Scream escrita por Mayara Silva


Capítulo 9
The Jacksons - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Oia eu dnv ♡

To atualizando tudo kkkkkkkkk acho que termino essa fic no fim de novembro sla, ela ainda tá um pouco longe de acabar.

Deixem um comentário e farão uma autora feliz ♡ Obrigadinha por ler e até a próxima u3u



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Salão de lazer, Rancho Neverland - 14:22 hrs

 

Com o desaparecimento do proprietário, Neverland agora estava tão deserta quanto uma cidade fantasma. Para os irmãos, 2 dias acabou sendo o suficiente para que eles dessem um trato na mansão particular. Muitas coisas ainda estavam fora de ordem, porém Mercúrio havia encontrado um gerador reserva e o colocou para funcionar, ao menos agora aquela área do rancho estava iluminada.

No belo salão de lazer, Vênus e Mercúrio estavam explorando os discos do cantor. A garota colocou os headphones e levou as mãos por trás da cabeça, relaxando em um dos estofados enquanto ouvia “Blame it on The Boogie”.

 

Don't blame it on the sunshine! Don't blame it on the moonlight… Putz, eu adorei! Por que a gente não tem umas músicas legais dessas em Poliote?

 

— Leva pra nave.

 

— Vou fazer isso mesmo.

 

A garota mirou o seu relógio para o disco e, em poucos segundos, o objeto foi escaneado e desapareceu. Ela se levantou e já foi procurar outro para ouvir.

Enquanto isso, por 2 dias, Vênus havia se deslumbrado com os passos de dança daquele homem. Mesmo que o odiasse por dentro, a música e a dança parecia fazê-lo esquecer esse sentimento. Ele assistiu a todos os clipes, contudo, adorava repetir “Scream”, ele estava praticamente se vendo dançar.

 

— Hah! Eu duvido que tu faça esse passo aí…

 

— Eu sou bom em copiar coisas, esqueceu?

 

Ele soltou uma risada e voltou o vídeo uns 10 segundos para se preparar. Michael iniciou a dança, junto de sua irmã Janet, e Vênus começou a copiar os passos da dupla.

 

— Na verdade, sou eu que duvido que você faça o mesmo que essa mulher da transmissão.

 

— Ah, vai se ferrar, não tô afim… Olha!

 

Mercúrio estava muito mais entretida nas músicas. Ela estava cheia de discos e CDs na mão, e se aproximou para explorá-los um pouco com o seu irmão. Sentou-se no chão e os espalhou por aí.

 

— Qual você quer ouvir agora?

 

— Hum…

 

Vênus desligou a TV e se aproximou para conferir. Eles já haviam explorado todo aquele acervo, não haviam apenas discos do próprio cantor, mas de outros artistas de seu interesse, como James Brown. O rapaz sorriu e exibiu sua escolha.

 

— Dança comigo?

 

— Quê? Mas nem…

 

Antes que Mercúrio pudesse responder, seu irmão correu até um reprodutor de som e inseriu o disco, seguindo as instruções que sua irmã lhe deu, afinal de contas até uns dias atrás ele não entendia nada daquela tecnologia terráquea. Após isso, apertou alguns botões e deixou a música de sua escolha fluir.

Virou-se com um sorriso sapeca e abriu os braços para puxá-la para perto de si.

 

Try me… Try me…

 

— Não. Não, não, nããão, não, Vênus…

 

Mercúrio tentou se afastar, porém seu irmão a puxou por um dos braços e a envolveu em um abraço apertado, enquanto a conduzia para uma dança lenta e desengonçada.

 

Darling tell me… I need you...

 

— VÊNUS! Para, seu palhaço!!

 

Exclamou a garota, após altas gargalhadas. Ela empurrou seu irmão com força e tentou se desvencilhar mais uma vez, sem sucesso.

 

— Pelo visto, tu já se recuperou dos machucados, né?

 

— Ué, mas claro! Além de resistentes, a gente também se recupera rápido. É por isso que somos mais legais que esses albacorianos...

 

— Exibido.

 

Vênus deixou sua irmã escapar de seus braços, em seguida voltou a fuçar aqueles discos.

 

— Quem é esse menino? Tem muito disco dele por aqui…

 

Mercúrio arqueou a sobrancelha e encarou seu irmão, enquanto tomava em mãos o álbum “Ben”.

 

— É ele.

 

— Quê?

 

— É ele, bocó. Esse moleque é ele. Pelo menos foi o que o scanner disse.

 

Ainda confuso, o rapaz lentamente pegou o álbum da irmã e começou a analisar. Logo, buscou algum disco mais recente, o primeiro que estava ao seu alcance, um lp de “Blood on The Dance Floor”.

 

— Você espera mesmo que o cara esteja igualzinho a quando ele era um albacorianinho?

 

— Ninguém muda tanto assim, puta que pariu!

 

Mercúrio deu ombros e continuou a observar as imagens das capas.

 

— Hum… é, albacorianos têm tendência a não mudar muito mesmo. A não ser que ele seja um poliotiano, já pensou?

 

O rapaz revirou os olhos.

 

— Que ideia idiota…

 

— Só tô brincando… mas você também era bem diferente quando era filhotinho.

 

— Porque eu tenho um dom, é diferente… Ele não tem poder nenhum, é só um albacoriano idiota…

 

— Você que pensa…

 

O rapaz suspirou, estava convicto de suas palavras.

 

— Além do mais, poliotianos são resistentes. Não precisei de muito pra acabar com aquele infeliz.

 

— Mas ainda não conseguiu matar o cara.

 

Vênus ia retrucar, mas estava sem palavras. Sua irmã estava certa e ele não podia negar, porém recusava-se a acreditar na ideia dela, mesmo que fosse uma mera brincadeira. Aquela possibilidade, por mínima que fosse, realmente havia o deixado furioso.

 

— Isso não quer dizer nada…

 

— Se ele for um poliotiano, a gente tá ferrado. Já pensou?

 

A garota riu.

 

— Mais cedo ou mais tarde a galera iria descobrir. Iríamos ser levados pra Poliote só pra receber outra punição. Assassinato de um semelhante é ultra mega power proibido! O que eu acho hipócrita é que jogar a gente no espaço foi super de boa…

 

— Tá, Mercúrio. Que merda…

 

Vênus se levantou e se retirou, já estava cansado de falar sobre o cantor ou sobre a sua terra natal. Sua irmã não o seguiu, preferiu o deixar descansar, mas também não se importou muito com o que havia acontecido, logo escolheu outro som e passou a ouvi-lo. Seu povo não costumava treinar a empatia, mas a lealdade era um ponto de extrema importância entre eles, o que deixava o rapaz preocupado.

Venus virou o corredor e acabou entrando, sem intenção, em uma sala com lareira. Pelas paredes havia alguns quadros do cantor espalhados, todos eram pinturas de teor arcaico, um de seus gostos visuais. O rapaz os encarou por alguns segundos, olho no olho.

 

— Se você for poliotiano, eu não vou conseguir te matar por fora…

 

Ele murmurou, em seguida desviou o olhar para o próprio braço e começou a brincar com o seu poder. Sua metamorfose estava bem mais precisa, ele já estava conseguindo alternar entre diversas armas brancas cuja concepção havia decorado.

 

— … mas vai ser um prazer tirar a prova… Jackson.

 

x ---- x

 

Portões de entrada, Rancho Neverland - 18:37 hrs

 

Sem motoristas, sem seguranças, sem funcionários, os irmãos Jackson resolveram acertar as contas munidos de suas próprias capacidades. Michael dirigia um dos carros da Janet, enquanto ela tentava imaginar o que enfrentariam.

 

— “Scream”? O nosso trabalho juntos?

 

— Sim…

 

Respondeu, sem tirar os olhos da estrada.

 

— São tão idênticos… as roupas, o cabelo, tudo…

 

— Só falta terem vindo de outro planeta também...

 

A mulher comentou, brincando, porém o seu irmão aquiesceu, realmente acreditava naquilo.

 

— Ah, uma coisa… Você pode pegar uma caneta e desenhar alguma coisa no seu ombro?

 

— No meu… Por quê?

 

— Porque sua blusa está cobrindo o ombro. O meu sósia consegue copiar pessoas, mas ele só copia o que consegue ver. Se ele te copiar, o desenho vai indicar que você é a verdadeira.

 

Janet arqueou a sobrancelha, mas assentiu sem questionar e começou a procurar no próprio carro uma caneta para concluir o pedido de seu irmão. Assim que encontrou, desenhou um pequeno coração em si.

 

— Eu vou fazer em você também, tá?

 

Ele assentiu e deixou um dos braços livres para que sua irmã pudesse fazer um desenho sob a manga. Após esse diálogo, já era possível observar no horizonte os belíssimos portões de Neverland, fechados, mas agora um pouco iluminados. Pelo visto, os impostores haviam encontrado o gerador reserva.

Michael parou o veículo e se retirou para averiguar o estado dos portões e se era possível passar por eles. Com um pequeno empurrão, percebeu que estavam abertos. Sabia que aquilo era suspeito, era óbvio como os impostores queriam o seu retorno, temia estar conduzindo sua irmãzinha para uma armadilha.

 

— Michael!

 

Janet o chamou, tentando falar o mais baixo possível. Ela havia visto algumas pessoas se aproximarem, o que também ficou perceptível para o homem, pois era possível ouvir os passos do grupo.

Michael correu para o carro, desligou os faróis e dirigiu para mais próximo da vegetação. Isso os deixaria disfarçados até a passagem de quem quer que fosse.

 

Logo, uma mulher e dois homens transitaram. Um carregava uma câmera de mão, o outro, uma câmera fotográfica, e a mulher, um microfone. Não pareciam ser de nenhuma rede de televisão gigantesca, o que já trazia a resposta para o cantor.

 

— Tablóides...

 

— O que esses parasitas estão fazendo aqui?

 

— Provavelmente estão procurando material em cima do meu nome. Eu nem ligo mais, vamos logo…

 

Assim que passaram, Janet saiu do carro para abrir os portões e o cantor dirigiu até a entrada. Ao atravessarem, as luzes douradas do farol percorreram pelos portões abertos e Janet pôde contemplar, em um deles, já do lado de dentro do parque, uma grande mancha de sangue seco. Isso, contando com a ausência de quaisquer funcionários, só deixava a história maluca do seu irmão ainda mais verídica, o que de fato a assustava.

O carro lentamente parou. Estavam a poucos passos da área particular do parque, onde teriam acesso à mansão. Michael apertou as mãos entre o volante e mordeu os lábios, estava nervoso.

 

— Lembra do que eu falei, não lembra? Se nós não conseguirmos… vamos embora.

 

Janet aquiesceu. Após alguns segundos, para tomar coragem, ambos se retiraram. A mulher tomou a chave em mãos e foi em direção ao porta-malas, o abriu e mostrou ao seu irmão o que havia preparado para aquele encontro.

Por lá haviam alguns utensílios de grande utilidade, que serviriam para auto defesa. Michael arqueou a sobrancelha, um pouco contrariado.

 

— Só por precaução. Vai que eles não estão pra conversa.

 

Comentou a mulher, que logo amarrou uma bainha de couro na coxa e se equipou com um facão de 10 polegadas, em seguida, escondeu uma faca dente de tigre na calça. Michael ficou a observando, ainda sem reação.

 

— Não sei não, Jan...

 

— Mike, eu sei que você não gosta de sujar as mãos, mas, do jeito que você fala, pelo visto esses caras não ligam. Leva pelo menos o taco de beisebol.

 

O homem suspirou e deu mais uma olhada no porta-malas.

 

— É melhor levar alguma coisa, porque eu não quero ter que te salvar, viu?

 

Michael assentiu, já havia entendido o recado. Ele tomou o taco em mãos, levou apenas isto, torcia para não precisar usar.

 

— Não vamos matar ninguém, tudo bem? Se conseguirmos espantá-los, já está de bom tamanho.

 

— Você quem manda.

 

Após se equiparem, Janet fechou o porta-malas, porém manteve as portas do carro destravadas em caso de fuga emergencial. Eles começaram a fazer o seu caminho, passo a passo, naquele parque parcialmente escuro e sem vida. Neverland estava tão silenciosa quanto acromática, o rancho refletia os sentimentos de seu proprietário, que faria de tudo para reavê-lo.

Enfim, chegaram à casa. Michael lentamente segurou na mão de sua irmã, que retribuiu ao apertar os seus dedos com carinho. Um buscava coragem e conforto no outro, era o que iriam precisar para enfrentar o desconhecido.

 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:

— Olha isso…

Tito se aproximou dos irmãos e mostrou a tela do celular. Ele havia feito algumas pesquisas com as palavras-chave “Neverland” e “Michael Jackson”. Não havia nada realmente muito promissor, exceto uma notícia, em vídeo, que aparecia em segundo plano nos resultados, de um site de fofocas pequeno.

— Se a casa dele foi tomada, não é possível que ninguém esteja falando nada…

[...] Arrastou o dedo pela linha de tempo do vídeo e colocou na parte que os interessava.

Era uma gravação intrigante.



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