Missão Cupido escrita por annaoneannatwo, Kacchako Project


Capítulo 7
Missão... cumprida?




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—  Tem certeza que não quer?  —  Uraraka inclina o puta copo gigante em direção a ele mais uma vez.

—  Já falei que não. Bebe tudo, se você quiser. —  Katsuki vocifera entredentes, não conseguindo nem olhar pra ela direito. Ele sabe que ela não tem intenção de dividir o copão igual os dois moleques tavam fazendo, que ela só quer que ele beba pelo que pagou, mas ainda assim… porra, a ideia é vergonhosa pra caralho e ele não consegue tirá-la da cabeça.

—  Eu não consigo beber tudo isso, não! Mesmo se eu conseguisse, ia chegar quase explodindo na U.A.! —  ela arregala os olhos e, ao que tudo indica, tá só fazendo graça. Por algum motivo insano, ele realmente acha engraçadinho e apoia a mão na boca para que ela não o veja abrindo o menor dos sorrisos —  Anda, você pagou, bebe também.

—  Tá, tá. Se isso vai te fazer calar a boca. —  ele pega o copo da mão dela e leva o canudo aos lábios de maneira irritada.

—  Sabe… ainda bem que isso aqui não é um encontro de verdade e que a gente não é… sabe. Porque se fosse… —  ela diz em tom mais sério.

—  O quê?

—  Você estaria causando uma péssima impressão sendo grosso assim.

—  Ah, e você falando que vai se mijar toda também é uma puta coisa bacana pra se falar num encontro!

—  Não foi desse jeito que eu disse! —  ela protesta com bochechas coradas —  Sério, Bakugou-kun… você com certeza deixaria uma pessoa num encontro com você muito confusa… pagando pela comida e sendo grosso logo depois… é muito morde e assopra.

—  Falou a especialista em encontros, pelo jeito. —  ele se recosta na cadeira —  O Izuku te tratou melhor nos seus encontrinhos melosos?

Pra surpresa dele, ela não retruca. Apenas arregala os olhos e depois desvia o olhar, aparentemente sem graça. Não dá pra entender porra nenhuma dessa reação. Ela ficou com vergonha porque o Izuku realmente a tratou melhor ou porque não tratou, caralho?

—  O Deku é meu amigo. —   é o que ela se limita a dizer e, apesar de não ser muito, já é o suficiente pra ele entender: ela nunca nem teve um encontro com o Deku.

—  Achei que você-

—  É o que todo mundo acha. —  agora ela rebate mais rápido —  Mas não é nada disso, eu e ele somos amigos, os melhores. 

Caralho, ele nunca a viu falar algo tão sério com um sorriso tão sereno na cara. Não que Katsuki dê a mínima pra isso, mas ele já ouviu os idiotas comentarem sobre ela e o Izuku, já ouviu os idiotas comentarem sobre ela PRO Izuku diretamente, e tudo que o bobão faz é dizer que não, que eles são só amigos e pipipi popopó. Pelo pouco que ele entende desse tipo de merda, quem fala isso de “ain, gosto muito e respeito como amiga” só tá querendo despistar e esconder que tem sim alguma coisa rolando, o Kirishima tinha os mesmos papos sobre a Rosinha quando ainda se pegava com ela escondido —  bom, ele achava que era escondido, todo mundo sabia —  e é bem a cara desses dois trouxas ficarem se fazendo de sonsos. 

Mas o jeito que a Uraraka fala é resoluto, não tem nada mesmo entre eles, e ela não tá nem puta por ele sair presumindo assim, parece até já bem acostumada. Que seja, isso não faz diferença nenhuma pra ele.

—  Tendi. —  ele dá de ombros —  É o Todoroki, então?

—  Hã? 

—  O Todoroki que te levou pra um encontro pra você ficar se achando a especialista agora?

—  O Todoroki-kun…? —  ela franze o cenho —  Por que eu iria num encontro com o Todoroki-kun? —  a reação dela é engraçada. Sabe-se lá o porquê, a maioria das meninas fica toda tonta só de falar no nome do Meio a Meio, já a Uraraka parece até meio ofendida com a ideia de sair num encontro com ele, Katsuki não consegue conter um sorriso debochado.

—  Sei lá, acho que ele é a fim de você, o idiota tá sempre no meu pé me perguntando de você, se eu já te chamei pra sair, se você já me deu um toco, as esquisitices dele de sempre.

—  Eu… é sério isso? —  agora ela parece mais surpresa e envergonhada.

—  Eu ia mentir pra quê, porra? —  agora ele se aproxima da mesa para encará-la melhor —  Ficou animadinha com a ideia do panacão ser a fim de você, por acaso?

—  Bom, faria um bem danado pro meu ego, porque… é o Todoroki-kun, né? —  ela admite sem pestanejar. Tsk, então no fim a Cara de Lua não é diferente de nenhuma dessas meninas bobas que se encanta pelo otário do Todoroki —  Mas… acho que ele não ficou perguntando por causa disso, não.

—  Hum?

—  Não sei… é só uma coisa que ele falou no dia que eu disse que ia vir nesse enco- nessa… missão de ajudar a Kyouka-chan e o Kaminari-kun, ele falou uma coisa estranha que eu não entendi, mas não dei bola porque achei que era uma daquelas piadas dele que não dá pra entender.

—  Devia ser isso mesmo. — ele revira os olhos.

—  É, mas… o Deku pareceu ter entendido, então… sei lá. —  ela balança a cabeça —  Mas não deve ser nada mesmo, ele só deu a entender que você me chamar pra sair já era de se esperar ou algo assim.

Puta que pariu, que diabos esse paspalho do Todoroki tá pensando? Ele sempre foi esquisito pra caralho e do nada vem com uns papos nada a ver. Foi a partir de algum momento do segundo ano, depois de uma festinha tosca de Natal que eles tiveram nos dormitórios e a Uraraka tirou Katsuki no amigo secreto que o idiota começou com essa conversa de querer saber o que ele acha da Cara de Lua, basicamente fazendo com ele o mesmo que os outros idiotas fazem com o Izuku, puta moleque bizarro, mas Katsuki nunca deu muita moral, achando que o otário só tava tentando fazer graça. Agora ele chegar na Uraraka com os mesmos papos é de foder! E se essa doida levá-lo a sério e achar que o loiro tem… que ele… gosta dela ou alguma coisa assim?

Não gosta, e o que quer que o Todoroki ache que viu naquele dia de Natal é coisa da cabeça perturbada dele, tudo que Katsuki sente por essa Cara de Lua é uma puta frustração! Ri da cara dele porque ele não sabe andar de patins, mas se dispõe a ensiná-lo do jeito que ele gosta de aprender, aí parece estar se divertindo, rebatendo tudo que ele fala daquele jeitinho insolentemente sonso dela, e então… fala que ele não se daria bem em um encontro porque “morde e assopra” demais. É ELA QUE MORDE E ASSOPRA NESSA PORRA, INFERNO! Não dá pra entender essa maluca dos infernos!

—  Tsk, o Todoroki é um idiota! E você é mais idiota ainda de ir na onda das besteiras que ele fala!

—  Mas eu não fui-

—  Já terminou de comer? —  ele a interrompe, notando as caixas de hambúrguer e batata frita vazias —  Vambora, tá pra cair o maior toró!

—  Ah, verdade… —  ela olha pro céu, reparando nas nuvens cada vez mais escuras e nos barulhos distantes de trovões —  Ei, Bakugou-kun?

—  Que é?

Ela estende algumas notas de dinheiro na direção dele. Katsuki fica encarando-as por alguns segundos antes de aceitá-las e enfiá-las na carteira rapidamente. Ela disse que ia pagar de volta, ele só não achou que seria aqui ainda, será que… será que ficou puta pelo jeito que ele falou e só quer acabar com isso logo sem deixar nenhuma pendência pra trás? Dá pra entender se for isso, mas porra… que merda, hein?

—  Muito obrigada, viu? —  ela sorri levemente antes de se levantar e ajeitar seus shorts —  Vamos indo?

Tsk, morde e assopra porra nenhuma. O problema é que ela assopra demais, e ele não tem a mínima ideia do que esperar quando é assim. Cara de Lua maldita.

 

***

 

Se isso fosse um encontro de verdade, Ochako tem certeza que esse seria o momento exato em que ela teria ferrado com tudo. Não, ela não é nenhuma especialista em encontros como o Bakugou sugeriu, só esteve em um que meio que acabou se tornando um não-encontro e mais uma saída com seu melhor amigo, mas a garota sabe ler o clima do ambiente o suficiente para ter noção de que o tempo fechou, e isso não se refere somente ao céu cada vez mais escuro acima de sua cabeça.

Mas se isso fosse um encontro de verdade, ela tem certeza que seu par não começaria a querer provocá-la sobre essa suposta expertise em encontros, o que não a faria sentir a necessidade de se explicar sobre seu relacionamento com o Deku, o que não encaminharia a conversa para o Todoroki, seu teórico interesse nela —  o que ela sabe, é estritamente teórico mesmo —   e sua muito mais provável tentativa de humor que só faz confundir todo mundo. Foi isso que deixou o Bakugou bravo, e ela não sabe muito bem o porquê, mas sabe que foi exatamente esse o percurso que a conversa seguiu e o deixou mal-humorado. Um pouquinho mais que o normal.

Eles seguem em silêncio até a estação, ambos olhando constantemente para o céu, verificando se a tempestade prometida está para cair e se vai dar tempo de eles se protegerem dentro do trem a caminho pra U.A. Ela não trouxe guarda-chuva, ele provavelmente também não, então é melhor que se apressem se não quiserem terminar ensopados.

Não está tão lotado quanto mais cedo, mas ainda tem bastante gente. E é ao olhar o mar de cabeças se movendo pela estação que uma sensação desagradável lhe enche a parte mais baixa do estômago. Ochako mal tinha compreendido o que aconteceu mais cedo quando eles estavam vindo, a conversa com a polícia foi bem desconfortável, mas ela rapidamente deixou pra lá, decidida a fazer com que a tarde seria divertida para todos seus amigos. Só que agora que ela está em um ambiente semelhante ao do acontecimento, a noção do que poderia ter acontecido a atinge em cheio.

Ela trava em frente à porta do vagão e engole saliva, não entendendo o porquê, mas não conseguindo fazer com que seu corpo obedeça o movimento de só andar logo.

Uma parte racional sua sabe que não foi culpa dela, ela só estava ali conversando com seus amigos enquanto se preparava para se certificar de que dois deles terão um bom encontro, o carinha esquisito que se esgueirou para ficar atrás dela é que está errado, mas ainda assim… é difícil não pensar se teria sido diferente se ela tivesse se encostado em outro canto do vagão, se tivesse ficado de costas para os amigos, se tivesse…

Uma mão a puxa gentilmente pelas pontas dos dedos, e de repente ela se encontra encostada contra a parede do fundo do vagão, e o Bakugou está parado diante dela, bloqueando-a da visão das outras pessoas.

Não, bloqueando não. Protegendo.

—  Obrigada…

—  Tsk, se a polícia não faz nada que preste, o jeito é a gente se virar assim. —  ele resmunga, olhando pro lado como se estivesse vendo o cara de mais cedo parado ali perto deles, mas não, não tem ninguém. A única pessoa mais próxima deles é uma mulher completamente concentrada na tela de seu celular, e é basicamente a única pessoa que Ochako consegue ver, de resto é só o massivo par de ombros do Bakugou e a característica cabeleira loira espetada —  Tudo bem aí?

—  Sim, tá… tá tudo bem, sim. —  ela acena com a cabeça meio abobalhadamente, querendo dizer algo a mais, mas não sabendo o quê, exatamente, então apenas sorri e abaixa a cabeça um pouco, sentindo-se meio esquisita caso continue encarando-o assim.

Se ele ainda está irritado com ela de um jeito especificamente irritado que não o normal dele, não dá mais pra perceber. O Bakugou segue com sua expressão fechada e evita observá-la diretamente, mas não parece ser por causa dela. 

Vai ver que agora que ele se acalmou e se certificou de que o cara de mais cedo não está aqui, assim como nenhuma outra ameaça semelhante, o Bakugou percebeu que eles estão um pouquinho próximos demais, não tanto quanto ficaram naquela noite na cozinha, mas… quase isso. Talvez ele não esteja lembrando exatamente daquela noite, porém ainda deve ser meio estranho ter toda essa proximidade com ela de maneira tão súbita. Ochako, pelo menos, não consegue deixar de se sentir ultra consciente do calor emanando do corpo dele, junto de um cheiro mais ou menos distante de algo doce, tipo caramelo queimado, além do aroma do que só pode ser colônia masculina. Estando tão concentrada na missão de garantir o sucesso do encontro entre a Kyouka e o Kaminari, Ochako mal reparou, mas agora, praticamente colada ao Bakugou, ela nota como ele tá estiloso com suas calças pretas um pouco menos largas que as que costuma usar e rasgos nos joelhos, além da camiseta alaranjada e da jaqueta jeans deslavada. Não parece ter havido nenhum tipo de esforço da parte dele em se produzir, mas o ponto deve ser mais ou menos esse mesmo: parecer meticulosamente desleixado. 

Ela sabe que o Bakugou deve ter pensado que seria importante manter as aparências e não vestir qualquer coisa, se ele se deu ao trabalho de alugar patins que pretendia não usar, então com certeza considerou isso também, mas Ochako se pega numa estranha satisfação ao imaginá-lo escolhendo o que vestiria hoje para causar uma boa impressão, como se fosse um encontro de verdade…

Ai ai, ela realmente não é especialista nenhuma, é por isso que está se impressionando tão fácil com coisas completamente banais quando nem está em um encontro verdadeiro.

E se estivesse? Será que o Bakugou agiria diferente? Provavelmente não, ela não acha que ele seja capaz de alterar seu comportamento, pelo menos não de maneira muito drástica, para se adequar ao que se espera num encontro. E pensando bem… por que ele mudaria? Não faria sentido agir de um modo como normalmente não agiria só pra passar uma boa impressão. Quem sair com ele que esteja pronto para lidar com seu jeitinho explosivo, é melhor assim do que se surpreender depois.

Não que ela fosse se surpreender, Ochako não esperaria nada diferente do que ela já vê diariamente… se isso fosse um encontro de verdade.

O metrô dá um tranco de repente, causando um pequeno tremor que o joga ainda mais pra cima dela. Agora sim, eles estão tão próximos naquela noite, como Ochako estava em absoluto pânico na ocasião, nem chegou a pensar muito na intimidade em que eles se encontravam. Agora, é a única coisa que dá pra notar.

—  Começou a chover, a energia deve ter ficado instável. —  a voz dele sai praticamente rente ao seu ouvido.

—  Pois é… espero que pare até a gente chegar lá.

—  Melhor mesmo. Só faltava isso mesmo pra fechar esse dia.

Se isso fosse um encontro de verdade, essa é a hora em que ela ficaria magoada. O que ele quis dizer agora? Que só faltou uma tempestade pra coroar um dia, como ele diria, de merda? Pela lógica, é perfeitamente compreensível que ele pense assim. O Bakugou não queria nem precisaria estar aqui não fosse por ela, foi submetido a uma atividade que não lhe interessa, e agora corre o risco de se ensopar todo no caminho da estação até a U.A. Não é exatamente a maneira ideal de passar um sábado…

Mas ela ainda assim fica meio triste por ele não ter gostado nem um pouquinho, já que passou a maior parte desse tempo com ela. Ele disse que não a odeia, e Ochako quer acreditar que é uma companhia agradável apesar dos pesares, mas não esperava que ele fosse jogar na cara dela o quão frustrante isso tudo foi.

Ok, agora ela sabe exatamente porque o Bakugou tava bravo antes, e o pior, ele nem está errado.

—  Sim… mas pensa positivo. Mesmo se… mesmo se a gente pegar chuva, a U.A. não é tão longe da estação, dá pra chegar rapidinho! E amanhã não tem aula, aí é só tomar um banho bem quente e ir direto pra cama! Então… o pior já passou, logo logo isso acaba.

—  Hum. —  é só o que ele responde —  Você tá ligada que, pelo jeito que você falou agora, ficou parecendo que é pra gente ir tomar banho e ir junto pra cama?

—  O quê? —  ela arregala os olhos e sente seu corpo tensionar contra o dele —  N-não, não foi- eu-

—  Muito especialista em encontros mesmo hein, Cara de Lua? Tá até bem avançada.

—  Bakugou-kun, não foi isso que eu quis dizer! Eu não- —  ela sente seu rosto pegar fogo enquanto balança a cabeça energicamente, só parando quando sente o peito dele tremer e ouve uma leve risadinha —  Ah, você tá tirando sarro da minha cara, não tá?

—   Não tem como eu não tirar, olha como ficou sua cara! Tá parecendo um tomate inchado!

—  Isso não tem graça! —  ela o empurra um pouco —  Humpf, e pensar que eu tava aqui me sentindo toda culpada por você ter desperdiçado seu dia e ainda ter que se molhar todo na chuva! 

—  HÃ? Do que você tá falando agora?

—  Eu sei que não foi a melhor maneira de passar seu sábado, ok? 

—  Claro que não foi, mas e daí? Não é você que decide se eu desperdicei ou não meu dia, caralho.

—  O quê? Então você não-

—  Você ainda vai continuar nessa de ficar se culpando por tudo, porra? Não fui eu que decidi que a gente ia vir nessa merda? Não fui eu que concordei quando você disse que não ia deixar o que aconteceu com o tarado mais cedo atrapalhar o dia? Então para de achar que tudo gira ao seu redor e fica na sua, Cara de Lua.

—  Eu… eu tô na minha. —  ela diz baixinho, defensivamente —  Então você não… você não odiou o dia de hoje?

—  Podia tá fazendo coisa melhor, mas é. —  ele dá de ombros —  Podia ter sido pior. E você?

—  Eu?

—  Vai dizer que achou uma merda? Você andou na porra dos patins e tudo.

—  Oh, sim, eu… também acho que poderia ter sido pior. —  não querendo se deixar influenciar pela linguagem negativista dele, ela se corrige —  Eu me diverti bastante. —  e decidida a pôr um fim nos comentários engraçadinhos dele, ela adiciona —  Mas o que é que eu entendo disso, né? Não sou nenhuma especialista em encontros.

—  Eu muito menos. —  ela escuta ele murmurar. E isso realmente a pega de surpresa.

 

—- 

 

A chuva deu uma trégua quando eles chegaram à estação em que tinham que descer, e mesmo com alguns pingos gelados caindo aqui e ali, deu pra eles chegarem à U.A. sem ficarem completamente encharcados. O Bakugou ainda está um pouco mais molhado que ela, já que em algum momento do trajeto tirou a jaqueta jeans e jogou sobre a cabeça dela, cortando qualquer tentativa de protesto de Ochako com uma bronca para eles andarem logo antes que a chuva aumentasse. Não é como se ela pudesse reclamar, seus cabelos chegaram quase que completamente intactos graças à jaqueta protetora.

Os dois entram no prédio do dormitório às pressas, não encontrando ninguém à vista na área de convivência nem na cozinha. É sábado, alguns de seus colegas voltaram para a casa dos pais, e os que ficaram ainda não devem ter descido para preparar o jantar, já que ainda é um pouco cedo. Ela conclui que isso foi bom, assim não teve que lidar com alguns pares de olhos curiosos querendo saber porque os dois chegaram juntos e porque ela está usando a jaqueta dele.

Aliás, por que ela só deslizou a peça de sua cabeça para os ombros assim que entrou? Não tem necessidade de continuar usando-a.

—  Aqui. —  Ochako a devolve assim que se dá conta disso —  Muito obrigada, Bakugou-kun.

—  Que seja. —  ele revira os olhos.

—  Bom, então…

— Eu vou-

Os dois falam ao mesmo tempo, e param assim que percebem que o outro estava falando. Ochako o olha curiosamente, esperando, mas ele só balança a cabeça, então ela acena e olha em direção ao elevador. Os dois ficam ali, parados, sabendo exatamente para onde têm que ir, mas sabe-se lá o porquê, vacilando sempre que um deles dá um passo ou se move um pouco.

E então ambos param com os movimentos meio estranhos quando o elevador se abre e o Kaminari surge na área de convivência.

—  Olha só, vocês tão aqui! —  ele os observa curiosamente e sorri —  Se divertiram, moçada?

—  Tsk, eu é quem faço as perguntas, seu palerma. Por que deu perdido na gente? Podiam ter pelo menos avisado pra onde vocês foram, caralho. —  o Bakugou reage rapidamente.

—  Ué, a gente voltou pra cá, pra onde mais a gente ia?

—  Me diz você.

—  Hã… a gente pensou em mandar mensagem, mas não queríamos atrapalhar nem você nem a Kyouka-chan… —  Ochako interfere quando nota que a conversa entre os dois meninos não tá indo pra frente.

—  Hahaha, sem problemas! Nem tinha nada pra vocês atrapalharem. —  ele dá risada, mas Ochako não consegue não notar algo de constrangido no tom dele —  Enfim, que bom que vocês se divertiram, moçada! 

—  Tsk, a gente se virou pra dar uma força pra vocês, mas na próxima vocês dois podem se virar, tá entendendo? 

—  Ahã, mas pode ficar tranquilo, Bakubro! —  o Kaminari dá um sorriso triste —  Não vai ter próxima vez.


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Notas finais do capítulo

Ihhhh será se deu ruim? Aguardemos.

Lembrando que essa é uma short fic em parceria com o Kacchako Project, que está com inscrições abertas para beta, capista, escritor e helper. Caso tenha interesse em se juntar a nós, só me chamar PV que eu explico direitinho como faz pra participar.

Obrigada por ler, espero que esteja curtindo! Próximo capítulo sai em duas ou três semanas!



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