TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 22
Capítulo 22 — Pássaro Azul chega em Hogwarts




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Quando Harry partiu para a Toca junto dos Weasley para ir para a estação no carro do Sr. Weasley, ele realmente não estava esperando pela loucura que seria.

Eles chegaram à estação de King’s Cross às quinze para as onze. O Sr. Weasley disparou até o outro lado da rua para buscar carrinhos para a bagagem e todos correram para a estação.

— Remus e as meninas já devem estar esperando pa gente do outro lado. Percy, vai primeiro. – disse a Sra. Weasley ao chegaram na passagem, consultando nervosa o relógio no alto, que indicava que tinham apenas cinco minutos para desaparecer pela barreira sem ser vistos.

Percy adiantou-se com passos firmes e desapareceu. O Sr. Weasley o seguiu; depois Fred e Jorge.

— Vou levar Gina e vocês dois venham logo atrás de nós. – disse a Sra. Weasley a Harry e Rony, agarrando a mão de Gina e se afastando. Num piscar de olhos as duas tinham desaparecido.

— Vamos juntos, só temos um minuto. – disse Rony a Harry.

Harry verificou se a gaiola de Edwiges estava bem encaixada em cima do malão e virou o carrinho de frente para a barreira. Sentia-se absolutamente confiante; isto não era nem de longe tão desconfortável quanto usar o Pó de Flu.

Os dois se abaixaram sob a barra dos carrinhos e avançaram decididos para a barreira, ganhando velocidade. Quando faltavam apenas poucos passos eles desataram a correr e...

TAPUM.

Os dois carrinhos bateram na barreira e quicaram de volta; o malão de Rony caiu com estrondo, Harry foi derrubado, a gaiola de Edwiges saiu saltando pelo chão encerado e ela rolou para fora, gritando indignada; as pessoas à volta olharam e um guarda próximo berrou:

— Que diabo vocês acham que estão fazendo?

— Perdi o controle do carrinho. – ofegou Harry, apertando as costelas ao se levantar.

Rony teve que recolher Edwiges, a coruja fazia tanto escândalo que muitos dos circunstantes resmungaram contra a crueldade para com os animais.

— Por que não podemos atravessar? – sibilou Harry para Rony.

— Não sei...

Rony olhou desorientado para os lados. Uns dez curiosos continuavam a observá-los.

— Vamos perder o trem! – cochichou Rony. – Não entendo por que o portão se fechou...

Harry olhou para o enorme relógio no alto com uma sensação ruim na boca do estômago.

Dez segundos... nove segundos...

Ele levou o carrinho à frente com cautela até encostá-lo na barreira e empurrou-o com toda a força. O metal continuou sólido.

— Três segundos... dois segundos... um segundo...

— Já foi. – disse Rony, parecendo atordoado. – O trem foi embora.

Rony encostou o ouvido na barreira fria.

— Não ouço nada. – informou tenso. – Que vamos fazer? Não sei quanto tempo vai levar para mamãe, papai e Remus voltarem.

Eles olharam para os lados. As pessoas continuavam a vigiá-los, principalmente por causa dos gritos de Edwiges que não paravam.

— Acho que é melhor irmos esperar ao lado do carro. – sugeriu Harry. – Estamos atraindo atenção dema...

— Harry! – exclamou Rony, com os olhos brilhando. – O carro!

— Que tem o carro?

— Podemos voar para Hogwarts no carro!

— Mas eu pensei...

— Estamos imobilizados, certo? E temos que voltar para a escola, não é? E até os bruxos de menor idade podem usar a magia quando há uma emergência grave, seção dezenove ou coisa assim da Lei de Restrição ao...

— Mas sua mãe e seu pai... – disse Harry, empurrando mais uma vez a barreira na esperança inútil de que ela cedesse. – Como é que vão chegar em casa?

— Eles não precisam do carro! – disse Rony impaciente. – Eles sabem aparatar! Sabe, desaparecer aqui e reaparecer em casa! Eles só usam o Pó de Flu e o carro porque somos todos menores e ainda não temos permissão para aparatar.

A sensação de pânico de Harry de repente se transformou em excitação.

— Você sabe voar?

— Não tem problema. – disse Rony, virando o carrinho de frente para a saída. – Anda, vamos. Se nos apressarmos poderemos seguir o Expresso de Hogwarts.

O Ford Anglia do Sr. Weasley podia voar, era o Rony e os gêmeos haviam dito para ele, e Harry estaria mentido se dissesse que não se sentiu curioso para saber como seria. E agora estava bastante animado com a ideia de ir voando com o carro para Hogwarts.

No fim, eles não apenas conseguiram alcançar o trem, como Harry quase foi morto quando quase caiu para fora do carro. Foi naquele momento que ele teve a certeza que não havia sido uma boa ideia.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


— Então, os nossos pais se conheciam desde jovens em Hogwarts e lutaram juntos na primeira guerra bruxa. – disse Charles, entre encanto e surpresa.

— Isso mesmo. – concordou Sophie sorrindo. – Você, Erik Lehnsherr e eu éramos para termos crescidos juntos, mas bem, com as mortes de nossos pais, acabou que fomos separados.

— Sim. – murmurou Charles acenando com a cabeça tristemente. – Lembro tão pouco do meu pai... E você?

— Tenho lembranças de sorrisos e abraços, mas, o som das vozes deles sempre muda quando sonho com eles. – respondeu ela, calma. – Enfim, se eu soubesse antes sobre tudo isso, eu teria tentando me aproximar mais...

— Você não está fazendo isso por algum tipo de obrigação, está? – questionou o Francis parecendo temeroso.

— Não, não, não. Eu te prometo, Charles, não é por nada disso. – respondeu Sophie pegando a mão dele. – Antes de eu saber sobre essa história toda eu já sentia vontade de falar com você ou Erik, ou vocês dois juntos, mas... Vocês sempre estão tão na de vocês, eu simplesmente não queria ser incômoda.

Charles sorriu timidamente, apertando levemente a mão dela.

— Eu só estou sempre na minha porque... Bem, não sou muito bom em fazer amigos. – disse ele baixo, num tom sem graça. – Me dou melhor com livros.

— Eu sei, eu sempre te vejo lendo um livro diferente, eu acho realmente incrível, queria eu poder ler tanto em tão pouco tempo. – falou a ruiva rindo. – Qual o seu favorito?

— Eu adoro as Crônicas de Nárnia...

— Ah! Foi por causa desse livro que dei o nome de Aslan para o Aslan. – disse Sophie animada.

— Eu sei! – exclamou Charles agora abrindo um sorriso mais largo. – Eu queria tanto falar com você sobre os livros mas, não queria ser um chato.

— Bem, meu caro amigo, iremos conversar sobre todos os livros de agora em diante, eu te prometo! Menos sobre O Hobbit, ainda é um tema dolorido para mim, Deus eu chorei com aquele final.

— Eu sei, eu estava na aula. – Charles tinha um sorriso gentil agora. – Mas, bem, eu vi que você estava lendo O Senhor dos Anéis ano passado, se você usar bem sua imaginação, pode haver ainda um final feliz para Thorin e Bilbo.

Sophie sorriu e no mesmo instante arregalou os olhos, sua boca também se abriu totalmente enquanto ela olhava para o rosto de Charles, que agora estava confuso pela reação dela.

— Charles Edgar Francis. – disse ela ainda chocada com a revelação que acabara de ter.

— Esse é o meu nome completo, sim. – concordou ele, ainda sem entender.

— C. Edgar. F, você é a pessoa que escreveu aquela carta para mim. – disse Sophie, abrindo um enorme sorriso, cheio de descrença e felicidade. – Você me ajudou a lidar melhor com o final do livro, e eu ainda me senti compreendida! Ninguém dos meus amigos conseguiam me entender, mas então, aquela carta foi tudo pra mim.

— Eu... Sim, sim fui eu que escrevi. Eu entendi a sua dor e, bem, quando eu passei por elas eu não tive ninguém para me apoiar ou me entender. – falou ele tímido não olhando para ela. – Só queria que você percebesse que não estava sozinha.

Sophie bem se lembrava. Ela estava tão triste, não tinha ninguém de fato para conversar sobre, se sentia de luto não só pelo fim do livro como o fim dos personagens também, e mais do que nunca sentia a falta de David. Ele teria entendido ela tão bem, e eles teriam conversado durante horas e horas – depois dela bater nele pelo fim triste que ele não avisou que teria. A ruiva balançou a cabeça, não era momento para pensar no seu velho amigo aventureiro, naquele momento, era hora de fazer o que havia prometido quando terminou de ler a carta.

Ela se levantou, e Charles olhou assustado para ela, mas Sophie tinha um largo sorriso, e seus olhos estavam um tanto lacrimejados.

— Pode se levantar, Charles? – ela perguntou calmamente.

O Francis se levantou devagar, sem saber o que fazer, ficou de pé na frente dela.

— Agora, eu preciso que você fique parado ai, porque eu estou indo para te abraçar agora. – ela falou e, abrindo os braços, puxou aquele rapaz para um abraço forte. – Você também não está mais sozinho, Charles. Nunca mais.

Charles sorriu em meio ao abraço e então a apertou tão forte quanto ela o apertava, tentando transmitir toda gratidão e felicidade que sentia por ela.

— Obrigado, Sophie. – ele agradeceu ao se afastarem. – Obrigado por, bem, obrigado.

Sophie piscou para ele e voltaram-se a sentar, mas dessa vez a ruiva se sentou ao lado dele.

— Então, você pretende falar com Erik Lehnsherr também? – perguntou Charles, suas bochechas ficando vermelhas de repente.

— Sim, assim como você eu sempre quis me aproximar mais dele, ser amiga dele, mesmo sendo da Sonserina, sim eu sou um pouco preconceituosa com aquela casa mas você não pode me culpar, pode? Enfim, estou trabalhando para diminuir esse preconceito. – falou ela dando de ombros. – Como eu estava dizendo, desde do momento em que eu o vi, senti que queria ser amiga dele.

— Ele é bem legal. – sussurrou Charles. – Não que eu tenha conversado com ele já... Mas, eu sempre vejo ele defendendo os alunos mais jovens e... Ele sempre foi bem gentil comigo nas duas vezes que falou comigo.

Sophie estava se segurando muito para não apertar as bochechas daquele garoto em sua frente. Ele estava com o rosto completamente vermelho, e era tão adorável. E ela mordeu o lábio quando começou a entender o porque ele estava tão vermelho.

— Ele também é bem bonito, não? – perguntou ela como alguém que não quer nada. – Todo sério e alto, com aqueles cabelos ruivos... – Charles estava ficando mais vermelho. – São mais ruivos que os meus... E qual é a cor dos olhos mesmo, nunca parei pra prestar atenção... São verdes...

— São acinzentados e mudam para o verde claro quando o sol bate. – falou Charles com um suspiro.

Sophie sorriu largo quando Charles arregalou os olhos.

— Eu não disse isso.

— Sim, sim você disse. – retrucou a ruiva rindo. – Bom, mais um motivo para conhecermos mais o Erik, ai ai, já escuto os sinos de casamento tocando.

— Sophie! – choramingou ele.

— Estou brincando, prometo que o seu segredo está seguro comigo, Charls. – ela piscou para ele que ficou mais vermelho.

— Que segredo? Eu não tenho segredos.

— Claro, claro, querido. Diga o que quiser. – ela bateu levemente no braço dele. – Enfim, espero que Remus tenha conseguido encontrar sua mãe ou pelo menos a mãe de Erik, lá na plataforma.

— Duvido muito que ele tenha encontrado minha mãe. – falou Charles parecendo mais sério, e olhando para o lado de fora. – Você disse que eles eram amigos também? Minha mãe e seus pais...

— Sim, mamãe era uma grande amiga da sua até. – concordou Sophie confusa com a reação dele. – Qual é o problema?

— Eu só... Só acho difícil de acreditar, que a minha mãe tenha... Só é difícil.

Sophie colocou a mão no ombro dele, preocupada com o porquê de ser tão difícil de acreditar naquilo. Charles olhou para ela, seus olhos eram absurdamente tristes, havia uma falta de brilho ali que doía só de olhar. Era tão diferente do garoto que estava sorrindo com ela minutos atrás.

— Charles...

A porta da cabine se abriu e Harriet apareceu.

— Aqui está você! Meu Deus guria tu sumiu! – resmungou ela pondo a mão no próprio peito. – Já estava preocupada que o trem estava comendo os alunos, do jeito que tão desaparecendo! De qualquer forma o que você está fazendo nessa... VOCÊ ENCONTROU ELE!!

— Charles, te apresento a tagarela do grupo Harriet, Harriet te apresento ao mais adorável ser do nosso grupo, Charles Francis. – apresentou Sophie sorrindo, abraçando o rapaz pelos ombros, que agora sorria para Harriet.

— Olá. – ele acenou timidamente para a Lovegood.

— Eu vou te por num potinho e nada vai me impedir disso. – respondeu Harriet, seu sorriso ridiculamente largo.

— Bem vindo, ao grupo. – sussurrou a ruiva para o de olhos azuis.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


Ali!— gritou Harry, animado. – Bem em frente!

Recortado no horizonte escuro da noite, no alto do penhasco sobre o lago, estavam as torres e torrinhas do castelo de Hogwarts. Mas o carro começara a tremer e a perder velocidade.

— Vamos – disse Rony em tom de quem quer adular, dando uma sacudidela no volante –, quase chegamos, vamos...

O motor gemia. Finos penachos de fumaça saíam por debaixo do capô. Harry viu-se agarrando as bordas do banco com toda força ao voarem em direção ao lago.

O carro deu um estremeção feio. Ao espiar pela janela, Harry viu a superfície lisa, escura e espelhada da água, um quilômetro e meio abaixo. Os nós dos dedos de Rony estavam brancos de tanto apertar o volante. O carro estremeceu outra vez.

— Vamos – murmurou Rony.

Sobrevoaram o lago... o castelo estava bem à frente... Rony apertou o acelerador. Ouviu-se uma batida metálica e alta, um engasgo e o motor morreu de vez.

— Epa! – exclamou Rony, em meio ao silêncio.

O nariz do carro afundou. Estavam caindo, ganhando velocidade, rumando direto para a parede maciça do castelo.

Nãããããão!— berrou Rony, dando um golpe de direção; erraram o escuro muro de pedra por centímetros, porque o carro descreveu um grande arco e voou sobre as estufas às escuras, depois sobre a horta e depois sobre os gramados sombrios, perdendo altura todo o tempo.

Rony largou de vez o volante e puxou a varinha do bolso traseiro.

— PARE! PARE! – berrou, golpeando o painel e o para-brisa, mas eles continuaram a mergulhar, o chão voando ao seu encontro...

— CUIDADO COM AQUELA ÁRVORE! – urrou Harry, atirando-se sobre o volante, mas tarde demais...

CREQUE.

Com um estrondo de ensurdecer, de metal batendo em madeira, eles colidiram com um tronco avantajado e despencaram no chão com um baque forte. O vapor que saía por baixo do capô amassado formava nuvens enormes. Edwiges guinchava de terror; um galo do tamanho de uma bola de golfe latejou na cabeça de Harry onde ele batera no para-brisa e, à sua direita,

Rony deixou escapar um gemido baixo e desesperado.

— Você está bem? – perguntou Harry com urgência na voz.

— Minha varinha – respondeu Rony com a voz trêmula. – Olhe a minha varinha.

Ela quase se partira em duas; a ponta balançava inerte, segura apenas por meia dúzia de farpas de madeira.

— Só agradece que não foi seu pescoço. – falou Harry.

Naquele mesmíssimo instante, alguma coisa bateu na lateral do carro com a força de um touro furioso, atirando Harry contra Rony, ao mesmo tempo que outra pancada igualmente pesada atingia o teto.

— Que está acontecen... – exclamou Rony, arregalando os olhos para o para-brisa, enquanto Harry virava a cabeça em tempo de ver um galho grosso como uma jiboia que o amassava.

A árvore em que tinham batido atacava os dois. Curvara o tronco quase ao meio e seus ramos nodosos socavam cada centímetro do carro que conseguiam alcançar.

“Caraca!”, exclamou Rony quando outro ramo retorcido fez uma grande mossa na porta do lado dele; o para-brisa agora vibrava sob uma saraivada de golpes aplicados por galhinhos em forma de nós, e um galho grosso como um aríete socava furiosamente o teto, que parecia estar afundando...

“Se manda!”, gritou Rony, atirando todo o peso contra a porta, mas no segundo seguinte ele era empurrado de volta contra o colo de Harry por um direto no queixo dado por outro galho.

“Estamos perdidos!”, gemeu ele quando o teto afundou, mas de repente o fundo do carro começou a vibrar – o motor pegara outra vez.

Dê marcha a ré!— berrou Harry, e o carro disparou para trás; a árvore continuava a tentar atingi-los; ouviam as raízes rangerem como se se rasgassem, tentando golpeá-los enquanto se afastavam dela a toda.

— Essa – ofegou Rony – foi por pouco. Muito bem, carro.

O carro, porém, chegara ao limite de suas forças. Com dois fortes trancos, as portas se escancararam e Harry sentiu o banco deslizar para um lado. No momento seguinte ele se viu estatelado no chão úmido. Pancadas fortes lhe informaram que o carro estava ejetando a bagagem deles da mala; a gaiola de Edwiges voou pelos ares e se abriu; ela soltou um guincho raivoso e voou veloz para o castelo, sem nem ao menos olhar para trás. Então, amassado, arranhado e fumegando o carro saiu roncando pela escuridão, as lanternas traseiras brilhando com raiva.

— Volte aqui! – gritou Rony para o carro, brandindo a varinha partida. – Papai vai me matar!

Mas o carro desapareceu de vista com uma última gargalhada do cano de descarga.

— Dá para acreditar na nossa sorte? – disse Rony infeliz, abaixando-se para recolher Perebas. – De todas as árvores em que podíamos ter batido, tínhamos que bater nessa que revida?

Ele espiou por cima do ombro a velha árvore, que continuava a agitar os ramos ameaçadoramente.

— Vamos – disse Harry cansado –, é melhor irmos logo para a escola...

Não se pareceu nada com a chegada triunfal que eles tinham imaginado. Os músculos duros, enregelados e contundidos, os dois apanharam as alças dos malões e começaram a arrastá-los pela encosta gramada acima, em direção à imponente porta de entrada de carvalho.

— Acho que a festa já começou – comentou Rony, largando a mala ao pé dos degraus da entrada e indo espiar silenciosamente por uma janela iluminada. – Ei, Harry, vem ver, é a
Seleção!

Harry correu à janela e juntos, ele e Rony contemplaram o Salão Principal. Uma quantidade de velas pairava no ar sobre as quatro mesas compridas e lotadas, fazendo os pratos e taças de ouro faiscarem. No alto, o teto encantado, que sempre refletia o céu lá fora, pontilhado de estrelas.

Em meio à floresta de chapéus cônicos de Hogwarts, Harry viu uma longa fila de principiantes de cara assustada entrar no Salão. Gina estava entre eles, facilmente identificável pelos cabelos da família Weasley, muito vívidos. Entrementes a Profª McGonagall, uma bruxa de óculos que usava os cabelos presos em um coque, estava colocando o famoso Chapéu Seletor sobre um banquinho diante dos recém-chegados.

Um garoto muito pequeno, de cabelos castanho-acinzentados foi chamado para colocar o chapéu na cabeça. O olhar de Harry passou por ele, indo para a mesa da Grifinória onde viu sua irmã sentada ao lado dos gêmeos Weasley e com Aslan do outro lado dela, ele sorriu, já imaginando a bronca bem vinda que levaria dela. Então, ele olhou para o lugar em que Dumbledore, o diretor, assistia à cerimônia sentado à mesa dos funcionários, sua longa barba prateada e os óculos de meia-lua brilhando à luz das velas. Vários lugares adiante, Harry viu Gilderoy Lockhart, com suas vestes azuis. E lá na ponta sentava-se Hagrid, enorme e peludo, bebendo grandes goles de sua taça.

— Espere aí... – cochichou Harry para Rony. – Há uma cadeira vaga na mesa dos funcionários... Onde está o Snape?

— Vai ver ele está doente! – disse Rony esperançoso.

— Vai ver ele foi embora— disse Harry –, porque não conseguiu o lugar de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas outra vez!

— Ou vai ver foi despedido!— disse Rony entusiasmado. – Quero dizer, todo mundo o detesta...

— Ou vai ver – disse uma voz muito seca atrás deles – está esperando para saber por que vocês dois não chegaram no trem da escola.

Harry fechou os olhos enquanto fazia uma careta. Ele estava devidamente ferrado.

 

•°•°•°°•TDWTS•°°•°•°•


— Greenfire, Benjamin. – chamou a professora McGonagall.

Um garoto de cabelos curtos castanhos chocolate bem arrumado, e parecia realmente bastante animado ao subir no banquinho e para a professora colocar o chapéu em sua cabeça.

— Sonserina! – declarou o chapéu seletor não muito tempo depois.

A mesa da Sonserina gritaram e aplaudiram alto.

Na mesa da Grifinória, Sophie não estava prestando atenção na Seleção e sim olhando ao redor procurando pelo irmão. Sua preocupação agora estava bem maior do que antes, era como um déjà vu do ano passado quando ela procurou e procurou por David e ele nunca mais apareceu, e aquilo estava trazendo o medo de seu irmão sumir novamente para sua mente, algo que havia diminuído nas últimas semanas.

— Nada do Harry e do Rony. – comentou Sophie para Jorge e Fred.

— Se acalme, Sophie, tenho certeza que logo eles vão aparecer. – disse Jorge colocando uma mão no ombro dela. – Você vai ver.

— Você disse a mesma coisa ano passado, lembra? – perguntou ela com um suspiro triste.

Jorge também pareceu triste, e deu um aperto no ombro dela.

— Não vai ser igual ao ano passado, ruiva. São situações totalmente diferentes, David teve que sair porque provavelmente era o último ano dele...

— O que esse tal David tem haver aqui? – perguntou Fred fazendo careta.

— Neda. – retrucou Jorge.

— Neda?

— Neda sua conta. – terminou Jorge dando as costas para Fred e se voltando para Sophie. – Como eu ia dizendo, ele teve que sair, já Harry não, ele apenas se esqueceu em Londres. Você vai ver, logo ele vai entrar por aquela porta felizão e você vai poder brigar com ele por ser burro.

Sophie riu.

— Obrigada, Jorge. – agradeceu ela com um suspiro.

— Lovegood, Luna. – chamou a Profª Minerva.

Luna, foi calmamente subir no banquinho e não demorou nem um minuto para o chapéu anunciar:

Corvinal!

A mesa da Corvinal se explodiu em vivas e palmas.

— Agora, vamos de notícias mais felizes! Nos conte mais sobre Charles! Nem tivemos tempo de conversar muito com ele. – falou Jorge animado.

— Ele é simplesmente adorável, meninos! Tão fofo e gentil, não vejo a hora de conhecer mais sobre ele. – respondeu Sophie, seu sorriso agora mais leve. – Tenho certeza que seremos grandes amigos.

— E sobre Erik, quando pretende falar com ele? – perguntou Fred.

— Assim que possível. – respondeu a ruiva. – Eu espero conseguir falar com ele ainda essa semana, seria simplesmente incrível.

— Weasley, Gina. – chamou a professora Minerva e, os gêmeos e Sophie fizeram silêncio para prestarem atenção, mesmo sabendo para qualquer casa ela iria.

E não deu outra, o chapéu nem tinha sido colocado em sua cabeca vermelha quando gritou:

— Mais uma Weasley! Hunf! Grifinória!

Todos os alunos riram com a indignação do chapéu para os Weasley, e Gina veio correndo para se sentar ao lado de Sophie e Aslan.

— Essa é a minha Weasley favorita! – exclamou Sophie batendo na mão dela. – Lembre-se das regras, ria muito alto, corra sempre rápido e seja sempre gentil.

— Pode deixar! – concordou Gina orgulhosamente. – Bem, Luna foi para a Corvinal e Benjamin para a Sonserina...

— Quem é Benjamin? – perguntou Jorge.

— Meu amigo que fiz com Luna no trem vindo pra cá. – respondeu Gina sorrindo. – Ele é bem legal e bastante animado com toda a ideia do nosso mundo.

— Filho de trouxas? – perguntou Fred.

— Meio sangue, na verdade, mas assim como Harry só se aproximou da magia quando recebeu a carta. – respondeu Gina.

— Bem, se ele é seu amigo e da Luna, então boa pessoa ele com certeza é. – falou Sophie. – Lembre-se o que eu lhe disse...

— ...Amizade supera tudo. – terminou a Weasley mais jovem.

Sophie piscou para ela. Neste momento, o professor Dumbledore se levantou, e toda a conversa dos alunos havia parado.

— Alunos velhos e novos, bem vindos para um novo ano em Hogwarts! – falou o diretor com um largo sorriso e abrindo os braços. – Vou deixar todos os avisos para o final da noite pois sei que vocês estão mais interessados em comer nossa deliciosa comida do que escutar minha voz velha. Então, bom apetite!

Nas mesas, todos os tipos de comida surgiram, cheirosas e quentinhas, todas simplesmente deliciosas.

Sophie deu mais uma olhada em volta quando viu Snape surgindo da porta atrás da mesa principal e falando algo no ouvido do diretor e da professora Minerva. Dumbledore então olhou diretamente para Sophie, e com o dedo acenou a chamando.

— Eu já volto, gente. – informou ela se levantando. – Vem, Aslan.

O leão que já estava pronto para abocanhar sua carne, olhou para ela e parecendo bem desapontado a seguiu. Sophie foi até a porta de trás da mesa principal por onde Snape e McGonagall haviam sumido, e o onde Dumbledore estava esperando por ela.

— Algum problema, senhor? – questionou ela depois de passar por Hagrid, lhe dando um pequeno abraço rápido. 

— Acredito que sim, Sophie. É sobre seu irmão e o Sr.Weasley. – respondeu Dumbledore passando pela porta com a Potter ao seu lado.

Sophie sentiu-se nervosa e seguiu em silêncio, imaginando o que Harry e Rony haviam feito. Eles chegaram na sala de Snape quando Dumbledore parou e se virou para ela antes de entrarem.

— Você sabe o que aconteceu? – perguntou ele para ela.

— Não. – respondeu. – Eu percebi que os dois não estavam no trem tarde demais, quando o trem já estava em movimento. Eu pensei que eles estavam em Londres ainda, achei que talvez não conseguiram passar pela passagem.

— Bom, vamos ver o que aconteceu realmente, então. – falou o diretor parecendo pensativo indo até a porta e batendo nela.

A porta foi aberta por um sorridente Snape, mas o sorriso do diretor da Sonserina caiu ao ver Sophie.

— Potter. – disse ele com uma careta no rosto.

— Sentiu minha falta? – ela perguntou sorrindo e entrando logo atrás de Dumbledore. – Eu não senti a sua, já aviso.
                
Sophie então olhou para frente e viu o irmão e Rony. Harry olhava para ela e para Dumbledore parecendo bem assustado, como se estivesse no pior pesadelo que existia. Já Rony parecia mais alguém derrotado depois de uma longe missão.

Sophie olhou para Dumbledore e viu que o mesmo estava bastante sério.

— Por favor, expliquem por que fizeram isso. – pediu o diretor depois de um longo silêncio.

Harry abaixou a cabeça e começou a contar toda história enquanto olhava para os próprios joelhos e Sophie percebeu – segurando o sorriso –, que ele não havia contado sobre o carro ser do Sr. Weasley.

Pegou o jornal que Snape estava lhe oferecendo e viu a matéria – lindo e enorme pássaro azul, pensou ela sentindo vontade de estrangular os amigos—, e depois olhou para o irmão que já havia terminado de contar a história e olhava para ela e para Dumbledore.

 — Vamos buscar nossas coisas. – informou Rony com desesperança na voz.

— Do que está falando, Weasley? – vociferou McGonagall.

— Bem, os senhores vão nos expulsar, não é? – perguntou Rony.

Sophie olhou para Dumbledore e o mesmo olhou para ela. Sophie sabia que o diretor não iria expulsá-los e por isso não ficou nervosa ou assutada.

— Hoje não, Sr. Weasley. – disse Dumbledore. – Mas preciso incutir em vocês a gravidade do que fizeram. Vou escrever às suas famílias hoje à noite. Devo também preveni-los de que se fizerem isso de novo, não terei escolha senão expulsar os dois. 

Sophie viu que Snape havia feito uma cara de quem acaba de ouvir que o Natal havia sido cancelado. Ele pigarreou e disse:

— Prof. Dumbledore, esses garotos zombaram da lei que restringe o uso de magia por menores, causaram sérios danos a uma árvore antiga e valiosa... com certeza atos desta natureza...

— Você nem se quer se importa com aquela árvore, senhor. – retrucou Sophie cruzando os braços. – A Profª. McGonagall é quem decidirá sobre o castigo dos meninos, senhor. – continuou ela, para a surpresa de todos, menos de Dumbledore, bastante séria para o diretor da Sonserina. – Fazem parte da Casa dela e portanto são responsabilidade dela. 

Dumbledore tinha um pequeno sorriso de orgulho no rosto e bateu de leve nos ombros de Sophie em agradecimento e a ruiva acenou com a cabeça retribuindo o sorriso, bastante orgulhosa de si mesma.

— Bem, Sophie já declarou minha opinião. – falou Dumbledore para Snape e depois se virando para Minerva. – Preciso voltar para a festa, Minerva, acabo de lembrar que tenho que dizer todos os avisos. Vamos Sophie, Severus. Tem uma torta de abóbora deliciosa que quero provar.

Sophie sorriu e Snape lançou um olhar de puro veneno a Harry e Rony antes de seguir Sophie e Dumbledore.

Quando estavam próximos da festa Sophie pediu para uma conversa com o diretor deixando Snape mais irritado e saindo andando sozinho.

— Acho que o Snape não gosta de mim, professor. – comentou Sophie fingindo tristeza e fazendo Dumbledore rir baixo.

— Professor Snape, Sophie. – corrigiu o diretor olhando sabiamente para ela.

Sophie deu de ombros.

— Enfim, senhor, eu gostaria de conversar com o senhor mais tarde em sua sala. – pediu ela. – É sobre algo que aconteceu durante as férias.

— Muito bem, depois da festa, estarei te esperando em minha sala. – concordou o diretor.

— Qual é a senha dessa vez? – questionou Sophie ao voltarem a andar, chegando no Salão Principal, Aslan já havia ido na frente.

— Bolo de limão. – respondeu o diretor fazendo Sophie rir. – Eu estava com desejo de bolo de limão quando escolhi ela.

— Claro que sim. – Sophie balançou a cabeça para ele. – Até mais tarde, senhor.

Ela então partiu para onde seus amigos esperavam por ela – Charles, Harriet e Luna haviam se juntado a mesa da Grifinória –, Aslan já estava sentado ao lado de Charles comendo sua carne de forma animada.

— Olá, Charles, querido estou bem feliz em te ver novamente! – falou ela sorrindo para ele. – Mas antes de conversarmos muito eu tenho que resolver uma coisinha com meus amigos, só um instante.

Ela então se virou para Jorge, Harriet, Fred e Hermione que olhavam curiosos para ela.

— Acabei de encontrar com Harry e Rony. – informou ela, os quatro abriram largos sorrisos. – Lindo e enorme pássaro azul, né? – e os sorrisos foram embora.


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