TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 18
Capítulo 18 — As Férias no Largo e na Toca




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Dia cinco das férias de 92.

BOOM!

— SANGUE SUJOS VOCÊS SÃO A ESCÓRIA DESSE MUNDO! MESTIÇOS NOJENTOS!

Harry acordou num pulo assustado e perdendo o equilíbrio, caiu da cama, de cara com o chão.

— Ai... – resmungou ele.

Do lado de fora do quarto, o grito irritado de Harriet Lovegood superou o da mulher do quadro.

— WEASLEYS! MEU SONO DE BELEZA! VOCÊS ATRAPALHARAM MEU SONO DE BELEZA!

Harry suspirou feliz, mais um dia normal no Largo Grimmauld. Se levantou do chão e partiu para um banho rápido, e então, saiu do quarto para se juntar com os outros integrantes daquela casa enorme e estranha em que estava vivendo com seu padrinho de coração e sua irmã, com os amigos.

Entrando na cozinha, ele sorriu ao ver Remus e Sophie em frente ao fogão.

— Você sabe que não é assim que se faz omelete, não sabe? – perguntou Remus bastante divertido para a ruiva.

— Remus – rosnou ela. –, em nenhum momento eu disse que iria fazer omelete. Pare de me amolar e vai arrumar a mesa.

— Certo, certo. – ele se virou, com um sorriso no rosto que se alargou ao ver Harry. – Bom dia, Harry. Acordou com a explosão dos gêmeos?

— Foi uma baita surpresa, sim. – respondeu Harry se sentando a mesa. – Estou surpreso que Rony não tenha acordado.

— Roniquinho quando dorme vira uma pedra, Harry. – comentou Fred entrando na cozinha. – Dormiria durante o fim do mundo se deixassemos.

— Bom dia jovens unicórnios. – cantarolou Harriet com um largo sorriso.

— Pra quem teve o sono de beleza atrapalhado, você parece bem feliz. – comentou Sophie sorrindo para a melhor amiga.

— Minha vingança já foi feita.

Nesse momento Jorge apareceu com o rosto cheio de bolhas vermelhas, com uma carranca olhando diretamente para Harriet que tinha um sorriso bastante orgulhoso estampado.

— Por que raios você tem pó de feiúra?! – exclamou Jorge irritado.

— Nós mulheres temos todos os tipos de coisas para todos os tipos de momentos, Jorge Weasley. Aprenda. – piscou para o ruivo e se sentou ao lado de Sophie que lhe deu high-five.

— E por que o Fred não recebeu também? – questionou Jorge apontando para o irmão que estava rindo.

— Porque a dele vai ser pior.

Fred parou de rir no mesmo instante e se afastou o máximo da loira. Hermione entrou na cozinha.

— O ronco do Rony é capaz de ser ouvido daqui. – resmungou ela. – Como você consegue dormir ao lado dele, Harry?

— Tampões de ouvido são uma bênção na minha vida, Mione. – respondeu o Potter.

— Eu vou lá acordar nosso querido Rony. – disse Fred indo aos pulos para o quarto em que o irmão mais novo estava dormindo.

Se fez silêncio enquanto comiam o café-da-manhã até...

— MALDITO INFERNO FRED, QUAL SEU PROBLEMA? AH VAI PRA...

— Uau. – disse Harriet chocada. – Ele tem que lavar essa boca com bastante sabão.

— Onde ele aprendeu a falar tanto palavrão? – perguntou Remus ainda escutando os gritos do Weasley mais novo.

— Eu não sei mas se a mamãe pegar ele falando assim ele vai levar a surra de uma vida. – respondeu Jorge bastante impressionado.

— Rebelde. – comentou Sophie concordando com a cabeça. – Gostei.

Harry suspirou e continuou a comer, nada de novo naquele lar louco.

 

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Dia seis das férias de 92.

— Então você e ele trocavam bilhetes um com o outro mas não conversavam cara a cara? – perguntou Harry tentando entender, enquanto lia os bilhetes que sua irmã lhe mostrava.

— Era bem estranho mesmo, Harry. – comentou Jorge deitado no chão jogando xadrez de bruxo com Harriet.

— Cala a boca, Jorge. – resmungou Sophie. – Era fofo. Enfim, sim, era uma amizade única e que gostávamos da ideia de sermos tão amigos sem nunca nos falarmos cara a cara.

— Eu acho bastante legal. – disse Hermione sorrindo para um bilhete. – Mostra que não existem limites para amizade.

— Exatamente! – concordou Sophie animada. – E não era só isso. Nós fazíamos mímicas um para o outro também, zombando do Snape na maior parte.

— Estranhos. – murmurou Rony baixinho para Fred.

Sophie pegou uma almofada e atirou nos dois Weasley.

— Estranho ou não, eu gosto dele. – comentou Remus que também estava lendo os bilhetes que David havia lhe mandado. – Ele tinha bom gosto para livros e filmes, e pela corrente e o livro do “O Senhor dos Anéis” primeira edição que ele lhe deu, mostra que ele tem muito respeito por você.

Sophie sorriu e deitou a cabeça no colo de Remus, tocando carinhosamente em sua corrente de leão envolta de um sol.

— Do que vocês estavam falando aqui? – perguntou Harry entregando o bilhete para a irmã.

“Conversei com o próprio Dumbledore sobre isso, ele disse que teria uma conversa muito séria com aquele narigudo. Também não encontrei o pobre garoto em lugar algum... Espero que ele esteja bem. - D.A.T.L.”

— Oh – murmurou ela ao ler. – É sobre Snape e um garoto do meu ano, Charles Francis. Snape falou uma coisa horrível para ele, e o garoto saiu da aula antes dela acabar chorando. Você estava nesse dia, não tava Harriet?

— Urgh, sim. Foi eu que te contei, lembra? – respondeu Harriet parecendo irritada. – Foi tão horrível pobrezinho, ele não merecia ter ouvido algo como aquilo.

— O que ele disse para esse Charles? – perguntou Rony curioso.

— Não gosto nem de repetir, mas, se eu não me engano foi algo como: “Fique feliz que seu pai não esteja mais vivo, se não ele estaria envergonhado por ter um filho como você.” – respondeu Harriet. – Deus, aquele homem é nojento.

— Snape disse o que?

Todos se viraram para Remus e todos – menos Sophie – se assustaram com a cor que seus olhos estavam, e da expressão tempestuosa em seu rosto. Ele parecia irado, um homem pronto para se transformar no lobo.

— Remus, tá tudo bem? – perguntou Sophie, tocando na bochecha dele.

Remus olhou para a afilhada, seus olhos agora lacrimejantes e cheios de dor.

— Remus...

— O nome do garoto, é Charles Francis? Vocês tem certeza? – perguntou o lupino.

— Sim, ele entrou no mesmo ano que eu. É da Corvinal. – respondeu Sophie.

Remus sorriu emocionado.

— Ele foi para Corvinal? É bem filho do pai dele, então. – comentou Remus.

— O que estamos perdendo? – perguntou Fred curioso para o bruxo mais velho.

— Quando éramos jovens, tinha esse grupo, nosso grupo que criamos em Hogwarts aos poucos. – contou Remus bastante emocionado. – Éramos os quatro marotos mas, também havia esses penetras perfeitos que eram tão marotos quanto. Brian Francis e Richard Lehnsherr foram os primeiros penetras e entrarem...

— Lehnsherr? – perguntou Sophie sorrindo. – Entrou um Lehnsherr no meu ano também. Erik Lehnsherr, foi para a Sonserina.

A felicidade e a emoção estavam mais fortes do que nunca para Remus ao ouvir aquilo.

— Vocês não sabem o alívio que é para mim escutar isso. – disse ele respirando fundo para não chorar. – Enfim, esses dois rapazes, eles eram... Eles eram nossos irmãos também, se tornaram a alma e o coração daquela família que criamos. Eu era muito próximo de Richard, ele era mais quieto e gostava mais de ficar estudando assim como eu. Ele e eu, tomando conta daqueles bagunceiros que só aprontavam. Brian era mais o time de James, gostava de se divertir sempre que possível, sempre sorrindo, um espírito gentil para aqueles que o conhecia.
“Eu amava os dois tanto quanto os outros. Eles... Eles morreram na guerra, mas deixaram essas crianças para seguirem seus legados, Erik Pistris Lehnsherr e Charles Edgar Francis.”

— Sentimos muito, Remus. – disse Harry triste.

— Eu também sinto, Harry. O tempo todo. – disse o Lupin secando as bochechas. – Enfim, eu perdi contato com Sharon, viúva de Brian e também minha amiga, e com Edie, a mulher trouxa que pediu o Megalodonte em casamento. Esse era o nome que Richard recebeu na guerra. Como eles são? Charles e Erik?

— Queria poder te dizer muito, Moon. Mas, o que eu sei deles é o que vejo de longe. – respondeu Sophie. – Charles é bastante tímido, né Harriet? – a loira concordou tristemente. – Sempre quieto, sempre nos cantos, as vezes ele não aparece para os janteres. Mas, ele sempre parece extremamente gentil, sempre o vejo ajudando o professor Flitwick, e nunca sendo rude com ninguém. Ele é um amor.

O sorriso aguado de Remus partia o coração de Sophie.

— E Erik, posso dizer que é o meu sonserino favorito. – continuou a Potter sorrindo. – Eu já o vi bater de frente com Snape muitas vezes, e ele está sempre ajudando os alunos jovens contra os valentões dos anos mais velhos. Ele é bastante sério, quase nunca o vejo falando com alguém, na maior parte das vezes está estudando.

— Bem, não parecem tão diferentes de seus pais então. – concordou Remus suspirando. – Tão incríveis quanto seus antessessores.

Sophie olhou para os amigos e depois para Remus.

— Bem, isso resolve então. – falou a Potter sorrindo.

— Resolve o que? – perguntou Remus.

— Só existe um lugar em que Erik e Charles pertencem. – respondeu ela orgulhosa. – No nosso grupo, sendo parte dessa família que estamos fazendo.

Ela olhou novamente para os amigos e cada um estava concordando com que ela havia dito. Voltou-se para Remus que a olhava cheio de carinho.

— E isso, é a ação mais James Potter que já te vi fazer. – ele falou. – Muito bem, moça.

Sophie piscou para ele.

— E me façam um favor? – perguntou o Lupin olhando para todos os jovens ali. – Infernizem a vida de Severus Snape pelas palavras nojentas dele contra Charles.

Se Snape tivesse visto o sorriso de cada um ali naquele momento, teria fugido para as colinas.

 

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Dia sete das férias de 92.

— Entendeu bem como funciona o pó de flu? – perguntou Remus após a explicação sobre as redes de flu para o afilhado mais novo. – Diga o nome do lugar que você pretende ir e solte a areia, tudo bem?

— Sim, entendi. – concordou Harry um tanto nervoso.

— Certo, então vamos lá, estou louca de vontade para voar. – disse Sophie segurando a LöwinFire bastante animada.

Eles estavam indo para a casa dos Weasley, mais conhecida como “A Toca”, para poderem ir ao campo que havia ao lado de onde eles viviam para treinarem um pouco de quadribol. Seria a primeira vez dele usando a rede de flu, e também visitando a casa de Rony, então ele se encontrava num misto de nervosismo e animação.

— Não vai ser difícil, Harry, você vai ver. – falou Rony batendo levemente nas costas do Potter. – Eu vou primeiro para ele ver como que é.

Harry observou o amigo entrar na lareira, pegar o pó e então dizer em voz alta e clara:

— A Toca! – com isso, desapareceu.

— Viu, nada difícil, vai lá. – incentivou Sophie lhe dando um leve empurrão na direção da lareira.

Acalmando o nervosismo, ele entrou na lareira, segurando firma sua Nimbus 2000 em uma mão e com a outra pegou o pó, e olhou para todos os amigos, irmã e padrinho ali parados o observando com expectativa. Com uma respiração funda, ele disse alto:

— A Toca!

Harry começou a rodopiar em grande velocidade e a sala de estar desapareceu de vista numa erupção de chamas verde-esmeralda, ele rodopiou cada vez mais veloz, apertando os cotovelos junto ao corpo, lareiras difusas passaram como relâmpagos por ele, até que começou a se sentir nauseado e fechou os olhos. Depois, ao sentir finalmente que estava desacelerando, esticou as mãos para a frente e fez força para parar em tempo de evitar cair de cara na lareira da casa dos Weasley.

— Peguei você.

Ele foi puxado por Rony, que tinha um largo sorriso no rosto.

— Viu só, molezinha. –falou o Weasley. - Bem vindo á minha casa, é modesta.

A cozinha, onde ele pousou, era pequena e um tanto apertada. Havia ao centro uma mesa de madeira muito escovada e cadeiras, e Harry se sentou na beirada de uma, colocando a vassoura em um canto, espiando à sua volta.

O relógio na parede em frente só tinha um ponteiro e nenhum número. Havia escritas em torno do mostrador coisas assim, Hora de fazer chá, Hora de dar comida às galinhas e Você está atrasado. Havia livros arrumados em fileiras triplas sobre o console da lareira, livros com títulos do gênero Enfeitice o seu próprio queijo, Feitiço no forno e Festas de um minutoum Encantamento! E, a não ser que os ouvidos de Harry o enganassem, o velho rádio ao lado da pia acabara de anunciar que o próximo programa era “Hora de Encantos, com a popular cantora bruxa, Celestina Warbeck”.

— Harry, querido! – exclamou a Sra. Weasley ao vê-lo, seus braços já abertos.

Harry se levantou e recebeu o abraço da bruxa bastante feliz. Ele gostava muito da Sra. Weasley.

— Que bom te ver, fico feliz que você esteja aproveitando as férias ao lado da sua família. – continuou a Sra. Weasley acariciando a bochecha de Harry. – Onde eles estão?

Nesse momento, Sophie saiu da lareira da cozinha com elegância e um grande sorriso em seu rosto, seguida por Harriet que tropeceu batendo nas costas da ruiva que ajudou a amiga a se firmar, Hermione foi a próxima, totalmente encantada com tudo e parecendo um tanto tonta pelos giros, Fred e Jorge vieram em seguida sorrindo e por fim, Remus, saindo com tanta elegância quanto Sophie havia.

— Bom dia, Molly! – cumprimentou o lupino sorrindo para a bruxa. – Chegamos a tempo para o café?

— Ah, com certeza querido, com certeza. Arthur está se arrumando, logo ele estará aqui.

Cada um deles se sentaram a mesa enquanto a Sra. Weasley colocava o café, com Remus a ajudando.

— Então, o que vocês vão fazer hoje? – perguntou a Sra. Weasley sorrindo para eles.

— Vamos para o campo para voar um pouco. Harry vai me deixar voar na Nimbus 2000 dele! – informou Rony animada.

— E a Sophie vai me deixar voar na Löwin. – informou Fred estufando o peito.

— Sim, depois de mim. – falou Jorge sorrindo.

— Claro que não, eu vou primeiro. – retrucou Fred olhando feio para Jorge.

Sophie tampou o rosto e tomou o chá, ignorando a briga dos dois irmãos sobre quem voaria primeiro na LöwinFire. Harry, assistiu tudo dando risada.

— Eu sou o gêmeo favorito dela! – exclamou Jorge cruzando os braços.

— Não seja ridículo, eu que sou o favorito dela!

— Eu fui o primeiro a falar com ela e ser o melhor amigo dela da vida! – continuou Jorge colocando o braço no ombro da Potter que ainda fingia não estar ouvindo todo o argumento.

— Nós falamos com ela no mesmo tempo, seu pateta! – Fred bateu no braço de Jorge, tirando-o do ombro da ruiva. – Sou mais divertido.

— Grandes bostas. – resmungou Jorge. – Eu vi o romance dela com o David antes de todos!

— Não era... – Sophie tentou contra dizer a informação errada de Jorge mas Fred a interrompeu.

— Não era paixão! – Fred parecia emburrado e mal humorado agora. – Era...

— Certo, vocês dois, já chega! – brigou a Sra. Weasley com as mãos na cintura, olhando irritada para os dois filhos. – Coisa mais ridícula, brigando por causa de uma vassoura! Não quero mais ouvir sobre isso, e Sophie, querida, por favor não os deixe usar sua vassoura para eles aprenderem.

— A senhora que manda, Sra. Weasley! Pode deixar. – respondeu Sophie sorrindo enquanto os gêmeos faziam caretas.

Rony, tinha o peito estufado por não ter sido alvo da bronca da mãe e que voaria em uma vassoura incrível ao contrário dos irmãos.

— E como anda, seus mais velhos, Molly? – perguntou Remus, após a discussão acabar.

— Ah, Remus! Carlinhos continua na Romênia estudando aquelas criaturas, os dragões, manda cartas a cada duas semanas falando sobre suas descobertas! Uma carta dele chegou ontem, aparentemente ele encontrou um rapaz escocês bastante animado que conhece dragões tanto quanto ele, só pela carta dava pra ver o quanto esse rapaz animou o meu bebê. – dizia a Sra. Weasley quase chorosa. – E Gui continua lá mo Egito, aguentando os duendes. Não importa o quanto eu tente, ele não tem vontade de voltar. E aparentemente está deixando o cabelo crescer.

— Falando do Gui novamente, querida? – perguntou o Sr. Weasley entrando na cozinha. – Bom dia a todos!

Um homem de óculos, alto e magro, começando a ficar careca mas o pouco cabelo que tinha era ruivo como os dos filhos. Era um homem gentil e bastante amigável. Ele se sentou ao lado da esposa.

— Bom dia, pai. – cumprimentaram os filhos.

— Bom dia, Sr. Weasley. – Sophie, Harriet, Hermione e Harry cumprimentaram em seguida.

— Como vai, Arthur? – perguntou Remus educadamente.

— Cansado. Todas aquelas batidas no Ministério este ano estão uma loucura! – respondeu o Sr. Weasley com um suspiro. – E vejo rostos novos aqui – comentou olhando para Harry e Hermione. –, quem são vocês?

— Sou Hermione Granger, senhor. Do mesmo ano de Rony. – informou Hermione, esticando a mão para o bruxo mais velho que balançou.

— Prazer em conhecê-la, Hermione.

— Eu sou Harry Potter, senhor. Irmão de Sophie, e amigo de Rony. – informou Harry sorrindo.

— Oh! – ele arregalou os olhos encantado, e Harry já imaginou que era por conta de seu passado, mas Arthur Weasley se provou ser um bruxo surpreendente a seguir. – Você mora com seus tios trouxas, não é?

— Sim... – confirmou Harry confuso.

Todos a mesa – menos Hermione que também estava confusa, e Molly que estava revirando os olhos para o marido –, estavam sorrindo.

— A Hermione é filha de trouxas também, papai. – informou Rony sorrindo.

— Oh pela minha palavra! – exclamou o Sr. Weasley olhando com admiração para Hermione também. – E como é?

— Como é, o que? – perguntaram Harry e Hermione.

— Viver com os trouxas, sem magia. – respondeu o bruxo. – Digam-me, isso está me matando de curiosidade à anos! Qual é a real função de um patinho de borracha?

Hermione e Harry entreolharam-se confusos, e depois retornaram para o Sr. Weasley que estava quase pulando na cadeira.

— Bem... – começou Hermione mas foi impedida de continuar pela chegada dos mais integrantes que viviam na Toca.

Uma jovem loira, de enormes olhos azuis cristais arregalados, pele pálida e suja, bastante parecida com Harriet, entrou ao lado de Gina Weasley, a filha mais nova dos Weasley.

— Luna! – exclamou Harriet alegre puxando a irmã para um abraço e então um beijo de esquimó que elas utilizavam quando se cumprimentavam. – Como está, unicórnio?

— Bem, viver aqui é muito pacificador. – informou Luna Lovegood, irmã mais nova de Harriet, ao se sentar ao lado da irmã. – Vem Gina.

Gina, por sua vez, estava paralisada encarando Harry com seus olhos extremamente arregalados como se estivesse vendo alguém impossível. Rony, Fred e Jorge já começaram a rir enquanto Sophie encarava os três com desaprovação.

— Gina, querida, é o Harry, lembra dele? – perguntou Molly carinhosamente para a filha.

— Ela não parou de falar dele as férias inteiras. – murmurou Rony rindo baixo.

— Oi, Gina. – cumprimentou Harry, que não havia escutado o comentário de Rony.

E com isso, a jovem Weasley conseguiu arregalar mais os olhos e então sair correndo de volta para o quarto, quase empurrando Percy da escada no caminho.

— O que eu fiz? – perguntou Harry preocupado e confuso.

— Arrasou com o coração dela, foi o que você fez. – comentou Jorge rindo. – Não se preocupe, Harry, ela vai ficar bem.

— Bom dia, consagrados. – cumprimentou Percy de forma pomposa.

Sophie, os gêmeos, Harriet, Rony e Harry fizeram caretas para o garoto.

— Percy, querido! Que bom que veio se juntar conosco, pensei que passaria o dia no quarto novamente. – falou Molly cheia de carinho para o garoto. – Nem falei Remus, mas Percy aqui tirou doze nos N.O.M.S.

— Níveis Ordinários em Magia. – explicou baixinho Sophie para Harry.

— Parabéns, Percy. – Remus parabenizou o garoto que conseguiu estufar o peito mais ainda.

— Obrigado, Remus.

— E eu vou ver como a Gina está. – informou Sophie não estando nem um pouco afim de escutar as idiotices de Percy, e indo encontrar a Weasley mais nova.

Fascinante! — exclamou Arthur de repente após Hermione lhe informar para o que servia uma TV. – Engenhoso, verdade, quantas maneiras os trouxas encontraram de viver sem o auxílio da magia.

 

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Dia oito das férias de 92.

 

 

No dia seguinte, todos voltaram para a Toca para voarem novamente no campo. E sempre que Harry observava a casa casa dos Weasley, ele só conseguia pensar que parecia ter sido no passado um grande chiqueiro de pedra, a que foram acrescentando cômodos aqui e ali até ela atingir vários andares e era tão torta que parecia ser sustentada por mágica (o que, Harry lembrou a si mesmo, era provável).

 

 

Quatro ou cinco chaminés estavam encarrapitadas no alto do telhado vermelho. Em um letreiro torto enfiado no chão, próximo à entrada lia-se A TOCA. Em volta da porta de entrada amontoava-se uma variedade de botas de borracha e um caldeirão muito enferrujado. Várias galinhas castanhas e gordas ciscavam pelo quintal. Era um lugar muito agradável. 

 

 

Sophie, Harry, Harriet, Rony, Fred, Jorge e Hermione subiam o morro até um pequeno prado que pertencia aos Weasley. Era cercado de árvores de bloqueavam a visão da cidadezinha embaixo, o que significava que podiam praticar quadribol tranquilamente lá, desde que não voassem muito alto. Não podiam usar bolas de quadribol de verdade, pois seria difícil explicar caso um balaço errante saísse voando por ai todo descontrolado. Então ficaram treinando com maçãs. Ficaram treinando boa parte do tempo, Harry deixou Rony voando na Nimbus, e Sophie deixou Jorge – após ele vencer no dois ou um contra o irmão – voar na LöwinFire.

 

 

Os dois irmãos estavam sentados juntos comendo maçãs e vendo os Weasley voando enquanto Harriet e Hermione andavam pelo terreno, conversando.

 

 

— Estava pensando em Aslan – começou Harry calmo. –, esse seria um bom lugar para ele viver no futuro, não acha?

 

 

— Ele ia adorar, sem dúvidas. – concordou Sophie sorrindo, com a imagem de seu querido leão correndo por um terreno aberto. – Um dia, Harry, um dia eu e o Aslan vamos sair de Hogwarts juntos e vivermos em lugar perfeito. Uma vila talvez, dizem que as pessoas que moram em vilas são as melhores.

 

 

Harry sorriu com carinho para a irmã e deitou a cabeça no ombro dela.

 

 

— Tenho certeza que sim, irmã.

 

 

Eles ficaram ali juntos, observando os amigos voando com tranquilidade. O pequeno sonho de Sophie em viver em uma vila com Aslan queimando em sua mente e coração, ela esperava muito por esse dia, o dia que não precisaria mais se separar de seu leão por tanto tempo, viver com ele.

 

 

Mais tarde, quando todos já estavam bem cansados e sentindo sujos, eles partiram de volta para a Toca. No caminho, Fred comentava com Harry e Sophie sobre Percy estar passando bastante tempo no quarto.

 

 

— Gostaria de saber o que ele está aprontando. – disse ele, franzindo a testa. – Esteve tão mudado. O resultado das provas dele chegou dois dias depois das férias começarem. Doze! E ele nem se quer comemorou por isso.

 

 

— Gui recebeu doze também. – comentou Jorge. – Se não nos cuidarmos, vamos ter outro monitor-chefe na família. Acho que não iríamos suportar a vergonha.

 

 

Sophie e Harriet riram enquanto Hermione fez careta para os gêmeos.

 

 

— Talvez ele já esteja se preocupando com os N.I.E.M.S. – falou Sophie dando de ombros. – Sabe como o irmão de vocês é paranóico em ser perfeito em toda a matéria.

 

 

— Pode ser, pode ser. – concordou Fred. – Mas, que ele tá estranho, ele tá estranho.

 

 

Quando chegaram a Toca, se depararam com a Sra. Weasley animada por uma nova carta de Gui, em que aparentemente, ele também havia conhecido um escocês animado no Egito.

 

 

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Dia nove das férias de 92.

 

 

— Olá, Monstro.

 

 

O elfo domésticos mais velho e que andava quase nu pela casa de vez em quando – quase nunca –, encarou Harry com desprezo. Sua pele dava a impressão de ser maior do que o corpo e, embora fosse careca, uma boa quantidade de pelos brancos saía de suas orelhas enormes como as de um morcego. Seus olhos injetados era de um cinzento aquoso e seu nariz, bulboso, grande e meio trombudo.

 

 

Ao invés de responder Harry, começou a resmungar baixinho e ir andando de volta para seu quarto, para continuar fingindo que não existia naquela casa. Com um dar de ombros, o Potter mais novo partiu para a cozinha, onde irmã e padrinho já estava lá, ele não pode evitar o sorriso ao ouvir o tema da conversa.

 

 

— Pela última vez, Remus Jonathan Lupin, eu estou fazendo ovos mexidos! Pare de dizer que eu falei que iria fazer omeletes.

 

 

Remus riu e se afastou, dando uma piscada para Harry quando o avistou.

 

 

— Igualzinha ao James, o homem não sabia fazer um omelete nunca. – comentou ele rindo.

 

 

— Tenho certeza que papai nunca disse que faria omelete, assim como eu. – resmungou a Potter.

 

 

— Continue dizendo isso para si mesma, moça.

 

 

— Eu tive uma ideia! – exclamou Fred ao entrar na cozinha, totalmente bem arrumado e parecendo pronto para lutar.

 

 

— Não são nem meio-dia para você ter ideias idiotas, Frederico. – comentou Remus já com medo do que seria.

 

 

— Não, sério, escutem, é uma ideia fantástica! – falou Fred dando pulinhos.

 

 

— Eu acho uma ideia ridícula. – retrucou Jorge entrando na cozinha também, se sentando ao lado de Harry. – E imploro para você desistir disso, não vai funcio...

 

 

— Cala a boca, Jorge. – Fred o cortou irritado. – Vai sim, eu tenho certeza disso.

 

 

— Qual é o babado? – perguntou Harriet entrando, com Hermione ao lado.

 

 

— Fred tem alguma ideia e Jorge não concorda com essa ideia. – respondeu Sophie, se sentando ao lado do padrinho e comendo os ovos mexidos que havia feito.

 

 

— Vamos fazer um piquenique naquele parque perto daqui! – falou Fred sorrindo. – Podemos chamar a mamãe, Gina e Luna também. Menos o Percy. Ninguém quer o Percy.

 

 

— Essa é a ideia? – perguntou Sophie desconfiada, não vendo Jorge negando com a cabeça desaprovando o irmão.

 

 

— Tem uma surpresa no meio do caminho...

 

 

— ... Idiota... – murmurou Jorge.

 

 

— ... Mas vocês só vão saber quando chegarmos lá. – continuou Fred fingindo não ouvir o irmão.

 

 

— Eu gosto, dar um passeio por Londres parece bem agradável para hoje. – confirmou Remus sorrindo. – Muito bem, Fred, aceitamos sua ideia. Certo pessoal?

 

 

— Por mim tudo bem. – concordou Sophie.

 

 

Harriet, Hermione e Harry concordaram também. Jorge permaneceu em silêncio.

 

 

— Uma da tarde, partimos para nosso piquenique.

 

 

Assim, quando o ponteiro do relógio havia dado uma hora da tarde, todos já estavam prontos para o passeio. Fred havia ido até a Toca, voltando com Molly, Gina e Luna – Percy nem convidado havia sido –.

 

 

Molly e Remus arrumaram alguns doces para o piquenique. Fizeram uma cesta farta graças ao feitiço de extensão e então partiram.

 

 

Pegaram um ônibus até o metro e de lá, para o centro da cidade. Admirando tudo, foram para o parque que estava um pouco cheio, pois o dia estava ensolarado e perfeito para as pessoas passearem. Todos se jogaram na grama fresca.

 

 

— Não vejo a hora de poder aparatar. – comentou Jorge fechando os olhos.

 

 

— Você e eu. – concordou Harriet com um suspiro.

 

 

— Quanto drama nem foi tão ruim! – disse Fred, recebendo ataques de gravetos por parte da Lovegood e do gêmeo.

 

 

Harry sorriu, e ao olhar em volta, viu um casal que estava um pouco longe deles. O casal brincava com os dois filhos e pareciam bastantes felizes, se divertindo. E o Potter mais novo não pode deixar de pensar em como seria se seus pais estivessem vivos.

 

 

Sophie parou de rir do ataque contra Fred quando viu que o irmão olhava para uma família que se divertia. A ruiva sorriu de lado e tocou no braço do padrinho, acenando com a cabeça na direção do garoto.

 

 

— Eu também penso nisso, o tempo todo. – comentou Sophie se sentando ao lado do irmão. – E sim, seria maravilhoso se eles estivessem vivos e muitas coisas teriam sido diferentes.

 

 

— Mas infelizmente Harry, não podemos viver na base do “como seria”. – falou Remus passando o braço no ombro do garoto. – Esqueceríamos da realidade e ficaríamos naquele loop infinito de como... Como tudo seria diferente. Com isso, não viveríamos.

 

 

— É só... – Harry suspirou. – Teria sido lindo, só consigo pensar nisso.

 

 

Remus concordou, e lhe deu um beijo na têmpora.

 

 

— Teria sim. – puxou ele para um abraço de lado, e segurou a mão de Sophie. – Mas, sempre se lembre Harry, nós, agora, somos o que somos, e somos tudo que temos.

 

 

Harry olhou para o padrinho por um momento e depois para a família que já começava a se afastar. Então concordou.

 

 

— Somos o que somos. – disse ele sério. – E estou muito feliz por ter vocês.

 

 

— Também estamos felizes, Harry. Muito. – falou a Potter mais velha com carinho para ele.


Assim, eles passaram o resto daquela tarde brincando um com o outro, comendo as guloseimas que a Sra. Weasley havia preparado, e explorando ao redor do parque, e quando estava quase anoitecendo, Fred enfim soltou a surpresa que ele havia dito que teria no meio do caminho.

— Eu sei que todos estão curiosos sobre essa surpresa – começou ele e fez questão de ignorar o bufar de Jorge. –, porém, essa surpresa é apenas para um de vocês.

— Me deixou na expectativa pra nada, Weasley. – resmungou Harriet revirando os olhos.

— Shiu. – retrucou Fred, e então se voltou para Sophie. – E a surpresa é para você, Sophie.

— Ai Deus... – murmurou ela.

— Não é nada assustador, prometo. Porém, eu espero que você goste e que bem... Seja uma boa resposta. – disse ele parecendo nervoso agora.

— Ai meu Deus... – sussurrou Harriet colocando a mão na boca, já sacando o que estava para acontecer.

— Sophie, eu gosto muito de você e... De uns tempos para cá, tenho gostado muito muito mais de você. – disse Fred ficando vermelho e mais nervoso. – E, bem, eu... Certo... Você quer ser minha namorada?

Remus arregalou os olhos e sem perceber começou a amassar o copo de plástico que estava segurando em sua mão, nem mesmo piscando no meio daquela situação. Harriet, Gina e Hermione soltaram gritos de surpresa e animação, Harry sem perceber biliscou o braço de Rony com força – que gemeu e se afastou do amigo irritado –, Molly estava chorosa, Luna estava observando uma borboleta passando e não havia ouvido a pergunta, e Sophie estava piscando várias vezes, a boca aberta.

— Desculpe, o que? – perguntou a ruiva totalmente chocada.

— Quer namorar comigo? – tornou a perguntar Fred ficando mais nervoso.

— Namorar... – sussurrou Sophie. – Quando você diz “namorar”, é tipo aquele casal ali – apontou para um casal jovem andando próximo de onde eles estavam.

— Sim, exatamente. – concordou Fred sorrindo.

O outrora copo que estava na mão de Remus já havia virado algo irreconhecível. Sophie respirou fundo, olhou para Harriet que junto das outras menina estavam incentivando ela a dizer sim, voltou-se para Fred que parecia nervoso.

Se ela tivesse se virado para Jorge ao invés de Harriet, a resposta teria sido diferente, mas como não foi o caso, e ela estava ficando nervosa também a única resposta possível foi:

— Sim.

Fred arregalou os olhos em descrença e com um largo sorriso, puxou a ruiva para um abraço. As meninas gritaram novamente, Jorge pôs as mãos no rosto assim como Harry, Rony se viu observando a borboleta junto com Luna, e a Sra. Weasley estava chorando.

Remus por sua vez, sabia que a noite de lobo seria realmente violenta naquela semana.

 

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Dia dez das férias de 92.

Um Elfo apareceu na cama do Harry.


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