Ainda era cedo, quando Edgar bateu á porta do apartamento de Hélio.

Ele conseguia ouvir, através das paredes sólidas, o embate que se desenrolava no interior da moradia.

Mesmo quando Hélio surgiu a sua frente, um senhor grisalho, que ele supôs ser o genitor de seu amigo, continuou a renhir com a esposa, uma mulher mais jovem.

— Edgar! — disse Hélio, abrindo um sorriso.

— Quer tomar café comigo?

Eles se sentaram lado a lado, em torno da mesa. Os joelhos se tocando.

Os dois conversavam, animadamente, quando a mãe de Edgar apareceu.

— Já está preparado, filho?

— Para quê?

— Vamos embora amanhã.