Nascida no Inverno escrita por Sara


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá Oláa
Maus um capítulo fresquinho



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Edward não respondeu. Por sua expressão, ela podia dizer que ele estava pensando em algo muito doloroso. Seu coração lhe doeu ante a ideia. Era uma antiga amante?

— Quem era ela?

Ele deixou escapar um comprido e cansado suspiro antes de responder.

— Ela era a companheira de um dos meus irmãos mais velhos, Markus. Ele era o líder da manada antes de mim, ele amava a sua companheira mais que a sua própria vida.

Bella se compadeceu da pantera.

— Me deixa adivinhar, ela o traiu.

— Não - disse ele para sua surpresa. - Eles estavam muito unidos, e uma noite, enquanto ela retornou de uma de suas viagens, arremeteu contra ele quando estavam tendo sexo e lhe cortou a jugular. Ambos morreram antes que ele pudesse conseguir ajuda.

Bella se tapou a boca quando imaginou o horror. Uma vez que os homens-pantera uniam suas vidas com seu companheiro, nenhum poderia viver sem o outro. Se um morria, ambos o faziam.

Que terrível que Irina os tenha matado em um ato de paixão irrefletido.

— Sinto muito - sussurrou ela.

— Obrigado - respondeu ele calmamente. -Foi um maldito desperdício de duas panteras decentes - seu olhar a penetrou. - Essa é a razão pela que qual nunca quis a uma mulher-pantera como companheira e inclusive como amante. Não quero que meus filhos fiquem órfãos porque eu baixei a guarda e me deixei exposto ao ataque de uma mulher.

— Nunca te atacaria.

— Como sabes?

— Bem-disse elas quando começaram a andar pelo corredor. - Agora mesmo não sei nem sequer como me transformar em uma pantera. Se isso te faz sentir seguro. Tentei fazer faz um par de dias atrás e tudo o que consegui foi uma cauda que era muito difícil de ocultar até que dormi e desapareceu.

Edward riu, e embora ela pudesse ofender-se de que se estivesse rindo de sua desgraça, não o fez. Havia tudo nele que era verdadeiramente encantador.

— Nunca antes tinha escutado que acontecesse isso - disse ele.

— Fica ao meu lado. Todo tipo de coisas estranhas estiveram me acontecendo ultimamente.

Afastou o cabelo do seu rosto.

— Penso que poderia fazer isso, se não te importares.

Por alguma razão, isso a confortou. Era muito divertido estar com Edward. Quando não estavam brigando.

— Que esperas da tua companheira, Edward?

Ele deu de ombros, logo a rodeou com o seu braço quando chegaram à mesa do banquete que estava cheia.

— Nada mais do que quisesse outra pantera, suponho. Espero que venhas pra casa quando estiveres em zelo e me deixes quando não o estiveres.

Era muito bom para ser certo.

— Deixar-me-ias partir se assim o desejasse?

Ele franziu o cenho.

— É a natureza de nossa espécie, Bella, porque deveria te deter?

— Mas a outra manada...

— Não tem sentido - disse ele, interrompendo-a. - É tudo profundamente mal que alguém queira que uma pantera atue contra a sua natureza. É tudo que esperaria de um arcadiano, mas não de um Katagaria.

Sorriu e nesse momento sentiu que experimentava outra onda hormonal. Pelo repentino aspeto selvagem no rosto de Edward, ela pôde dizer que ele também a sentiu. Seu braço a apertou mais forte.

— Podemos esperar? – perguntou ela rapidamente. - Não quero ir correndo a me emparelhar contigo até que tenhamos esclarecido algumas coisas.

Mesmo que o sexo com ele limparia sua cabeça, seu coração humano queria mais entre eles que só uma relação física. Queria conhecer a parte humana de seu companheiro.

— Como quais? -perguntou Edward.

— Não sei - respondeu ela com sinceridade. - Em meu coração sei que me comprometer contigo é o melhor para nós dois. Provavelmente o único, já que não tenho uma manada que me proteja. Mas a minha parte humana deseja te conhecer melhor antes de dar esse passo tão permanente.

Para o alívio dela, ele não tratou de impedi-lo ou obrigá-la.

— O que queres de mim?

— Só que estejas comigo como humano por um momento e me deixe te conhecer. OK?

Edward afirmou com a cabeça, apesar de que o que realmente desejava era tomá-la, levar ao andar superior e lhe dar o que ambos os corpos desejavam.

Mas ela era jovem e estava assustada. Este era um passo transcendental para ambos. A união era para sempre e não era tudo para fazer sem pensar. Ser bondoso com alguém mais era muito estranho nele, entendia a lealdade, obrigação.

Mas o amor e a ternura...

As panteras não sonhavam com tais coisas, só entendiam suas necessidades imediatas, as de alimento, amparo e sexo, filhos.

E, não obstante, ele queria algo mais dela, um pouco mais profundo, queria sua aceitação, seu contato, era estúpido, para que necessitaria essas coisas? Tinha dinheiro, poder, magia.

Podia forçá-la a fazer tudo que quisesse. Mas ainda assim não lhe daria o que ele desejava. Seu coração. Ele amaldiçoou sua metade humana. Suspirando, conduziu-a para o restaurante do hotel, onde poderiam conseguir tudo de comer.

A noite caiu rapidamente, enquanto Bella e Edward seguiam ao redor de várias lojas e concertos, onde as bandas alternativas mostravam suas equipas e talentos. Edward parecia ter uma habilidade para encontrar os intérpretes realmente bons, quem estava entusiasmado de que lhes oferecessem dinheiro para tocar em seu clube de Forks.

— Desde quando tens teu clube? -perguntou-lhe ela quando ele comprou três CDs de uma banda chamada Emerald Rose, que havia tocado antes, para fora das salas de conferência no Hyat.

— Quase trinta anos.

Wow, isso era muito tempo. Edward via-se bem para um homem que tinha mais de duzentos anos de idade. Realmente bem.

— E os humanos não se dão conta que sempre estás aí e que alguma vez envelheces?

Ele negou com a cabeça.

— Quando abandonam o Infernizo, alteramos um pouco suas mentes. Mesmo se fossem todas as noites, nunca recordariam que não envelhecemos e não trocamos.

— Isso deve ser agradável. Em mi... -ela duvidou em dizer "manada", já que a tivessem expulsado. - Em meu mundo, mantemo-nos afastados dos humanos tanto quanto seja possível.

— E como é o futuro de onde vem, de todos os modos?

— Não muito diferente deste. Não foste vez nenhuma?

— Não desde que era um cachorrinho. Quando controlei pela primeira vez meus poderes para viajar no tempo. Esperava visitar alguns. Mas depois de um momento, aborreci-me. As coisas e os lugares trocam, mas as pessoas não. Assim decidi ficar com minha manada em Forks e não me preocupar com o passado ou o futuro.

Encantaria poder saltar no tempo dessa forma. Era toda uma liberdade e tudo que nunca tinha conhecido.

— Podes-me ensinar a usar os meus poderes dessa forma? -perguntou ela.

— É obvio.

Ela sorriu. A nenhuma de suas irmãs, a quem tinham sido enviadas a esta época, lhes tinham ensinado nada. Os Katagaria não lhes deixaram desenvolver seus poderes por temor de que os abandonassem. Algumas delas inclusive tinham sido obrigadas pelos Katagaria a levar colares metriazo para assegurar-se que nenhuma fosse capaz de jamais usar sua magia.

Isso era mesquinho e cruel.

— É difícil viajar no tempo? -perguntou ela.

— Não agora, pelo menos para mim. Mas levo séculos aperfeiçoando meus poderes. Quando o fizer pela primeira vez pode que seja... surpreendente. A última vez que deixei a Félix e Emm em casa deram um salto no tempo de Forks de 2002 às Ilhas Aletinas de 1432 em vez de Nova Iorque de 2065. Foi um suplício encontrá-los e trazê-los de volta pra casa.

— Surpreende-me que foste atrás deles.

— Sim, bem, eles me incomodam, mas compreendo que são só cachorrinhos que eventualmente crescerão, provavelmente para me incomodar inclusive mais.

Ela riu ante sua saída de humor enquanto se dirigiam através da multidão vestida em forma tão extravagante. Tinha que admitir que Edward era muito mais divertido uma vez que ele se acostumava a alguém e deixava de ser tão feroz e resmungão.

— Tens coração verdade?

— Não, Bella - disse ele, seus olhos a queimavam por sua intensidade. - Não o tenho. Só tenho responsabilidades. E tenho uma imensa quantidade delas.

Possivelmente, mas ela não estava completamente segura. Para começar, o braço que lhe rodeava o ombro não dizia "obrigação", dizia "amparo". E ela desejava pretender que havia dito tudo mais. Tudo como amizade. Possivelmente, inclusive, amor.

Edward deteve-se ante o quiosque de uma comerciante. Um diminuto sorriso se abateu ao bordo de seus lábios quando algo atraiu sua atenção. Fez um gesto para que o comerciante se aproximasse.

— Posso lhe ajudar? -perguntou a anciã quando se aproximou deles.

Edward assinalou tudo sob o vidro.

— Eu gostaria de ver isso.

Bella não soube o que era até que a mulher o entregou a Edward e este se voltou para ela. Bella não pôde evitar rir ante o pendente de ouro em forma de uma pantera envolta ao redor de uma safira quando ele o colocou ao pescoço.

Bella sustentou o pendente em sua mão para poder examiná-lo.

— Que incomum.

— Sim, é - disse a mulher. - É de um desenhista que descobri no Oeste. Ele anda em busca de visões e logo as transforma em colares apoiando-se no animal que as guia. Esta é, segundo ele, de uma pantera que o conduziu por um pesadelo e o salvou.

Que estranhamente apropriado. Ela levantou o olhar e Edward sorriu.

— Compro - disse Edward, tirando sua carteira.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todos pelo apoio de vocês



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