E à tarde de sábado pareceu se evaporar no que pareceu um segundo, já  eram cinco para as oito, e Harry já ia se arrastando pelo corredor do segundo  andar em direção à sala de Lockhart. Cerrou os dentes e bateu na porta.  

A porta se escancarou na mesma hora. Lockhart sorria para ele.

— Ah, aqui temos o bagunceiro! – exclamou. – Entre, Harry, entre...

Rebrilhando nas paredes, à luz das muitas velas, havia uma quantidade de fotografias emolduradas de Lockhart. Havia até algumas autografadas. Outra grande pilha aguardava sobre a mesa.

— Você pode endereçar os envelopes! – disse Lockhart a Harry, como se isso fosse um prêmio. – O primeiro vai para Gladys Gudgeon, que Deus a abençoe, uma grande fã minha...

Os minutos se arrastaram. Harry deixou a voz de Lockhart passar por ele, respondendo ocasionalmente “Hum” e “Certo” e “Sim”. Vez por outra, ele captava uma frase do tipo “A fama é um amigo infiel, Harry” ou “A celebridade é o que ela faz, lembre-se disto”.

As velas foram se consumindo, fazendo a luz dançar sobre os muitos rostos de Lockhart que o observavam. Harry estendeu a mão dolorida para o que lhe pareceu ser o milésimo envelope, e escreveu o endereço de Veronica Smethley. Deve estar quase na hora de sair, pensou Harry infeliz, por favor, tomara que esteja quase na hora...

Então ele ouviu uma coisa – uma coisa muito diferente do ruído das velas que espirravam já no finzinho e a tagarelice de Lockhart sobre os fãs. Foi uma voz, uma voz de congelar o tutano dos ossos, uma voz venenosa e gélida de tirar o fôlego.

— Venha... venha para mim... Me deixe rasgá-lo... Me deixe rompê-lo... Me deixe matá-lo...

Harry deu um enorme pulo e, com isso, fez aparecer um enorme borrão na rua de Veronica Smethley.

— Quê?! – exclamou em voz alta.

— Eu sei! – disse Lockhart. – Seis meses inteiros encabeçando a lista dos livros mais vendidos! Bati todos os recordes!

— Não! – disse Harry assustado. – Essa voz!

— Perdão? – disse Lockhart, parecendo intrigado. – Que voz?

— Aquela, a voz que disse, o senhor não ouviu?

Lockhart estava olhando para Harry muito surpreso.

— Do que é que você está falando, Harry? Talvez você esteja ficando com sono? Nossa, olhe só a hora! Estamos aqui há quase quatro horas! Eu nunca teria acreditado, o tempo voou, não acha?

Harry não respondeu. Apurava os ouvidos para captar novamente a voz, mas não havia som algum exceto Lockhart a lhe dizer que não devia esperar uma moleza como aquela todas as vezes que pegasse uma detenção. Sentindo-se atordoado, Harry foi-se embora.

Era tão tarde que a sala comunal da Grifinória estava vazia. Harry subiu direto ao dormitório. Rony ainda não voltara. Harry vestiu o pijama, meteu-se na cama e esperou. Meia hora depois, Rony apareceu, aconchegando o braço direito e trazendo um forte cheiro de líquido de polimento para o quarto escuro.

— Os meus músculos estão em cãibra – gemeu, afundando-se na cama. – Catorze vezes ele me fez dar brilho naquela taça de quadribol antes de ficar satisfeito. Como foi com o Lockhart?

Em voz baixa para não acordar Neville, Dino e Simas, Harry contou a Rony exatamente o que ouvira.

— E Lockhart disse que não estava ouvindo nada? – perguntou Rony. Harry podia até vê-lo franzindo a testa ao luar. – Você acha que ele estava mentindo? Mas não entendo, mesmo alguém invisível teria tido que abrir a porta.

— Eu sei – disse Harry, recostando-se na cama de colunas e fixando o olhar no dossel. – Eu também não entendo.

— Vai contar para Sophie? – perguntou Rony com a voz sonolenta.

— Vou. Amanhã. – respondeu Harry pensativo. – E tenho que contar algo para para você e Mione também. Mas amanhã.   

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Já no dormitório das meninas do quarto ano, Sophie dormia, e em sua mente ecos de uma música tocavam no fundo.

E dessa vez, em seu sonho ela não estava em um lugar escuro, ela estava em uma colina que dava para a mais bela vista que já havia visto. Era noite, e as estrelas brilhavam no céu. Na frente dela, um homem estava parado, de costas para ela, olhando para o céu. Sua postura era de alguém triste.

— Volte para mim, esposa. – disse o homem com uma voz que cortava o coração dela. – Eu preciso tanto de você.

Sophie abriu a boca mas nada podia dizer, ela não sabia o que falar para aquele homem que aparentemente havia perdido a esposa.

— Meu sangue ficou dourado, como o seu brilho solar, e eu estou tão poderoso agora que sinto em minha alma. – continuou o homem, e Sophie percebeu que o sotaque escocês dele era o mesmo que havia escutado no último sonho. – Mas sem você... Essa força toda não é nada.

Sophie deu um passo para perto dele mas parou assustada quando viu um centauro de aparência bem velha se aproximando do homem, e tocando no ombro dele.

— Ela está com você, Tempestade. Escute com atenção, sinta ela dentro de sua mente. – disse o centauro e Sophie reconheceu no mesmo momento aquela voz. – É um amor atemporal, existe no passado, no presente e no futuro.

A música em sua mente de repente se tornou infinitamente maior e carregada de tanto sentimento que Sophie caiu de joelhos perante tanto amor que estava sentindo, que estava sendo enviado para ela.

Em sua frente, várias luzes começaram a subir direção ao céu, uma melodia totalmente diferente vinha daquelas criaturas e era tão linda quanto a que tocava em sua mente. Era tão lindo aquelas luzes indo para o céu, enquanto aquele homem as observava.

— Garota preciosa. Volte para mim, lembre-se disso, estou te esperando.


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