TO DIE WITH THE SUN; reescrita de harry potter escrita por SWEETBADWOLF


Capítulo 13
Capítulo 13 — Marte e Júpiter




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Depois do incidente com o espelho, Harry percebeu que Sophie havia ficado mais quieta. Quase nunca falava no café da manhã, almoço ou jantar, brincava pouco também, e no sábado e domingo ficava mais com Aslan pelos gramados da escola do que com os amigos. E se as expressões nos rostos dos gêmeos e Harriet diziam alguma coisa, era que nem eles sabiam realmente o que estava acontecendo.

E Harry não podia impedir mas se sentir o culpado por ela estar em tal estado. Ele sabia que Sophie tinha visto algo no espelho, apesar da garota ter mentido para ele, ele sabia que deveria ter sido algo tão forte quanto ele via. E sua culpa tinha mais poder quando percebeu que ela ela estiva o evitando. E isso o deixava triste. Sophie era alguém que ele nunca iria quere perder a amizade, alguém que ele admirava tanto e se sentia orgulhoso por se ter ao seu lado. E agora, parece que ele conseguiu afastá-la, talvez, fosse por isso que seus tios também eram afastados dele, porque ele era um idiota.

Ele se perguntava até quando Rony e Hermione seriam amigos dele também.

Ele suspirou, deitado em sua cama, e virou para o lado esquerdo, olhando pela janela que mostava o céu escuro com estrelas brilhantes no céu.

Harry podia até não saber alguns feitiços, podia ser até um pouco burro com poções, mas ele era observador. E ele havia observado como Sophie cuidava dele, como o protegia nas aulas de poções e da ofensas de Malfoy, ele havia percebido que a Lupin se preocupava com ele, e que olhava para ele com carinho.

E, claro, ele havia percebido e não esquecido do dia em que encontraram o Fofo, e o Pirraça havia dito "os Potter" no plural sendo que ele era o único Potter naquele meio... ou não?

Se tem outra coisa que Harry sabe fazer, quando tinha as ideias certas, era juntar dois mais dois. Ele havia visto sua mãe naquele espelho, e todas as vezes que via Sophie no dia seguinte, era sempre como se estivesse olhando para o rosto de Lily Potter. A semelhança o assustou muitas vezes, e mesmo ele dizendo que era enganação de sua mente, ou seu desejo de ter uma figura materna por perto, ele não podia negar que Sophie era realmente igual. A cor dos cabelos, o nariz, o rosto... mas os olhos, eram diferentes do de sua mãe. Eram os olhos que ele havia visto em seu pai.

Mas não fazia sentido, era mesmo impossível. Harry havia conhecido o pai de Sophie no jogo de quadribol contra a Sonserina, no final do jogo quando Remus Lupin, um homem de cabelos cor de areia bem arrumados, rosto magro porém com a mandíbula forte, com algumas cicatrizes, e corpo magro, o parabenizou, ele não pode deixar o quão diferente Sophie era dele.

Claro, ele não havia conhecido a mãe de Sophie, e devia parar a crença de seu coração de que aquela garota esplêndida poderia ser de alguma forma sua parente só por ela se parecer com sua mãe. Isso não seria possível, pelos motivos que todos foram mortos... E porque Sophie Lupin havia se afastado dele.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•

 

 

Sophie esticou os braços com um suspiro e voltou a relaxar sobre a árvore de frente para o lago. Abriu um sorriso suave vendo Aslan brincando quando a Lula Gigante. Era uma tarde calma, com sol pálido e um vento fresco, um ótimo tempo para fechar os olhos e esquecer de tudo ao seu redor.

 

 

Abril já estava chegando ao fim, o que significava que aquele ano em Hogwarts também estava terminando, e para sua tristeza e confusão de sua própria mente perdida, seu relacionamento com Harry havia esfriado drasticamente desde Dezembro até aquele momento. E tudo por causa do espelho.

 

 

Aquele espelho lhe mostrou mais do que o desejo mais profundo e mais forte de seu coração. Aquele espelho lhe mostrou a realidade, a realidade de que tudo que ela ama acaba se afastando. Que em algum momento, quando ela menos estiver esperando, quando ela estiver na mais alta felicdade, Harry irá sumir. E a única certeza que ela ainda tem para seu coração, a única fonte de segurança que ela sabe que estará ali, é Remus. Mas, mesmo em relação ao seu padrinho ela ainda sente tanto medo que tem feito ela perder muitos sonos nos últimos meses.

 

 

Mas Harry, se afastar dele foi a única solução que ela viu para se manter firme. Ainda sim, ela não conseguiu se afastar completamente, ela ainda iria para duas aulas que ele participava, e o defendia de Snape sempre que podia. E quando ele queria falar com ela, ela arrumaria uma desculpa esfarrapada e seria isso, o evitaria.


O último jogo de quadribol contra a Lufa-Lufa havia sido um sucesso vazio para ela, e nem mesmo havia comemorado. Nem mesmo havia achado tão engraçado ver Snape, de todos os professores, montado na vassoura para apitar o jogo. De fato, nada mais estava divertido como antes, e ela sabia que seus queridos amigos haviam percebido – Jorge acima dos outros –, mas ela não sabia a resposta para o que estava acontecendo.

Poderia ser medo, poderia ser cansaço, poderia ser tristeza, poderia ser o que quer que fosse, a única que ainda a deixava um tanto contente era o livro maravilhoso de "O Senhor dos Anéis", que ainda estando no começo, ela já estava completamente apaixonada por ele assim como esteve pelo "O Hobbit", e claro, seu fiel leão. Aslan lhe dava a paz que ela queria mas não conseguia alcançar.

— Sinto falta dos seus sorrisos.

Sophie olhou assustada para o lado. Jorge estava se sentando ao seu lado, se encostando na árvore também e olhando para o lago. Seu rosto, sempre carregando um sorriso maroto, estava naquele momento um tanto sério quanto melancólico.

— O que, eu não tenho sorrido muito ultimamente? – ela perguntou cruzando os braços.

Ele olhou para ela sério.

— Mais como triste, na verdade. - retrucou ele calmo. – E tenho que dizer, não combina nem um pouco com você.

— Apenas dias ruins, Jorge. Vai passar. – ela disse de maneira defensiva.

— Não se você não falar o que está acontecendo. São quase cinco meses desde que você ficou assim, se afastou de todos. Até do Harry. — Jorge disse virando todo o corpo na direção dela. – Admito que estou preocupado, todos estamos.

Sophie sentiu um nó se formar na garganta, ela já estava sentindo o coração acelerar, e já havia começado a levar a mão até a boca para ficar arrancando a pelinha dos dedos, um hábito que ela odiava mas não conseguia parar de fazer.

— Somos amigos desde do primeiro trem. – Jorge disse suavemente. – Confie em mim, Sophie. O que aconteceu?

— Estou com medo.

Ela mesma ficou surpresa por ter soltado aquilo, mas, agora que havia sido dito em voz alta, dando realidade para o seu medo para o universo ouvir, ela não podia parar ali.

— Toda a minha infância esse medo vem me perseguindo, Jorge. E eu não sei como lidar com ele. – o nó em sua garganta estava desfazendo aos poucos.

— Medo do que, Sophie?

Em um momento ela estava olhando para o lago sem dizer nada como resposta, e no outro, estava contando sobre a noite do espelho, da conversa com Harry, seus pais e Harry terem desaparecido assim que ela se afastou, Sirius também em busca de uma vingança idiota que só trouxe mais tristeza para ela e Remus. Ela não contou dos sonhos, não contou das noites sem dormir, das vezes que procuraria por Harry apenas para ter certeza que ele estava ali. Mas contou, que o motivo para assistir as aulas em que ele participava era apenas uma forma de segurança para ela.

— Estou com medo de que, me aproximar demais dele, fará a dor ser maior quando ele sumir. – disse ela, por fim, mantendo todas as lágrimas reunidas, sem deixar nenhuma cair.

— Não posso dizer que entendo o seu medo, felizmente tive a sorte dos meus pais terem sobrevivido aqueles anos... – começou o Weasley, com a voz gentil. – Mas, eu posso dizer que te conheço bem, ao ponto de saber que você sente demais, Sophie. Se um total estranho desaparecesse agora na sua frente, você iria chorar por ele e se lembraria dele pelo resto da sua vida.

Sophie franziu a testa. Ela nunca havia se visto daquela forma, na verdade, nunca se quer percebeu que era assim.

— Com isso, você acha mesmo que doeria menos se fosse com Harry, apenas porque você se afastou dele? – ele perguntou sorrindo cheio de carinho para ela. – Eu não sei como fazer esse seu medo sumir, não sei como te ajudar mais do que isso, Sophie. Mas, eu sei que, você continuar afastada dele assim, por causa desse medo, e sem ele saber o que você realmente é dele, isso está te consumindo, são muitos segredos, muito tudo para você, minha amiga.

Nesse momento, Aslan se aproximou deles, deitando próximo dela que começou a lhe acariciar a juba que estava um pouco molhada.

— É tudo muito pesado. – ela sussurrou observando os dedos passarem pela juba dele. – Mas não consigo parar de carregar o desnecessário.

Jorge puxou o ombro dela um pouco, a fazendo olhar para ele.

— É por isso que você tem os melhores amigos ao seu lado. Não vamos te deixar cair, leoa.

Sophie sorriu para ele, que lhe sorriu mil vezes maior.

— Esse é o sorriso que eu tanto queria! – ele disse alegre.

Sophie riu baixinho e deixou a cabeça cair no ombro do Weasley, que passou os braços em volta dela, a apertando contra o corpo, enquanto ela tinha os olhos fechados, se acalmando e permitindo sua mente também ficar calma.

— Vai ficar tudo bem, você vai ver. – ele sussurrou. – Você só tem que continuar lutando.

Ela se afastou e acenou para ele. Nisso, ela avistou, um pouco mais afastado de onde eles estavam, Harry estava sentado próximo ao lago, sozinho e parecendo bastante pensativo. Jorge olhou também.

— Acho que ele precisa de você. – disse o Weasley. – Nossa casa não tem sido muito gentil ultimamente.

— Por que eles perderem tudo aquilo de ponto mesmo? – ela perguntou, ainda olhando para Harry.

— Hagrid havia ganhado um dragão, e trouxe para a cabana. Mas, o idiota do Malfoy acabou vendo dragão, e Harry, Mione e Rony disseram que ele não poderia manter o bicho e tinham que mandá-lo embora antes que o mimado dissesse alguma coisa, então Rony mandou uma mensagem para Carlinhos pedindo para nosso irmão buscar o dragão – explicou Jorge. – Carlinhos não poderia vir buscar, mas uns amigos dele iriam passar voando por aqui, porém iriam passar muito tarde, mas era o único jeito.
     “A anta do Rony acabou sendo mordido pelo dragão, e foi parar na ala hospitalar, deixando a missão para Mione e Harry que foram os dois que entregaram o dragão durante a madrugada para os amigos do Carlinhos.”

— Uau, eles estão sendo mais aventureiros do que a gente. – comentou a Potter com a sobrancelha esquerda levantada. – E o que o Neville tem haver nisso tudo?

— O mesmo que a última vez. Escorregou na bagunça dos três. – respondeu Jorge dando de ombros.

— Pobre, Nev.

— Então, você vai lá falar com ele? – Jorge perguntou acenando na direção do Potter mais novo.

Sophie mordeu o lábio incerta.

— O que ele sugeriria para você fazer? – o Weasley perguntou novamente, apontando para o colar no pescoço dela.

Sophie olhou para o leão enrolado no sol e suspirou, ela ia fazer o que era o certo. Ela se levantou, e olhou para Jorge ainda sentado, sorrindo para ela.

— Fica de olho no Aslan, pra mim? – ela perguntou e ele acentiu. – E não deixe ele brincar de novo com a Lula, já se molhou o bastante.

Jorge bateu continência e piscou para ela que riu suavemente antes de partir em direção ao irmão. Assim que ela estava ao lado dele, se sentou e ficou olhando o lago, percebendo que ele agora estava olhando para ela.

— Oi. – ela cumprimentou suavemente.

— Oi...

— Então, o que te trás aqui fora sozinho? – ela perguntou, agora olhando para ele.

— Bem, não está muito confortável ficar lá dentro. – respondeu Harry voltando a olhar para o lago com um suspiro.

— Hum – acenou. –, é por causa dos pontos perdidos?

— A não ser que eu tenha feito outra idiotice e não saiba para eles me odiarem, sim é. – retrucou ele com mau humor. – E ainda tem hoje a noite!

— Certo, bem, primeiro, o pessoal não te odeia. Eles estão com raiva, verdade, mas Fred e Jorge vivem perdendo pontos para nossa casa. Eu também, de vez em quando. E veja só, somos todos amados. – disse ela sorrindo.

— Mas vocês nunca perderam 150 ponto não é? 

— Detalhes, Harry, detalhes. Não se apegue aos detalhes. – retrucou Sophie abanando a mão como se estivesse espantando uma mosca. – Segundo, o que tem hoje a noite? 

— Minha detenção junto com a Mione, Neville e Malfoy. – respondeu ele sorrindo.

— Malfoy? – questionou a Potter mais velha com as sobrancelhas arqueadas. – Pensei que ele tivesse ganhado algum ponto sendo o “bom samaritano”.

— Ele também pensou que iria ganhar, mas ele também estava fora da cama. – explicou Harry com um sorriso maroto. – E a Profª Minerva não deixaria isso de lado, não é?

— Oh, eu amo aquela mulher! – Sophie riu. – Ela é um perigo para todas as casas, isso é um fato! Mas, então, o que vocês vão fazer hoje a noite?

— Não sei. – foi a resposta. – A professora não falou.

— Huum. – murmurou Sophie tocando na boca com o dedo indicador de forma  pensativa. 

— Ei, sabe o que eu acabei de perceber? – perguntou Harry sorrindo e olhando para o sol se pondo. 

— O que? – Sophie perguntou se virando para ele.

— Você voltou a falar comigo. – disse ele com o sorriso mais largo, e ainda olhando para o sol. 

Sophie sorriu e olhou para o sol também, dando um leve suspiro contente.

— Sim, eu voltei.

Eles se olharam sorrindo e Sophie piscou para ele. Ela percebeu que, seu irmão valia a pena a dor no final.

 

•°•°•°°•TDWTS•°•°•°°•


Se tinha uma coisa que Sophie havia puxado bastante de seu pai, além da marotagem, era a curiosidade. E assim que voltou para o castelo após conversar com Harry, foi procurar Dumbledore para saber qual seria a detenção do irmão. E assim seu lado aventureiro também apareceu, quando soube que a detenção era ajudar os unicórnios selvagens da Floresta Proibida com Hagrid. E seria muito errado da parte dela, não se voluntariar para ajudar o guarda-caças em uma missão tão nobre. Por isso, lá estava ela, ao lado de um tristonho Hagrid as 23h00 da noite. 

— Sinto muito pelo dragão, Hagrid. – ela disse gentilmente batendo levemente na barrigona do amigo.

— Se aquele Malfoy não tivesse aberto a boca! – resmungou Hagrid. – Meu Norberto! Será que os outros dragões estão sendo gentis com ele?

— Tenho certeza que Carlinhos colocou ele junto de vários pequeninos para serem amigos, Hagrid. – falou Sophie sorrindo. – E saiba que vingarei seu nome, caro amigo! – disse ela sorrindo e se sentando em cima de Aslan que também iria com eles. – Já conversei com Aslan para se comportar com Malfoy de uma maneira bem educada.

— Hum, Sophie, Sophie. Você pode ser parecida com sua mãe mas tem mais de seu pai que eu imaginava. – Hagrid riu. – Nunca mude, minha querida amiga.

Sophie riu, e naquele momento percebeu que Filch já se aproximava deles com os alunos. Harry, Mione e Neville tinham sorrisos na direção dela, ao contrário do Malfoy.

O zelador, assim que avistou Aslan, deu meia-volta e saiu correndo sem olhar para atrás, fazendo Hagrid dar uma alta risada.

— Sophie o que faz aqui? – perguntou Harry. 

— Me voluntariei para ajudá-los! – respondeu ela alegremente. – Ajudar unicórnios parece ser bem divertido! 

— Aslan vai junto? – perguntou Hermione acariciando a juba do leão. 

— Ah com certeza! Esse aqui não se afasta de mim. E eu já falei para ele ficar bem comportado, não é querido? – perguntou a ruiva sorrindo.

Aslan olhou para Malfoy e mostrou os dentes.

— Esse é o meu garoto!

— Bem, já que estão todos aqui... vamos lá! – disse Hagrid batendo as mãos e pegando o grande arco e a aljava com flechas penduradas ao ombro. 

— A floresta? – Malfoy questionou e não pareceu tão tranquilo como de costume. – Não podemos entrar lá à noite... tem todo tipo de coisa lá... lobisomens, ouvi falar.

— E você achou que íamos para onde?! – Sophie retrucou irritada.

— Eu não vou entrar na floresta! Isso é tarefa para empregado! – retrucou o garoto, parecendo mais assustado e dando dois passos para trás ao ver Aslan se voltar para ele.

— Bem, você deveria ter pensado melhor antes de se intrometer no que não era da sua conta. – falou a Potter mais velha.

— Eu pensei que iríamos copiar alguma coisa... ou limpar...

— Ou quem sabe desenhar não é mesmo? Não, tenho uma melhor, quem sabe cuidar da própria vida? Porque se tem alguém que cuida da vida dos outros então esse alguém é você! Primeiro de tudo se não fosse por você, todos nós estaríamos dormindo ou qualquer outra coisa do tipo mas por sua vontade de se exibir estamos aqui. Então você vai fazer o favor de entrar nessa floresta e ficar quieto.

Sophie e Draco se olharam durante um bom minuto, ambos com raiva nos olhares e prontos para soltarem vários insultos, mas no fim, o Malfoy olhou para o chão, quebrando aquela briga silenciosa.

Harry e Hermione sorriram para ela, Hagrid segurou a vontade de rir e Neville continuou quieto, provavelmente com medo. 

— Nev – Sophie chamou-o sorrindo para ele. – Quer subir no Aslan? 

— E-eu p-osso? – perguntou Neville sorrindo timidamente. 

— Vem cá. Ele não vai te morder. – foi a resposta dela pegando a mão do Longbottom e o levando até Aslan que lambeu o rosto do garoto. – Viu? Esse leão é um anjo. Querido, abaixe-se para Neville montar em você. 

O leão fez o que foi pedido e Neville subiu em cima dele.

— Muito bem, então – disse Hagrid –, agora prestem atenção, porque é perigoso o que vamos fazer hoje à noite e não quero ninguém se arriscando. Venham até aqui comigo.

Ele os conduziu à orla da floresta. Erguendo a lanterna bem alto, apontou para uma trilha serpeante de terra batida que desaparecia por entre árvores escuras. Uma brisa leve levantou os cabelos dos meninos, quando eles se viraram para a floresta.

— Olhem ali, estão vendo aquela coisa brilhando no chão? Prateada? Aquilo é sangue de unicórnio. Tem um unicórnio ali que foi ferido gravemente por alguma coisa. É a segunda vez esta semana. Encontrei um morto na quarta-feira passada. Vamos tentar encontrar o pobrezinho. Talvez a gente precise pôr fim ao sofrimento dele.

— Quem faria algo assim Hagrid? – perguntou Sophie, seguindo ao lado do amigo.

— Um monstro. - sussurrou Hagrid em resposta. – Muito bem – falou mais alto. –, agora, vamos nos separar em dois grupos e seguir a trilha em direções opostas. Tem sangue por toda parte, ele deve estar cambaleando pelo menos desde a noite passada.

— Eu quero Canino – disse Malfoy depressa, olhando para as presas de Canino.

— Muito bem, mas vou-lhe avisando, ele é covarde. Então eu, Sophie e Hermione e Aslan vamos por aqui e Draco, Harry, Neville e Canino por ali. Agora, se algum de nós achar o unicórnio, disparamos centelhas verdes para o alto, OK? Peguem as varinhas e comecem a praticar agora, assim. E se alguém se enrolar, dispare centelhas vermelhas, e vamos todos procurá-lo; então, cuidado. Vamos.

— Espere. - falou Sophie depressa. – Canino vem com a gente, e Aslan vai com vocês. – ela se virou para o leão que parecia descontente com a idéia, e sorriu carinhosamente para ele. – Eu vou ficar bem, querido. Faça isso por mim, por favor? Lembra o que eu pedi para você? Além de se comportar?  

Aslan a encarou sério por um tempo e então lhe deu uma lambida no rosto antes de acenar com a cabeça e ir para o lado de Harry enquanto canino ficava ao lado de Sophie. 

— Vamos. – disse Hagrid sorrindo.

Todos começaram a andar. Sophie olhou para o céu, onde as árvores permitiam-a ver, e observou as estrelas brilhando na escuridão.

Eles continuaram andando quando Hermione perguntou:

— É possível um lobisomem estar matando os unicórnios?

— Não. Não estamos na época da lua-cheia e esses ataques estão sendo feitos em duas noites por dia, pelo o que Hagrid me disse. Um lobisomem não se transforma por querer, Mione, ele é obrigado. – respondeu Sophie pensando tristemente no padrinho.

— Você parece conhecer bastante do assunto, Soph. – comentou Hermione.

— Ah... É, sim, eu estudei sobre eles. – falou a Potter tentando não gaguejar na meia-mentira. – Eu conheço alguém que infelizmente é um lobisomem. 

— Deve ser horrível.

— Sim... Sim é.

Eles passaram por um toco de árvore coberto de musgo. Sophie ouviu água correndo, devia haver um riacho por perto. Olhou para o chão e viu uma trilha com o sangue do unicórnio, e ela se sentiu horrível pela criatura, querendo mais que tudo poder ajudá-lo de alguma forma.

— Você está bem Hermione? – perguntou de repente Hagrid em sussurro. – Não se preocupe, ele não deve ter ido longe se está tão ferido e então poderemos... PARA TRÁS DAQUELA ÁRVORE! 

Hagrid puxou Hermione para uma árvore, e Sophie e Canino se esconderam em outra. Sophie espiou por trás da árvore e viu um tipo de capa rastejando no chão e fugindo, a Potter olhou para Hagrid e viu que o mesmo apontava a flecha para o animal mas ele havia conseguido se afastar.

— O que era aquilo? – perguntou Hermione assustada. 

— Eu não sei, mas tem alguma coisa aqui que está fora de lugar. – respondeu Hagrid baixo. – Me sigam e tenham cuidado. 

Sophie deixou Hermione e Hagrid irem na frente e os seguiu. Seja o que for aquilo, Sophie sentiu-se mal quando o viu, uma enorme sensação de medo e raiva e nojo misturados nela que foi como uma tortura.

Andaram mais para frente quando ouviram um barulho e Hagrid havia erguido o enorme arco novamente.

— Quem está ai? – perguntou. – Apareça estou armado! 

E apareceu. Um maravilhoso e muito belo, Sophie tinha que admitir, centauro. Até a cintura, um homem de cabelos e barba vermelhos. Mas da cintura para baixo era um luzidio cavalo castanho com uma cauda longa e avermelhada. 

— É você Ronan! – disse Hagrid sorrindo e abaixando o arco. – Como vai? – E apertou a mão do centauro. 

— Boa noite para você, Hagrid. – cumprimentou Ronan com uma voz grave e triste. – Você ia atirar em mim?

— Cautela nunca é demais, Ronan. – respondeu Hagrid. – Tem alguma coisa solta nessa floresta. Ah sim, estes são, Hermione Granger, e claro, você já conhece Sophie Lupin.

— Lupin. – disse Ronan se aproximando de Sophie. – Ah sim. – Então voltou para onde estava. – Boa noite. Onde está o seu leão?

— Boa noite. – cumprimentou Sophie com um aceno. – Meu leão... Está ali e aqui, sempre se divertindo.

— Bom para ele. – disse o centaurom – Então, são alunos é? – perguntou Ronan olhando para Hermione. – Está aprendendo muito na escola?

— Um pouquinho. – respondeu Hermione tímida. 

— Um pouquinho. Bom, já é alguma coisa. – suspirou Ronan. Depois jogou a cabeça para trás e contemplou o céu. – Marte e Júpiter estão brilhantes hoje. 

— É. – disse Hagrid mirando o céu também. – Olhe foi bom termos nos encontrado, Ronan, porque tem um unicórnio ferido. Você viu alguma coisa? 

Ronan não respondeu imediatamente. Continuou a olhar para o céu sem piscar e então suspirou outra vez.

— Os inocentes são sempre as primeiras vítimas. Foi assim no passado, é assim agora. – falou ele. – Enquanto os heróis começam a se conhecer, a Tempestade Iminente surgi essa noite, em espera pelo Sol.

— É, certo, muito bonito, mas você viu alguma coisa, Ronan? Alguma coisa anormal? – perguntou Hagrid passando a mão nos olhos com impaciência. 

— Marte e Júpiter estão brilhantes hoje. – Repetiu Ronan enquanto Hagrid o observava impaciente. - Brilhos anormais.

Sophie realmente estava se segurando muito para não rir daquela cena. 

— Sim mas eu estou me referindo a alguma coisa mais perto da terra, sabe bem perto mesmo, tipo aqui nessa adorável floresta. Você não notou nada estranho?

Mais uma vez Ronan levou algum tempo para responder. Por fim disse:

— Todas as florestas escondem muitos segredos. 

Ouviu-se mais um barulho atrás de Ronan e Hagrid já tinha erguido o arco quando outro centauro apareceu. De cabelos e corpo negro e com um aspecto mais selvagem que Ronan.

— Olá, Agouro. – cumprimentou Hagrid. – Tudo bem? 

— Boa noite, Hagrid, você vai bem, espero. – disse Agouro.

— Bastante bem. Olhe, eu realmente estava perguntando a Ronan, você viu alguma coisa estranha aqui ultimamente? É que um unicórnio foi ferido. Você sabe de alguma coisa? – perguntou Hagrid esperançoso.

Agouro se aproximou e ficou ao lado de Ronan. Olhou para o céu. 

—Marte e Júpiter estão brilhantes hoje. – respondeu simplesmente. – O sussurro de Sólon é ouvido, a tempestade nasce hoje, mas está incompleta.

Sophie realmente teve que colocar as duas mãos na boca para não dar uma boa gargalhada. 

— Já sabemos. – disse Hagrid, agastado. – Bom, se algum de vocês vir alguma coisa, me avise, por favor. Vamos indo, então. 

Sophie se apressou ao lado de Hagrid com o riso preso na garganta enquanto  Hermione observava os centauros pelos ombros. Quando estavam longe dos centauros, Sophie soltou o riso enquanto Hagrid resmungava algo como:

— Nunca – disse ele, irritado – tentem obter uma resposta direta de um centauro. Vivem contemplando as estrelas. Não estão interessados em nada que esteja mais perto do que a lua. 

— E existem muitos deles aqui? – perguntou Hermione. 

— Sim. Vivem isolados na maior parte do tempo, mas têm a bondade de aparecer quando preciso dar uma palavrinha. São inteligentes, veja bem, os centauros... sabem das coisas... só não falam muito. – disse Hagrid andando. 

— Acha que foi um centauro que ouvimos antes? – perguntou Mione.

— Você ouviu barulho de cascos? - perguntou Hagrid. – Não, se quer saber, aquilo é o que anda matando os unicórnios. Nunca ouvi nada parecido antes. – disse Hagrid pensativo. 

Eles continuaram andando quando um enorme barulho ecoou pela floresta. E Sophie conhecia bem aquele barulho, era um rugido de leão. Eles pararam e Sophie sentiu o coração parar uma batida. 

— Sophie isso foi o Aslan? – perguntou Hermione com medo. 

Não foi preciso Sophie responder pois Malfoy e Neville haviam aparecido gritando com medo. 

— Malfoy, Neville! O que houve?! Cade o Harry? – perguntou a Potter segurando Draco pelos ombros.

— Uma coisa... rastejando... matando... o leão foi atrás... eu não sei.. – ele tinha lágrimas nos olhos enquanto falava. 

— Tá tudo bem, ei, Draco, respira, sim? Isso mesmo, vá ficar perto do Hagrid. – disse ela gentilmente tentando manter o pânico baixo.

Draco correu para trás de Hagrid, ao lado de Neville e Hermione. O meio-gigante olhou para Sophie.

— Sophie... – Hagrid já ia começar a dizer quando a ruiva saiu correndo pelo meio da floresta. 

— HARRY! ASLAN! – gritou ela correndo e passando pelos galhos sem se importar para os arranhões que ganhava com cada galho chocando com seu rosto. - HARRY! ASLAN!! 

Ela correu e correu, e então, ela viu o corpo de Aslan caído no chão. Ela podia ouvir o choro vindo dele, e ele não se mexia. Com o coração acelerado e doendo, ela correu para ele com lágrimas nos olhos. 

— Aslan, querido... – ela sussurro se ajoelhando ao seu lado e deixando sua enorme cabeça deitar em suas coxas. – Você não por favor, por favor não.

Ela sussurrava desesperada, lágrimas caindo em seu rosto, sua cabeça estava latejando assim como todo o seu corpo estava tremendo. Ela olhou em volta em desespero.

— HARRY! HARRY CADÊ VOCÊ?!

Ela se voltou para Aslan que ainda chorava.

— Você tem que ficar comigo, não some, por favor, não desapareça!

Ela estava em um estado tão terrível, que ela começou a ver Aslan se tornando transparente, e seu pânico se tornou mil vezes pior. As lágrimas não paravam de cair, e sua cabeça doía muito mais. Ela sentia falta de ar, e sua visão do estava escurecendo quando ela abraçou Aslan com mais força.

— Você não, por favor, você não...

A última coisa que ela viu, antes da escuridão a pegar, foi Hagrid correndo em sua direção com os outros e... Harry. Harry estava ali. E tudo ficou escuro.


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