Scream escrita por Mayara Silva


Capítulo 5
Pique-esconde - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Bom diaaa!

Parte 2 pra vcs bbs ♡



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Corredores - 17:27 hrs

 

Prince, Paris e Blanket estavam seguindo o plano de espalhar algumas armadilhas pelos corredores e utilizar as passagens secretas para perambular pela casa, pois sabiam que era muito arriscado utilizar os caminhos convencionais.

 

— Anda, vai logo com isso… Eu tô ouvindo passos…

 

— Fica quieta, são os seus passos. Eu já tô terminando…

 

O menino ficou encarregado de prepará-las, enquanto sua irmã vigiava o perímetro. Blanket estava logo ao lado do irmão, lhe passando alguns utensílios necessários, quando ouviu alguns estalos vindos do fundo do corredor. Ele se afastou para conferir o que era, mas Paris percebeu e foi até o garoto, agarrando seu braço.

 

— Não se afasta mais assim, Blanket! A gente tem que ter cuidado.

 

— Mas o… papai.

 

Murmurou, apontando para onde havia ouvido o barulho. Virando à esquerda, Michael estava lá, um pouco perdido, um pouco confuso. Ele se virou assim que ouviu a voz dos seus filhos.

 

— Meu Deus… Vocês… vocês estão bem…

 

— Papai!

 

Blanket soltou-se de sua irmã e correu para os braços do homem. Paris, com lágrimas nos olhos, correu para fazer o mesmo. Prince ouviu a barulheira e foi ver do que se tratava.

 

— Vocês tão loucos?? Não é pra fazer barulho, tem dois malucos na…

 

Ele travou ao ver o seu pai. Era ele ali, estava vivo, estava bem. Prince sorriu e, aliviado, correu até o homem, mas parou na mesma hora quando o viu abraçar seu irmão. Suas mãos estavam muito cortadas e até aí não era nada demais, porém a última lembrança que tinha daquele sósia diabólico eram os seus dedos machucados.

 

— Paris, não!

 

A menina ainda não havia chegado aos braços daquele homem, mas Blanket já estava em apuros. Ela parou, virou-se para entender por que seu irmão havia chamado sua atenção, quando as desconfianças do garoto se confirmaram. Michael, ou o que parecia ser ele, agarrou Blanket e transformou uma das mãos em uma lâmina circular giratória. Aquilo fez todas as fichas das crianças finalmente caírem.

Paris gritou, assustada, Prince congelou e Blanket sequer teve tempo de reagir, pois assim que aquele homem avançou para matá-lo, Michael apareceu por trás e agarrou o pulso do invasor. O movimento foi tão inesperado que o cantor conseguiu machucá-lo ao desviar a direção do seu alvo. A lâmina passou em seu pescoço e provocou um corte profundo. Michael acabou recebendo alguns respingos de sangue em seu rosto e pescoço. Já o Blanket, também sujo no rosto e nos cabelos, fugiu assim que Vênus o soltou.

 

— Resolveu aparecer agora, não é?? Cretino…

 

Disse, logo levando a mão até o corte. Com um ferimento profundo como aquele, uma pessoa comum sangraria até a morte, mas Vênus tinha uma resistência maior comparada a dos seres humanos.

Agora, os cinco estavam ali: Michael, Vênus e as crianças. O rapaz estava em desvantagem, sabia perfeitamente disso, por esse motivo o seu próximo passo deveria ser bem calculado. Sabia que, se avançasse no seu alvo, era capaz que fugisse, mas havia um gatilho que despertava sua imprudência, a única coisa que conhecia que podia fazê-lo agir sem pensar: as crianças.

 

Em um rápido movimento, correu em direção a elas, que fugiram sem pensar duas vezes. Michael caiu naquela psicologia reversa, pois avançou sobre o seu agressor, iniciando uma luta corporal. Era tudo o que Vênus queria. Virou-se, já preparado com a serra circular, e fincou-a sem dó nem piedade no braço do cantor, que acabou o utilizando para se proteger. Michael soltou um grito de dor e tentou se afastar, mas Vênus o segurou e, com um sorriso discreto no rosto e um olhar baixo e frio, tornou a serra estática, giratória, espirrando o sangue do cantor em seu rosto. Ele teve sua vingança.

 

Em um gesto de desespero, Michael usou o mesmo braço que estava sendo estraçalhado e agarrou o pulso do oponente. O puxou consigo, mordendo os lábios de dor ao sentir a lâmina fincada em sua carne, e, assim que Vênus foi levado pelo movimento, socou o seu rosto agora exposto. Deveria ser rápido, colocou as duas mãos nos ombros do rapaz já meio atordoado e deu-lhe uma joelhada no queixo. Ainda mais uma vez, aproveitando de sua vertigem, enganchou a perna na sua e o girou, provocando sua queda. Isso quase acabou o levando junto, pois a lâmina de Vênus estava agarrada em seu braço. Michael inclinou-se para manter a lâmina no chão, pisou naquele objeto para pressioná-lo no solo e puxou o seu braço, enfim se libertando, mas não deixando de fechar os olhos com força, imerso em dor.

 

Ao perceber que seus filhos tiveram tempo para fugir, ele também se retirou dali, até dar de cara com Blanket escondido em um cantinho. Ele estava muito nervoso, com medo daquele homem não ser o seu pai. O cantor suspirou.

 

— Blankie… fica calmo… É o papai, tá tudo bem agora…

 

Os grandes e profundos olhos escuros do menino brilhavam de pavor, suas bochechas já estavam vermelhas de tanto chorar e isso só piorou quando ele fixou o olhar no ferimento horrível no braço de seu pai. Aquilo partia o coração do homem, que não queria que seu filho tivesse presenciado tal momento, mas Vênus já estava se recuperando e ele precisava retirá-lo dali depressa.

 

— Shh… Calma, não chora, vai deixar o papai triste, Blankie…

 

Michael lentamente se ajoelhou e fez um sinal com o seu braço bom, para que seu filho se aproximasse, enquanto escondia o outro para que ele não tivesse medo. Blanket não foi tão rápido, ainda estava muito nervoso, mas cedeu após perceber que aquele homem no chão estava recuperando a consciência aos poucos. Ele correu e abraçou-se ao seu pai de verdade.

Michael não pensou duas vezes, segurou o seu filho com toda a força que tinha e se retirou dali, indo para o esconderijo mais próximo e sumindo pelos corredores. Blanket voltou a chorar.

 

— Estamos brincando, Blanket, vamos! Vamos ganhar a brincadeira!

 

Exclamou, a fim de animá-lo. O garoto agarrou em seu casaco, ainda estava com muito medo, apenas sossegou quando entraram em um dos esconderijos.

 

— V-você é o papai mesmo… né?

 

Indagou. Michael sabia que eles estavam seguros dentro das passagens secretas e Blanket precisava muito descontrair para liberar esse medo, então sorriu.

 

— Por acaso aquela cópia sabe dançar como o papai, hum?

 

Ele indagou, enquanto girava com o seu filho e fazia o tão famoso passo para trás. O garoto riu baixinho e o abraçou mais forte, dessa vez com mais convicção.

 

— Vamos ganhar esse jogo, tá bom? Faz parte da minha equipe?

 

Ele fez um sinal de “toca aqui” e o menino retribuiu, sorrindo.

 

— Faço!

 

Michael sorriu e abraçou o filho com mais carinho, enquanto o levava para o fim daquele pequeno corredor. Entraram em uma salinha secreta, onde ele deixou o garoto descansando e começou a improvisar um curativo. Retirou o casaco cinza e em seguida a camisa vermelha, que usava, para enfaixar o ferimento, pois precisava estancar aquele sangue e o tecido da camisa era mais fácil de manipular do que o tecido grosso do casaco. Agora estava apenas com uma camiseta branca que costumava usar por debaixo das roupas. Já o casaco, o amarrou na cintura, ele atrapalhava os seus movimentos de luta e Michael já havia percebido que precisaria usá-los mais do que imaginava.

 

— É hora do rush!

 

Exclamou o garoto ao ver o pai todo preparado. O adulto deixou uma risada escapar.

 

— Isso, que nem no filme… Espera, quem te mostrou o filme?

 

— Ham… tio Chris.

 

Ele suspirou.

 

— Tinha que ser você, Christmas

 

Murmurou para si, em seguida pegou o seu filho no colo e limpou o seu rostinho daqueles respingos de sangue.

 

— Vem, vamos procurar seus irmãos e sair daqui, tá bom?

 

O garoto assentiu e eles se retiraram.

 

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Sala de jantar - 18:11 hrs

 

Mercúrio havia encontrado a grande e belíssima sala de jantar enquanto procurava um lugar para descansar o corpo do choque que havia levado. Ela sentou-se em uma daquelas cadeiras e suspirou de cansaço.

Não demorou muito para Vênus reencontrá-la, ele também estava procurando abrigo depois da surra que levou. Agora, já com sua aparência comum, era perceptível os ferimentos pelo seu corpo. Os dedos cortados da vez que tentou quebrar a parede com uma serra circular, o lábio e o nariz sangrando pelos dois golpes que havia levado no rosto, o corte grotesco no pescoço que ainda não havia parado de sangrar, ele estava completamente esgotado.

 

— Aquele… aquele miserável… não é normal…

 

Mercúrio arregalou os olhos.

 

— Porra, tudo isso?

 

Vênus adentrou à sala, em silêncio. A garota continuou.

 

— E eu achando que tava na merda…

 

— Cala a boca, porra! Ele não luta que nem as outras pessoas que eu vi!

 

— É, eu sei…

 

Ele arqueou a sobrancelha. A mulher segurou uma faixa preta que repousava sobre a mesa de jantar e lançou-a até o seu irmão.

 

— Eu achei isso junto de um monte de tralha, lá trás.

 

— Sim, e que merda é essa?

 

— Ai, idiota, isso é uma faixa de karatê! Os terráqueos treinam essas coisas pra se defender. A faixa preta quer dizer que ele é super pica nisso, tá ligado?

 

Vênus suspirou e utilizou o tecido para enrolar no próprio pescoço e estancar o sangue.

 

— Se eu soubesse disso… Eu pensei que seria fácil…

 

— Ah, deixa disso… Eles já estão bem fracos, vai ser fácil. Se a gente não vencer pela força, vence pela resistência. Agora senta essa bunda aí e descansa, daqui a pouco a gente volta pro round 2.

 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:

— Papai… C-cadê você? E-eu tô com medo…

— É a maninha...

Murmurou Blanket, porém o cantor levou a mão à sua boca a fim de calá-lo. Ele não tirou os olhos da fresta, onde podia ver um pouco do que parecia ser a Paris, mas algo em seu coração dizia que aquela menina estava mentindo.



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