Scream escrita por Mayara Silva
Notas iniciais do capítulo
Oia eu dnv ♡
To atualizando tudo kkkkkkkkk acho que termino essa fic no fim de novembro sla, ela ainda tá um pouco longe de acabar.
Deixem um comentário e farão uma autora feliz ♡ Obrigadinha por ler e até a próxima u3u
Salão de lazer, Rancho Neverland - 14:22 hrs
Com o desaparecimento do proprietário, Neverland agora estava tão deserta quanto uma cidade fantasma. Para os irmãos, 2 dias acabou sendo o suficiente para que eles dessem um trato na mansão particular. Muitas coisas ainda estavam fora de ordem, porém Mercúrio havia encontrado um gerador reserva e o colocou para funcionar, ao menos agora aquela área do rancho estava iluminada.
No belo salão de lazer, Vênus e Mercúrio estavam explorando os discos do cantor. A garota colocou os headphones e levou as mãos por trás da cabeça, relaxando em um dos estofados enquanto ouvia “Blame it on The Boogie”.
— Don't blame it on the sunshine! Don't blame it on the moonlight… Putz, eu adorei! Por que a gente não tem umas músicas legais dessas em Poliote?
— Leva pra nave.
— Vou fazer isso mesmo.
A garota mirou o seu relógio para o disco e, em poucos segundos, o objeto foi escaneado e desapareceu. Ela se levantou e já foi procurar outro para ouvir.
Enquanto isso, por 2 dias, Vênus havia se deslumbrado com os passos de dança daquele homem. Mesmo que o odiasse por dentro, a música e a dança parecia fazê-lo esquecer esse sentimento. Ele assistiu a todos os clipes, contudo, adorava repetir “Scream”, ele estava praticamente se vendo dançar.
— Hah! Eu duvido que tu faça esse passo aí…
— Eu sou bom em copiar coisas, esqueceu?
Ele soltou uma risada e voltou o vídeo uns 10 segundos para se preparar. Michael iniciou a dança, junto de sua irmã Janet, e Vênus começou a copiar os passos da dupla.
— Na verdade, sou eu que duvido que você faça o mesmo que essa mulher da transmissão.
— Ah, vai se ferrar, não tô afim… Olha!
Mercúrio estava muito mais entretida nas músicas. Ela estava cheia de discos e CDs na mão, e se aproximou para explorá-los um pouco com o seu irmão. Sentou-se no chão e os espalhou por aí.
— Qual você quer ouvir agora?
— Hum…
Vênus desligou a TV e se aproximou para conferir. Eles já haviam explorado todo aquele acervo, não haviam apenas discos do próprio cantor, mas de outros artistas de seu interesse, como James Brown. O rapaz sorriu e exibiu sua escolha.
— Dança comigo?
— Quê? Mas nem…
Antes que Mercúrio pudesse responder, seu irmão correu até um reprodutor de som e inseriu o disco, seguindo as instruções que sua irmã lhe deu, afinal de contas até uns dias atrás ele não entendia nada daquela tecnologia terráquea. Após isso, apertou alguns botões e deixou a música de sua escolha fluir.
Virou-se com um sorriso sapeca e abriu os braços para puxá-la para perto de si.
— Try me… Try me…
— Não. Não, não, nããão, não, Vênus…
Mercúrio tentou se afastar, porém seu irmão a puxou por um dos braços e a envolveu em um abraço apertado, enquanto a conduzia para uma dança lenta e desengonçada.
— Darling tell me… I need you...
— VÊNUS! Para, seu palhaço!!
Exclamou a garota, após altas gargalhadas. Ela empurrou seu irmão com força e tentou se desvencilhar mais uma vez, sem sucesso.
— Pelo visto, tu já se recuperou dos machucados, né?
— Ué, mas claro! Além de resistentes, a gente também se recupera rápido. É por isso que somos mais legais que esses albacorianos...
— Exibido.
Vênus deixou sua irmã escapar de seus braços, em seguida voltou a fuçar aqueles discos.
— Quem é esse menino? Tem muito disco dele por aqui…
Mercúrio arqueou a sobrancelha e encarou seu irmão, enquanto tomava em mãos o álbum “Ben”.
— É ele.
— Quê?
— É ele, bocó. Esse moleque é ele. Pelo menos foi o que o scanner disse.
Ainda confuso, o rapaz lentamente pegou o álbum da irmã e começou a analisar. Logo, buscou algum disco mais recente, o primeiro que estava ao seu alcance, um lp de “Blood on The Dance Floor”.
— Você espera mesmo que o cara esteja igualzinho a quando ele era um albacorianinho?
— Ninguém muda tanto assim, puta que pariu!
Mercúrio deu ombros e continuou a observar as imagens das capas.
— Hum… é, albacorianos têm tendência a não mudar muito mesmo. A não ser que ele seja um poliotiano, já pensou?
O rapaz revirou os olhos.
— Que ideia idiota…
— Só tô brincando… mas você também era bem diferente quando era filhotinho.
— Porque eu tenho um dom, é diferente… Ele não tem poder nenhum, é só um albacoriano idiota…
— Você que pensa…
O rapaz suspirou, estava convicto de suas palavras.
— Além do mais, poliotianos são resistentes. Não precisei de muito pra acabar com aquele infeliz.
— Mas ainda não conseguiu matar o cara.
Vênus ia retrucar, mas estava sem palavras. Sua irmã estava certa e ele não podia negar, porém recusava-se a acreditar na ideia dela, mesmo que fosse uma mera brincadeira. Aquela possibilidade, por mínima que fosse, realmente havia o deixado furioso.
— Isso não quer dizer nada…
— Se ele for um poliotiano, a gente tá ferrado. Já pensou?
A garota riu.
— Mais cedo ou mais tarde a galera iria descobrir. Iríamos ser levados pra Poliote só pra receber outra punição. Assassinato de um semelhante é ultra mega power proibido! O que eu acho hipócrita é que jogar a gente no espaço foi super de boa…
— Tá, Mercúrio. Que merda…
Vênus se levantou e se retirou, já estava cansado de falar sobre o cantor ou sobre a sua terra natal. Sua irmã não o seguiu, preferiu o deixar descansar, mas também não se importou muito com o que havia acontecido, logo escolheu outro som e passou a ouvi-lo. Seu povo não costumava treinar a empatia, mas a lealdade era um ponto de extrema importância entre eles, o que deixava o rapaz preocupado.
Venus virou o corredor e acabou entrando, sem intenção, em uma sala com lareira. Pelas paredes havia alguns quadros do cantor espalhados, todos eram pinturas de teor arcaico, um de seus gostos visuais. O rapaz os encarou por alguns segundos, olho no olho.
— Se você for poliotiano, eu não vou conseguir te matar por fora…
Ele murmurou, em seguida desviou o olhar para o próprio braço e começou a brincar com o seu poder. Sua metamorfose estava bem mais precisa, ele já estava conseguindo alternar entre diversas armas brancas cuja concepção havia decorado.
— … mas vai ser um prazer tirar a prova… Jackson.
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Portões de entrada, Rancho Neverland - 18:37 hrs
Sem motoristas, sem seguranças, sem funcionários, os irmãos Jackson resolveram acertar as contas munidos de suas próprias capacidades. Michael dirigia um dos carros da Janet, enquanto ela tentava imaginar o que enfrentariam.
— “Scream”? O nosso trabalho juntos?
— Sim…
Respondeu, sem tirar os olhos da estrada.
— São tão idênticos… as roupas, o cabelo, tudo…
— Só falta terem vindo de outro planeta também...
A mulher comentou, brincando, porém o seu irmão aquiesceu, realmente acreditava naquilo.
— Ah, uma coisa… Você pode pegar uma caneta e desenhar alguma coisa no seu ombro?
— No meu… Por quê?
— Porque sua blusa está cobrindo o ombro. O meu sósia consegue copiar pessoas, mas ele só copia o que consegue ver. Se ele te copiar, o desenho vai indicar que você é a verdadeira.
Janet arqueou a sobrancelha, mas assentiu sem questionar e começou a procurar no próprio carro uma caneta para concluir o pedido de seu irmão. Assim que encontrou, desenhou um pequeno coração em si.
— Eu vou fazer em você também, tá?
Ele assentiu e deixou um dos braços livres para que sua irmã pudesse fazer um desenho sob a manga. Após esse diálogo, já era possível observar no horizonte os belíssimos portões de Neverland, fechados, mas agora um pouco iluminados. Pelo visto, os impostores haviam encontrado o gerador reserva.
Michael parou o veículo e se retirou para averiguar o estado dos portões e se era possível passar por eles. Com um pequeno empurrão, percebeu que estavam abertos. Sabia que aquilo era suspeito, era óbvio como os impostores queriam o seu retorno, temia estar conduzindo sua irmãzinha para uma armadilha.
— Michael!
Janet o chamou, tentando falar o mais baixo possível. Ela havia visto algumas pessoas se aproximarem, o que também ficou perceptível para o homem, pois era possível ouvir os passos do grupo.
Michael correu para o carro, desligou os faróis e dirigiu para mais próximo da vegetação. Isso os deixaria disfarçados até a passagem de quem quer que fosse.
Logo, uma mulher e dois homens transitaram. Um carregava uma câmera de mão, o outro, uma câmera fotográfica, e a mulher, um microfone. Não pareciam ser de nenhuma rede de televisão gigantesca, o que já trazia a resposta para o cantor.
— Tablóides...
— O que esses parasitas estão fazendo aqui?
— Provavelmente estão procurando material em cima do meu nome. Eu nem ligo mais, vamos logo…
Assim que passaram, Janet saiu do carro para abrir os portões e o cantor dirigiu até a entrada. Ao atravessarem, as luzes douradas do farol percorreram pelos portões abertos e Janet pôde contemplar, em um deles, já do lado de dentro do parque, uma grande mancha de sangue seco. Isso, contando com a ausência de quaisquer funcionários, só deixava a história maluca do seu irmão ainda mais verídica, o que de fato a assustava.
O carro lentamente parou. Estavam a poucos passos da área particular do parque, onde teriam acesso à mansão. Michael apertou as mãos entre o volante e mordeu os lábios, estava nervoso.
— Lembra do que eu falei, não lembra? Se nós não conseguirmos… vamos embora.
Janet aquiesceu. Após alguns segundos, para tomar coragem, ambos se retiraram. A mulher tomou a chave em mãos e foi em direção ao porta-malas, o abriu e mostrou ao seu irmão o que havia preparado para aquele encontro.
Por lá haviam alguns utensílios de grande utilidade, que serviriam para auto defesa. Michael arqueou a sobrancelha, um pouco contrariado.
— Só por precaução. Vai que eles não estão pra conversa.
Comentou a mulher, que logo amarrou uma bainha de couro na coxa e se equipou com um facão de 10 polegadas, em seguida, escondeu uma faca dente de tigre na calça. Michael ficou a observando, ainda sem reação.
— Não sei não, Jan...
— Mike, eu sei que você não gosta de sujar as mãos, mas, do jeito que você fala, pelo visto esses caras não ligam. Leva pelo menos o taco de beisebol.
O homem suspirou e deu mais uma olhada no porta-malas.
— É melhor levar alguma coisa, porque eu não quero ter que te salvar, viu?
Michael assentiu, já havia entendido o recado. Ele tomou o taco em mãos, levou apenas isto, torcia para não precisar usar.
— Não vamos matar ninguém, tudo bem? Se conseguirmos espantá-los, já está de bom tamanho.
— Você quem manda.
Após se equiparem, Janet fechou o porta-malas, porém manteve as portas do carro destravadas em caso de fuga emergencial. Eles começaram a fazer o seu caminho, passo a passo, naquele parque parcialmente escuro e sem vida. Neverland estava tão silenciosa quanto acromática, o rancho refletia os sentimentos de seu proprietário, que faria de tudo para reavê-lo.
Enfim, chegaram à casa. Michael lentamente segurou na mão de sua irmã, que retribuiu ao apertar os seus dedos com carinho. Um buscava coragem e conforto no outro, era o que iriam precisar para enfrentar o desconhecido.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Próximo capítulo:
— Olha isso…
Tito se aproximou dos irmãos e mostrou a tela do celular. Ele havia feito algumas pesquisas com as palavras-chave “Neverland” e “Michael Jackson”. Não havia nada realmente muito promissor, exceto uma notícia, em vídeo, que aparecia em segundo plano nos resultados, de um site de fofocas pequeno.
— Se a casa dele foi tomada, não é possível que ninguém esteja falando nada…
[...] Arrastou o dedo pela linha de tempo do vídeo e colocou na parte que os interessava.
Era uma gravação intrigante.