Laços de Esperança escrita por Olívia Ryvers


Capítulo 12
Capítulo 12




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Marguerite não ofereceu resistência alguma, e nem queria. Deixou-se guiar ao longo do escuro corredor pela mão de John, vez ou outra um relâmpago iluminava brevemente o caminho e então ela podia vislumbrar o homem forte, o qual desejava com desespero, caminhando a sua frente em passos urgentes a mão estendida para trás segurando a sua como se fosse apenas uma extensão do seu próprio corpo.

—Esse é meu quarto_disse ele quando parou. A visão de Marguerite agora já se adaptava a pouca luminosidade e então notou estar em frente a uma ampla porta de duas abas._Há muito tempo uma mulher não me acompanha a este lugar. Estas paredes têm sido as testemunhas da minha solidão.

—John, eu…

—Shh…_seu dedo encontrou os lábios dela._Se a convidei para estar comigo aqui, é porque quero que faça parte da minha vida. Apenas me diga que quer o mesmo… _era um risco que corria, talvez ela não almejasse o mesmo que ele nesta relação. Talvez, para Marguerite, John seria um caso breve e sem importância e não estava disposto a entregar-se por algo fugaz, desconfiava que não se recuperaria se o fizesse. O alívio o encontrou quando suas dúvidas finalmente foram sanadas.

—Sim… _sussurrou beijando a palma da mão dele e puxando-a para acariciar seu rosto._É o que eu mais quero_ admitiu por fim. Este era o apelo mais íntimo da sua alma. Estimou que nunca usara de tanta verdade.

John notou a sinceridade em sua voz. Ela queria o mesmo que ele, era isso que importava. Em um gesto rápido abriu a porta pedindo-lhe silenciosamente que entrasse. O ambiente estava completamente escuro, mas nem a falta de claridade a impediu de sentir a amplitude e a masculinidade daquele cômodo. Entorpecida por todas as emoções que se mesclavam, Marguerite nem notou quando ele a soltou, apenas percebeu que escuridão finalmente havia se rendido a uma penumbra e, então, pode ver o homem se aproximando com o candelabro de uma única vela aceso. John largou o artefato sobre uma mesa de canto. Se aproximou lentamente como um lobo que se esgueira em busca de sua presa.

A luz difusa era insuficiente para absorver os detalhes, porém, a medida que ele chegava mais perto podia ver suas pupilas dilatadas pelo desejo, tinha a certeza que as dela respondiam da mesma forma. Ela mordeu o lábio inferior instintivamente, era a maneira que o fio de sua consciência se esforçava para manter-se controlada quando seu impulso era atira-se nos braços de Lorde Roxton.

A reação dela foi captada pelos sentidos de John e provocou uma resposta imediata. Seu corpo estava rijo como ele nunca o havia sentido. Era preciso tomar as rédeas de sua própria excitação para não assustá-la. Sua vontade era selvagem e pressurosa, porém, demorou anos para encontrar uma mulher como Marguerite e estava determinado a tornar o momento inesquecível para ambos.

—Você me deixa louco._confessou quando a segurou._eu a desejo desde que a vi pela primeira vez, no anel das fadas… e desde então minha fome por você só foi aumentando se tornando quase insuportável…

—Eu me sinto da mesma forma, John_os dedos afastaram os cabelos da testa dele, a atitude era suave, mas ele a sentia queimando sua pele tocando seu espírito._Você despertou em mim sentimentos que imaginei estarem perdidos para sempre.

Isto era mais do que seu autocontrole era capaz de aguentar. Agarrou-a pela cintura e puxou-a pra junto de si. Tomou-lhe os lábios com sofreguidão. Ela não hesitou, jogou os delicados braços envolta do seu pescoço exigindo ainda mais sua boca na dela. No instante seguinte ele a ergueu do chão e como se houvessem ensaiado os passos de uma dança erótica, ela o envolveu com as pernas deixando os sapatos caírem ao acaso. John a conduziu até a cama sem deixar de beijá-la por nem um segundo. Quando a pousou sobre o tapete macio ainda havia muito tecido separando suas peles. Julgou ser extremamente demorado procurar o zíper de seu vestido, por isso, achou a barra da saia e subiu-a até que toda a peça deixasse Marguerite de uma só vez.

A ansiedade dele acendeu mais o calor úmido em seu âmago, e agora, ela precisava se livrar das roupas dele também. Não foi necessário nenhum empenho, assim que John a deixou em peças íntimas fez o mesmo por ele, arrancou-lhe a própria camisa estourando alguns botões e com agilidade livrou-se das calças escuras. Marguerite pôde admirar o que sua mente fantasiou por todas as noites desde que o conhecera. Ele superava todas as suas expectativas, seu corpo era firme e moldado por músculos atraentes, a cor de oliva de sua pele era um convite a beijá-lo, um leve rubor pincelou seu rosto quando notou que sob o tecido claro da cueca boxer sua imponente ereção estava evidente. Queria tocá-lo e ousadamente estendeu a mão acariciando de forma sensual a extensão de seu membro arrancando-lhe um gemido rouco. Seus olhos desviaram-se da carícia apenas para apreciar a expressão de tortura prazerosa que o gesto manifestava nele.

—Oh, Marguerite…_rosnou lânguido. Então, desabotoou a lingerie de seda negra que ela vestia expondo seus pequenos e bem formados seios._Deus, você é linda!_deslumbrou-se.

Deitou-a na cama acomodando-a sobre as muitas almofadas confortáveis. O céu deve ser menos macio, pensou ela. John continuou a manipulá-la como se fosse uma joia preciosa, seu polegar brincou com seu mamilo turgente e dolorido antes que com a boca o tomasse como seu. A língua experiente de Lorde Roxton provocava quase a ponto de a enlouquecer. Sua umidade íntima e quente começava a encharcar sua calcinha e como se soubesse disso, John escorregou a mão pelo dorso de seu corpo provocando-lhe arrepios, até encontrar o tecido de renda. Afastou apenas o suficiente para que seus dedos fossem capazes de descer por sua pélvis e finalmente achar a parte mais sensível de seu corpo. Ela estava pronta para ele. Todavia Roxton queria extrair dela seu total prazer, Marguerite era o tipo de mulher que se entregava por inteiro durante o amor, era generosa e recíproca e essa premissa o atiçava a explorá-la mais antes dele mesmo se satisfazer. Ela gemeu de excitação quando John a invadiu com um dos dedos, depois dois. Os movimentos eram suaves e ainda sim intensos levando-a a beira da loucura. Arqueou o corpo quando percebeu que não podia mais suportar a deliciosa tortura, no segundo seguinte se viu em vibrante convulsão sob a maestria condução dele, era uma orquestra que atingia o auge do seu espetáculo.

Roxton absorveu a sua expressão de êxtase, era maravilhoso senti-la assim… tão sua. Mas, ainda não era o suficiente. Queria… precisava saber seu sabor. Abandonou-lhe a boca e desceu seus beijos pelo vale entre seus seios, barriga, ventre… desceu a pequena peça que ainda vestia o corpo da mulher até passá-la pelas pernas. Marguerite, ainda embriagada pelo orgasmo recente não percebia tal movimentação. Sua consciência foi começando a se recuperar quando percebeu seu corpo invadido novamente, agora, não pelos dedos, mas língua de John. Ele a sugava com a sede de quem encontrava um oásis em pleno deserto, como se sua vida dependesse de fazê-la sentir prazer e estava muito próximo do êxito quando ela novamente se contorcia. As tentativas de controlar um novo clímax estavam fracassando vergonhosamente. John aprendia com os braços firmes a cama obrigando-a a aceitar suas carícias enquanto com palavras arrastadas de desejo a encorajava.

—Relaxe, querida… dai-me todo o seu prazer, Marguerite.

E ela o entregou… um novo e poderoso orgasmo a alvejou despedaçando-a em minúsculos cristais de deleite. Ela jamais havia se sentido assim. Um dia achou que era uma mulher experiente e vivida, mas Lorde Roxton acabara de lhe mostrar que não conhecia absolutamente nada sobre sua própria intimidade. Lascívamente ela foi capaz de murmurar ente um gemido e outro.

—Eu quero você, John… agora…

O apelo dela era uma ordem. Devia-lhe uma obediência silenciosa, e sabia que havia se tornado um servo das vontades daquela mulher no instante que provou da doçura de seu beijo. Ergueu a cabeça do meio daquelas pernas longas e bem torneada, em seus lábios ainda brilhavam a cremosidade do prazer dela. Pôde ver sob a tênue luminosidade da vela a súplica e o erotismo em seus olhos. Ele também a queria, insanamente, e, no momento, não lembrava de algo que ansiasse mais do que possuí-la. Posicionou a poderosa ereção na abertura lânguida de sua feminilidade e começou a penetrá-la com suavidade permitindo que Marguerite se adaptasse a medida que ganhava mais espaço dentro dela. Ela estremecia a cada novo centímetro, desejava-o todo e com urgência. Quando finalmente viu-se inteiro em seu interior, teve a nítida sensação de que havia encontrado nela um lar, era a certeza que o conforto e a segurança de seu corpo seria capaz de fazê-lo esquecer toda e qualquer angustia, medo ou dor. Iniciou, enfim, movimentos rítmicos inicialmente de forma devagar, sabia que muito entusiasmo apressariam as coisas para ele, e acabar rápido era o último que pretendia. Marguerite então o enlaçou com as pernas insistindo para que fosse mais fundo, mais rápido. Ele a obedeceu, investiu com avidez até sentir o corpo dela se contrair em torno de seu membro, esperou até que chegasse novamente ao ápice pulsante para finalmente acompanhá-la, arrepiou-se e pronunciou sons sem sentido enquanto derramava-se dentro dela mostrando-lhe toda a sua devoção.

A chama da vela já tinha se apagado quando entregaram-se ao mundo dos sonhos, entrelaçados um ao outro de maneira que não era possível discernir onde um começava e onde terminava o outro. Em seu último pensamento consciente John soube que chegara ao fim sua solidão e desejou passar todas as noites que lhe restassem ao lado daquela fada de cachos negros e olhos de céu.

 

****

 

O calor sensível dos raios do sol que entravam pelas enormes janelas e atravessavam os voais das cortinas indicavam que o dia acabara de nascer. John sabia disso, mas evitou abrir os olhos, teve receio de que no momento que os abrisse descobrir que tudo o que vivera tivesse sido apenas um sonho bom. Foi então que o perfume dela penetrou pelo seu olfato. A audição capturou o ronronar de sua respiração adormecida. Ainda podia sentir no paladar o seu gosto doce e suas mãos tateavam o corpo quente e nu sobre seu peito. Ela era real, o que acontecera não foi um sonho… Os seus seios roçavam suavemente sobre a pele dele enquanto Marguerite involuntariamente inspirava e expirava. Era um movimento vital mas para ele se tornara extremamente excitante. Uma pontada em sua virilha indicava que mesmo fazendo amor durante boa parte da noite ainda não tinha se saciado dela, provavelmente nunca aconteceria.

A ideia de possuí-la a claridade do dia o entusiasmava e ainda de olhos fechados, apenas sentindo as sensações, ele sorriu. Na noite anterior, a meia luz, teve um vislumbre de sua beleza genuína, Marguerite se encaixava a ele como se tivessem sido talhados em uma mesma forma separados pelo destino e finalmente suas almas se reencontraram. Queria conhecer tudo sobre ela, seus gostos, seus sonhos e antecipar todos os seus desejos. Não a deixaria sair de sua vida, e a primeira medida que tomaria seria pedir ao motorista que trouxesse para a mansão a bagagem dela, não passaria nem mais uma noite longe dele.

De repente lembrou de Abigail. A filha adorava Marguerite e provavelmente ficaria feliz em tê-la morando na casa, entretanto, os dois precisariam de alguma sensibilidade para anunciar a menina que estavam namorando e que dividiriam o mesmo quarto. Pensariam na melhor forma de fazer isto, talvez alocar a amada em um dos cômodos de hóspedes por algum tempo, até que Abbie se acostumasse com a ideia de ter uma madrasta, mas, não abriria mão de tê-la ao seu lado.

A mulher se mexeu em seus braços despertando para a realidade de que estava perdendo tempo planejando um futuro enquanto podia estar envolvendo-a em beijos e carícias ousadas antes que fossem interrompidos por batidas na porta lembrando-os dos compromissos deixados do lado de fora.

Libertou seu braço deitando-a de costas sobre a roupa de cama imaculada. Admirou-a por alguns instantes, era divinamente bela. Os lábios estavam inchados pelos beijos que trocaram e o cabelo bagunçado pela fúria da intimidade que compartilharam o que a tornava incrivelmente sexy ás 6 a.m., ele não resistiu acariciou-lhe o rosto e beijou a boca vermelha. Ela sorriu preguiçosamente. Desceu seus carinhos pelo pescoço exposto fazendo a encolher-se. Rapidamente virou-se de bruços enrolada no lençol fugindo das cócegas que John lhe fazia para que desperta-se rapidamente. Ele não se deu por vencido, continuou a importuná-la com carinho concomitantemente beijando-a a nuca e descendo pelas costas quando algo escondido por trás dos cabelos o chamou a atenção. Cessou as carícias e separou as mexas que encobriam a pele. Demorou uns segundos para acreditar no que via. Não podia ser apenas coincidência… no mesmo lugar… a mesma marca de nascença de… Abigail. Afastou-se dela como se tivesse tocado em uma barra de ferro incandescente. Ela sentiu a repulsa e virou-se para encará-lo confusa, então, viu o que sempre temeu estampado nos olhos dele… o desprezo.

—Quem realmente é você, Marguerite?


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