TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 14
Capítulo 14 — Sinta Sua Dor




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— Você precisa ser forte criança. – sussurrou a voz no fundo de sua mente.A Tempestade, o seu coração está esperando por você, o futuro está esperando por você. Então lute, Sophie, sinta a sua dor e vença.

Sophie abriu os olhos e soltou a respiração que estava prendendo enquanto dormia. Respirou e inspirou várias vezes para se acalmar e enfim olhar em volta do... dormitório?

Aquele com certeza não era o dormitório das meninas. Era um quarto, claramente, um quarto azul e amarelo, com uma instante cheia de livros sobre viagens ao mundo, criaturas mágicas e plantas. No teto havia pequenos desenhos de o que pareciam Pássaros Trovões voando em círculos. O quarto tinha um toque masculino, mas ainda sim adorável e suave, a cama que ela estava deitada era de solteiro mas maior que ela, e ao lado da cama, uma janela que lhe dava uma clara vista do céu estrelado e a lua, lhe mostrando que ainda era noite.

Mas ela não fazia ideia de como havia parado ali.

— Onde sou, quem estou? – murmurou ela confusa.

Sua resposta veio com a porta se abrindo devagar e o professor Dumbledore entrando, carregando uma bandeja do que parecia chá e biscoitos.

— Ah, você acordou! Fico aliviado. – disse o diretor sorrindo e colocando a bandeja na mesinha que ficava ao lado da cama.

— Professor Dumbledore?

— O único, minha querida. – respondeu o diretor se sentando na poltrona ao lado. – Você parece confusa.

— Eu, é... Eu estou. Onde estou? – perguntou ela, se sentando melhor na cama.

— Este era o quarto do meu afilhado. – foi a resposta do diretor. – Achei melhor te acomodar aqui do que o sofá. - ele a olhou com atenção. – Você se lembra o que aconteceu?

Sophie olhou confusa para ele, mas então, pequenos flashes começaram a brilhar em sua mente. A conversa com Jorge, depois com Harry... Detenção... A floresta e os centauros... Aslan...

— ASLAN! – ela gritou assustada já se levantando.

— Acalme-se, Sophie. – falou Dumbledore colocando as mãos nos ombros dela e a mantendo na cama. – Aslan está bem. Madame Pomfrey está cuidando bem dele, ele está dormindo agora.

Sophie concordou, tentando acalmar novamente a respiração e seu coração.

— E Harry? – ela perguntou, se lembrando de ter visto ele antes de apagar.

— Bastante preocupado com você e Aslan, mas está bem. – foi a resposta que recebeu do bruxo calmo. – Mas você, você não está bem, Sophie.

Sophie abaixou a cabeça, não querendo olhar para Dumbledore, não querendo admitir o quão ruim estava. Olhando para as mãos caídas no edredom que a cobria, ela percebeu os pequenos desenhos que o edredom tinha.

— Bananas? – ela perguntou com a testa franzida. – Por que seu afilhado tinha um edredom de bananas?

— A única coisa que ele me dizia era que as bananas são grandes fontes de potássio. – respondeu o diretor sorrindo. – Mas, nunca entendi o amor dele pela fruta.

— Hum... – murmurou ela sorrindo para os desenhos.

Era estranho, mas ao mesmo tempo era realmente fofo.

— Sophie.

A Potter mordeu o lábio inferior, ainda não querendo olhar para o diretor.

— Sophie, você está bem?

Sophie fechou os olhos, sentindo as lágrimas furiosas subirem, e seu coração doer. A mentira do “sim” havia parado no meio da garganta, mas ela não conseguia soltar, não conseguir dizer. Em sua cabeça, todo o seu medo estava átona, e mais do que isso, a imagem dos seus pais sorrindo para ela, um luto não sentido machucando o seu peito de forma dura e impiedosa. O sentimento de solidão, de abandono, o medo fervendo em sua alma vieram átona tudo de uma vez. Aslan caído quase morto na floresta se tornando transparente, Harry sumindo.

— Não. – ela conseguiu dizer antes de soluçar e assim, chorar como nunca havia chorado em sua vida. – Eu não estou bem.

Ela passou os braços ao redor da própria barriga, se segurando, se alto abraçando, ela se deixou sentir toda aquela dor que estava segurando, deixou sair toda aquela mentira de que estava sempre bem, aquele luto não sentido, aquela falta terrível de uma família que ela nunca iria aproveitar. Naquele momento ela se permitiu pensar apenas em si mesma do que no Harry, ou qualquer outra pessoa.

— Por que eles tiveram que me abandonar?! – ela chorou, já sentindo sua cabeça doer, e seu nariz escorrer horrores. – Por que eles... Por que tinha que ser eles, de todas as pessoas?! Por que família horríveis como os Malfoy estão soltos e felizes e as boas não?

Ela olhou para Dumbledore através da névoa das lágrimas, vendo-o a olhando com aqueles olhos gentis e tristes, e isso a irritou.

— Para de me olhar assim, tá legal?! Não ouse sentir pena de mim, porque eu não preciso disso! – ela dizia entre lágrimas e raiva. – TUDO QUE EU PRECISO É DELES DE VOLTA! DE VOLTA AQUI... – ela parou e choramingou abaixando a cabeça. – ...Aqui comigo.

Ela colocou as mãos no rosto e respirou fundo em meio a um soluço.

— Eu odeio isso... Eu odeio sentir tanto, odeio esses sentimentos... – ela dizia em meio ao choro, com desprezo. – Eles me fazem parecer ridícula.

— Eles te fazem parecer humana. – retrucou Dumbledore gentilmente.

— É? E que bem me fez ser humana?— ela perguntou com escárnio. – Que bem está me fazendo toda essa dor? Todo...

— Todo?

— Todo esse vazio? – ela questionou triste. – Me diga senhor, por que tudo dói, tudo está vazio, sozinho? Eu não deveria estar feliz, agora que encontrei Harry? Eu não deveria... Eu não sei. Eu sou uma péssima pessoa.

— Por que diz isso? – Dumbledore perguntou verdadeiramente chocado.

— Olha pra mim, senhor. Enquanto outros estão passando por coisas piores, Harry nem se quer conheceu nossos pais e eu estou aqui, sendo egoísta, chorando... Eu estou uma bagunça. – ela murmurou cansada. – Eu só queria... Eu queria deitar e dormir, um sono bem longo. Eu não sou forte o suficiente para aguentar isso.

— As pessoas passam por dores de formas diferentes, Sophie. – Dumbledore falou sério e olhando diretamente nos olhos tristes da ruiva. – Alguns a encaram de frente, outros a escondem, alguns correm dela até esquecerem que dói e nunca param de correr até alguém os fazer soltar, outros preferem a morte porque a dor é demais para seus corações frágeis. Todos vamos passar por dores que vão sangrar a aura da alma. Não é só porque existem pessoas em piores situações que isso significa que você se deixar sentir a sua dor te faz egoísta ou má.
“Eu penso, que é essa a beleza de sermos o que somos. Humanos, a raça que sente tanto, a raça doente mas que ao mesmo tempo também é a cura, a raça dos bilhões de anos de vida e dos mais bilhões através do fim do mundo. Podemos carregar a tristeza do universo e ainda sim continuar seguindo, olhamos nos olhos das guerras, da morte e aceitamos, lutamos, amamos.
“Que bem te faz ser humana, Sophie? Bem, você ser humana é o que faz valer a pena do mundo continuar girando. E do sol continuar brilhando. Porque você, Sophie Lily Potter, é algo precioso.”

Sophie tinha os olhos arregalados, brilhantes pelas lágrimas que não caíam mais, sua boca também estava aberta, totalmente surpresa com as palavras do diretor.

— Esse vazio, essa solidão, é a causa de mortes que não deveriam ter acontecido. Mas, elas aconteceram. Agora cabe à você, sair delas e... Não deixá-las que sejam sua fraqueza, mas sim sua força.

Sophie fechou os olhos e respirou fundo, sentindo seu coração leve, sua cabeça doendo pelo choro mas também mais calma do que antes. Todo o seu corpo estava em um estado de paz, alívio. Ela suspirou e abriu os olhos castanhos-esverdeados, olhando diretamente nos olhos antigos do diretor de Hogwarts.

— Diga-me, por que as coisas boas têm que morrer?

Dumbledore lhe sorriu com tristeza.

— Creio, que esse vai ser um dos maiores segredos do universo, minha querida. – ele lhe respondeu pegando a mão dela, e acariciando gentil. – Se acalme mais um pouco, pense sobre o que lhe falei, e depois quando se sentir melhor, você pode ir ver Aslan. Combinado?

Sophie concordou, lhe dando um sorriso cansado mas pacífico. Dumbledore se levantou e se virou para ir embora, mas então, voltou-se para a ruiva.

— Teve esse rapaz uma vez, ele perdeu muito que nem você. Ele correu da dor, se escondeu sobre a máscara de estar sempre bem, não falando nem mesmo para aquele que lhe cuidava. – dizia Dumbledore lentamente, olhando em volta do quarto. – Ele sorria, abraçava todos que podia, lia sem parar, de longe o rapaz mais feliz do mundo.

Sophie olhou em volta do quarto também, sentindo um aperto no peito ao entender de quem ele estava falando, e não tendo certeza se queria saber o resultado final. Mas, ainda sim perguntou:

— O que aconteceu com ele?

— Eu não sei. – respondeu o diretor com um suspiro. – Ele continua correndo até hoje, mas agora, para muito mais longe. E ele vai continuar correndo, e correndo, usando essa máscara... Até que alguém o pare e o faça soltar. – ele acariciou a parede mais próxima, um sorriso melancólico no rosto. – Ai que está Sophie, você tem uma coragem estupenda, porque é disso que se precisa para enfrentar o medo ao invés de correr.

E com isso, ele foi embora.

Sophie olhou para o edredom de bananas e acariciou, voltando-se a deitar e fechando os olhos, aproveitando por aquele momento a quietude, a paz, o alívio que sua mente se encontrava. Se escolhendo naquela cama quente, ela se sentiu abraçada de baixo do edredom de bananas.

E em sua mente ela escutou aquela voz novamente:

Escutem.

De repente, uma voz foi se ouvida em sua mente em um tom lírico, cantando suavemente e baixo:

Descansem agora, nossas crianças. Descansem agora, seus corações choram por paz. Deixem suas almas se curarem, se curarem para o universo. Voem. Voem crianças.

E ela só sabia, alguém estava escutando aquela música também, junto com ela, do outro lado mundo, e esperando... Esperando pelo futuro.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•


— Logo ele estará acordado, Potter. E você, deveria estar dormindo. – falou Madame Pomfrey com as mãos nos quadris, olhando feio para Harry.

Harry suspirou.

— Eu sei, eu só... Olha é minha culpa que ele está assim. Por favor, me deixe ficar aqui até eu poder vê-lo acordar, então prometo que vou deitar. – respondeu o garoto olhando cansado para a bruxa. – Por favor.

A postura brava dela se foi, e agora olhava com gentileza para ele. E com apenas um aceno de cabeça, concordando com ele, ela saiu. Harry suspirou agradecido e se voltou para o corpo desacordado de Aslan, que agora dormia tranquilamente mas que tinha todo o corpo - menos as patas - todo enfaixado.

Quebrou boa parte dos ossos dele, particularmente, não sei como ele ainda pode estar vivo.

Que sensação terrível havia sido ouvir aquelas palavras de Madame Pomfrey após ela ter terminado de cuidar de Aslan. A ideia que aquele leão tivesse quase morrido, e apenas para protegê-lo de Voldemort...

Harry choramingou e deixou a cabeça cair no canto da cama, os olhos nunca saindo do rosto do leão.

Ele estava com tantos pensamentos naquele momento. Tantas preocupações com o que estava acontecendo em tão pouco tempo naquele momento.

Snape ameaçando Quirrell para conseguir o que queria, Sophie voltando a falar com ele e na mesma noite Aslan quase morrendo, Voldemort andando pelos arredores de Hogwarts matando os unicórnios e querendo a Pedra Filosofal, a pedra que lhe daria a vida eterna que ele tanto desejava, que havia sido dada por Nicolau Flamel para Dumbledore proteger e agora corria risco de ser pega...

Mas as piores sensações eram aquelas. Aslan desacordado, Sophie desacordada em algum lugar que Hagrid a levou e ele não sabe, e... Voldemort ter sobrevivido. Depois de tudo, ele ter sobrevivido.

A conversa com o centauro Firenze ainda estava viva e brilhando em sua memória.

Alguma coisa muito branca brilhava no chão. Eles se aproximaram aos poucos. Era o unicórnio, sim, e estava morto. Harry nunca vira nada tão bonito nem tão triste. As pernas longas e finas estavam esticadas em ângulos estranhos onde ele caíra e sua crina espalhava-se nacarada sobre as folhas escuras.

Harry dera um passo à frente mas um som de algo que deslizava o fez congelar onde estava. Uma moita na orla da clareira estremeceu... Então, do meio das sombras saiu um vulto encapuzado que se arrastava de gatas pelo chão como uma fera à caça.

Harry, Malfoy e Neville ficaram paralisados. Aslan, por sua vez entrou em posição de ataque, silencioso, abaixando o corpo, pronto para pular.

O vulto encapuzado aproximou-se do unicórnio, abaixou a cabeça sobre o ferimento no flanco do animal e começou a beber o seu sangue.

AAAAAAAAAAAAAAAAAH!

Malfoy e Neville soltaram gritos terríveis e fugiram. A figura encapuzada ergueu a cabeça e olhou diretamente para Harry – o sangue do unicórnio escorrendo pelo peito. Ficou de pé e avançou rápido para Harry – que não conseguiu se mexer de medo.

Então uma dor, como ele nunca sentira antes, varou sua cabeça, como se a sua cicatriz estivesse em fogo – meio cego, ele recuou cambaleando.

Nesse momento, Aslan deu um salto fazendo a criatura cair para trás assustada. O leão soltou um rugido feroz e que fez a alma da floresta estremecer, mas a criatura, morrendo de medo, saiu deslizando para longe o mais rápido que podia, e antes que Harry pudesse impedir, Aslan estava correndo atrás da criatura.

ASLAN! – ele gritou em vão.

Sua testa continuou ardendo e ele não conseguia se levantar pela dor, nesse momento, uma criatura, metade cavalo, metade homem surgiu, assustando ainda mais o Potter. A criatura tinha uma aparência jovem, tinha cabelos louros prateados e o corpo baio.

Você está bem? – perguntou a criatura, ajudando Harry a se levantar.

Estou, obrigado, mas... Meu amigo, o leão, ele foi atrás... o que foi aquilo? E o que é você?!

Eu sou um centauro. – foi tudo que lhe foi respondido.

Ele tinha espantosos olhos azuis, como safiras muito claras. Mirou Harry com atenção, demorando o olhar na cicatriz que se sobressaía, lívida, em sua testa.

Você é o menino Potter. É melhor voltar para a companhia de Hagrid. A floresta não é segura a estas horas, principalmente para você. Sabe montar? Será mais rápido. Meu nome é Firenze. – acrescentou ao dobrar as patas dianteiras para Harry poder subir no seu lombo.

Mas... Aslan...

O leão está fazendo o que lhe foi destinado, menino Potter. Agora vamos.

Ouviram repentinamente o ruído de galopes vindo do outro lado da clareira. E mais dois centauros irromperam do meio das árvores, os flancos arfan-tes e suados.

Firenze! – trovejou o centauro de corpo escuro e de aparência mais selvagem. – O que é que você está fazendo? Está carregando um humano! Não tem vergonha? Você é uma mula?

Você sabe quem ele é, Agouro? – retrucou Firenze. – É o menino Potter. Quanto mais rápido ele sair da floresta, melhor.

O que é que você andou contando a ele? – rosnou Agouro. – Lembre-se, Firenze, juramos nunca nos indispor com os céus. Você não leu o que vai acontecer nos movimentos dos planetas? A Tempestade teve seu nascimento hoje, a história pode ser reescrita para um caminho terrível!

O outro centauro de cabelos vermelhos pateou o chão, nervoso.

Tenho certeza de que Firenze achou que estava fazendo o melhor. – falou em tom sombrio.

Agouro escoiceou com raiva.

Fazendo o melhor! O que tem isso a ver conosco? Os centauros se preocupam com o que foi previsto! Não é nossa função ficar correndo por aí como jumentos recolhendo humanos perdidos na nossa floresta!

Firenze de repente empinou-se nas patas traseiras com raiva, de modo que Harry teve de se agarrar nos seus ombros para não cair.

Você não viu o unicórnio! – Firenze berrou para Agouro. – Você não percebe por que foi morto? Ou será que os planetas não lhe contaram esse segredo? Tomei posição contra o que está rondando a floresta, Agouro, tomei, sim, ao lado dos humanos se for preciso. Nosso lado agora é para com a Tempestade, como Sólon nos avisou! E devo lhe lembrar que criatura a Tempestade é?

E Firenze virou-se depressa para partir; com Harry agarrando-se o melhor que podia, eles mergulharam entre as árvores, deixando Agouro e o outro centauro para trás.

Harry não fazia a menor ideia do que estava acontecendo.

Por que Agouro está tão zangado? – perguntou. – O que era aquela coisa de que você me livrou?

Firenze abrandou a marcha, alertou Harry para manter a cabeça abaixada a fim de evitar os galhos baixos, mas não respondeu à pergunta. Continuaram por entre as árvores em silêncio por tanto tempo que Harry achou que Firenze não queria mais falar com ele. Estavam passando por um trecho particularmente denso da floresta, quando Firenze parou de repente.

Harry Potter, você sabe para que se usa o sangue de unicórnio?

Não. – disse Harry surpreendido pela estranha pergunta. – Só usamos o chifre e a cauda na aula de Poções.

Porque é uma coisa monstruosa matar um unicórnio. Só alguém que não tem nada a perder e tudo a ganhar cometeria um crime desses. O sangue do unicórnio mantém a pessoa viva, mesmo quando ela está à beira da morte, mas a um preço terrível. Ela matou algo puro e indefeso para se salvar e só terá uma semivida, uma vida amaldiçoada, do momento que o sangue lhe tocar os lábios.

Harry ficou olhando para a nuca de Firenze, que estava prateada de luar.

Mas quem estaria tão desesperado? – pensou em voz alta. – Se a pessoa vai ser amaldiçoada para sempre, é preferível morrer, não é?

É – concordou Firenze. –, a não ser que ela precise se manter viva o tempo suficiente para beber outra coisa, algo que vai lhe devolver a força e o poder totais, algo que significa que jamais poderá morrer. Sr. Potter, o senhor sabe o que é que está escondido na sua escola neste momento?

A Pedra Filosofal! É claro, o elixir da vida! Mas não percebo quem...

Não consegue pensar em ninguém que tenha esperado muitos anos para retomar o poder, que se apegou à vida, esperando uma chance?

Foi como se uma mão de ferro de repente apertasse o coração de Harry.

Acima do farfalhar das árvores, ele parecia ouvir mais uma vez o que Hagrid lhe contara na noite que se conheceram: "Tem quem diga que ele morreu. Besteira, na minha opinião. Não sei se ainda tinha humanidade suficiente para morrer."

Você está dizendo – Harry falou rouco. –, que aquele era o Vol...

Harry! Harry, você está bem?

Hagrid havia chegado com os outros ao lado, Malfoy foi o que fez a pergunta que o preocupou a ponto de esquecer o que Firenze havia dito:

Onde está Sophie?

Ele havia de fato retornado, e Snape estava o ajudando a ter a Pedra Filosofal. Harry estava totalmente perdido sem saber o que fazer naquela situação. Ele poderia contar para Dumbledore, poderia contar para Hagrid ou professora McGonagall, mas eles não iriam acreditar nele. Como poderiam? Um aluno contra um professor.

— Você fez companhia para ele, obrigada.

Harry levantou a cabeça, os olhos arregalados ao ver Sophie se sentar do outro lado da cama, colocando a mão em cima da juba de Aslan e acariciando.

— Sophie! – ele sussurrou aliviado. – Como você está? Você está bem? Se sente melhor?

Sophie lhe lançou um sorriso suave e Harry pode perceber o quão cansada ela parecia, mas, ao mesmo tempo, parecia mais leve, mais pacífica do que ele jamais vira naqueles meses juntos.

— Assim que ele acordar, eu vou estar melhor. Por enquanto, estou... seguindo. – foi a resposta da Lupin. – E você, você está bem?

— Sim, estou. – era uma meia mentira, mas ele não queria trazer mais preocupações para Sophie sobre a volta de Voldemort. Ele nem sabia se ela acreditaria nele com isso. – Eu... Quero me desculpar. Se não fosse por mim, Aslan estaria...

— Aslan fez o que eu pedi para ele fazer, Harry. – retrucou Sophie sem deixá-lo terminar. – Eu pedi para ele te proteger, e foi isso que ele fez. De forma exagerada, mas fez. Então, a culpa é unicamente minha.

Harry a encarou chocado e surpreso.

— Por que você pediria isso? – ele perguntou querendo realmente entender como a bondade daquela garota poderia ser tão enorme.

— Porque eu me preocupo com você. – respondeu ela sorrindo. – Eu gosto demais de você, Harry. Odiaria que algo lhe acontecesse quando eu claramente poderia evitar.

Sophie voltou a olhar para Aslan, o carinho na juba nunca parando. E Harry, estava sentindo algo que não sabia descrever, era algo forte e feliz e era direcionado aquela garota, que, estava lhe dando constantemente momentos que ele sempre desejou dos tios mas nunca recebeu.

— Logo a noite vai estar chegando ao fim. – sussurrou Sophie, deitando a cabeça acima da juba fofa do leão. – O sol vai nascer, e vamos tentar novamente.

— Tentar o que? – perguntou Harry.

— A melhorar, Harry. Sempre a melhorar. – respondeu ela fechando os olhos, relaxando-se na juba.

E isso fez a decisão para Harry. Ele não poderia permitir Voldemort destruir as chances de um dia seguinte como aconteceu no passado. Por seus pais, e por Sophie, Harry faria de tudo para ter vários dias seguintes para melhorar sem nenhum monstro para atrapalhar.


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