Scream escrita por Mayara Silva


Capítulo 7
Travessia


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo um pouco grandinho pra vcs ♡ Ficou muito ruim de dividir, então vai ele inteiro mesmo XD

A treta tá só começando kkkkkkkkkk



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Armário de limpeza - 19:44 hrs

 

A B C… nanana one two three… nananana do re mi, A B C…

 

Confinada naquele cubículo escuro e solitário, Mercúrio cantarolava distraidamente enquanto utilizava aqueles materiais de limpeza para montar uma ferramenta capaz de tirá-la dali. Ironicamente uma das músicas que ela havia ouvido nos discos do salão de lazer, que, porventura, eram performadas pelo seu alvo, havia fixado em sua mente.

 

… one two three, baby you and me, giiiirl… AAH!

 

Ao, enfim, terminar a sua geringonça e enfiá-la na fechadura para destrancar a porta, esta se abre, a puxando consigo. Mercúrio deu de cara com o chão encerado, mas felizmente não quebrou o nariz.

 

— Finalmente, né?? Achei que eu ia ter que fazer tudo sozinha!

 

Vênus revirou os olhos. Ele havia conseguido alcançar a trava da fechadura apenas com o seu poder, o que foi mais do que necessário para abrir a porta sem precisar destruí-la ou fazer barulho. Sua irmã sequer teve ajuda para se levantar, pois o rapaz, já um pouco perturbado, se afastou dela num instante.

 

— Não achou o cara ainda?

 

— Não, mas ele te achou.

 

— Ah… foi vacilo meu.

 

Vênus suspirou. Mercúrio detestava admitir derrota, então apenas virou o rosto para o lado e evitou contato visual com o irmão.

 

— Não te estressa… Fica calmo, senão você...

 

— Senão o quê?!

 

Exclamou. Ela ficou em silêncio, agora observando como os músculos do seu irmão estavam tensionados. Ele estava a pouco de perder a linha.

 

— Você pode gritar…

 

Murmurou. Sabia que, nesses momentos, gritar com o rapaz não ia adiantar nada. Ela precisava ser o lado gentil da dupla, agora.

 

— … e não deve gritar. Você sabe disso.

 

Ele suspirou. Tudo se tornou em silêncio novamente.

 

— Aonde vai procurá-lo?

 

— Já olhei essa morada toda, tô começando rever os mesmos lugares. Eu vou dar uma volta lá fora e depois retornar.

 

O rapaz parou de caminhar e encarou a garota.

 

— Vai pensando em algum plano, porque eu não garanto que vou atrás dessas crianças não, mas eu vou voltar com a cabeça daquele infeliz.

 

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Direção estação de trem, exterior - 20:10 hrs

 

Neverland parecia um pouco menos radiante àquela hora da noite. Normalmente o parque tilintava as suas melodias até às 22hrs, quando o cantor desejava uma boa noite para sua mente fatigada e fechava os olhos para o mundo dos sonhos. Com a brusca queda de energia, tudo parecia sombrio e vazio. Michael segurava nas mãos de Blanket e Paris, enquanto Prince, a pedido do pai, segurava na mão da irmã. Estavam ali como uma equipe e precisavam ficar unidos, aquele silêncio absurdo podia ser um alarme falso para tranquilidade.

Com o plano de fuga em mente, vestiu a si e aos filhos com roupas de cor escura e discreta, Michael entendia bem de disfarces pois os usava com frequência quando não queria sair por aí acompanhado de seus seguranças. Agora, só precisava chegar no arco de entrada e saída, que não era tão longe. Quando seus olhos alcançassem a pequena estação de trem da Ilha do Flamingo, eles saberiam que estariam perto de suas liberdades.

 

— Como o senhor sabe pra onde estamos indo? Tá tudo muito escuro…

 

Comentou o loiro.

 

— Estamos perto da estação. Acho que, se me vendassem, eu saberia onde está cada canto.

 

— Por isso você sempre ganha no cabra-cega, né, papai?

 

Comentou a menina. Michael deixou uma risada escapar, só mesmo seus filhos para fazê-lo rir em um momento daquele.

 

— Isso mesmo!

 

— A gente iria mais rápido com um veículo…

 

O cantor suspirou.

 

— Oh boy, tá bom, tá bom… Se algum de vocês ver o carrinho de golfe, avisem, okay?

 

Disse. Após aquele diálogo, todos se calaram e seguiram viagem. Neverland ainda emitia alguns ruídos, era perceptível o som de alguns animais ao fundo, próximos da floresta local. Um pouco depois do parque, havia um belíssimo e espaçoso zoológico de onde a maioria dos sons ecoava. O coração de Michael apertava ao ter que deixar tudo para trás, mas seria apenas por alguns instantes até que pudesse chamar as autoridades ou o que quer que fosse necessário para reaver sua casa.

 

Enquanto isso, Vênus se aventurava pelo rancho. Não conhecia nada dali, mas havia se admirado com toda a obra faraônica que seus olhos puderam alcançar. Para ele parecia uma cidade dentro de um terreno particular, o que era muito diferente da realidade do seu planeta onde os habitantes estavam em constante busca pela sobrevivência.

 

Na galáxia Olho Negro havia uma pequena junção de planetas e, entre eles, estava Poliote, um lugar frio e escuro, parcialmente telúrico, parcialmente gasoso. O material predominante em sua concepção é o tóxico Polium e, devido à alta concentração nas rochas, não era possível a sobrevivência de qualquer criatura sob a terra firme, o que fez o seu povo construir altas moradias e criar uma civilização evoluída em arranha-céus. Por também ser um planeta gasoso, nem todo o chão era composto apenas por rochas firmes e impregnadas de Polium, mas, juntamente, por densas camadas de gás nebuloso, onde não era possível observar o que havia em seu final, se havia fim, se havia terra. Criadas há milhares de anos pelos meteoros, levavam até o abismo do universo. O desafortunado que caísse em uma daquelas fendas eternas desceria pelo planeta e desabaria no espaço, onde jamais ouviriam falar dele. Era uma das lendas urbanas que permearam a curta infância do jovem Vênus, que fora treinado desde cedo para continuar na construção das cidades altas e evitar aquele trágico fim, cidades estas que foram, em partes, destruídas pela sua maldição.

 

Vênus deu uma boa olhada naquele parque, se não conseguisse a vida daquele homem, temia não ver mais daquelas maravilhas novamente, ou até mesmo pior, se ver forçado a procurar outro planeta para viver, talvez algum pior do que sua terra natal.

 

— Eu sou um merda…

 

Ele murmurou, em seguida suspirou de cansaço e se sentou sob o gramado esverdeado, estava começando a perder as esperanças. Passou a mão pelos cabelos negros e compridos, já pronto para se levantar e retornar para o casarão, quando ouviu passos vindos de um dos caminhos que conduzia até a saída. Vênus sabia onde era a entrada de Neverland, era por lá que havia passado sem muitas dificuldades. Sem precisar refletir muito, já tinha uma ideia de quem estava provocando aquele ruído e não iria ficar apenas supondo, então se aproximou para conferir.

 

— Cuidado, Blankie, não pise no gramado… Fique mais perto.

 

Sussurrou Michael. Vênus observava de longe, enfurecido. Olhar para aquela sua versão terráquea já estava começando a irritá-lo, ele realmente se incomodava em como aquele homem era insistente em sobreviver e se arriscar pelos filhos. O jovem não conseguia compreender o amor de uma mãe ou um pai, uma vez que não era comum entre seu povo.

Já impaciente, em passos firmes, foi encontrar-se com seu rival, sem nenhum plano em mente, apenas munido de sua raiva. Michael espantou-se ao vê-lo diante de si, tão de repente. Logo puxou seus filhos para mais perto e tomou uma postura de defesa.

 

— Fiquem perto de…!

 

Sequer deu tempo de completar a frase, Vênus avançou sobre o adulto, sem focar nas crianças, e o atacou com um soco, que foi repelido por Michael ao desviar-se, ele estava entendendo melhor a maneira de luta do algoz.

As crianças gritaram e correram, Blanket foi o único que tentou ficar perto do pai, ainda chorando, mas Vênus parecia imerso em ódio demais para permitir que o cantor se concentrasse nesses detalhes. Michael desviava de um soco, porém outro vinha em seguida, e mais outro e mais outro, sempre em direções variadas. Conseguiu repelir o golpe que levaria no rosto e pescoço, mas deixou escapar um no estômago que o deixou com falta de ar por alguns segundos. Quando recobrou a consciência, percebeu que seus filhos não estavam mais por perto, tinham se dissipado pelo parque escuro. Michael, um tanto desnorteado, começou a se desesperar. Sem funcionários por perto, na escuridão com aqueles monstros e os animais de seu zoológico particular, ele temia pela vida de seus bens mais preciosos.

Vênus, sem muito se importar, se preparou para golpeá-lo mais uma vez, porém foi surpreendido com a reação de retorno do cantor, que o acertou antes que ele o fizesse. O rapaz cambaleou para trás e cobriu o rosto, virando-se de costas.

 

— Filho da…

 

Ele murmurou em tom baixo. O adulto ainda estava um pouco atordoado pelos golpes que havia levado anteriormente, então não desfrutou muito daqueles segundos de paz, todavia, ele não esperava que Vênus fosse jogar sujo.

Precisou de apenas alguns segundos para que o rapaz usasse sua metamorfose para se transformar na Paris, a criança cuja aparência, trejeitos e voz havia decorado mais. Ele, em seu disfarce perfeito, começou a chorar baixinho. O coração de Michael apertou, sem saber direito o que estava acontecendo, ainda um pouco desnorteado.

 

— P-por que você me bateu, papai…?

 

Aquilo foi como um tiro no peito. Michael não conseguiu negar aquela voz. Era sua filha e ele a havia agredido. Vênus virou-se em sua direção e exibiu um olhar cheio de lágrimas. O cantor viu sua pequena Paris chorando.

Levou as mãos à boca, estarrecido, sequer pensou em perguntar sobre o desenho em seu braço ou em se certificar de alguma forma de que se tratava de sua filha. O escuro, as fortes dores e a ausência de seus filhos colaboraram para que a mentira do impostor ganhasse força.

 

— Paris! Minha princesa, eu… meu Deus!

 

Ele se aproximou o suficiente para que Vênus transformasse seu braço em um facão e desferisse um golpe no lado esquerdo de seu rosto, próximo de sua sobrancelha. Logo em seguida tentou esfaqueá-lo, mas o adulto segurou a lâmina com as duas mãos, cortando suas palmas. O impostor queria fazê-lo sofrer antes de matá-lo de vez, porém não teve sucesso em seu plano uma vez que as crianças chegaram para resgatar seu pai. Prince pilotava o carrinho de golfe, Paris e Blanket estavam logo atrás, munidos com bolinhas de plástico coloridas do parque. Eles acertaram algumas em Vênus e outras no próprio pai, infelizmente suas miras não eram excelentes. 

 

— Puta que pariu, moleque do caralho!

 

— Vai, vai, Prince!

 

Michael aproveitou aquela deixa para correr até o carrinho, onde abraçou os seus filhos com força, pelo menos os dois que estavam livres. Ele colocou sua pequena no colo e olhou bem para o seu rosto, para se certificar de que o que havia presenciado fora puramente uma farsa. A sensação de ter machucado sua filha havia o traumatizado.

 

— Mostra a marca pro papai, Paris…

 

Ele murmurou, ainda ofegante. A menina levantou a manga do vestido e mostrou o lindo girassol que o seu pai havia desenhado. Ele suspirou e a abraçou mais uma vez, permitindo-se chorar novamente.

 

— N-não chora… P-por favor, papai…

 

Paris murmurou, os grandes olhos azuis já lacrimejando. Michael segurou o rosto da filha com muito cuidado para que os cortes em suas mãos não a sujasse e a assustasse, e a beijou nas bochechas, no queixo, no nariz, na fronte, nos cabelos, onde pudesse, queria mostrar a ela mais uma vez de muitas o quanto a amava, o quanto amava os três, e como perdê-los realmente o assustava. Blanket se aproximou, sem entender muito por que motivo o seu pai chorava tanto, em seguida o abraçou, imaginando se tratar do “resgate” desastroso que fizeram.

 

— Eu… eu não queria jogar a bolinha no senhor, desculpa…

 

O homem sorriu, tê-los perto de si era um presente bom demais para se importar com aqueles pequenos imprevistos.

 

— Eu nem senti, sabia? O papai é de ferro…

 

Ele brincou, o que fez os seus filhos rirem baixinho.

 

— Eu sempre soube!

 

Prince comentou. Infelizmente tiveram pouco tempo de descanso, pois Vênus havia insistentemente retornado, como um caçador que não desiste de sua presa. A sua metamorfose, dessa vez, era o mesmo veículo da sua primeira fuga, muito mais veloz que um singelo carrinho de golfe. Michael virou-se para observá-lo, pelo visto a adrenalina só iria parar quando um dos dois desistisse.

 

— Prince, rota da floresta, rota da floresta!

 

— Okay!

 

Atravessaram os portões de Neverland. Com aperto no coração, Michael observava o letreiro dourado se afastar cada vez mais. Um pouco depois, um carro futurista que parecia ter saído do filme Moonwalker apareceu no horizonte, eram evidentes as fortes luzes douradas e o barulho ensurdecedor do motor. Vênus estava com sangue nos olhos e passou raspando em uma das laterais da passagem, o que arranhou a pintura de uma das portas do carro. Por brotarem manchas vermelhas no estrago, foi perceptível se tratar de um corte na pele do metamorfo.

Michael suspirou, ainda esperançoso. Desviaram a rota de saída e foram em direção à floresta. O cantor conhecia aquela área, além de se tratar de um carro pequeno, então talvez não conseguissem adentrar muito à mata, mas seria o suficiente para despistar o inimigo.

Dito e feito, Vênus resolveu não avançar. Percebeu que seria loucura demais explorar um ambiente onde sabia que podia se perder com facilidade, sobretudo sem sua irmã "dicionário terráqueo" por perto.

 

— Você vai voltar… eu sei que vai… e eu vou te matar.

 

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Ponto de ônibus - 22:08 hrs

 

Após algumas horas de espera, finalmente um ônibus resolveu aparecer. A porta se abriu e um adulto completamente coberto de preto, acompanhado de três crianças também cobertas, adentrou. O motorista, embora desconfiado, não esboçou reação, àquela hora era mesmo comum a aparição de uns tipos estranhos. Michael não arriscou a ele mesmo pagar e ser reconhecido, então seu filho mais velho o fez, negou o troco e seguiu junto à sua família em direção aos bancos. Ao menos os 10 dólares vieram a calhar.

O plano, agora, estava um pouco bagunçado na mente do adulto, pois ele não estava planejando ter que tomar um transporte público e tomar o caminho da sorte. Conhecia a cidade, mas não conhecia as rotas que aquele veículo faria, agora era torcer para passar onde ele precisava estar.

 

— Pra onde a gente vai, pai?

 

Indagou Prince.

 

— Vamos visitar a titia de vocês.

 

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Salão principal, Neverland - 21:32 hrs

 

Mercúrio andava de um lado para o outro, ansiosa. Desde que seu irmão saiu, ela ouviu uns barulhos estranhos vindos do arco de entrada, se perguntava se ele havia conseguido, mas a resposta veio imediatamente quando o viu adentrar ao salão, com um semblante furioso e sem a cabeça de seu oponente.

 

— Ele…

 

Ela nem precisou completar a frase, Vênus havia lhe dado um olhar tão incisivo que havia respondido todas as suas dúvidas. Ele suspirou e foi em direção a uma das janelas, olhar para o nada o fazia pensar.

 

— Ele fugiu, mas vai voltar, ele não é besta.

 

— Se voltar sozinho, é besta sim.

 

Respondeu o rapaz, o que fez Mercúrio engolir em seco. Eles de fato estavam em desvantagem, ter aquele homem solto por ali, podendo chamar por reforços, os preocupava em como aquele planeta reagiria à eles. A garota sempre leu sobre como os terráqueos se portavam com seres de outro planeta, nos experimentos malucos da Área 51, nas lendas urbanas que se expandiram pelas outras galáxias. Eles não queriam, de forma alguma, serem dissecados ou escravizados.

 

— Bom… então vamo fazer o seguinte…

 

— Não. Chega, Mercúrio, seu plano funcionou até certo ponto. Agora me deixa tomar as rédeas disso.

 

A garota arqueou a sobrancelha, intrigada.

 

— Você tem um plano? Essa é boa… Tá pensando em quê?

 

Ele mordeu os lábios, seria arriscado, mas precisavam tentar.

 

— Se ele vier com reforços, vamos descredibilizá-lo. Se ele vier sozinho, vamos atacá-lo. Mas, para atacar, a gente precisa conhecer o cara.

 

Disse, em seguida a encarou.

 

—  Me mostra tudo que você encontrou dele nessa casa, tudo mesmo.

 

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Rancho Santa Fe, Califórnia - 02:55 hrs

 

Janet Jackson repousou a toalha branca, felpuda e macia pelo pescoço e caminhou tranquilamente para atender a ocorrência do interfone. O porteiro havia lhe avisado sobre uma visita inesperada de um de seus irmãos ao rancho. Ela não entendeu e nem estava com cabeça para supor alguma coisa, simplesmente foi atendê-lo.

Ao chegar na sala principal, se deparou com Michael e seus três sobrinhos. Ela arqueou a sobrancelha.

 

— O-kay… Você… enfrentou quatro horas de viagem… Eu suponho que foi uma emergência, não foi, irmão?

 

Ele não respondeu. Antes, puxou suas crianças para mais perto de si.

 

— Jan, as crianças podem ir para o quarto?

 

A mulher assentiu e chamou uma empregada para conduzir os pequenos até os seus aposentos. Ela percebeu como as crianças grudaram no homem e não quiseram ir de jeito nenhum, pareciam muito assustadas. Michael precisou se inclinar e conversar um pouco com cada um para que eles se acalmassem e acompanhassem a funcionária.

 

— Houve algum problema, Mike?

 

Ela indagou mais uma vez após estarem a sós. Michael não queria preocupá-la, mas não conseguia ver outro jeito de contar o que aconteceu sem mostrar as cicatrizes daquela batalha, sem lhe revelar como estava o estado do seu lar e em como isso havia impactado negativamente o psicológico de todos, sobretudo de seus filhos.

 

— Não se assuste… por favor… fique calma…

 

Ele murmurou, enquanto lentamente removia a máscara de pano que cobria parcialmente seu rosto, revelando um corte em sua boca. Removeu o Fedora logo em seguida, e havia um corte aparentemente crítico próximo à sua sobrancelha. Aos poucos o semblante intrigado de sua irmã se tornava assustado e preocupado, o que a fez lentamente levar as mãos à boca.

Por fim, Michael removeu o longo casaco preto que usava, e um de seus braços estava enfaixado com um curativo improvisado, cortesia de dois dos seus filhos, do contrário, ele ainda estaria andando por aí com uma camisa ensopada de sangue.

 

— Eu preciso de ajuda.

 

Ainda um pouco chocada, ela demorou para esboçar alguma reação. Lentamente assentiu depois de alguns instantes completamente inerte.

 

— E-eu vou fazer uma ligação.

 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:

[...] enquanto ouvia as vozes dos seus irmãos discutindo ao fundo, Janet passou pelo seu pequeno sobrinho Blanket que estava rabiscando em alguns papéis que ela havia cedido. Ele tinha lindos e longos cabelos negros, e, quando os virou para o lado, a mulher teve uma visão privilegiada de sua arte.

[...]

Janet sentiu um arrepio intenso e desconfortável na pele ao reparar naquele desenho, como se o seu próprio sobrinho estapeasse seu rosto e lhe mandasse acreditar neles.



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